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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Você é mesmo católico?

Nada como um passeio do papa por aqui para a gente rever nossa condição de católicos. Ele disse que somos o maior país católico do mundo. Será mesmo, Sumo Pontífice?
Tenho guardado comigo, há uns quarenta anos, o meu velho catecismo do Colégio Salesiano de Lins. E, pelo que li no tópico “Preparação para a Confissão”, deixei de ser católico há muitos anos. E tenho certeza que você, que está me lendo agora, já não é mais tão católico-católico assim. Sem entrar na discussão do abominável aborto e da criminosa camisinha, vou me ater apenas aos mandamentos de Deus, a quem o papa tem procuração para representar.
Em primeiro lugar: você lembra dos dez mandamentos, de cor e salteado? Tá vendo...
Amar a Deus sobre todas as coisas. Você tem amado a Deus? Sobre todas as coisas mesmo? Tem deixado de rezar as orações diárias por preguiça? Tem rezado sem devoção? Tem consultado espíritas, feiticeiros, benzedores e cartomantes? Basta ter respondido sim a uma dessas perguntas que você já está a caminho do fogo eterno.
Não tomar o seu santo nome em vão. Se você fala a toda hora “Meu Deus!”, “Virgem Maria!”, “Minha Nossa!”, se você tem jurado em falso e se tem deixado de cumprir alguma promessa que fez, você não é mesmo um bom católico.
Guardar domingos e dias santos.  Guardar, aqui, significa ir à missa, não conversar lá dentro, não paquerar lá dentro. Se você trabalha no domingo e nos dias santos, está com os dias contados. Pecado!
Obedecer pais e superiores. Tem entristecido seus pais? Tem feito piadinhas sobre seus superiores? Tem desejado algum mal a eles? Tem sido desobediente? Tem zombado de pessoas mais velhas ou pobres ou negras? Como você vê, você tem feito tudo que o papa não gosta.
Não matar. Provavelmente você nunca matou ninguém. Mas se você se expõe a perigo de vida sem necessidade, já caiu no pecado. Para isto - expor a vida - basta sair de casa. Tem comido e bebido demais? Tem ficado com raiva? Injuriado alguém? Desejado o mal a outras pessoas? Tem dado mau exemplo, meu filho e minha filha? Tem maltratado os animais?
Não pecar contra a castidade. Apesar do Nelson Rodrigues já ter dito que “todo casto é um obsceno”, como anda você contra a castidade? Ou você anda a favor? O catecismo avisa que basta pensar, olhar, prestar a atenção a certas conversas, cantar alguma cantiga desonesta. Tem se despido levianamente à vista de outra pessoa? Tudo isso é pecado, meu filho.
Não roubar. Quem é que nunca enganou o imposto de renda? Pecado! Comprar coisas roubadas também. Tirar o dinheiro do povo também é pecado. Estragar alguma coisa do outro também. Vontade de roubar também é pecado. Tá no catecismo.
Não levantar falso testemunho. A turma de Brasília não passa ilesa por este mandamento. Mentir também é falso testamento. Fofoca e mexerico também dão penas graves.
Não desejar a mulher do próximo. Acho que aqui não é necessário nenhum comentário. Quem, de vocês, que nunca desejou a mulher ou o homem do próximo... sei não. Aqui há uma falha, pois o mandamento fala apenas em “desejar”. Sempre fiquei em dúvida: o ato, em si, pode? Aí vem a velha piada: só se o próximo não estiver próximo. E se o próximo for você, você tem que abaixar a cabeça e pensar: esse negócio de chifre é um negócio que puseram na minha cabeça. Nada de brigar, ofender ou xingar o outro que ficou mais próximo. Vide quarto mandamento.
Não cobiçar as coisas alheias. Roupa, carro, mulher, tomagoshi, casa da praia, etc.
Isso sem falar nos mandamentos da Igreja que mandam confessar e comungar pelo menos uma vez por ano, ouvir missa (inteira nos domingos), jejuar e não comer churrasco quando a Igreja pede. E pagar dízimos!
E os pecados capitais, então: gula, avareza, preguiça, orgulho e por aí vai.
Depois deste pequeno exame de consciência, meu amigo e minha amiga, você continua achando que somos o maior país católico do mundo?
Pois foi o que o papa disse. Aliás, com muito orgulho.

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