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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Pecado Mortal

Afinal de contas, não estará "ultrapassado" falar de pecado mortal?
Os que se fazem essa pergunta, presente na boca de não pouca gente, supõem — quase sempre sem o saber — que também está "ultrapassado" falar de vida eterna, do destino perpétuo que nos aguarda para além do sepulcro. Com efeito, quando a Igreja ensina a seus filhos a gravidade dos pecados mortais, ela não está referindo-se à morte natural do corpo, mas antes a algo muitíssimo pior e decisivo, ou seja: à morte eterna da alma. No entanto, para bem entendermos este problema, convém fazer algumas precisões iniciais.
O homem, como nos ensina a filosofia, é um ser composto de corpo e de alma, dois elementos que, embora distintos, se associam intimamente para constituir "uma única natureza e uma só pessoa" [1]. Desta união provém para o homem uma vida meramente natural, isto é, que se dá no plano biológico, orgânico e psicológico. Unido à alma, o corpo cresce, alimenta-se, desenvolve-se, desloca-se de cá para lá, exerce enfim as funções que lhe são características; a alma, por sua vez, dá forma ao corpo a que está unida: por meio dele, ela recebe do mundo exterior as sensações, impressões e imagens de que se servirá para a sua atividade intelectual.
Mas, por um dom livre e gratuito de Deus, o homem foi destinado a alcançar um fim de ordem superior. No mistério de seus desígnios, o Senhor quis fazê-lo participar de sua vida divina e da comunhão de amor que se respira no seio da Santíssima Trindade. Mas como o homem, só por si, é incapaz de elevar-se acima de suas forças naturais, Deus precisa vir em seu auxílio e comunicar-lhe essa vida sobrenatural por meio do que a teologia convencionou chamar graça santificante. Quem está em estado de graça, com efeito, está na posse de uma vida no sentido forte do termo, "com um organismo semelhante ao da vida natural" [2]: ela vem à luz no Batismo, cresce e fortifica-se na recepção dos demais sacramentos e chega por fim à plena maturidade na glória do Céu.
Ora, assim como a vida natural do corpo está suscetível a doença sérias, capazes de levar-nos à morte física em questão de dias, assim também a vida sobrenatural do homem pode chegar a termo já aqui na terra, se alguma doença letal contaminá-la. E é isto o que se entende por pecado mortal; trata-se de um ato deliberado que, de tão repulsivo ao amor de Deus, extirpa da alma a graça que até então a vivificava. Ao pecar gravemente, o homem sufoca com suas próprias mãos o alento de vida divina que o Senhor, por bondade, lhe confiara, "desvia-se de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo um bem inferior" [3]. É, numa palavra, um voltar as costas para o Céu.
Por isso, mantendo-se fiel às palavras de seu divino Fundador, a Igreja sempre alertou seus filhos para o grande perigo de condenação eterna a que se expõe quem, destruindo a caridade em seu coração, escolhe apartar-se definitivamente de Deus por toda a eternidade. Falar de pecado mortal, portanto, nunca poderá "sair de moda", porque à espera de todos nós está um destino que não passa, uma sentença sem apelação, uma vida sem fim — quer junto, quer longe de Deus.

Referências

  1. Antonio R. Marín, Teología de la Perfección Cristiana. Madrid: BAC, 2012, n. 82, p. 112.
  2. Id., n. 83, p. 113.
  3. Catecismo da Igreja Católica, n. 1855.https://padrepauloricardo.org/blog/nao-esta-ultrapassado-falar-de-pecado-mortal

Estudo Bíblico; Lição 2

A Queda de Adão e Eva
Leia as lições anteriores AQUI
I. Revisão e Visão Geral
Na lição anterior vimos a história de como Deus concluiu a criação do mundo. Por sua palavra, do nada, em seis “dias” que ele praticamente moldou um templo onde Ele habita com toda a criação. No sétimo dia, fez uma aliança com o mundo, interagindo com o sua criação para sempre.
Agora vamos focar na jóia da coroa da criação, a raça humana. Nesta lição, vamos aprender sobre os nossos antepassados, o pais da família humana. Nós já ouvimos essa história mil vezes. Mas desta vez, vamos lê-la como o início da História Salvação, o início da relação entre Deus e da família humana.

I. Homens e Mulheres: A imagem original

Primogênito de Deus

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, “homem e mulher os criou” (Gn. 1, 26-28). O que significa dizer que Deus criou o homem à Sua imagem divina? Isso significa que a pessoa humana é um filha de Deus. Como sabemos disso? Lembre-se do que dissemos na última lição: ler a Bíblia como católicos é interpretar o Antigo Testamento à luz do Novo Testamento.
Em seguida, vemos o Evangelho de Lucas. Alí, lemos que Adão é “filho de Deus” (Lc 3,38). Vemos também que a frase “imagem e semelhança” trata de descrever o nascimento de Sete, filho Adão (Gn 5, 3.). Na linguagem da Bíblia, nascer à “imagem e semelhança” de alguém significa ser filho daquela pessoa. Então, quando Deus cria o homem à sua imagem e semelhança, cria-no como seu filho. Desde o início, é a intenção divina que os seres humanos sejam seus filhos.

Pai de um Povo Sacerdotal

Adão é criado como o filho primogênito de Deus. Ele também é concebido como um sacerdote. Na última lição, vimos como o mundo foi criado como um Templo, onde o Jardim do Éden é representado como o santuário do templo, o lugar santo onde Deus habita. Agora, é impossível ter um templo sem um sacerdote para protegê-lo, mantê-lo e oferecer sacrifícios. E essa é a tarefa que Deus dá a Adão. É uma tarefa sacerdotal, mas isso requer um pouco de conhecimento de hebraico para reconhecermos isso.
Adão foi colocado no Jardim “para cultivá-lo e mantê-lo” (Gn 2,15). É fácil não perceber o sentido mais importante dessas palavras. No original hebraico, as palavras “Abodah” e “shamar”, são palavras associadas ao serviço ou ofício sacerdotal.
Na verdade, as únicas outras citações na Bíblia em que essas duas palavras são encontradas juntas é no Livro dos Números, que normalmente são traduzidas como “serviço” e “fim” dos levitas, a tribo (ou clã) sacerdotal de Israel (cf. Nm 3, 7-8; 8,26; 18, 5-6.).
Os levitas eram responsáveis pela proteção do santuário e do altar. Foi dado a Adão o dever
de proteger e cuidar do jardim do Éden. Tudo isso será muito importante quando considerarmos a desobediência de Adão e sua queda em desgraça. Adão é descrito, então, como um sacerdote primogênito. Eles também observam o mandato: sede fecundos e multiplicai-vos “(Gn 1,28). Adão é o primogênito e pai do povo de Deus. Dado que é sacerdote, seu povo também receberá esse sacerdócio.
O que encontramos, então, em Genesis é a intenção original de Deus para a raça humana: Ser a família de Deus e ser um povo sacerdotal. Há ecos destes conceitos do Antigo e do Novo Testamento, Israel também serão chamados de primogênito de Deus e um povo sacerdotal.
Com a vinda de Jesus,  Ele será chamado Filho de Deus, o “novo Adão”, “o primeiro de muitos irmãos” e Sumo Sacerdote. A Igreja também será referida como o povo sacerdotal. Vamos ver tudo isso em detalhes em lições futuras neste curso. Mas tudo começa aqui, com Adão, nosso Pai.

III. A queda

Figuras e Enigmas

E, em seguida, como nós, pessoas modernas e sofisticadas, poderemos ler a história da queda de Adão e Eva em Gênesis 3, com seu cenário de fábula ou conto fada, onde a serpente fala e engana o casal de crédulos, árvores com nomes estranhos e o fruto proibido?
O Catecismo da Igreja Católica nos dá bons conselhos sobre o assunto:
“A narrativa da queda (Gn 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um facto que teve lugar no princípio da história do homem (264). A Revelação dá-nos uma certeza de fé de que toda a história humana está marcada pela falta original, livremente cometida pelos nossos primeiros pais (265). “(CIC 390)
O que o Catecismo quer dizer com isso? Em primeiro lugar, a história é escrita em uma “linguagem imagens “, isto é, que é mais poesia do que o jornalismo, mais uma pintura de um documentário. No entanto, a história relata um acontecimento real que ocorreu no início da história humana. Além disso, nesse caso, o “pecado original” de Adão e Eva, marcou a história da nossa raça humana para sempre. Não podemos ler Gênesis 3 como um jornal. Nem ler como mito ou conto de fadas ou uma fábula. Isso é algo que realmente aconteceu.
Os estudiosos nos dizem que Genesis é melhor entendido como um exemplo de um estilo literário. Ele é chamado mashal, que significa “enigma” ou “provérbio” e tem vários níveis de significado. E quando lemos Gênesis 3 cuidadosamente, descobrimos que a história tem muitas partes não tão fáceis de entender, com palavras que têm vários significados; Vida, morte, sábio, árvores (que são muito mais que apenas árvores).

Adão viu a Serpente

Agora vamos rever os personagens. Em primeiro lugar, quem é esta “serpente”?
Estamos acostumados às ilustrações da Bíblia que temos visto desde crianças, com a serpente longa e delgada, enrolada nos galhos de uma macieira. Talvez devêssemos mudar essa imagem mental. A palavra hebraica para “serpente” é nahash; Ela envolve muito mais fatal. No Antigo Testamento a palavra nahash é usada para se referir a poderosas e gigantescas criaturas do mal. Em Isaías chama a Nahash dragão do mar, o grande leviatã (cf. Is. 27: 1). Jó também fala de Nahash como monstros marinhos (JB 26:13). É a mesma imagem do Apocalipse fala de “grande dragão vermelho … conhecida como a Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo … “(cf. Apoc. 12: 3,9).
É claro que a Igreja sempre interpretou a serpente de Gênesis 3 como uma figura de Satanás, o Diabo (cfr. CIC 391-395). Então nós, leitores da história da queda, sabemos de uma coisa que Adão talvez ignorasse; que o encontro com a Serpente era uma prova contra o mal, uma batalha pela alma da humanidade. Mas precisamos saber o que Adão viu. Quando entendi que a cobra era muito mais do que uma “cobrazinha” de jardim, começamos a entender porque Adão falhou em seu dever de “proteger” sua esposa e o Éden (Gn 2:15).

Morrer de medo?

Sejamos francos: Adão estava com medo, medo de morrer. Ele viu a serpente como uma ameaça à sua vida. Sabemos que Adão sabia que estava para morrer. Como sabemos? Porque Deus o advertiu que se comesse do fruto proibido (cfr. Gn 2:17), morreria. Ora, se ele não soubesse o que é a morte, não teria sentido adverti-lo. Adão estava tão assustado que pensei que se fizesse o que lhe pedia a serpente, sofreria e morreria. Esta hipótese pode estar relacionado com uma passagem na Carta aos Hebreus. Ela diz que o Diabo “reina por meio da morte”, e diz que por medo da morte o homem ” vivem como escravos “(Hb 2: 14-15). Isso não significa que Adão tinha nenhuma responsabilidade ou culpa. Ele optou por salvar sua vida, mas acabou perdendo-a. Ele temia mais a morte do que desobedecer ao Pai amoroso, Quem lhe tinha dado o Paraíso. E com isso ele submeteu toda a raça humana escravidão.

IV. Teste de Amor, Réprobos

Sacrifício e egoísmo

O que está se passa no Jardim? Adão falhou em sua prova de amor, não somente a Eva, mas também ao seu Deus.
Deus deu a Adão a responsabilidade de guardar o jardim-santuário, o lugar onde viviam
Deus e o homem. No confronto com a serpente, ele falhou. Ele não protegeu sua esposa ou o jardim, ou a si mesmo. Por que Deus provou-o assim? Precisamente porque o amor da aliança requer um compromisso total. A abnegação é essencial para cumprir as obrigações decorrentes da relação humana com Deus. Lembre-se do que dissemos na última lição: Uma aliança significa que Deus se entrega a seu Povo e seu Povo se rende a Ele. Nas Escrituras, cada aliança exige que as pessoas façam uma oferta simbólica de sua entregar a Deus. Nenhuma aliança existe sem sacrifício. O sacrifício é oferecido pelas pessoas para simbolizar a sua oferta pessoal a Deus. O sacrifício é um sinal de seu compromisso com a aliança, o seu compromisso de entregar a Deus tudo o que temos e somos.
Noé faz o sacrifício de cada um dos animais que estavam na arca. A Abraham é solicitado o sacrifício de seu único filho Isaque. Os israelitas no tempo de Moisés tiveram de sacrificar um cordeiro sem mácula, em vez de seu primogênito. E no tempo de Salomão, filho de Davi, ofereciam sacrifícios todos os dias no templo.
Cada uma destas alianças foram apenas parcialmente bem-sucedida e, finalmente, todos falharam. Por quê? Por falta de amor, falta de abnegação. As pessoas não se rendem completamente. Noé, Abraão e outros fizeram grandes coisas. Mas todo eles também cometeram erros estúpidos. Abraão tomou para si uma concubina. Noé embebedou-se. Moisés se desesperou no deserto. Israel adoraram o bezerro de ouro. Davi cometeu adultério com Betsabé. Seu filho, Salomão, construiu um harém, além do templo. No fracasso de Adão, vemos o início de um padrão de conduta. Na verdade, resultando o enfraquecimento da raça humana, fruto do pecado original, ninguém pode totalmente entregar-se a Deus. Pelo pecado de Adão, a humanidade perdeu sua primogenitura, o seu direito à herança eterna, a sua participação na Família de Deus.
Na próxima semana continuamos com o tema da Queda e falaremos sobre Vinda do segundo Adão e da segunda Eva.
Pax Domini!!



Fonte Eletrônica:
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/08/07/estudo-biblico-continuacao-da-licao-2/

domingo, 7 de agosto de 2016

Curso de Estudo Bíblico - Gênesis a Jesus

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Caros Leitores, mais uma empreitada se inicia no Blog Ecclesia (Ecclesia Militans). Com a ajuda de Deus pretendo traduzir todas as lições do Curso From Genesis to Jesus, do renomado teólogo, ex-pastor Evangélico, Prof. Scott Hahn. Espero que desfrutem da leitura e ajudem-me a divulgar o conteúdo do curso pela Net. Por favor, compartilhem!
Lição Primeira: 

II . Como católicos lêem a Bíblia

A. Revelação Divina: Como Deus fala conosco
B. Três Regras para a interpretação da Bíblia
C.  A Escritura é divina: o conceito de inspiração

. Introdução e Visão Geral do Curso

Ler a Bíblia do começo ao fim – isso não é muito ambicioso? Sim, com razão, é muito ambicioso, especialmente para iniciantes. Contudo, não iremos nos aprofundar no nosso estudo, temos a vida inteira para isso. De qualquer forma, seremos capazes de conhecer algumas ferramentas para começar a lê-la.
Quando terminarmos este curso, continuaremos a compreender “a trama” da Bíblia, e a acompanhar os personagens que aparecem nela e dão sentido à historia. Talvez seja novidade para alguns nós que haja uma “trama”, uma história na Bíblia. Mas assim o é. A Bíblia não é uma mera coleção de livros individuais. Todos os livros da Bíblia, quando em conjunto, tal e qual colocados em ordem pelos Padres da Igreja, sob a inspiração do Espírito Santo, são um único livro. E este livro conta uma história única. Vamos contar essa história e como seguir ao longo dos livros individuais da Bíblia.
Antes de fazermos isso, precisamos dar os princípios católicos básicas para a leitura da Bíblia.

A Escritura é divina: O conceito de inspiração

Como já se deve imaginar, não há outro livro como a Bíblia. A Igreja ensina que Jesus é “verdadeiro Deus e verdadeiro homem,” a Bíblia é verdadeiramente uma obra de autores humanos e ao mesmo tempo, é verdadeiramente  obra de Deus, que é o seu autor divino.
Este é o mistério da “inspiração divina” das Escrituras (cfr. 2 Timóteo 3:16). A palavra “inspirada” em grego significa literalmente “sopro de Deus”. Ela representa uma boa maneira de se pensar na inspiração das Escrituras. Como Deus moldou Adão de lama, da terra e soprou nele o sopro de vida (cf. Gênesis 2: 7), Deus sopra seu Espírito nas palavras do autores humanos da Escritura e faz-lhes a Palavra viva de Deus.
Assim explica a Igreja: autores humanos, tomando as suas competências de literais, idéias e outros talentos escrevendo as páginas da Bíblia. Mas enquanto eles estavam escrevendo, Deus agiu em de modo que o que eles escreveram foi exatamente o que Ele queria escrevessem. (Cfr. Dei Verbum, do Vaticano II, n.11-12; Catecismo da Igreja Católica, n.105-107).
Os autores humanos foram “verdadeiros autores” da Escritura e assim foi Deus. Como Deus é o seu co-autor, e porque Deus não pode errar ou se equivocar, podemos dizer que tudo que lemos na Bíblia é verdadeiro, livre de “erro” e foi colocado lá para a nossa salvação. Isto é o conceito de “infalibilidade” da Bíblia.
Este conceito é muito complicado e não pode ser explicado completamente neste curso. Mas é importante ler sempre a Bíblia respeitando o que ela é. A Bíblia não se destina a ensinar história moderna, ciência, geografia e biografia. Assim, não devemos comparar o que ela diz sobre o criação do mundo, por exemplo, com o que é ensinado em um texto da ciência moderna. Isso não significa que a Bíblia esteja errada. A Bíblia, inteira e integralmente, é verdadeira e sem erro. Não apenas no que ela ensina sobre fé e moral, mas também no que diz sobre os eventos e personagens históricos. Ela nunca nos enganará. No entanto, devemos interpreta-la responsavelmente – devemos entender que estamos dando-nos a entender eventos naturais e históricos sob uma perspectiva religiosa e divina, e muitas vezes pelo uso de uma linguagem simbólica.

A Escritura é humana: A Bíblia como literatura religiosa e histórica

Na prática, a autoria divino-humano da Escritura significa que nós temos que ler a Bíblia de maneira diferente dos outros livros.
Quando lemos a Bíblia, devemos nos lembrar que é a Palavra de Deus pronunciada em idioma humano. É importante entender o “elemento humano” da Escritura. Como veremos, este elemento humano não pode ser separado do elemento divino.
É importante lembrar que a Bíblia é:
Literária: A Bíblia usa formas, recursos, estruturas, figuras literárias, etc. Temos de procurar por pistas “literárias” que nos dão significado.
Antiga: A Bíblia é velha. Não está escrita como literatura moderna. Seu sentido está envolto na maneira pela qual os antigos viam o mundo e a história. Embora estivessem interessados na escrita da história, seus autores não tinham a intenção de produzir o que se chama hoje “história simples.” A história não é apenas uma narrativa política, de economia ou de guerra, mas tem um significado mais profundo.
Religiosa: Hoje as pessoas pensam que a religião nada mais seja que piedade pessoal. Não era assim para os antigos. A palavra “religião” vem do latim “religare”, que significa “ligar juntos ou unir”. Para os antigos tudo -cultura, história, economia, diplomacia – estava ligado à religião. A Bíblia nos dá a história, mas é história religiosa. É a história sob perspectiva de Deus.

III. A História da Salvação: O que a Bíblia nos diz

Na História da Salvação e Alianças Conscientes por este breve resumo do contexto em que a Igreja Católica lê e entende a Bíblia, veremos o “conteúdo” da Bíblia. A primeira coisa a considerar é que a Bíblia nos dá a história a partir da perspectiva de Deus. Isso mostra que ao longo do tempo, Deus trabalhou para nos trazer a salvação. Por isso, dizemos que a Bíblia narra “a história da salvação.”
Esta história da salvação é realizada por alianças que Deus fez com seu povo, as quais podemos ver na Bíblia. O Padre da Igreja, Santo Irineu, reconheceu a necessidade de estudar a história da salvação com base nas alianças. “[…] compreendê-la […] consiste em mostrar por que houve uma série de alianças com a humanidade e ensinar quais são as característica destas alianças” (Contra as Heresias, Livro 1, cap. 10, nº 3).
No mundo antigo, alianças  originavam famílias inteiras. Documentos de tratados antigos entre nações usavam a imagem de pai e filho. Os estrangeiros eram “adotados” por uma tribo (clã) através do juramento de uma aliança. Então, quando estudamos a Bíblia, precisamos perceber como o sentido de “aliança” está impregnado na velha idéia de família na antiguidade.
A Bíblia inteira pode ser esboçada em uma série de alianças que formavam famílias. Este é o ponto de toda a história bíblica, como Deus, por meio dessas alianças, revela-Se mais e mais às suas criaturas e as convida a entrar em um relacionamento familiar com Ele. Paulo resumiu:
“Vou morar e viver entre eles; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo … Eu serei um pai para vós, e sereis minhas filhas e filhos, diz o Senhor Deus Todo-Poderoso” (cf. 2 Cor. 6: 16-18). Através da história da salvação narrada na Bíblia, Deus estende sua família através da suas alianças. Começa com apenas duas pessoas, Adão e Eva e continua através de Noé, Abraão, Moisés, David, até que todas as nações entrem na aliança, por Jesus Cristo. O plano desde o início era fazer com que todos os homens e mulheres, seus filhos e filhas, por alianças, que  fossem resumidos na Nova Aliança de Jesus, onde Deus nos envia um “Espírito de adoção. Ele nos permite clamar Abba, Pai! (Cf. Romanos 8:. 15; Gl 4, 5; Ef 1: 5).
Fonte Eletrônica:
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/07/16/curso-de-estudo-biblico-de-genesis-a-jesus/

Estudo Bíblico: De Gênesis a Jesus Final da Lição 1

The garden of Eden with the fall of man, by Jan Brueghel de Elder and Peter Paul Rubens

O Velho e o Novo Testamento

Vamos nos antecipar um pouco: O ponto chave para o que temos dito até agora, no início da Lição 1 (postada aqui), é, em resumo, o seguinte: A Bíblia conta a História da Salvação. A História da Salvação é a história da maravilhosa obra de Deus, desde a criação do mundo, a todos os homens e mulheres e seus filhos, fazendo da família da humanidade, a família de Deus. Ele fez isso através de uma série de alianças com figuras-chave, em pontos-chave da Bíblia. Estas parcerias-chave serviram como um esboço de toda a Bíblia. Se sabemos e entendemos isso, teremos um bom entendimento da “trama” da Bíblia. No final deste curso para iniciantes, eles poderão conhecer e compreender as alianças.
Nós só precisamos de um pouco mais informação antes de abrirmos o Livro Sagrado e lê-lo. Precisamos saber por que a Bíblia é dividida em Antigo e Novo Testamento. Muitos cristãos tendem a ignorar o Antigo Testamento porque se passou antes de Jesus. Mas quando entendem que a História da Salvação começou com a criação do mundo, no Velho Testamento, e progrediu através de uma série de alianças, passam a entender porque o Antigo Testamento é tão importante. A divisão da Bíblia para o Antigo e Novo Testamento é muito mais do que uma demarcação literária ou histórica. Lembre-se que “testamento” é apenas uma palavra sinônimo de “aliança”. Tudo o que acontece no Antigo Testamento prepara o palco e anuncia o que vai acontecer no Novo Testamento. Cristo e sua Cruz, são a dobradiça entre o Antigo e o Novo Testamento. Todas as alianças de Deus no Antigo Testamento encontram a sua realização, o seu sentido pleno, em Jesus, em sua “Nova Aliança”.

IV. Começando pelo começo: uma introdução à Genesis e à História da Criação

Agora estamos prontos para começar a ler a Bíblia. Vamos começar do início com o Gênesis. A melhor maneira de começar é lendo Gênesis, capítulo um agora. Assim estaremos preparados para o que se segue. Muitas vezes as pessoas lêem a história da criação pensando sobre o “conflito” entre religião e ciência. No entanto, a leitura de Gênesis dessa forma implicaria impor a perspectiva da nossa situação histórica ao texto, e perder as pistas literárias que revelam o sentido “religioso” que História tinha para a antiga Israel, e o sentido religioso que Deus queria comunicar agora no século 21.
Gênesis 1, 2 nos diz que no princípio a terra era  “sem forma e vazia”. O intuito aqui é mostrar que Deus fez o mundo, primeiro moldando-o e depois preenchendo-o. Nos três primeiros dias, Deus criou a “forma” ou “âmbitos” da Terra: dia e noite;  céu e mar;  solo e plantas. Nos dias 4-6, Deus “enche” esses reinos  com “orientadores” ou “regentes”: o sol, a lua e as estrelas (que iriam governar o dia e a noite, Gênesis 1, 14-19); aves e peixes que enchem o céu e mares; e homens e animais no chão. Há uma perfeita ordem em tudo isso. Primeiro Deus cria a “estrutura” do mundo, então a preenche com os seres vivos. É como fazer uma casa e nela colocar seus habitantes. E cada um dos dias também estão em concordância com este plano: No primeiro dia, Deus criou o dia e a noite. No quarto dia, cria aqueles que irão “governar” os reinos do dia e noite: o sol, a lua e as estrelas. No segundo dia, faz o céu e o mar. No quinto dia, o céu e o mar são dadas à aqueles que vão para governá-los: peixes e aves. No terceiro, terra e vegetação são criados. No sexto dia, os animais e os primeiros seres humanos e recebem domínio para reger a terra. Após cada dia da criação, Deus vê que sua Obra é “Boa”. Depois de seis dias trabalho Deus vê o seu trabalho e diz que ele é “muito bom”. A palavra “muito” marca o fim do ciclo criação porque Deus termina de criar os reinos e aqueles que irão governá-los.

A Palavra e o sábado

Notemos outra coisa ao ler esses primeiros versículos da Bíblia. Como é que Deus cria? Pronunciando Sua palavra.  Ele diz: “Faça-se …” e as coisas se fazem. Sabemos, através da leitura do Antigo Testamento à luz do Novo, que a Palavra de Deus, pela qual Ele criou o mundo é Jesus (cfr. Jo 1, 1-3; Col 1: 16-17). Algo para se lembrar, não só na leitura da Bíblia, mas também na Missa, é que a palavra Deus é eficaz, ela faz coisas. Sua Palavra faz o que diz. Quando Deus diz: “Faça-se luz”, sua Palavra cria a luz, realmente. A Palavra de Deus realiza o que Ele diz. Esse mesmo poder da Palavra de Deus trabalha nos sacramentos da Igreja.
Quando o sacerdote repete as palavras de Jesus: “Este é o meu Corpo”, o pão torna-se o Corpo de Cristo. Quando o sacerdote diz as palavras de Jesus: “Eu te absolvo” ou “eu te batizo”, essa Palavra cria a realidade da qual se fala. O poder criador da Palavra de Deus é uma das coisas mais importantes a se aprender a partir deste primeiros versículos do Gênesis. É interessante notar que pode haver uma sugestão da doutrina da Santa Trinidade nestes primeiros versos.
Há três atores Divinos: Deus, Sua Palavra e do Espírito (“Pneuma Theos”) que pairam sobre a superfície das águas (Gen 1, 2).  É também digno de se notar que Deus fala de Si mesmo na segunda pessoa do plural: Façamos (nós) o homem à NOSSA imagem e semelhança” (Gn 1, 26-27).  Por que não dizer, “Faço o homem à minha imagem?” Não sabemos como responder à essa pergunta. Os Santos e estudiosos têm refletido sobre isso há séculos. Menciono aqui porque trata-se de uma pista daquilo que Jesus revelou mais tarde: que Deus é três Pessoas divinas em um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19).
No sétimo dia, Deus descansa e abençoa sua criação. É o segundo capítulo do Gênesis (cfr. Gn 2, 2-3). Deus não está cansado. Este descanso cósmico e bênção é o primeiro ciclo de alianças que vamos ver na Bíblia. Deus, pelo fato de estabelecer o sábado, está fazendo uma aliança com a sua criação e especialmente com toda a humanidade, representada pelo homem que Ele criou à sua imagem e semelhança. Isto é o que Jesus parece estar se referindo quando ele diz: “O sábado foi feito para o homem, e não homem para o sábado “(Mc 2, 27-28).
Faz sentido. Deus não criou o mundo sem uma razão, como algo completamente separado Dele. Ele cria o mundo e a família humana por amor. O sábado é o sinal dessa aliança e amor. Então Deus, quando dá o sábado e a Lei ao povo de Israel, diz que o sábado é “uma aliança perpétua” (cf. Ex. 31, 16-17). É por isso que o Catecismo chama a História da Criação de “o primeiro passo para a Aliança, como o primeiro e universal testemunho do amor de Deus Todo-Poderoso” (CCC 288). A palavra hebraica para fazer um juramento é “Sabá”, derivada de “sete” em hebraico. Nessa linguagem, jurar (ou fazer uma aliança) é “levar sete” (cf. o juramento de Abraão, em Gen. 21, 27-32). Então, o que Deus parece fazer com o sétimo dia não é tanto um “descanso”, mas introduzir uma aliança eterna com a criação. E esse padrão de alianças continua por toda a Bíblia. Enquanto se lê a História da Criação de acordo com o conteúdo e à unidade de toda a Bíblia, vemos uma outra característica da História da Criação que chama a atenção. A História da Criação fala da criação como a construção de um templo, um lugar Santo onde Deus habita e se reuni com suas criaturas. Como no templo que mandou fazer em Jerusalém, o “templo” da criação é um lugar sagrado onde Ele habita e onde homens e mulheres irão oferece-Lo adoração e sacrifício.
No livro de Jó, capítulo 38, a criação do mundo é descrita como a construção de um templo. Na verdade, se compararmos o relato da criação com os que apresentam a construção da Tenda do Encontro e do Templo, vemos que ambos os locais sagrados são descritos em termos muito semelhantes aos utilizados para a criação do mundo. Por exemplo, quando Moisés construiu a tenda da revelação, Deus fala 10 vezes ( “e o Senhor disse a Moisés … “). Não é por acaso que Deus falou 10 vezes em Gênesis ( “Faça-se …”),  e há outros paralelos. Deus vê que a sua criação é boa (Gn 1, 31). “Moisés viu todo o trabalho e achou que tinha feito de acordo com o que o Senhor tinha ordenado” (Ex 39,43; Gn 2,1; Ex 39,32; Gen 2, 2 e Ex 40, 33). Deus abençoa e santifica o sábado quando termina e Moisés abençoa a “Morada” (cf. Gn 2, 3; Ex 38:43; 40, 9).
As duas narrativas se concluem falando sobre a santidade do sábado (Gn 2, 2-4; Ex 31, 12-17). O mesmo é visto em 1 Reis 6-8, que descreve a construção do Templo. O Rei Salomão consagra o Templo, no sétimo mês, no sétimo dia de uma festa de sete dias, orando sete petições. Mais uma não tão sutil alusão à História da Criação.
Como o Espírito “pairava” sobre a água, o Espírito de Deus encheu o Templo de Salomão (1 Rs 8, 10), como fez na Morada (cf. Ex. 40:35), No templo, o santuário ou “Santo dos santos”, contido na presença de Deus, fazendo sua quarto, o mais santo dos lugares. Na história da criação em Gênesis, o Jardim do Éden, onde Deus colocou o homem e a mulher, é descrito em termos semelhantes aos utilizados para descrever os recintos internos deTemplo. No Jardim entrava-se a partir do leste, como o santuário do Templo. Os querubins colocados por Deus para guardar a entrada do jardim assemelham-se ao Templo de Salomão (cf. Gen 3,24; Ex. 25, 18-22,26-31; 1 Reis 6, 23-29). Deus “passeia” através do jardim (Gn 3, 8). Como está presente no santuário do Templo (cf. Lv26: 11-12; Dt 14:23; 2 Samuel 7: 6-7). Veremos paralelos na próxima lição sobre a criação e a queda do homem e mulher.
Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/07/23/curso-de-estudo-biblico-de-genesis-a-jesus-final-da-licao-1/

Maria Sempre Virgem?

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A Igreja Católica definiu como um dogma de fé que a Virgem Maria permaneceu virgem durante toda a sua vida (não só no parto, como depois do parto e antes do parto). Eles chamam-nas de “aeipathernos” (“sempre-virgem”).
NA TRADIÇÃO DA IGREJA
Todos os padres da Igreja são favoráveis a virgindade perpétua de Maria. Podemos ler vários artigos sobre isto com uma simples busca no Google. Se tem algum que negou, foi apenas Tertuliano de Cartago. Tertuliano foi um bispo católico que discordava de muitos pensamentos do clero, abandonado-a e abraçando a heresia montanista.
Seus escritos, entretanto, ainda tem certo valor, pois ele era um padre muito antigo. Ele foi o único cristão que interpretou a Bíblia de uma forma diferente, alegando que Maria teve outros filhos. Milhares de padres se revoltaram obviamente contra sua ideia, pare eles absurda. Um século após sua morte, Jerônimo afirma que “De Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja.”
(Jerônimo de Estridão, Contra Helvídio, 19). De resto, só hereges defenderam que ela teve filhos carnais. No século IV, já se considerava heresia antidicomarianita quem defendesse essa ideia, com Epifânio, Jerônimo, Ambrósio e Agostinho sempre na luta pela defesa da virgindade perpétua de Maria.
NA BÍBLIA
VIRGEM ANTES DO PARTO
ISAÍAS 7,14
“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.” (Isaías 7,14)
O termo grego utilizado foi o termo “almah”. Um judeu diria que isso significa uma “jovem mulher”, e não uma “virgem”. Entretanto, o almah era usado na cultura judaica para descrever mulheres muito jovens que ainda não haviam se casado. O termo para indicar uma “mulher jovem” em geral, que não fosse  uma jovem mulher solteira não é nem almah, mas naarah. Almah só é usado sete vezes na Bíblia, todas indicando virgens (Gn 24,43; Ex 2,8; Sl 68,25; Pr 30,19; Ct 1,3; Ct 6,8). Isaías indica que “almah” representava uma Virgem, pois isso era sub-entendido. Por isso, os judeus do século III a.C. confirmaram o que foi dito anteriormente, traduzindo o termo para “pathernos”, que significa “virgem”.
MATEUS E LUCAS
Além de Isaías, os primeiros capítulos de Mateus e Lucas deixam claro que Maria não conhece varão e não teve Jesus a partir de uma relação sexual.
VIRGEM NO PARTO
ISAÍAS 7,14
“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.” (Isaías 7:14)
Se Maria não desse a luz como uma virgem, uma virgem não haveria dado a luz. Por isso, Maria continuou virgem dando a luz a Cristo fisicamente. Pode parecer estranho, mas Jesus entrou na casa com portas fechadas (João 20,19), não conseguiria ele sair do útero de sua mãe sem destruir sua integridade virginal?
CÂNTICO DOS CÂNTICOS 4,12
“És um jardim fechado, minha irmã, minha esposa, uma nascente fechada, uma fonte selada.” (Cânticos 4:12).
Logo esta profecia, chamada pelos teólogos de Hortus Conclusus é uma prova da virgindade de Maria in partum, ainda no Antigo Testamento. Muitos padres da Igreja interpretaram esta passagem mariologicamente, destaca-se Jerônimo de Estridão[1].
VIRGEM DEPOIS DO PARTO
EZEQUIEL 44,2
“Ele reconduziu-me ao pórtico exterior do santuário, que fica fronteiro ao oriente, o qual se achava fechado. O Senhor disse-me: Este pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor, Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado. O príncipe, entretanto, enquanto tal, poderá aí assentar-se para tomar sua refeição diante do Senhor. Ele entrará pelo vestíbulo do pórtico e sairá pelo mesmo caminho.” (Ezequiel 44:1-3)
Esse pórtico é o útero de Maria, onde o Espírito Santo passou, e onde só o príncipe da paz (cf. Is 9,6) poderá passar. Tomás de Aquino, citando Agostinho, explica:
“Está escrito (Ezequiel 44,2): “Esta porta ficará fechada, não se abrirá, e ninguém passará por ela; porque o Senhor o Deus de Israel entrou por ela”. Expondo estas palavras, diz Agostinho em um sermão (De Annunt Dom III..): “O que significa este portão fechado na casa do Senhor, exceto de que Maria deve estar sempre inviolável? O que significa que “nenhum homem deve passar através dele”; se não que José não deve conhecê-la? E o que é isso – “porque o Senhor, Deus de Israel, por aí passou”– exceto que o Espírito Santo iria engravidá-la, e que o Senhor dos anjos nascerá dela? E o que significa isso- “ele permanecerá fechado“- se não que Maria é uma virgem antes de seu nascimento, virgem no seu nascimento, e uma virgem depois de seu nascimento?” (São Tomás de Aquino, Summa Theologica, III, 28,3).
LUCAS 1,34
“Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem?” (Lucas 1:34)
Maria, a mãe de Jesus, afirmou ao anjo Gabriel que “não conhecia varão” (cf. Lc 1,34). Em grego, o termo “conhecer”, indica ter relações sexuais; e o termo “varão”, do grego ἄνδρα, indica qualquer homem, incluindo um noivo ou marido [2]. Isso pode realmente, confirmar seu “voto” de virgindade à Deus como diziam as comunidades cristãs desde pelo menos, o século II.
JOÃO 19,27
“E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (João 19:27)
Jesus, na cruz, entrega Maria aos cuidados de João, filho de Salomé. Se Maria tivesse outro filho, seria impossível isto ocorrer, pois ela teria que ir para o que era seu e não para o que era alheio, mas, uma vez que ela não teve outros filhos, Jesus foi obrigado a dá-la aos cuidados de outra pessoa.
OBJEÇÕES
Irmãos de Jesus
Mateus 1,25
Termo Primogênito
Ossuário de Tiago
NOTAS
[1] Jerônimo utiliza Cânticos 4,12 em Adversus Jovinianum 1:31; PL 23, 253 e também em sua Carta 48,21.
[2] O termo utilizado “ἄνδρα” é o mesmo termo usado nas traduções gregas de Mateus para indicar o “marido” (Mt 1,16) de Maria.
Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/07/12/maria-sempre-virgem/

A doutrina de dois pesos e duas medidas Ciro Zibordi

O auto proclamado pastor Ciro Zibordi é mais um dos vários pregadores evangélicos que desenvolvem esforços com o objetivo de atacar a Igreja Católica e sua doutrina.
Em um de seus textos, onde pretendia doutrinar uma católica que lhe havia escrito, Ciro Zibordi produziu uma confusão de idéias de tal grandeza que ficou claro que sua doutrina anda de lá para cá e de cá para lá conforme sua conveniência.
O pastor Ciro Zibordi escreveu:
“Não me venha com essa teoria extrabíblica e antibíblica de que os irmãos de Jesus eram primos, pois a própria Bíblia diz claramente que o Ele foi o primogênito de Maria, isto é, o seu primeiro filho (Lc 2.7).
Disponível em 09/10/2015 –
Nossos comentários:
O pastor Ciro foi enfático. Segundo ele, o texto é claro ao afirmar que os irmãos de Jesus são de fato irmãos. 
E ele ainda acrescenta que sendo Jesus o primogênito de Maria, lhe parece óbvio que Maria teria tido outros filhos.
O pastor Ciro Zibordi é literal. Leva tudo ao pé da letra.
Mas será mesmo que Ciro Zibordi leva tudo ao pé da letra ? Claro que não. Ciro Zibordi é literal apenas quando lhe interessa. Sua doutrina de dois pesos e duas medidas é demonstrada no mesmo texto.
Ciro, tão literal quanto aos “irmãos” de Jesus, repentinamente deixa de ser literal quando se confrontado pela católica a partir do seguinte texto:
“Pedro, tu és pedra…”
Ciro Zibordi responde do modo mais evangélico possível, ou seja, com outra pergunta: “Onde está escrito na Bíblia que Pedro foi o primeiro papa…?”
Ciro deseja enxergar a palavra “papa” na Bíblia.
Mas não exige para si próprio um texto que afirme que Maria e José tiveram outros filhos.
No texto sobre os “irmãos” de Jesus, Ciro deduz que os tais irmãos eram filhos carnais de Maria e José.
Por outro lado, no texto e que Jesus diz que Pedro é a pedra, Ciro, até então o “dedutor” evangélico, repentinamente não deduz mais nada.
Vejamos o texto bíblico que não parece claro para Ciro: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16,18
Para justificar sua rebeldia contra a Bíblia, Ciro Zibordi ainda elenca os “defeitos” de Pedro, que na sua visão lhe desqualificariam para o cargo de líder e chefe da Igreja:
Ciro Zibordi: “Primeiro, Cefas era repreensível (Gl 2.11) — é claro que Bento XVI também o é. Segundo, ele era casado (Mt 8.14,15). Terceiro, pobre (At 3.6). Quarto, nunca recebeu adoração ou veneração (At 10.25,26).
Outrossim, quando foi mesmo que Pedro esteve em Roma?”
Nossos comentários:
Ciro Zibordi questiona os critérios de Jesus. Segundo ele, Pedro não é perfeito e, portanto, não poderia ocupar o cargo. Ciro Zibordi pretende ensinar a Jesus como se deve escolher o chefe da Igreja.
E assim quase se cumpre: “O meu juízo e o juízo de DEUS são a mesma coisa. Quem não crê como eu está destinado ao inferno.” (Martinho Lutero)
A profecia de Lutero não se cumpriu, porque enquanto Lutero julgava que seu juízo e o juízo de DEUS eram a mesma coisa, Ciro Zibordi considera que seu juízo está acima do juízo de Jesus, senão vejamos:
Ciro Zibordi diz que Pedro era repreensível. E citou Gl 2, 11.
Ciro Zibordi só leu a parte de Galátas que lhe interessou. Esqueceu-se do seguinte texto: “Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios.” Gálatas 2, 8
Dizer que Pedro era repreensível não é novidade. A Igreja Católica ensina há 2.000 anos que Pedro era pecador.
O papa é pecador. Por isto mesmo o papa se confessa a outro sacerdote.
O próprio Jesus advertiu a Pedro: “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” Mateus 16,23
Mas Ciro Zibordi “esqueceu” que o mesmo Jesus também disse a Pedro: “E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. Mateus 16,19
Certamente Ciro não gostou quando Jesus entregou a Pedro e somente a Pedro as chaves do reino dos céus.
E também não gostou de outro texto, onde Jesus outorgou a Pedro autoridade sobre o rebanho:
“Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.” João 21,17
Ciro não aceita os critério de escolha de Jesus. Para Ciro é preciso ser perfeito para ser papa ou líder. Só não precisa ser perfeito para ser pastor evangélico.
Ciro Zibordi põe em dúvida a escolha de Jesus: “…Cefas era repreensível.”
Deixemos o próprio Senhor Jesus Cristo responder ao inconformado Ciro Zibordi:
Jesus já conhecia o caráter impulsivo e eventualmente vacilante de Pedro: “…Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.” Lucas 22,34
Mas Jesus também conhecia o poder de liderança do apóstolo: “Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.” Lucas 22,32
Mesmo que Pedro não fosse um líder nato, Ciro Zibordi como bom evangélico deveria conhecer a máxima que é repetida aos quatro ventos pelos seus pares: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.”
Ora, a frase em questão também não está na Bíblia. Nem por isto podemos negar que DEUS pode operar todas as coisas, inclusive capacitar aqueles a quem ele escolheu.
Tampouco podemos ignorar que Jesus Cristo cura, salva e liberta, muito embora na Bíblia esta frase não nos seja apresentada textualmente.
Sabemos destas coisas por conta dos contextos.
Da mesma forma, sabemos pelo contexto e pelas determinações de Jesus que Pedro era o chefe dos apóstolos. Ele recebeu missões e prerrogativas diferenciadas.
O que Ciro não gostou foi o fato de que Jesus reconhece Pedro como pecador e lhe concede ainda assim o dom da Infalibilidade. Pedro não é “impecável”, mas infalível quando ensina. Ciro não gostou porque considera Pedro repreensível.
Contudo São Paulo, o mais letrado dos apóstolos, se fez o menor entre todos. “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.” 1 Coríntios 15:9
São Paulo não fundou igrejas evangélicas e nem se autoproclamou pastor.
E muito diferente de Ciro Zibordi, São Paulo obedeceu Jesus Cristo, acatando a liderança de Pedro:
“…Assim, Paulo e Barnabé foram designados, juntamente com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e com os presbíteros.” Atos 15:2
E ainda: “Depois de muita discussão, Pedro levantou-se e dirigiu-se a eles: “Irmãos, vocês sabem que há muito tempo Deus me escolheu dentre vocês para que os gentios ouvissem de meus lábios a mensagem do evangelho e cressem.” Atos 15,7
Ciro Zibordi só lê o que quer. O que ele não gosta no evangelho ele descarta.
Então se cumpre: “Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo.” (Santo Agostinho)
Ciro Zibordi também diz que Pedro era casado.
Mas o antes “literal” Zibordi nesta questão em particular subitamente não faz questão de texto algum para provar de forma cabal que Pedro era casado.
Pedro talvez fosse viúvo.
Pedro tinha sogra. Isto indica que Pedro algum dia teve esposa.
Mas pelas Escrituras não fica claro se, naquela altura, Pedro tinha esposa ou não.
A certeza de Ciro Zibordi de que Pedro estava casado quando seguiu Jesus não é a certeza da Igreja primitiva.
Clemente de Alexandria dizia que a esposa de Pedro morreu martirizada. Por outro lado, contemporâneos seus diziam que Pedro era viúvo.
Sobretudo, Ciro Zibordi fingiu desconhecer a instrução de São Paulo :
“Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.” 1 Coríntios 7:7-9
São Paulo não condena nenhuma das formas. Casados ou celibatários podem e devem servir ao Senhor Jesus.
E nem a Igreja Católica condena ambas as formas. O celibato não é dogma de fé, mas é matéria regimental. A Igreja poderá revogá-lo quando quiser.
É fato que Pedro, ao se tornar apóstolo, deixou tudo o mais para seguir ao Senhor:
Ciro Zibordi também fingiu não saber: “ E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.” (Mateus 19:29).
E apesar do gesto de amor de Pedro, tudo que Ciro Zibordi quer saber é onde está escrito na Bíblia que Pedro foi o primeiro papa?
Ora, também não existe a palavra “Trindade” na Bíblia, mas Ciro Zibordi acata a doutrina da Trindade, ensinada ao mundo pela Igreja Católica, de que há um DEUS uno e trino. Um só DEUS em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Ciro quer a palavra “Papa” na Bíblia, mas não faz questão da palavra “Trindade” que ele próprio usa com desenvoltura. Disponível em 09/10/2015 –http://cirozibordi.blogspot.com.br/2009/07/por-que-trindade-e-uma-doutrina-biblica_15.html
A questão é clara. Ele quer “papa” na Bíblia porque pretende atacar o catolicismo.
Ele não faz questão da palavra “Trindade” na Bíblia porque pretende advogar tal doutrina.
Da mesma forma, Ciro Zibordi não faz questão da palavra protestantismo, Lutero ou Igreja Evangélica.
E usando o mesmo critério dúbio, Ciro Zibordi seguramente quer textos claros para o Purgatório, Assunção de Maria e Batismo infantil.
Mas rejeita os textos claros que falam da Bem-Aventurança de Maria (Lucas 1, 48), a recitação do Pai Nosso (Mateus 6, 9-13), a confissão dos pecados ao sacerdote (João 20, 23) e a Eucaristia (João 6, 51-58).
E por certo o Sr.Ciro Zibordi, agora não tão literal como antes, também rejeita os textos que condenam sua maneira peculiar de ser cristão, se não vejamos:
Ciro despreza a Igreja: Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.” 1 Timóteo 3:15
Ciiro “interpreta” a margem da igreja que é, no singular, única coluna e sustentáculo da verdade: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 2 Pedro 1:20
Ciro diz que a Bíblia é suficiente, quando a própria Bíblia diz que as escrituras são úteis: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” 2 Timóteo 3:16
Ciro julga que para ter vida eterna é preciso entender de Bíblia, sendo que Jesus já no passado condenou os Doutores que “conheciam” as escrituras e não foram capazes de perceberem a chegada do Messias: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e elas mesmas são as que dão testemunho de mim.” João 5:39
Ciro quer falar sobre catolicismo sem antes aprender. Esqueceu que toda instrução vem pelo ouvir e não pela leitura particular: “Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo”. Romanos 10, 17
Finalmente, Ciro Zibordi é alguém que certamente condena a Tradição. Outro texto onde o “Literal” Ciro deixa de ser Literalmente literal: 2 Ts 2,15 – “Assim, pois, irmãos, ficai inabaláveis e guardai firmemente as tradições que vos ensinamos, de viva voz ou por carta”.
E se o Sr.Ciro Zibordi ainda quer saber na Bíblia onde está escrito que Pedro foi Papa, nós também podemos perguntar ao Sr.Ciro Zibordi: “Onde está na Bíblia que Pedro não foi o papa ?
E também perguntamos ao Sr.Ciro Zibordi:
Onde está na Bíblia que teve segunda guerra mundial ?
Onda está na Bíblia que não se deve fumar ?
Onde está na Bíblia que Martinho Lutero poderia reformar a Igreja ?
Onde está na Bíblia que o Senhor Ciro Zibordi pode se proclamar pastor ?
Onde está na Bíblia que alguém pode abrir Igreja Evangélica ?
Diga-nos ainda Pastor Ciro Zibordi:
Qual é a doutrina da tua igreja para a contracepção ?
Qual é a doutrina da tua igreja para o meio ambiente ?
Qual é a doutrina da tua igreja para fertilização em laboratório ?
Qual é a doutrina da tua igreja para o Marxismo ?
Ou será que Ciro Zibordi ensina que Jesus não tem opinião para estes temas ?
E nos dê a mesma oportunidade que você tem para fazer críticas, expondo:
Os dogmas da tua igreja;
Os concílios da tua igreja;
Os credos da tua igreja;
As encíclicas e bulas da tua igreja.
Ou será que Ciro Zibordi acha mesmo que tudo pode ser encontrado na Bíblia.
Seguramente que não.
O próprio Ciro Zibordi escreveu livros.
Quer dizer que os livros de Zibordi servem para consulta e a tradição católica e os documentos da igreja não servem ?
Ciro Zibordi ainda pergunta quando foi que Pedro esteve em Roma ?
Ora, Ciro Zibordi, que crê na “missão” de Martinho Lutero para reformar a Igreja (vide o seu texto na internet – http://cirozibordi.blogspot.com.br/2010/10/qual-e-relacao-entre-o-dia-da-reforma-o.html) , ao mesmo tempo que não faz questão de que o protestantismo e a reforma tenham previsões bíblicas, agora quer provas de que Pedro esteve em Roma.
Quer um vídeo, Sr.Ciro Zibordi, de Pedro na Praça Navona ou na Praça de Espanha?
O Sr.Zibordi disse: “Não me venha com essa teoria extrabíblica e antibíblica de que os irmãos de Jesus eram primos, pois a própria Bíblia diz claramente…”
E usando suas próprias palavras nós podemos dizer:
Ora, Sr.Ciro, não nos venha com essa teoria extrabíblica e antibíblica de que o pastor teve uma visão para fundar uma igreja evangélica, pois a própria Bíblia condena claramente a divisão do corpo de Cristo. Romanos 16:17, João 17:21, Efésios 4:4-6, 1 João 2:19, 2 Pedro 2:1,2
Se Ciro Zibordi aceita o testemunho do homicida Lutero e se Ciro Zibordi aceita o testemunho de qualquer pastor sobre a fundação de denominação evangélica, haverá de aceitar os testemunhos dos cristãos primitivos:
Orígenes (185-254) “…Pedro finalmente veio à Roma, e foi crucificado com a cabeça para baixo.”
Irineu bispo de Lyon, na Gália (por volta de 202) afirma na sua obra, Contra as Heresias, III,1: “Pedro e Paulo estavam pregando em Roma, e lá que estabeleceram as bases da igreja.”
Ainda Irineu em Contra as Heresias, III, 2 “…a tradição derivada dos apóstolos, da igreja muito grande, muito antiga e universalmente conhecida, fundada e estabelecida em Roma pelos dois gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo.”
Tertuliano, por volta do ano 218, “aqueles a quem Pedro batizou no Tibre”
(Sobre Batismo, 4). Em seu trabalho Prescrição contra os hereges, ele diz que a igreja de Roma “afirma que Clemente foi ordenado por Pedro.”
Clemente de Alexandria (+ 220), menciona a visita de Pedro à Roma para lidar com Simão, o Mago.
Arnóbio de Sica (307 d.C) no século IV, diz: “Na própria Roma … eles se apressaram em abandonar os costumes de seus ancestrais, para juntar-se à verdade cristã, porque eles tinham visto o orgulho de Simão, o Mago , e sua impetuosa carruagem despedaçados pela boca de Pedro” (Adv. Gentes, II. 12).
O Eusébio (+ 324) observa que Pedro “parece ter pregado através de Pontus, Galácia, Bitínia, Capadócia e Ásia, e finalmente chegando à Roma, foi crucificado de cabeça para baixo, a seu pedido.” Em outros lugares em seus escritos, Eusébio afirma que “Paulo foi sido decapitado em Roma e Pedro ter sido crucificado ….”
Caso o Senhor Ciro Zibordi tenha interesse na verdade, o que não parece ser o caso, sugerimos para consulta o seguinte texto:
Independentemente da consulta que Ciro Zibordi poderá fazer aos textos que sugerimos, poderá também, usando o mesmo critério que usa contra seus oponentes, perguntar a si próprio:
“ONDE ESTÁ NA BÍBLIA QUE PEDRO NÃO ESTEVE EM ROMA ? “
OU,
“ONDE ESTÁ NA BÍBLIA QUE JESUS CONDICIONOU O CARGO DE PAPA À VISITA E ESTADIA EM ROMA ?”
Ciro Zibordi é ainda um “juiz” implacável, ao proferir a “sentença” à senhora que lhe escreveu: “A senhora está ciente de que desobedientes são aqueles que não seguem a Palavra de Deus? O que ela diz acerca do Senhor Jesus tem algum valor para a senhora?”
Caro Sr.Ciro Zibordi, a Bíblia ensina que Jesus deu a Pedro as chaves do céu.
Jesus deu a Pedro poderes para ligar e desligar na terra.
Jesus ainda deu a Pedro duas missões especiais. Apascentar o rebanho e confirmar a todos na fé.
E nós perguntamos ao Sr.Ciro usando suas próprias palavras:
O que o Senhor Jesus decidiu acerca de Pedro tem algum valor para o Senhor ?
O senhor está ciente de que desobedientes são aqueles que não seguem a Palavra de Deus ?
Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Romanos 14:22
Mas não são apenas os textos da Bíblia que Ciro Zibordi gosta de fatiar e escolher dali apenas a doutrina que lhe interessa.
Em outro texto seu, onde exalta a Reforma Protestante e Martinho Lutero, o autonomeado pastor cita de forma imprecisa:
“…começou a questionar de modo mais contundente a Igreja Católica e a atacar a autoridade do papa, ao afixar na porta da Catedral de Wittenberg (pronuncia-se vitemberk) um pergaminho que continha 95 declarações.”
Disponível em 09/10/2015 -http://cirozibordi.blogspot.com.br/2010/10/qual-e-relacao-entre-o-dia-da-reforma-o.html
Ciro Zibordi ignorou que entre as 95 teses de Lutero que ele citou, encontravam-se:
Tese 77 de Martinho Lutero: “A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.”
Tese 78 de Martinho Lutero: “Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I.Coríntios XII.”
Ao contrário de Ciro Zibordi, o pai do protestantismo não só reconhecia Pedro como São Pedro, bem como associava o apóstolo ao cargo máximo da Igreja Católica.
Sobre a confissão dos pecados ao Sacerdote, aqui também Ciro Zibordi parece não conhecer uma das teses de Lutero:
Tese 7 de Martinho Lutero: “ Deus não perdoa o pecado a ninguém sem fazê-lo sujeitar-se humildemente ao sacerdote, que é seu representante.”
Lutero reconhece ainda a atuação do Espírito Santo sobre o Papa. Algo que, naturalmente, Ciro Zibordi condena:
Tese 9 de Martinho Lutero: “9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.”
Ciro Zibordi induz seus leitores ao erro quando sugere que as teses de Martinho Lutero praticamente só falavam contra as indulgências: “ … eram quase todas relacionadas com a venda de indulgências.”
E omite que algumas das teses falam a favor das indulgências:
Tese 71 de Martinho Lutero: Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
Ciro Zibordi, que acha que o papa, para fazer jus a São Pedro deveria ser pobre e diferente de Martinho Lutero, não reparou que o reformador enxergou no pontífice tais predicados:
Tese 51: Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
Como se vê, até mesmo das teses de Lutero o pastor Ciro Zibordi parace escolher apenas o que lhe agrada.
Ciro Zibordi filosofando e, como não poderia deixar de ser, incoerente pedindo a intercessão do santos, ainda diz:
“… que conexão existe entre o Dia da Reforma, o Dia das Bruxas e o Dia das Eleições? De que modo eles se relacionam? Neste dia, existe um grande risco de os bruxos vencerem as eleições. Quem lê entenda. E, por isso, a oração de todos os santos que prezam a Reforma Prostestante é: “Senhor, não permita que os bruxos sejam eleitos”.
E usando mais uma vez suas próprias palavras, nós perguntamos:
Que conexão existe entre Lutero, Zibordi e a Bíblia ?
E aos Santos Católicos, infalivelmente canonizados, pedimos: “Senhor, traga a todos e não apenas os bruxos ao porto da verdade católica.”
Quem além de Ciro Zibordi e dos bruxos ainda duvida que Pedro tenha sido papa ?
Limitamos o debate às questões de fé e doutrina. Repudiamos ataques pessoais ou à honra e à dignidade de qualquer pessoa. Não admitimos cerceamento ou preconceito religioso de qualquer espécie.
Autor: Anderson Dantas – Livre divulgação mencionando-se o autor
Horário: julho 21, 2016 às 8:13 am
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