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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Tradição tem a mesma autoridade que as Sagradas Escrituras

Sagrada Escritura é a palavra de Deus escrita sob a inspiração(2) do Espírito Santo.
Toda Escritura, sendo inspirada por Deus, é própria para ensinar, repreender, para corrigir, para instruir nos deveres da justiça.”  (II Tm 3, 16)
Ordinariamente, a Sagrada Escritura é conhecida como Bíblia, ou seja, o Livro por excelência. Sendo dividida em duas partes principais, o Antigo Testamento e o Novo Testamento, ela também pode ser chamada de Testamento(3), pois ela é a aliança de Deus com os homens, aliança que só foi validada pela morte do Testador (Hb 9, 15-17). O Antigo Testamento é composto de 45 livros, enquanto que o Novo Testamento é composto por 27 livros, formando um total de 72 livros.
O ANTIGO E O NOVO TESTAMENTO
Moisés Michelangelo (1475-1564)
Antigo Testamento é a aliança que Deus fez com os Israelitas, e que durou até Jesus Cristo. Os livros do Antigo Testamento podem se dividir em três classes: os livros históricos, os livros morais ou sapienciais, e os livros proféticos.  Os livros históricos são: os cinco livros de Moisés ou Pentateuco(4), à saber: a Gênese(5), o Êxodo(6), o Levítico(7), os Números(8) e o Deuteronômio(9); o livro de Josué; o livro dos Juízes; o livro de Rute; os quatro livros dos Reis; os dois livros dos Paralipômenos(10); os dois livros de Esdras; os livros de Tobias, de Judite, de Ester e de Jó; os dois livros dos Macabeus. Os livros sapienciais são: os Salmos(11), os Provérbios, o Eclesiastes(12), o Cântico dos cânticos, a Sabedoria e o Eclesiástico(13). Os livros proféticos são aqueles dos quatro profetas maiores: Isaías, Jeremias (compreendendo Baruc), Ezequiel e Daniel; e aqueles dos doze profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O Novo Testamento é a aliança que Deus fez pelo intermédio de Jesus Cristo, seu Filho, com todo o gênero humano, e que deve durar até o fim dos séculos. Os livros do Novo Testamento podem se dividir, como os do Antigo, em livros históricos, em livros morais e em livros proféticos. Os livros históricos são: os quatro Evangelhos(14), escritos por São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João; e os Atos dos Apóstolos, escritos por São Lucas. Os livros morais são as Epístolas dos Apóstolos. As 14 epístolas de São Paulo, uma de Tiago, o Menor, duas de São Pedro, três de São João e uma de São Judas. As Epístolas de São Paulo são endereçadas: uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Gálatas, uma aos Efésios, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas para seu discípulo Timóteo, uma para seu discípulo Tito, uma para Filêmon e uma aos Hebreus. Os livros proféticos se resumem ao Apocalipse(15) de São João. Tais livros são ditos inspirados por serem reconhecidos pela Igreja, que é dotada de autoridade infalível:
Se alguém não admitir como santos e canônicos todos os livros da Santa Escritura, com todas suas partes, tais como foram enumeradas pelo sacrossanto Concílio de Trento, ou lhe negar a inspiração divina, que ele seja anátema(16).”
E, por isso mesmo, pertencem ao Cânon, ou catálogo dos Livros sagrados. Tal inspiração se deu pelo Espírito Santo que, por uma operação sobrenatural, excitou nos autores a vontade de escrever, e iluminou suas inteligências de tal maneira que eles só escreveram aquilo que Deus quis e como Ele o quis; assim, Deus é a causa principal e imediata das Sagradas Escrituras, e o autor sagrado (escritor) é somente a causa instrumental ativa. A inspiração difere da revelação, pois nem tudo que foi inspirado nos Livros sagrados é uma revelação; entre as coisas que foram escritas, há aquelas que os escritores sagrados já conheciam. Nem tudo que foi revelado foi inspirado; há na tradição, verdades reveladas que não estão contidas nas Sagradas Escrituras. Quanto a autoridade dos livros santos, pode-se prová-la pela razão de uma forma até mais abundante do que com qualquer outro livro histórico. Ela demonstra, com efeito:
  1. Que os livros santos são autênticos, ou seja, que eles são do autor ou da época aos quais os reportamos;
  2. Que eles são íntegros, ou seja, que eles nos vieram sem nenhuma alteração essencial;
  3. Que eles são verídicos, ou seja, que seus autores não foram, nem enganados, nem enganadores.
A razão conclui, portanto:
  1. Que não se poder pôr em dúvida a certeza histórica dos livros santos;
  2. Que, uma vez que esses livros atestam, pela narração de numerosos milagres e profecias, o fato da revelação divina, esse fato se impõe à nossa crença.
Afim que a homenagem de nossa fé estivesse em acordo com a razão, quis Deus acrescentar aos socorros interiores do Espírito Santo as provas exteriores de sua revelação, isto é, os fatos divinos, e sobretudo os milagres e as profecias., que, por demonstrarem claramente a onipotência e a ciência infinita de Deus, são sinais evidentes da revelação divina, acomodados que são à inteligência de todos(17)”.
 A TRADIÇÃO
Como nem tudo que foi inspirado nos livros sagrados é uma revelação, e vice-versa, diz-se que as Escrituras não são a única fonte da doutrina cristã. Há, portanto, uma outra fonte, a Tradição. A Tradição é a palavra de Deus não escrita na Bíblia, mas transmitida pelo ensino dos Apóstolos e vinda à nós como de mão em mão.
Guardais as tradições que aprendestes, seja por nossos discursos, seja por nossas cartas.
(II Ts 2, 15)
Entre as verdades que nos foram transmitidas pela Tradição e que não estão contidas no texto sagrado, tem-se, por exemplo, a virtude do sinal da Cruz, a determinação precisa do número dos sacramentos, o batismo das crianças, a validade do batismo entre os hereges, a substituição do domingo pelo sábado, a Assunção da Santíssima Virgem.  Tais ensinos estão contidos nos decretos dos concílios, nos atos da Santa Sé, nos livros litúrgicos(18), nas obras de arte cristã, nos escritos dos Padres e dos Doutores da Igreja. Os Padres são os escritores eclesiásticos que a Igreja reconhece como testemunhas e representantes da doutrina católica, e que viveram durante os doze primeiros séculos, ou seja, desde os apóstolos até São Bernardo, chamado o último dos Padres da Igreja. Para a Igreja grega, os principais Padres são:
  • Santo Atanásio, patriarca de Alexandria (296-373);
  • São Basílio, arcebispo de Cesaréia (329-379);
  • São Gregório, bispo de Nazianze (329-389);
  • São João Crisóstomo, arcebispo de Constantinopla (347-407).
Para a Igreja latina, os principais Padres são:
  • Santo Ambrósio, arcebispo de Milão (340-397);
  • São Jerônimo, sacerdote (346-420);
  • Santo Agostinho, bispo de Hipona (358-430);
  • São Gregório, o Grande (543-604).
Os doutores, homens eminentes em santidade e em doutrina, são:
  • São Leão, o Grande, papa (- 461);
  • São Pedro Crisólogo, arcebispo de Ravena (- 452);
  • Santo Isidoro, arcebispo de Sevilha (570-636);
  • Santo Anselmo, arcebispo de Canterbury (1033-1109);
  • São Tomás de Aquino, religioso dominicano (1225-1274);
  • São Boaventura, religioso franciscano, bispo de Albano (1221-1274);
  • São Pedro Damião, bispo de Óstia (988-1072);
  • São Bernardo, abade de Claraval (1091-1153);
  • Santo Hilário, bispo de Poitiers (- 367);
  • Santo Afonso de Ligório, bispo de Sainte-Agathe-des-Goths (1696-1787);
  • São Francisco de Sales, bispo de Gênova (1567-1622);
  • São Cirilo, patriarca de Jerusalém (315-386);
  • São Cirilo, patriarca de Alexandria (376-444);
  • São João Damasceno (676-754).
Além dos outros Padres.
Desta forma, a Tradição tem a mesma autoridade que as Sagradas Escrituras, pois ela é igualmente a palavra de Deus, e é a Igreja que possui a autoridade infalível de guardar essas verdades reveladas e de interpretá-las.
 Fonte: Le Dogme, de la doctrine Chrétiennep.4-11.
(1) Revelação, do latim revelarere, marcando oposição, afastamento; velare, retirar o véu.
(2) Inspiração, do latim inspirarein, em; spirare, soprar. Esta palavra significa, na linguagem teológica, a ação sobrenatural de Deus sobre um escritor sagrado, tanto para determinar sua vontade à escrever quanto para esclarecer seu entendimento, de maneira que ele só diga o que Deus quer e como Ele o quer. (3) Testamento, do latim testamentum, palavra pelo qual se traduziu o termo hebraico que significa aliança, pacto. (4) Pentateuco, de duas palavras gregas: pente, cinco; teukos, obra. Nome coletivo dos cinco livros de Moisés. (5) Gênese, do grego genesis, nascimento, geração. O primeiro dos livros do Pentateuco, no qual Moisés conta a origem do mundo e a das nações. Ele termina com a morte de José. (6) Êxodo, do grego exodos, saída. Esse livro é assim chamado porque ele começa pela história da saída do Egito. O Êxodo pode se dividir em três partes: a primeira retraça os acontecimentos que precederam a libertação do povo hebreu; a segunda descreve a maneira pelo qual Deus libertou seu povo; a terceira conta a aliança que Deus fez com ele, no monte Sinai.  (7) Levítico, de Levi, chefe da tribo especialmente consagrada ao culto do Senhor. O Levítico trata principalmente das coisas referentes às funções dos levitas e dos sacerdotes, das cerimônias da religião, dos diferentes tipos de sacrifício, das diversas festas e do ano do jubileu.  (8) Números. O quatro livro do Pentateuco é assim nomeado porque seus três primeiros capítulos contém a contagem das famílias do povo hebreu. Ele descreve principalmente a história desse povo no deserto, depois de sua partida do monte Sinai. (9) Deuteronômio, do grego deuteros, segundo; nomos, lei. Esse último livro do Pentateuco é assim chamado porque ele contém uma segunda vez a lei abreviada. Ele recapitula as leis precedentemente promulgadas, e as novas. (10) Paralipômenos, do grego para, próximo/com; leipein, deixar/esquecer: coisas omitidas, deixadas de lado. É o nome dado pelos Setenta Interpretes aos dois livros que seguem os Reis e que o são como um suplemento; eles contém acontecimentos das particularidades que não se encontram em nenhuma outra obra além das Escrituras. (11) Salmo, do grego psalmos, de psallein, dedilhar as cordas de um instrumento, e, por extensão, cantar. Composição rítmica destinada para ser cantada com acompanhamento de instrumentos de música, e, em particular, da harpa.  (12) Eclesiastes, do latim ecclesia, igreja. Em hebraico, o título deste livro significa o mesmo que assembléia, e por extensão, aquele que fala na assembléia. O Eclesiastes apresenta um quadro admirável da vaidade do mundo. (13) Eclesiástico, que é de igreja, que está em uso na assembléia, que a instrui. Ele contém exortações à sabedoria e à virtude. (14) Evangelho, do grego eu, bem; aggellô, anunciar; literalmente boa nova. A doutrina de Jesus Cristo; o livro que a contém. (15) Apocalipse, do grego apo, indicando privação, oposição; kaluptô, cobrir, esconder: esconder enquanto revela. (16) Concílio do Vaticano I, Const. Dei Filius, c. II, cânon 4. (17) Idem, c. III. (18) Liturgia, ordem estabelecida nas orações e nas cerimônias do serviço divino, especialmente da Missa. Os livros litúrgicos são: o Missal; o Pontifical, o Ritual, o Breviário e o Martirólogo. (19) Concílio do Vaticano I, Const. Dei Filius, c. II.
 
Fonte Eletrônica;
 

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