Nosso Senhor disse estas palavras a um simples pescador da Galileia, chamado Simão Bar Jonas, que seria o fundamento da comunidade messiânica que Ele fundaria:
"Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, as portas do inferno não prevalecerão contra Ela. Eu te darei as Chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus."(São Mateus 16,18-19)
Jesus Cristo estabeleceu em sua Igreja, uma sociedade visível com um chefe constituído, que assegura a unidade da fé dos cristãos, com as prerrogativas das Chaves do Reino do Céu. Jesus Cristo confiou aos Santos Apóstolos e especialmente a São Pedro, Príncipe dos Apóstolos, a missão de ensinar a governar esta Igreja. Existe dessa forma uma autoridade governativa instituída pelo próprio Salvador, formada pelo colégio episcopal que sucede os Apóstolos, em união com o poder das chaves, dadas a São Pedro possuídas pelo seu legitimo sucessor na jurisdição da Santa Igreja.
"Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu." (São Mateus 18,17-18)
Diz isso Nosso Senhor aos Apóstolos, com São Pedro no meio deles. Porém, o múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao colégio dos apóstolos, unido a seu chefe. A autoridade antes dada a um só é estendida a todos que estiverem em união com Pedro, não negando assim a posição de primaz e o poder das Chaves que foi dado somente a ele.
Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as chaves da mesma, instituiu-o pastor de todo o rebanho, o confirmando novamente na fé três vezes em resposta as suas três negações.
"Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas." (São João 21,15-17)
Mas quem seria o sucessor de São Pedro depois da morte deste? Quem seria ele hoje?
Existe uma Igreja que garante a unidade?
A Igreja de Roma foi fundada conjuntamente pelos dois gloriosos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Lá São Pedro, como Bispo de Roma, exerceu sua jurisdição universal sobre a Igreja Católica, estabeleceu a Sé da Igreja de Jesus Cristo, neste local no coração do Império mais poderoso da Terra, o cristianismo deveria se tornar conhecido e se espalhar com maior força pelo mundo inteiro. Com a sombra do martírio e de sua paixão (aonde seria crucificado por escolha própria com a cruz invertida de ponta cabeça), se aproximando, São Pedro escolheu Lino, como seu sucessor. Função que desempenhou logo depois da morte de Pedro como diz Eusébio de Cesareia: “Depois do martírio de Pedro e Paulo, o primeiro a obter o episcopado na Igreja de Roma foi Lino. Paulo, ao escrever de Roma a Timóteo, cita-o na saudação final da carta [cf. 2Tm 4,21].” (Historia Eclesiástica III,2 – 317 D.C).
Os Bispos de Roma, sempre foram reconhecidos pela sua especial dignidade, como sucessores da cátedra de São Pedro, estando sempre a frente de todas as questões fundamentais da Igreja.
A Igreja Romana, coroada pela pregação, estabelecimento da Sé, do exercício primado de Pedro e depois com o martírio dos dois grandes Apóstolos Pedro e Paulo, sempre foi reconhecida como Sé Apostólica da Igreja Católica, aquela que seria perseverante e preservaria a fé.
Os Padres da Igreja dizem sobre isso:
Santo Inacio de Antioquia (67-110)"Inácio, também chamado Teóforo, à Igreja que recebeu a misericórdia, por meio da magnificência do Pai Altíssimo e de Jesus Cristo, seu Filho único; à Igreja amada e iluminada pela bondade daquele que quis todas as coisas que existem, segundo fé e amor dela por Jesus Cristo, nosso Deus; à Igreja que preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada feliz, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza, que preside o amor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai" (Epistola aos Romanos)
Santo Irineu de Lyon (130-202)
"Já que seria demasiado longo enumerar os sucessores dos Apóstolos em todas as comunidades, nos ocuparemos somente com uma destas: a maior e a mais antiga, conhecida por todos, fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo. Mostraremos que a tradição apostólica que ela guarda e a fé que ela comunicou aos homens chegaram até nós através da sucessão regular dos bispos, confundindo assim todos aqueles que querem procurar a verdade onde ela não pode ser encontrada. Com esta comunidade, de fato, dada a sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade, isto é, os fiéis do mundo inteiro; nela sempre foi conservada a tradição dos apóstolos" (Contra as Heresias III, 3-2)
São Cipriano de Cartago(200-258)
"A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a Unidade Sacerdotal"(Epístola 55,14)
Papa São Dâmaso I (305-384)
"Igualmente é decretado (...) e anunciado a todos (...): a Santa Igreja romana está colocada à frente de todas as Igrejas nas decisões de conciliar a paz entre outras igrejas espalhadas no mundo inteiro, perfazendo a unidade da Igreja Católica, pois recebeu a primazia da Voz Evangélica de Nosso Deus e Salvador, que diz: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo aquilo que ligares na terra será ligado no céu e tudo aquilo que desligares na terra será desligado no céu' (Mt 16,18-19). Então, reconheça-se a primazia da Igreja romana, isto é, do Apóstolo Pedro, que não tem mancha nem manchará a ninguém" (Decreto 3).São Jerônimo (347-420)
"A nenhum outro quero seguir e estar em comunhão, senão com Cristo e com vossa beatitude (=papa Dâmaso), isto é, com a cátedra de Pedro. Eu sei que sobre esta pedra a Igreja foi construída e quem come o Cordeiro fora desta Casa é profano. Quem não estiver na arca de Noé, isto é, em comunhão com esta cátedra, perecerá quando a inundação prevalecer"Papa São Inocêncio I (?-417)
"Ao buscar as coisas de Deus (...) guardando os exemplos da antiga Tradição (...) haveis fortalecido de modo verdadeiro (...) o vigor da vossa religião, pois verificastes que o assunto devia ser submetido ao nosso juízo, sabendo que é isso que se deve à Sé Apostólica, já que todos os que estamos neste lugar desejamos seguir ao Apóstolo [Pedro] de quem procede o episcopado e toda a autoridade desse nome"
Papa São Bonifácio I de Roma(360-422)
"Por disposição do Senhor, é competência do bem-aventurado Apóstolo Pedro a missão recebida d'Aquele (=Jesus), de ter o cuidado da Igreja Universal. Com efeito, Pedro sabe, por testemunho do Evangelho (Mt. 16,18), que a Igreja foi fundada sobre ele e jamais sua honra pode sentir-se livre de responsabilidades por ser coisa certa que o governo daquela está pendente de suas decisões. Tudo isso justifica que nossa atenção se estenda até esses lugares do Oriente que, em virtude da missão a nós confiada, se acham de certo modo perante nossos olhos" (Epístola a Rufo e bispos da Macedônia).
"Ao sínodo de Corinto: (...) temos enviado escritos de modo que todos os irmãos devem entender que não podem apelar de nosso juízo. Com efeito, nunca foi lícito tratar novamente um assunto que foi alguma vez decidido pela Sé Apostólica" (Epístola 13).
São Máximo, o Confessor (580-662)
"Com efeito, desde a decida até nós do Verbo encarnado, todas as Igrejas cristãs, de toda a parte, consideram e continuam considerando a grande Igreja que está aqui em Roma como única base e fundamento, visto que, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela" (Opus.).E tantos outros testemunhos santos de reconhecimentos e exercício desse primado (de direito divino e não mundano), existem para provar essa realidade.
O Papa, o Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, possui jurisdição sobre a Igreja Universal, e é o perpetuo principio de fundamento dos Bispos e dos fieis, pastor com esta missão dada por Nosso Senhor de cuidar e apascentar os fieis na Sã Doutrina.
Assim no cume da Hierarquia da Santa Igreja está o Papa, com suprema autoridade espiritual.
Logo abaixo, fazendo com o Sumo Pontífice o Colégio Episcopal, do qual o Sumo Pontífice é a cabeça visível estão os outros Bispos, cuja jurisdição territorial cada um exerce na respectiva diocese, procedendo da sua união com o sucessor de São Pedro. Abaixo dos Bispos estão os sacerdotes que, cooperadores dos Bispos, que virtude do sacramento da Ordem, são sagrados para dessa forma pregar o Evangelho, cuidar da vida espiritual dos fiéis e celebrar o culto divino.
Essa base já se encontrava desenhada durante os dois primeiros anos da Igreja quando Cristo escolheu os Doze Apóstolos, e toda essa realidade foi se desenvolvendo, aflorando com a graça e guia do Espirito Santo, que é a Alma que anima a Igreja.
Assim sendo quem se separa da autoridade do Papa e dos Bispos em união com ele, está automaticamente se colocando fora da Santa Igreja, se tornando um cismático no caso de negar a autoridade da Cátedra de São Pedro. Como já diz Santo Ambrósio, Bispo de Milão “Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia, ibi Christus”(Aonde está Pedro, está a Igreja; aonde está a Igreja, está Jesus Cristo!)
Essa é a vontade do Senhor. Viva ao Papa!
Fonte: Dominus Iesus
FONTE ELETRÔNICA;
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