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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O QUE SIGNIFICA BIBLICAMENTE A EXPRESSÃO SER FEITO À IMAGEM DE DEUS?

Gênesis 1,26;27 diz: Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra.” Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele criou.

Primeiro de tudo, faço 3 precisações exegéticas.
1. “Façamos” – Deus fala como se fossem mais pessoas a realizar a criação do ser humano. Há várias explicações; há quem diz que aqui já temos um aceno à Trindade (padres da Igreja) e outros que falam de um plano deliberado por Deus e pela corte celeste (A setenta –Salmos 8,6 - e Hebreus 2,7). Alguns também pensam que o plural se usa por causa do nome usado para Deus aqui, isto é, Eloim, que é um nome no plural. Invés, provavelmente trata-se de um recurso da gramática hebraica que usa o plural quando Deus ou outra pessoa fala consigo mesmo (veja Gênesis 11,7).
2. “o homem” – É um nome coletivo e por isso, mais adiante, se usa o plural “eles”. Comprende toda a humanidade.
3. “Semelhança” – Parece um termo inserido para diminuir a importância de “imagem”, que significa ser símile fisicamente, como no caso de Adão e do seu filho (Gênesis 5,3). Portanto a presença de “semelhança” exclui o fato de igualdade.

Feitas essas considerações, passamos a estudar as palavras “imagem” e “semelhança”.
O tema da 
imago dei é protagonista no meio teológico. Existe uma disputa na tradição em explicar o que isso significa. De qualquer forma há consenso em crer que essa frase bíblica quer dizer que o mistério do ser humano não pode ser compreendido fora do mistério de Deus.
No início da história da igreja temos o pensamento de Irineu, segundo o qual existe uma distinção entre imagem e semelhança. Ele diz que a ‘imagem’ significa uma participação ontológica (methexis), enquanto que ‘semelhança’ (mimesis) significa uma transformação moral. Tertuliano diz que Deus criou o ser humano e soprou o espírito vital como sua ‘semelhança’: a imagem não poderá nunca ser destruída, mas a ‘semelhança’ pode ser perdida, graças ao pecado. Agostinho não faz essa distinção e diz, invés, que a ‘imagem de Deus’ conduz o homem para Deus na invocação, no conhecimento e no amor. Tomás de Aquino sublinha que a ‘imago dei’ significa o fundamento da participação à vida divina do homem, que percebe esse dom através da contenplação, do intelecto. Tomás é contestado por Boaventura, que pensa que o homem alcança a ‘imago dei’ através da vontade, da ação religiosa. Entre os católicos e protestantes houve qualquer tensão sobre esse argumento. Os católicos foram acusados de considerar a ‘imago dei’ somente como um dado natural enquanto que os protestantes insistiam no fato que a imagem de Deus foi corrompida pelo pecado.

Esses pensamentos que aparecem repassando a história da teologia refletem as soluções dadas para os dois termos bíblicos, 
Zelem (imagem) e damut (semelhança).
O termo usado para imagem (zelem) aparece 17 vezes na Bíblia e 12 vezes se refere à uma imagem física, de pessoas, de ídolos, de deuses e outras 5 vezes no Gênesis: Gen 1,26. 27; 5,3; 9,6. A etimologia hebraica da palavra não ajuda na compreensão do termo. Semelhança, invés tem um significado transparente. O seu significado vem do verbo ‘ser como’, ‘parecer’, muito comum nas visões de Ezequiel.

Podemos dizer que existem 5 posições que tentam definir o conceito de ‘imagem e semelhança’.
1. ‘imagem’ e ‘semelhança’ são duas coisas distintas. A ‘imagem’ é um dado estático, inerente ao ser humano, enquanto que ‘semelhança’ é algo sobrenatural, que tem a ver com a graça.
2. ‘imagem’ se refere a aspectos mentais e espirituais do ser humano, que condivide com o seu criador.
3. ‘imagem’ significa uma semelhança física com o criador. Essa tese se fundamenta sobre o argumento dado pelo vocábulo
zelem.
4. a ‘imagem’ faz com que o homem seja o representante divino na terra.
5. a ‘imagem’ significa a capacidade da pessoa de relacionar-se com Deus.

Essas teorias parecem não satisfazer e conter toda a riqueza teológica desse texto, porém pode ser que cada uma dela contém um pouco de verdade. Eu particularmente penso que condiz muito bem com a Bíblia o aspecto mediador do ser humano, entre Deus e as outras criaturas. Por causa dessa missão a sua vida é sagrada. Além disso, é importante sublinhar que o homem é criado à imagem de Deus no seu ser inteiro. Não é apenas um aspecto da sua vida que é à ‘imagem’ de Deus; o ser humano no seu todo é imagem de Deus. Portanto todo dualismo deve ser descartado.
 FONTE:
http://www.abiblia.org

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