A história da torre de Babel aparece no meio da genealogia dos descendentes de Noé. Isto é importante porque podemos entender qual é a intenção imediata do autor. Ele quer, em poucas palavras, explicar como surgiram os diferentes povos, que falam diferentes línguas. Obviamente é uma explicação a posteriori, criada quando os povos já eram tantos e existiam diversas línguas. Portanto o objetivo do texto não é narrar como surgiram as diferentes línguas e povos, mas encontrar um por quê.
O nome ‘babel’ pode lembrar o verbo hebraico cuja raiz é ‘bll’ e significa ‘confundir’, mesmo se, na língua local, o nome da cidade signifique ‘porta do deus’. O autor usa esse elemento para construir a sua mensagem. E além disso, ele se apóia em aspectos historicamente concretos para construir sua narração. De fato existiu uma cidade chamada Babel, fundada por Nimrod, na Suméria, antiga Babilônia. Segundo a tradição babilonesa, foi fundada pelo deus Marduque. Naquele ambiente, muitas cidades eram caracterizadas por uma grande torre, chamada zigurate, feitas por diferentes patamares, que era símbolo da montanha sagrada e representava a habitação da divindade. Por isso, construir uma torre significava encontrar o próprio deus. Em Nanna, Ur, existe até hoje as ruínas de uma torre como esta. Ainda em babilônia, existem testemunhanças de uma torre construída por Assarhaddon, em 670 antes de Cristo. Essa torre era chamada de “casa que é fundamento do céu e da terra”, cujo topo “chega até o céu”. Essa torre de Babilônia era ligada ao templo de Marduque, chamado Esagila, ou seja, “a casa cujo topo está no céu”.
O texto bíblico toma esses detalhes e transmite uma mensagem. Babel, como Babilônia, torna-se, assim uma imagem emblemática da subérbia do ser humano e da sua inevitável queda. É símbolo da separação e dos conflitos entre os povos, quando se afastam de Deus.
O capítulo 10 do livro do Gênesis apresenta, invés, uma visão diferente da divisão dos povos. Segundo o autor deste capítulo, a separação se deu a partir dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. De acordo com essa visão, de origem sacerdotal, todos os povos tem uma origem comum. O texto Javista, autor do texto sobre a ‘torre de Babel’, que conta como se deu a divisão dos povos, é, invés, mais negativo: os diferentes povos nascem por causa do orgulho humano.
Com a vinda do Reino de Deus, toda divisão será superada. De fato em Atos, com o Pentecostes, temos o milagre das línguas e Apocalipse 7,9-10 anuncia a assembléia das nações, no céu.
FONTE:
http://www.abiblia.org
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