1. Se podemos cultuar o Cristo ressuscitado, vivo, por que tambem cultuar o Cristo morto?
Porque Ele morreu por nós. Nós esperamos ressuscitar com Ele, mas não podemos nos esquecer de que Ele morreu por nós.
Não se pode ressuscitar sem morrer, e isto é evidente.
Mas porque lembrar-se da Cruz?
Porque a Cruz era a forma usada pelos romanos para matar os piores criminosos. Porque a morte de cruz, no judaísmo, equivale a uma terrível maldição.
Jesus é Deus que se fez homem por nós, e por nós morreu uma morte horrível e ignominiosa.
O Sacrifício da Missa é o mesmo Sacrifício feito por Cristo na Cruz.
No Templo dos judeus, eram feitos sacrifícios cruentos, sacrifícios sanguinolentos de animais vivos.
Os sacrifícios tinham simultaneamente função expiatória (limpar-se das impurezas, do pecado) e de louvor.
As mulheres judias, quando nascia um filho , sacrificavam dois cordeiros (ou dois passarinhos para quem não tinha dinheiro, como a Sagrada Família). Um era um sacrifício de ação de graças pelo nascimento da criança. O outro era um sacrifício expiatório, para anular a promessa inconsciente de nunca mais ter outro filho ,feita pela mulher entre as dores do parto.
Nossa Senhora, para não ser motivo de escândalo, fez o segundo sacrifício também.
Jesus é o Cordeiro de Deus. O Cordeiro é o animal sacrificial por excelência, substituto de Isaac no sacrifício de Abraão.
Cristo foi condenado pelos sumos-sacerdotes do Templo, e morreu no monte Calvário, que segundo o Rolo do Templo (vou explicar embaixo, como nota de pé de página, o que é o Rolo do Templo) faz parte do Templo, da área em que um sacrifício seria válido.
O Sacrifício de Cristo na Cruz foi o último sacrifício necessário da Antiga Aliança - poucos anos depois do Sacrifício de Cristo, o Templo foi destruído (na mesma data em que fora destruído o Primeiro Templo e os judeus foram, mais tarde, expulsos de Espanha) e o sacrifício cruento cessou até hoje, ainda que o bezerro vermelho que nasceu em Israel leve a temer uma séria conflagração em breve (no fim da msg vou falar do bezerro vermelho), causada pelo retorno da possibilidade sacrificial judaica. Hoje muçulmanos (ismaelitas) ocupam aquele espaço, e eles não deixam os judeus sequer rezar no Monte do Templo, que dirá sacrificar animais.
O Sacrifício de Cristo na Cruz é até hoje perpetuado realmente e de maneira incruenta (sem mortes, sem derramamento de sangue e fogo) na Missa.
Quando o padre diz o "Per Ipsum" ("Por Cristo, Com Cristo e em Cristo, a vós Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda Honra e toda a Glória, agora e para sempre, amém"), ele está agindo "in persona Christi", na pessoa de Cristo.
Ele *é* Cristo, oferecendo-se em sacrifício na Cruz por todos nós.
É fácil imaginarmos cenas alegres e pastoris com Cristo chamando as criancinhas, e é fácil e agradável tê-las em torno de si.
Mas ao vermos diante de nós a imagem de Nosso Senhor agonizando na Cruz, vemos por que caro preço fomos comprados, e buscamos ser dignos, com o Seu auxílio, de recebê-lo em nossa casa.
Sabemos que nossos pecados Lhe são dolorosos, e sabemos que somos pecadores.
Sabemos que temos que suportar nossas cruzes com amor, e temos que ajudá-lo como o Cirineu o ajudou.
Sabemos que Ele abraçou a Sua Cruz, mas no caminho por três vezes caiu. Assim sabemos que devemos ajudar nossos irmãos que caem, e sabemos que podemos sempre nos levantar mais uma vez.
Sabemos que a Ele devemos nossas alegrias, e a Ele dedicamos nossas tristezas.
A Cruz é o caminho do cristão. A ressurreição é a recompensa final, mas antes dela temos nossas cruzes a carregar. Se refugarmos as nossas cruzes, colocamo-nos entre aqueles que diziam "crucifiquem-no, crucifiquem-no!"...
2. Os bracos abertos, para receber todos aqueles que o buscam... "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, que eu vos aliviarei" (Mateus 11.28), partem do Cristo na cruz ou do Cristo que não está mais lá, pois ressuscitou?
Do Cristo, Eterno Filho do Pai. Jesus falou isso antes de morrer na Cruz, diga-se de passagem, e pouco antes ele lembra da necessidade de penitência (Mt 11,20-24). Além disso, Deus não está sujeito ao tempo.
Jesus na Cruz suporta os nossos pecados. Jesus na Cruz agoniza por nossos orgulhos e por nossas desonestidades.
Cristo ressuscitou e nos mostrou para onde devemos ir. Devemos segui-lo, a Ele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Devemos segui-lo e buscar a Cruz.
3. A cruz demonstra o Cristo vencido ou o Cristo vitorioso? Afinal, não foi para isso que Ele veio?
A Cruz mostra o Cristo vencendo, e mostra como vencer. Pela Cruz.
4. Creio que e' melhor cultuar ao Deus que venceu e propicia a nos, como disse Paulo, sermos mais do que vencedores!
Engraçado...
Parece que para você estamos falando de dois Jesuses diferentes. Um deles seria o Jesus da Cruz, um Jesus perdedor, de quem temos que ter vergonha. O outro Jesus Ressuscitado, motivo de júbilo.
Jesus é um só. Ele só ressuscitou porque havia morrido na Cruz.
O Deus que venceu venceu na Cruz. A aceitação da Cruz é o caminho para a vitória.
Os cristãos sabemos que Jesus na Cruz é Jesus vitorioso.
"Cristo, nosso Deus e Senhor ofereceu-se a sim mesmo a Deus Pai uma vez por todas, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz, a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna. Todavia, como a sua morte não deveria pôr fim ao seu sacerdócio (Hb 7,24.27), na Última ceia, 'na noite em que foi entregue'(1Cor 11,13), quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (como o reclama a natureza humana) em que seria feito presente o sacrifício cruento que ia realizar-se uma vez por todas uma única vez na cruz, sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos (1 Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à redenção dos pecados que cometemos cada dia."
(Concílio de Trento, DS 1740)
"O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: é uma só e a mema vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere': 'Neste divino sacrifício que se realiza na Missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta."
(idem, DS1743, in CIC 1367)
5. Devemos estar cientes, sim, do Seu sofrimento, para nos arrependermos e voltarmos ao Caminho, que é Ele mesmo. Aí, não é mais necessário cultuar a um Deus morto, mas, "há festa no ceu pelo pecador que se arrepende". E, se há festa no ceu, por que não haver festa também na terra?
Que Deus morto, cara pálida? :)
Jesus, o único Jesus, morreu e ressuscitou. Mas a Sua vitória sobre o pecado não consiste em Sua ressureição, mas sim em Seu sacrifício na Cruz. É pelos méritos da Cruz que podemos ter nossos pecados perdoados (Jesus deu aos Apóstolos o poder de perdoar pecados apenas depois de Sua ressureição), é pelos méritos da Cruz que o mundo foi re-criado.
O caminho do cristão nesse mundo é a Cruz; apenas pela Cruz podemos aspirar à ressurreição.
A imagem de Cristo na Cruz é ao mesmo tempo o símbolo da vitória contra o pecado (que foi vencido por Seu sacrifício, como antes era aparentemente redimido pelos sacrifícios do Templo) e uma lembrança de que neste vale de lágrimas o caminho do cristão é o sofrimento.
Ao representarmos apenas um Senhor Ressuscitado, um Senhor Pascal, estaríamos ignorando a mensagem da Cruz. Estaríamos ignorando o valor salvífico do sofrimento, estaríamos ignorando nossa tarefa de corredenção.
6. Não vamos ressuscitar com Cristo, pois Ele já ressuscitou. Vamos ressuscitar, sim, para Ele.
Vamos ressuscitar por Cristo (por Seus méritos e nossa aceitação de Sua graça), com Cristo (já que estaremos finalmente em Sua presença), em Cristo (já que a nossa vida eterna é n'Ele) e, porque não, para Ele.
7. Você diz que o Sacrificio da Missa é o mesmo Sacrificio feito por Cristo na Cruz; para que mais sacrificio? Por que vamos à Igreja, para assistir sacrificios ou para manter comunhão com os irmãos?
Não há "mais" sacrifício, posto que é o mesmíssimo sacrifício. Vamos à Igreja para oferecer sacrifício, como iam os Judeus ao Templo. A diferença é que funciona, como escreveu S. Paulo aos Hebreus...
Deste sacrifício tomamos força para combater os pecados e por intermédio deste sacrifício somos livrados das consequências temporais de nossos pecados. Do mesmo modo, ainda que indiretamente, pelos méritos do mesmo sacrifício temos perdoadas (na absolvição sacerdotal) as consequências eternas de nossos pecados.
Para o sacrifício. Pode haver sacrifício apenas com o padre presente oferecendo-(se-)o.
A comunhão entre os irmãos ocorre indiretamente, por comerem todos da Carne e do Sangue de Nosso Senhor. Comunhão é uma coisa, bate-papo e amizade são outra totalmente diferente.
Como já disse, não há "mais sacrifício", na medida em que se trata do Sacrifício de Cristo perpetuado. Sem o sacrifício eucarístico, não haveria o Corpo e o Sangue do Senhor, que quem não comer não terá a Vida eterna.
Note-se, inclusive, que quando os judeus interpelaram Nosso Senhor sobre estas palavras, ele as repetiu, usando um verbo que significa "mastigar, triturar com os dentes". A Eucaristia não é simbólica. Ali está Nosso Senhor Jesus Cristo, Cordeiro de Deus imolado por nós.
10. Será que não reconhecemos o sacrifício de Cristo? Não se ofereceu Ele por sacrifício definitivo, a Si mesmo, de uma vez por todas?
Parece que realmente você não o reconhece, uma vez que não aceita a sua presença hodierna...
E realmente Ele ofereceu-se. E nós somos chamados, por Ele a comer do Seu Corpo e beber do Seu Sangue.
11. Se Cristo é eterno, e eu creio que é, porque receber o abraco de um Cristo pregado na cruz, se posso receber o abraco do Cristo ressuscitado, Todo Poderoso, vencedor?
Porque se você não aceita o Cristo pregado na Cruz, você não aceita a Cruz. Se você não aceita a Cruz, você não é cristão.
O Cristo na Cruz nos mostra o caminho, e o Cristo Pascal nos mostra a meta, o fim da corrida. Em nosso caminho temos que nos lembrar da Cruz, temos que aceitá-la e abraçá-la. Ao fim do caminho teremos a Páscoa, se a buscarmos sempre.
E, diga-se de passsagem, o abraço do Cristo Ressuscitado teremos apenas se, como dizia São Paulo, "chegarmos ao fim da corrida".
Muitas seitas hoje em dia conseguem prosélitos ao afirmar para eles que podem estar salvos de antemão. Sabemos, entretanto, que a Salvação não pode ser contada como certa até a hora da morte.
Ao mostrarmos apenas o Cristo Pascal, estamos sonegando uma informação importantíssima: antes da Páscoa, vem a Quaresma...
Ao nos apegarmos apenas ao Cristo Pascal, estamos querendo ter a recompensa daqueles que "chegam ao fim da corrida", sem que sequer a tenhamos iniciado.
12. Se Jesus é um só, e é claro que é... por que um grupo estaria rezando diante do Cristo na Cruz e outro rezando diante do Cristo Ressurreto? Por que adorá-lo em duas formas diferentes como se Ele ainda estivesse morto e não "apenas" ressuscitado?
Peraí... Então a sua pergunta é de ordem, digamos, cronológica? Você considera que devemos adorar a Jesus em Sua situação atual, não na Cruz, já que Ele não mais está na Cruz?!
As respostas que eu enviei antes buscavam mostrar a importância do Sacrifício e de sua perpetuação. Para mim a Cruz é o Sacrifício de Cristo, tornado presente na Eucaristia. É o centro de minha fé.
Você acima diz que haveria dois grupos adorando dois tipos de Jesus, e isso seria absurdo. Não sei se compreendi bem o seu questionamento, mas vou tentar responder.
A nossa percepção, videntemente, nunca abrangeria Jesus por completo. Vêmo-lo sempre apenas por uma faceta. Do mesmo modo como os escravos tratavam seus mestre de "Vossa Mercê" (vossa misericórdia - foi dar no "você"atual), apelando assim ao "lado bom" do senhor escravagista, nós pensamos em Jesus e em Nossa Senhora em termos de momentos de suas vidas na terra e no céu. Assim nós temos Nossa Senhora do Bom Parto, que é Nossa Senhora no momento de dar a luz (sem dor), Nossa Senhora das Dores (vendo o Filho na Cruz), Nossa Senhora da Imaculada Conceição (sendo concebida sem a mancha do pecado original)...
Temos também Jesus visto como São Salvador, como o Senhor Morto (na procissão de Sexta-feira Santa), como o Senhor do Bomfim... Vêmo-lo assim por vários lados, nenhum deles completo e todos eles tendo muito a nos ensinar.
Toda a história da passagem de Jesus pelo mundo nos tem a ensinar, mas o momento mais importante dela é a Cruz.
Jesus, quando está físicamente presente entre nós (na Eucaristia), é Jesus na Cruz. Jesus na Cruz é o "lado", a "faceta" de Jesus que nos é dado ver, conhecer, mastigar.
Jesus Ressuscitado, o Jesus Pascal, é a esperança que temos. Esperamos um dia estar junto dele, de Sua Mãe e de todos os Santos.
Mas nosso companheiro de caminhada, Aquele que alimenta (crisma, eucaristia, ordem, matrimônio) e cura nossas feridas (batismo, eucaristia, reconciliação), é Jesus na Cruz.
Segue trecho da homilia feita pelo Santo Padre em 30 de junho de 1980, na Missa que celebrou na catedral de Brasília.
"Símbolo da Fé, a Cruz é também o símbolo do sofrimento que leva à glória, da paixão que conduz à ressurreição. 'Per crucem ad lucem'- pela cruz chegar à luz: este ditado profundamente evangélico nos diz que, vivida em sua verdadeira significação, a cruz do cristão é sempre uma cruz pascal.
Neste sentido, sempre que celebramos, como quisemos fazê-lo hoje, o mistério da cruz, cresce em nós, à luz da fé, a certeza de que o tempo do sacrifício e da renúncia pode bem ser princípio de tempos novos de realização e de plenitude. Isto vale para as pessoas. Vale também para as coletividades. pode valer para todo um povo, para um País. Diante da cruz, duas atitudes revelam-se possíveis, ambas perigosas. A primeira consiste em procurar na cruz o que nela é oprimente e penoso a ponto de deleitar-se na dor e no sofrimento como se ele tivessem valor em si mesmos. A segunda atitude é a de quem, talvez por reação à precedente, recusa a cruz e sucumbe à mística do hedonismo ou da glória, do prazer ou do poder. Um grande autor espiritual, Fulton Sheen, falava, a este propósito, daqueles que aderem a uma cruz sem Cristo, em oposição aos que parecem querer um Cristo sem cruz. Ora, o cristão sabe que o redentor dos homens é um Cristo na Cruz e portanto só é redentora a cruz com Cristo!
Assim sendo, a cruz se torna também símbolo de esperança. De instrumento de castigo ela se faz imagem de vida nova, de um mundo novo.
Desejo dizer-vos que a Cruz é o sinal da esperança para o homem de todos os tempos. Nela Deus revelou ao homem qual é a dignidade que ele traz em si, depois que foi assinalado com a missão de Seu filho.
Por isso, olhai para a Cruz! Nela sois chamados a uma só esperança da vossa vocação (Cf. Ef. 4,4)
Olhai para a Cruz! Ela é o sinal do novo princípio que o homem, sempre e em toda parte, encontra em Deus."
O Rolo do Templo:
No ano 68 depois de Cristo, os monges da seita judaica dos "essênios" (referidos no Evangelho como "aqueles que se dizem Filhos da Luz", título que se davam), temendo pelo futuro de sua comunidade diante da guerra com os romanos, decidiram esconder a sua biblioteca em uma caverna.
Esta caverna ficava em local de difícil acesso, em um wadi (cânion cavado por um rio sazonal) perto do mosteiro, às margens do Mar Morto.
Os romanos acabaram chegando lá e matando todos os monges, em 70 d.C.
A biblioteca deles ficou perdida durante séculos, até que um pastor de cabras, tentando atrair uma cabra perdida para longe do penhasco, atirou um pedregulho nela, errou e ouviu um som oco, quando o pedregulho bateu em uma garrafa de barro dentro da caverna.
As garrafas continham a biblioteca dos essênios.
Quando os nativos descobriram que os pesquisadores pagavam muito pelos documentos, picaram todos em pedacinhos do tamanho de confetes para vender no varejo e ganhar mais.
Mesmo assim, muito pôde ser recuperado, inclusive uma Bíblia Judaica inteira e um pedaço do Evangelho segundo São Mateus (o chamado fragmento 7Q5). O Rolo do Templo era um dos documentos que compunham a bíblia dos essênios. Ele completa uma lacuna interessantíssima. Muitas e minuciosas são as descrições de como deve ser feito o sacrifício do Templo na Bíblia, mas praticamente não se fala de como o Templo deve ser. Pelo contrário, em várias passagens tem-se a impressão de que há alusões a um outro texto, onde seria descrito o Templo.
O Rolo do Templo é exatamente isso: um livro, escrito em hebraico bíblico anterior a Cristo, com instruções minuciosas de como deve ser construído o Templo. Este livro era considerado inspirado e canônico pela seita essênia, que não reconhecia a legitimidade do Templo de Jerusalém por não serem os seus sacerdotes legítimos descendentes de Zadok (apesar de dizerem-se saduceus).
Neste livro vê-se um Templo cuja área seria muito maior que a do Templo original, cobrindo a maior parte da atual Cidade Velha de Jerusalém. Posso assim dizer que eu já morei *dentro* do Templo.
Todo o sacrifício de Cristo, desde sua prisão, flagelação, coroação com espinhos, caminhada do Calvário e crucifixão, tudo isso ocorreu dentro do que deveria ser o Templo segundo este livro.
Isto é interessante porque um argumento frequentemente usado por apologetas judeus contra a validade do sacrifício de Cristo é justamente o fato de ter sido feito fora dos recintos do Segundo Templo.
O bezerro vermelho:
Os maiores problemas para que seja reiniciado o sacrifício cruento no Templo em Jerusalém eram:
1 - A falta de definição de quem é um cohen (sacerdote) legítimo. Acaba de ser descoberta uma maneira de determinar geneticamente se a pessoa é ou não de dinastia sacerdotal (saiu um artigo na revista científica inglesa "Nature").
2 - A necessidade de purificação prévia do sacerdote antes de adentrar o recinto do sacrifício. Esta purificação só poderia ser feita com as cinzas de um bezerro vermelho de três anos de idade, sem mancha nem defeitos e nascido na Terra Santa, o que não ocorria em Israel há quase dois mil anos (Cf. Nm 19).
Desde a independência do Estado de Israel, fazendeiros e rabinos têm procurado, por cruzamentos e cuidados, fazer com que nascesse um bezerro vermelho. Nasceu há dois anos um bezerro vermelho, mas graças ao bom Senhor Deus o bichinho apareceu com três pelos brancos, exatamente o suficiente para invalidá-lo como animal sacrificial e o perigo de um sacerdote judeu ser purificado e ser feita uma ofensiva para reconquistar o Templo (atualmente em mãos dos muçulmanos) foi adiado. Deus é pai, não é padrasto...
Autor: Carlos Ramalhete
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