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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DE IGREJA EM IGREJA

De igreja em igreja ou de movimento em movimento, alguns cristãos são hoje mais peregrinos do que fiéis, mais errantes do que paroquianos, mais romeiros do que diocesanos. Não se fixam. Costumam ir atrás do mais novo astro da fé. Se o proclamado novo astro da fé entende, ele devolve seus ouvintes à comunidade ou à igreja da qual veio. Se se acha a mais nova solução para o mundo, ou o novo de Jesus, ele funda um novo movimento ou uma nova igreja marcada por sua presença, sua imagem, suas palavras e seu pensamento e chama as pessoas para segui-lo. Torna-se mais onipresente do que Deus.
Mais do que “ouçam”, para o novo astro da fé o verbo é “venham”. Mais do que “ajudem os pobres daí”, o verbo é “tragam sua oferta, quando vierem”. Há um novo monumento a ser erguido, novos templos a serem criados, novos microfones e novas emissoras a serem oferecidas ao Senhor Jesus no novo jeito de anunciá-lo. Quem era fiel a outro grupo é gentilmente convidado a ser, agora, fiel ao novo mais novo da fé! Não é proibido ser infiel aos outros. Só não se pode ser infiel a quem o tornou infiel...
Quem não viu este filme? Acontece com frequência vertiginosa. Novas igrejas fundadas há quarenta anos já deram origem a cinco ou seis outras e os fiéis, que não eram assim tão fiéis, porque já tinham deixado sua primeira igreja para irem ouvir o, ontem, mais novo pregador da igreja verdadeira, agora vão ouvir e seguir o mais novo pregador da agora mais nova igreja verdadeira. É a era do convencimento: “vem que aqui tem mais” !
Mais o quê? Na era da oferta e da procura, a nova igreja ou o novo movimento tem mais oferta para o que o fiel mais procura: milagres, consolo, bênçãos, graças, perdão, certeza de salvação! Ligue a televisão e o rádio e preste atenção nos discursos. Lei da oferta e da procura. Você procura e nós temos!...
O novo marketing da fé oferece mais. Se não o fizesse não teria tantos novos seguidores. Jesus disse que quem o seguisse teria que renunciar a si mesmo e tomar sua cruz. Os novos pregadores oferecem o “não sofra mais!” “traga sua cruz e a deixe aqui, porque depois desse culto, você sairá sem ela, sua dor irá embora”.
A ênfase no imediato, no agora-já, no milagre e na cura serve para milhões de pessoas que precisam urgentemente de um alívio. Movimentos e igrejas que o oferecem enchem seus templos. No dizer de um dos pregadores dessa forma de cristianismo “eles são as igrejas do “aqui-agora” e não do “depois”, “sucesso aqui e sucesso depois”, “vitória aqui e vitória depois!”
Poucos resistem a essas ofertas. Se um supermercado oferece algo mais vantajoso é lá que o freguês irá. Se uma igreja oferece fé mais realizadora é lá que o ex-fiel, agora infiel, irá ser o mais novo fiel! Alternância, emotividade e mobilidade parecem ser características da nossa era. Quem tocar o sentimento ganhará o pensamento!
PADRE ZEZINHO

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