O marketing excessivo de uma igreja ou do cristão é uma espada de dois gumes. Com o tempo, ele não saberá se subiu ao telhado (Mt 10,28) para que mais gente ouça o que ele tem a dizer, ou se subiu para que mais gente veja quem está dizendo aquelas coisas.
Há uma oração e um testemunho que, por serem excessivamente teatrais e recheados de drama, perdem a sua força. Apontam mais para o pregador que fala do que para o Deus com quem ele fala. Ouça, veja alguns programas de rádio e televisão de católicos e evangélicos e analise aquelas preces. Não correspondem aos ensinamentos de Jesus nem sobre o testemunho, nem sobre a oração.
Está tudo na Bíblia e Jesus é muito exigente a esse respeito. Não entende quem não quer ou não pensa no que lê. Existe uma oração que é sincera, tem conteúdo e é dita com humildade e simplicidade. Existe outra que é fingida e visa mais a platéia do que o céu. Os trejeitos, as palavras e o conteúdo não deixam dúvidas. É fácil perceber quando alguém está falando para que Deus o ouça, e quando fala para que seu público o aplauda ou depois, faça o que ele quer.
Jesus já percebera isso no seu tempo e predisse que haveria esse desvio através dos tempos. (Mt 24,24-25) Paulo alerta Timóteo (2 Tm, 4, 1-5). Falsos profetas, falsos recados e mensagens e falsas preces. Jogariam para a plateia...Leia e entenderá...
O que Jesus afirma sobre a oração e sobre o testemunho?
Quando orarem, não sejam hipócritas e fingidos como quem quer ser visto orando. Se é aplauso que buscam, já ganharam sua recompensa... (Mt 6,5). Fujam do espetáculo e do exibicionismo. Não orem para ser vistos. Sejam discretos ao orar. (Mt 6,6). Não fiquem dizendo baboseiras como os pagãos, porque eles pensam que serão ouvidos pelo número de palavras que proferirem. (Mt 6,7). Fujam das orações compridas e interesseiras, como a de certos doutores da lei que adoram ser venerados e homenageados, não perdem um banquete e se aproveitam dos bens das viúvas rezando longamente nas casas delas. Para esse tipo de gente haverá punição bem mais severa. (Mc 12,40). Ao dar, não façam publicidade do que deram, porque isso é hipocrisia. Ninguém precisa saber o que vocês fazem pelos pobres. Se é aplauso que querem com isso, então fiquem com esta recompensa, mas não esperem a do céu. (Mt 6,3).
Não se auto elogie. O testemunho de vocês a respeito de si mesmo, não é válido. Deixem Deus elogiar vocês. ( Jo 8,18) (Jo 5,31). Convém aos cristãos, encantados com o poder de difusão da mídia moderna, que analisem o seu modo de orar em público. A mídia é hoje, mais do que um púlpito, um palco. E há uma enorme diferença entre orar num altar, num púlpito e num palco. Se não tomarmos cuidado, acabamos celebrando missas, orando e dando testemunho no rádio e na televisão, como se o povo de Deus fosse uma platéia e o púlpito e as câmeras o nosso palco. Jesus condenou os fariseus, porque eram mais atores do que crentes. Disse que receberiam julgamento mais severo porque haviam transformado a fé em teatro. Pode acontecer conosco!... Preste atenção a alguns programas religiosos veiculados na mídia. Imite o que é bom e fuja do que Jesus condenaria!
Pe. Zezinho, scj
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