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domingo, 3 de abril de 2011

Documento: 'AMANHECER' (Parte 2)

continuação

Passo n.º 6: "Desenvolver uma estrutura funcional".

Isto quer dizer: e preciso organizar o movimento dando-lhe um bom organograma, uma zelosa gerência e uma solícita administração. Nos Atos dos Apóstolos, cap. 6, verifica-se que o surto e a expansão da Igreja provocaram um problema de governo ou administração, que foi logo resolvido mediante a instituição de novos servidores ou diáconos. Muitos leigos deverão sair da sua inércia e tomar parte ativa na missão da Igreja; isto será penhor de crescimento numérico e espiritual. Haja, por exemplo, líderes para acompanhar o programa na sua globalidade, líderes para coordenar comissões, supervisores dos programas de oração, guardas de arquivos e estatísticas, promotores de publicações, organizadores de momentos de recreação e lazer...

Passo n.º 7: "Confiar na oração e no poder do Espírito Santo".

Há quem se preocupe com números e com a sabedoria humana a ponto de esquecer a obra do Espírito Santo. Ora isto é errôneo. Os programas bem sucedidos são precisamente aqueles que têm sólido respaldo na oração. O livro dos Atos dos Apóstolos abona esta verificação: para receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes, cento e vinte discípulos se prepararam pelo jejum e a oração (cf. At 1, 15; 2, 1-4); assim também receberam de Deus a graça da conversão de três mil pessoas no mesmo dia (cf. At 2, 41).

A Aliança Cristã Missionária concebeu o programa "Blanco 400", no qual havia uma Diretora Nacional de Oração, que era membro do Comitê Executivo. Ela ajudou a organizar centenas de células de oração, que se mantiveram muito vivas sob o seu estímulo. Dessas células saíram novos e novos grupos de obreiros leigos dedicados à oração e ao trabalho.

Passo n.º 8: "Manter os membros do Movimento ativos e bem informados".

Descobriu-se que é importante publicar um informativo que noticie os resultados obtidos, os progressos no curso da evangelização, o atendimento às orações. Ponham-se em relevo as façanhas de homens e mulheres que obtiveram êxito notável na obra missionária. Também se recomendam anuários portadores de fotografias, marca-livros, agendas, cartazes... Faz-se, pois, necessário mostrar que de mês a mês e de ano a ano a evangelização faz progressos. Nada há de mais estimulante do que apresentar o êxito obtido até o momento presente.

Passo n.º 9: "Treinar os membros".

Esta é uma tarefa indispensável em todo programa de crescimento. Inclui o treinamento para fundar igrejas, para pastoreá-las, para iniciar e cultivar, estudos bíblicos, para formar líderes de pesquisa e análise, para animar grupos de oração, administrar finanças, desenvolver comunicações, etc.

O treinamento pode ser efetuado em escolas, Seminários, Jornadas apropriadas, de maneira formal e informal.

Passo n.º 10: "Estabelecer normas financeiras prudentes".

É claro que o crescimento de uma comunidade cristã exige gastos extraordinários, que devem ser precisamente avaliados de antemão. Freqüentemente haverá que transferir fundos destinados a projetos de menos importância para atender aos desafiadores apelos da expansão evangélica. Será necessário também recorrer à arrecadação de meios financeiros, o que exigirá esclarecimento e doutrinação para que os crentes se disponham à generosidade.

Passo n.º 11: "Enviar missionários".

Uma comunidade que não consiga expandir-se, deverá ser reforçada pelo envio de missionários de fora. Isto significa que as diversas igrejas tenham os olhos abertos para as demais a fim de poder atender às suas carências, quer nos bairros vizinhos, quer em cidades distantes. A pregação deverá, para tanto, dar especial ênfase à índole missionária do Evangelho, do qual cada crente é um representante.

Quando os Batistas conservadores viram cair suas taxas de crescimento de 20% em 1974 para 12,1 e 12,8 nos anos seguintes, tomaram consciência de que o programa de expansão corria perigo e era necessário definir sérias providências a respeito. Daí o recurso a missionários.

Passo n.º 12: "Avaliar o progresso regularmente".

Só podemos aspirar a metas realistas e concretas, se tomarmos o cuidado de averiguar a relação existente entre as etapas da caminhada e os objetivos da evangelização. Os Batistas conservadores nunca teriam superado o perigo de retrocesso que os ameaçava, se não tivessem verificado que o seu êxito era frustrado; eles tinham uma meta prefixada, matematicamente estabelecida, e averiguaram matematicamente que estavam longe de tal objetivo foi isto que os alertou e levou a procurar reforço.

Os líderes de cada programa devem também estar abertos para os problemas que surjam na execução de cada um dos treze passos aqui relacionados; procurem diagnosticá-los e resolvê-los, utilizando, se for o caso, novas oportunidades e tendências da respectiva comunidade.

A avaliação será feita em circunstâncias muito oportunas se se lhe dedicarem dois ou três dias por ano, em que os interessados se debruçarão conjuntamente sobre programas, estatísticas, relatórios, observações, etc.

Passo n.º 13: "Fazer novos planos".
Um dos aspectos mais alvissareiros para o crescimento até o ano 2000 nas Filipinas é a sucessão de programas de evangelização; mal se está terminando um, devidamente executado, já se tem outro programa, ainda mais grandioso, pela frente.

Sejam recordadas as atividades da Aliança Cristã Missionária: executou o programa "Blanco 400"; depois o programa "Blanco 100.000", que deu lugar ao projeto "Dois, dois, dois" - o que significa: 20.000 igrejas e 2.000.000 de membros para o ano 2000. Outros exemplos poderiam ser citados.

Em cada final de ano, ao se avaliar o projeto de expansão em curso, devem-se traçar normas concretas para o ano seguinte na base de tal avaliação. O mesmo ocorra ao cabo de cada quinqüênio e de cada decênio de execução dos programas de expansão. Desta maneira o evangelismo passa a ser parte integrante e dinâmica da vida das comunidades, em vez de ser uma atividade esporádica ou rotineira.

Conclusão
O projeto AMANHECER, com suas estratégias, interpela vivamente os fiéis católicos, pois neles deve avivar o zelo missionário que Cristo incutiu a todos os seus discípulos desde que estejam em comunhão com Pedro e a sucessão apostólica. Muito oportunamente diz o CELAM: "A leitura e o estudo do projeto evangelista deve fazer que nós, católicos, descubramos o fervor missionário daqueles que semearam a fé há quase quinhentos anos na América Latina. Como diz o S. Padre, trata-se de impulsionar uma nova evangelização" (ver p. 79 deste fascículo).
A nossa época não é pós-religiosa ou não é época que rechance os valores religiosos. Muito pelo contrário; o testemunho do protestantismo e das novas seitas nos transmite a certeza de que o homem contemporâneo é sôfrego de valores transcendentais, pois as promessas do cientificismo, do progresso material e da técnica têm falhado; deixam o cidadão de nossos dias frustrado, a braços com sérias crises, das quais a mais grave é a do sentido da vida. Saber por que e para quem alguém vive é necessidade premente e incontornável de todo ser humano; ora o materialismo não atende adequadamente a tais anseios, pois as suas promessas são mesquinhas de mais para o homem feito com abertura para o Infinito. Somente os valores religiosos podem preencher cabalmente as lacunas do ser humano. Daí a oportunidade que se oferece à Igreja Católica para pregar o Evangelho com a garantia dada por Cristo: "Estarei convosco até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).

É claro que a pregação da Boa-Nova e os métodos missionários hão de assumir as formas mais apropriadas para falar ao homem de hoje sem prejuízo para o seu conteúdo doutrinário e também sem cair no proselitismo constrangedor; hão de recorrer aos meios de comunicação modernos, que se tornaram habituais entre os homens, as cidades e os países de nossos tempos. Não pode haver timidez a tal propósito. Pregar o Evangelho com eficácia e eloqüência é não somente ato de obediência ao Senhor Jesus, mas também diz a antiga sabedoria grega (a caridade manda que transmitamos aos nossos irmãos todas as coisas boas, entre as quais sobressai a Boa-Nova de Cristo).
Possam, pois, os sinais dos tempos atuais ser apreendidos devidamente pelos fiéis católicos, que assim se deixarão renovar em seu zelo missionário, "a fim de que o mundo creia" (Jo 17,21)!
¹ Proselitismo é a conquista de adeptos mediante promessas e benefícios temporais. Isto constrange o próximo indignamente - (Nota do Tradutor).

¹ Não históricas significa recentes ou contemporâneas. Alusão às denominações protestantes que se vêem multiplicando nos últimos tempos (Nota do Tradutor).


FONTE ELETRÔNICA:



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