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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eles se converteram ao Catolicismo - EB (Parte 2)

A série transmissora seria:

O SENHOR - AS TESTEMUNHAS AURICULARES - NÓS, QUE OUVIMOS DESTES.

b) Somente a fé... Mais uma vez a Escritura contradiz ao princípio luterano pois São Tiago ensina que a fé sem obras é morta... O demônio crê, mas estremece (Tg 2, 14-26). A aparente oposição entre São Paulo e São Tiago se resolve nos seguintes termos:

- São Paulo diz que somos justificados pela fé apenas, sem boas obras (Ef 2,8s). Ora justificar é "fazer justo, fazer passar do pecado para a graça ou para a amizade com Deus". Isto não pode ser merecido mediante a prática de boas obras, mas é totalmente gratuito:

- São Tiago fala da perseverança e da salvação. Quem está justificado, ainda não está salvo; só se salvará se perseverar no estado de graça mediante boas obras. Assim se conciliam entre si os dois Apóstolos.

Em poucas palavras: ser justificado não é ser salvo. Ser justificado é tornar-se justo, é assumir uma caminhada em que a fé, traduzida e alimentada por boas obras, chega à salvação eterna.

Além de Gary Hoge, o estudo da história levou muitos cristãos ao Catolicismo. O protestantismo não deve ignorar os quinze séculos de Cristianismo que antecederam Lutero, como se só se estivesse entendendo o Evangelho a partir do século XVI. Na verdade, o protestantismo não é uma reforma ou uma volta às fontes, mas é uma deformação do Cristianismo como afirma Gary Hoge.

2. Testemunho de Ir. Themis

Ex-presbiteriana

"Desde criança fui membro da Igreja Presbiteriana e era muito feliz. Trabalhava como superintendente em uma escola dominical e tinha um único filho de meu casamento, que não foi bem sucedido. Meu esposo era doente mental e logo no primeiro ano de casamento precisou de afastar-se. Aos quatorze anos, meu filho começou a ficar doente: tratava-se de uma anemia que não sarava, até que o médico descobriu que não era anemia o que ele tinha, mas uma leucemia que estava muito adiantada e não tinha mais cura.

Nesse tempo eu tinha onze crianças carentes em casa e achava que isso já era obras bastante grande. Não imaginava que muitas outras coisas ainda aconteceriam. Então comecei o tratamento do meu filho com o Dr. Simbra Neli, um cientista muito importante no Brasil. O meu filho tinha tumores pelo corpo todo, inclusive no olho e no ouvido direito e não enxergava nem ouvia mais.

Quando chegamos perto da Páscoa, ele disse: "Mãe, eu queria que você fosse ao colégio em que estudo, eu frequento esse colégio pela manhã; no fundo do quintal há uma gruta e há uma imagem que eu não sei de quem é, mas os meninos católicos acendem velas diante dessa imagem para passar de ano e a imagem está muito suja". Eu pintava pequenas peças de gesso durante a noite para dar conta do sustento das onze crianças e do tratamento dele. Então ele continuou: "Você pega aquela imagem e pinta, para eu deixar de lembrança para o colégio".

Naquele momento eu senti emoções muito contraditórias, porque o meu filho estava morrendo e eu não podia negar-lhe nada, mas pintar uma imagem era realmente muito desagradável para mim, sendo protestante, de princípios muito bem plantados. Mas fui buscar a imagem.

Era uma imagem grande, tinha mais de 80 cm, tinha as mãos abertas e estava muito suja. Eu a peguei pela cabeça e pus embaixo do braço; a diretora disse: "Ah! Themis, você não pode levar a Nossa Senhora das Graças debaixo do Braço!". Então fiquei sabendo que era uma imagem de Nossa Senhora das Graças. Para mim, pouca diferença fazia, eu queria que a imagem caísse e quebrasse. Cheguei em casa, pus a imagem em cima da mesa e comecei a limpá-la.

À meia-noite eu devia dar remédio ao meu filho. Ele tinha uma febre que subia muito e caía de repente. Então, de duas horas eu tinha que lhe dar remédio, de dia e de noite. Quando o toquei, percebi que estava queimando de febre. Ele olhou para a imagem em cima da mesa e disse: "Puxa, como essa imagem está linda!" E eu pensei que estivesse delirando por causa da febre, porque era um menino criado na Igreja Presbiteriana, que nunca tinha entrado numa igreja católica. E continuou: "Vou fazer um voto para Nossa Senhora". Eu senti todo o meu ser se revoltar, porque protestantes não fazem votos. Mas o fato é que meu filho fez o seguinte voto: "Pelo tempo em que viver, seja muito ou pouco, quero que a minha vida sirva a Deus e quero ter uma imagem igual a essa em casa para eu me lembrar disso". Ele voltou a dormir, porque, quando tomava o remédio, a febre baixava e ele dormia de novo. Foi então que entrei num grande conflito de fé, porque não poderia ser fiel à minha fé e deixar que meu filho fizesse um voto a Nossa Senhora, e muito menos ter uma imagem dela em casa, se eu era a primeira a fazer grande palestras sobre a inutilidade de se olhar para Nossa Senhora.

Comecei então a caminhar pela casa, muito nervosa, até que chegaram duas horas da manhã e fui dar o remédio para o meu filho; mas, quando pus a mão nele, de novo tomei um susto: pensei que estava morrendo, porque a temperatura estava normal e tinham sumido todos os tumores do corpo, até o tumor do olho e o do ouvido. Ele abriu os olhos, enxergou bem e disse: "Estou ouvindo, não sinto dor, estou curado". E, sem dúvida nenhuma, lá no céu Nossa Senhora deve ter feito naquela noite por mim como fez nas bodas de Cana. Deve ter dito a Jesus: "Jesus, o vinho da vida dessa mulher ignorante acabou e ela não sabe pedir". E Jesus derramou o vinho da vida. Então eu peguei o meu filho, sem entender nada, e levei-o de volta ao médico. Ele fez todos os exames e ao final me chamou numa sala com os seus assessores e disse: "Você tem que me dizer que remédio deu para ele, porque esse menino estava morto quando saiu daqui". Eu disse: "Eu dei o seu remédio. A única coisa diferente foi que meu filho fez um voto a Nossa Senhora e quis que rezássemos uma Ave-Maria, mas eu não sei a Ave-Maria, por isso rezamos um Pai-Nosso". O médico deu uma grande risada e disse: "A reza não tem nada a ver com isso".

Logo depois fui à minha igreja. Eu tinha um cargo muito importante; eu deveria dar satisfações do meu cargo ao pastor e ao Conselho da Igreja, então fui e disse: "Eu quero ficar na igreja Presbiteriana por que gosto muito daqui. Não quero sair, faço um bom trabalho, mas tenho um pedido: no domingo quero pegar o microfone e dizer para os nossos irmãos protestantes que Maria Santíssima quer e pode interceder por nós. Ela só não faz isso porque não pedimos a ela. Ela é mãe dos católicos, é mãe dos evangélicos, é mãe dos espíritas, é mãe dos ateus. Maria Santíssima é a mãe de Jesus e Ele quis, na última hora da sua vida, dividir sua mãe com todos nós. Acontece que alguns filhos têm os corações mais duros e ingratos e passam por ela sem perceber. E isso fazemos nós, os evangélicos. Mas, eu quero dizer para eles no domingo que nós devemos voltar para nossa Mãe do Céu". Eles não concordaram que eu dissesse isso e me falaram: "Você vai para casa e fica lá dois ou três meses, lê a Bíblia novamente e depois a gente esquece tudo isso". Aceitei, porque de fato eu precisava de um tempo.

Fui, portanto, para casa, li a Bíblia de novo e, naquela mesma Bíblia onde eu já havia decorado grandes trechos, encontrei e entendi a Eucaristia. No Evangelho de São João, Jesus dizia: "O meu corpo é verdadeira comida, o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue, viverá para sempre". Eu fiquei muito mais apaixonada por Jesus. Foi então que fui correndo para a Igreja e disse aos meus irmãos do Conselho: "Eu quero ficar na Igreja Evangélica, não quero sair, mas agora em vez de um problema nós temos dois, porque eu quero ficar com Maria Santíssima e com a Eucaristia. Eu quero colocar um sacrário na nossa Igreja e que nós aprendamos alguma coisa sobre o Cristo maravilhoso que é vida, que vem fazer parte do meu corpo, do meu sangue, da minha alma, da minha humanidade e vem-me transformar em verdadeiro sacrário. Posso carregá-lo no meio dos outros homens". Evidentemente eles não aceitaram, porque, se aceitassem, converter-se-iam todos ao catolicismo.

Nós nos retiramos da Igreja Presbiteriana, fomos batizados na Igreja Católica, fizemos a Primeira Comunhão, eu, meu filho e as onze crianças que moravam comigo. O colégio nos deu de presente aquela imagem que eu havia pintado. O meu filho esteve num seminário, onde fez até o segundo ano de Teologia, mas depois, de acordo com o bispo, voltou para casa. Hoje é casado, tem três filhos e me ajuda na casa, dirigindo o carro, levando as crianças para todo lugar.

Atualmente temos um orfanato com trezentas crianças. A partir do momento em que eu consagrei a casa a Nossa Senhora, deixei-me levar de fato por Jesus e pedi ao bispo para colocar um sacrário dentro de casa, fazendo com que Jesus passasse a viver com a gente. Aquelas onze crianças se transformaram em trezentas. Graças a Deus! Agora estamos aumentando o trabalho, estendendo o orfanato para um asilo de sessenta velhinhos desabrigados.

COMENTANDO...

A conversão de Ir. Themis tem como ponto de partida a piedade de meninos que acendiam velas a Nossa Senhora pedindo a intercessão da Mãe do céu. Não é esta a forma mais erudita de devoção mariana, mas foi o suficiente para que o filho de Themis concebesse estima por uma imagem da Virgem Santíssima. Maria SSma. lhe respondeu obtendo-lhe a graça da cura de uma doença incurável. Themis se impressionou com o fato e foi-se aproximando mais e mais da fé católica. Passou a crer na real presença de Cristo na Eucaristia e finalmente percebeu que abraçara a fé católica e não podia permanecer no protestantismo.

A devoção a Maria foi suscitada por uma imagem, que o filho de Themis não adorou, mas utilizou como lembrete da Mãe do céu. Acender velas, no caso, significa veneração e fé ardente; tal prática não é obrigatória. O essencial na devoção a Maria é o que Themis realizou: sentir-se filho(a) da Mãe do céu. Este sentimento tem fundamento na Bíblia. Com efeito; diz São Paulo que fomos predestinados a ser conformes à imagem do Filho de Deus; cf. Rm 8, 28s. Ora em Jesus havia dois sentimentos filiais: um olhar para o Pai que O enviara, e um olhar para Maria, sua Mãe na terra, de quem recebera todo o seu ser humano. Donde se deduz que ao Cristão compete "ser para Maria um outro Jesus". Sim, a piedade cristã é cristocêntrica e por isto mesmo, ela incita o cristão a sentir-se filho de Maria juntamente com Jesus.

3. Testemunho da Conversão de Israel Zolli

Ex-rabino judeu

Israel Zolli era um judeu polonês nascido em Bodji, Galicia, no dia 27 de Setembro de 1881. Sua família tinha sido formada na tradição rabínica por quase quatro séculos e Israel deu prosseguimento à tradição familiar. Em 1920 ele foi nomeado Rabino de Trieste, uma cidade do nordeste da Itália, perto da fronteira iugoslava, quando essa ainda era parte do Império Austro-Húngaro. Ele viveu em Trieste por cerca de 20 anos e era muito estimado por seus talentos como mediador e exegeta. Durante aquele tempo, ocupou a Cátedra de Língua e Literatura Judaica na Universidade de Pádua.

Em 1940 Israel Zolli foi chamado a Roma para ser o Rabino Chefe. Ele era e sempre foi um homem profundamente religioso, mas também dedicado à pesquisa científica. Ele escreveu em sua autobiografia: "É em vão que o homem procura fugir de Deus. Isso é o mesmo que querer viver sob uma falsa identidade, na ilusão de ser realmente uma outra pessoa".

Passado o perigo da II Guerra Mundial, Zolli se sentiu mais livre para tomar aquela decisão na qual ele tinha meditado por um longo tempo: abraçar a Fé Católica. Zolli tinha estado em contato com o jesuíta Paolo Dezza em Agosto de 1944, de modo a se preparar para o grande passo que estava por efetuar. Ele disse ao Padre Dezza: "Meu pedido de Batismo não tem segundas intenções escondidas. Eu quero ser batizado e nada mais. Eu sou pobre. Os nazistas tomaram tudo o que eu tinha. Mas isso não importa. Eu viverei como um homem pobre e morrerei como um pobre. Eu tenho fé na Providência".

Naquele Setembro, ele celebrou sua última cerimônia religiosa para a sua comunidade: o Yom Kippur, a Festa da Expiação. Durante a cerimônia, ele imaginou ter visto o vulto de um homem vestido numa túnica branca, que ele alega ter sido Jesus lhe dizendo: "Você está aqui pela última vez". O mais curioso é que a mulher e a filha de Zolli tiveram a mesma visão. E assim veio o tempo, Zolli renunciou ao seu ofício como Rabino Chefe, mas não revelou o motivo para evitar causar tensões inúteis por antecipação.

Seu Batismo foi celebrado privadamente numa pequena capela da Igreja Romana, Santa Maria dos Anjos. Sua esposa também foi batizada e sua filha, um ano depois. Em gratidão ao Papa Pio XII por seus esforços em proteger os judeus perseguidos, Zolli foi batizado com o nome próprio do Pontífice Romano: Eugênio.

A família Zolli, que vivia próximo à Sinagoga de Roma perdeu literalmente a paz. Eles eram alvos de insultos e ameaças. Zolli, que até pouco tempo atrás era considerado digno o suficiente para dirigir o Colégio Rabínico, tinha-se tornado a própria encarnação do demônio. Um jornalista o chamou "A Serpente", a qual a mais antiga comunidade judaica tinha nutrido em seu seio. Muitos anos depois de sua conversão, a filha de Zolli e a sua netinha nascida logo após a sua conversão, ainda eram alvos de abuso verbal. Naqueles dias turbulentos, a família Zolli viu-se obrigada a se mudar e, por certo tempo, ele ficou hospedado na Universidade Gregoriana enquanto sua esposa e sua filha foram abrigadas num convento.
A conversão de Zolli foi um espinho na garganta do Judaismo Internacional. Segundo o que o próprio Padre Dezza escreveu na revista La Civiltà Cattolica em 21 de fevereiro de 1981, os judeus americanos estiveram na Universidade Gregoriana oferecendo qualquer soma de dinheiro que Zolli quisesse, contanto que ele voltasse para o Judaísmo. Suas visitas foram em vão e idênticas foram as tentativas de alguns grupos protestantes. Eles esperavam que Zolli, um profundo exegeta, pudesse ajudá-los a provar que o primeiro papal não possui fundamento nas Sagradas Escrituras.

Assim, ao falar da maior conversão do Judaísmo que foi a de Saulo de Tarso, de quem Zolli era grande admirador, o ex-Rabino foi capaz de escrever: "Seria a conversão uma infidelidade à antiga Fé previamente professada? Responder rapidamente Sim ou Não não seria justo... Antes de responder, uma pessoa deveria parar e perguntar a si própria o que é a Fé em si mesma. Fé é uma adesão, não a uma família, tradição ou tribo, nem mesmo a uma nação. Fé é uma adesão de nossas vidas e nossas obras à Vontade de Deus... teria sido Paulo um infiel? Os judeus que estão se convertendo hoje em dia, assim como nos dias de São Paulo, têm muito ou tudo a perder em relação à vida terrena. Em contrapartida, têm muito, se não tudo, a ganhar em relação à vida da graça" (Before the Dawn, Eugênio Zolli).

O Rabino Israel Zolli se tornou católico em 13 de fevereiro de 1945 e para honrar o Papa Pio XII - Eugênio Pacelli - ele tomou, ao receber o Batismo, o nome "Eugênio".

COMENTANDO...

A conversão do rabino Zolli é de especial importância, pois atesta a profunda gratidão do povo judeu a Pio XII, que socorreu a muitos e muitos na fase de perseguição.



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