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terça-feira, 14 de junho de 2011

Pentecostes






Neste domingo, 12 de junho de 2011, uma multidão de cerca de 800 mil pessoas provenientes de Brasília, cidades satélite, entorno e também de outros estados estiveram reunidas para celebrar o 8º dia da Semana de Pentecostes e o 3º celebrado no Taguapark. Pela graça de Deus e apoio das autoridades, neste ano as celebrações acontecem desde sexta feira no Taguapark, em Taguatinga (DF). Hoje é o dia de se consagrar a Vela de Pentecostes ao Espírito Santo. Sexta feira passada, foi consagrada a Vela ao Pai e, no sábado, ao Filho.

Sobre as Velas de Pentecostes
Era o ano 2000 e o Padre Moacir havia convidado alguns padres para celebrarem com ele a Semana de Pentecostes. Em uma das missas, celebrada pelo Padre Rambo, durante a homilia, Deus dava ao Padre Moacir uma revelação que dizia: “Na Semana de Pentecostes, manda as pessoas trazerem uma vela na sexta-feira e consagra-a ao Pai, uma segunda vela no sábado e consagra-a ao Filho e uma terceira vela no domingo, dia de Pentecostes, e consagra-a ao Espírito Santo. No momento mais difícil da vida, a pessoa deverá acender as velas e o milagre irá acontecer”. Estavam presentes, nesta celebração, cerca de 3 mil pessoas.

Como surgiu a celebração da Semana de Pentecostes na Paróquia São Pedro
No ano de 1997, o Pe Moacir Anastácio, sentido um ardente desejo de fazer Jesus Cristo ser conhecido, amado e adorado por todas as pessoas, começou a celebrar Missas de Cura e Libertação na Paróquia São Pedro.

Em 1999, o Padre Moacir celebrava a missa das 8 horas do Domingo da Ascensão do Senhor. A leitura daquele dia era a dos Atos dos Apóstolos 1,4-5: “E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa do Pai que ouvistes, disse ele da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias”.

O Padre terminou esta celebração, dizendo: “Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.” Neste momento, ele ouviu uma voz interior que lhe dizia: “Não foi isso que você pregou, e nem foi isto que Eu te ensinei.” No mesmo dia, ele celebrou na Capela Imaculada Conceição de Maria, às 10h30min, e, mais uma vez ao final da missa, repetiu a mesma despedida da missa anterior e, novamente, ouviu aquela voz que lhe dizia a mesma coisa. Foi para casa meditando aquelas palavras e após rezar em sua Capela, Deus concedeu-lhe este discernimento: a partir daquele dia, o da Ascensão do Senhor, o Senhor queria que todos ficassem em oração até o dia de Pentecostes. Na missa das 19h deste mesmo dia, ele convocou todos os fiéis presentes, cerca de 300 pessoas, para juntos, iniciarem uma semana de oração, louvor e adoração ao Senhor.

Assim, surgiu a Semana de Pentecostes que, ano a ano, vem crescendo não só no número de pessoas que comparecem, mas também, pelo abraçar da fé com mais ardor e devoção. Prova disso é que os lugares para as celebrações se apresentam pequenos a cada ano que passa: Pistão Park Show, Parque da Facita, Parque Leão.

A Santa Missa teve início às 16 horas, sendo presidida pelo Padre Moacir Anastácio, concelebradas por padres e diáconos presentes. No Salmo Responsorial, cantamos o Salmo 138: “Senhor, eu sei que Tu me sondas; Senhor, eu sei que Tu me sondas”.

Ao término do anúncio do Evangelho, a comunidade cantou com muito fervor:
“Vinde ó Espírito Santo
Enchei os corações dos vossos fiéis
Vinde ó Espírito Santo
Enchei os corações dos vossos fiéis
Acendei neles o fogo do Vosso amor
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado
E renovareis a face da Terra”.

Padre Moacir iniciou a homilia clamando: “Recebereis o Espírito Santo e sereis as Minhas testemunhas. Vinde Espírito Santo, vinde Espírito Santo...” No dia de Pentecostes, os discípulos estavam reunidos e veio, então, um vento impetuoso que encheu a casa onde estavam. Desceram línguas do fogo do céu e todos ficaram cheios do Espírito Santo, falando em diversas outras línguas conforme o Espírito lhes inspirava. Foi o que aconteceu com Pedro, Tiago, João, Maria... O Senhor lhes havia pedido que não se afastassem de Jerusalém porque queria que ali estivessem quando da celebração da Festa de Pentecostes que era o dia do louvor, o dia do agradecimento, um dia especialmente importante.

Nossa Senhora reuniu os apóstolos no Cenáculo. O coração deles estava angustiado, pois haviam visto o Senhor partir diante dos seus olhos. Cada qual queria voltar para suas atividades de antes de conhecerem o Senhor. Porém, o Espírito Santo veio a eles e aqueles homens ficaram diferentes: corajosos, destemidos, firmes no propósito de espalhar a palavra de Deus. Naquela sala, nasceu a Igreja do Senhor, com homens cheios do Espírito Santo, que perceberam que não dava mais para voltarem para suas barcas e voltarem a pescar, a não ser para trabalharem como pescadores de homens. Doravante, o trabalho daqueles homens seria falar de Jesus Cristo noite e dia. A partir daí, encontraremos os apóstolos em todos os lugares e em todas as situações: sendo apedrejados, crucificados, jogados em óleo fervente, mas, nunca mais, amedrontados e receosos de anunciar o Senhor. É esse mesmo Espírito Santo que reúne, ano após ano, multidões na Facita, no Parque Leão, no Taguapark para ouvirem e saírem a anunciar a palavra de Deus.

Padre Moacir partilhou o seu testemunho de vida e como conheceu Jesus Cristo. Hoje é dia do Namorados e, exatamente 28 anos atrás, conheci Jesus Cristo. Era 12 de junho de 1983, eu tinha vindo pouco tempo atrás do Ceará para fugir da fome e da miséria, pois vinha de uma família numerosa. Vim sem emprego certo e comecei a trabalhar num hotel em Taguatinga, lavando banheiros. Depois fui promovido e passei a carregar malas. Tinha 17 anos e era completamente ignorante, nunca tinha sentado num banco de escola. Sabia apenas as coisas do mundo que os colegas do hotel haviam me ensinado. Foi em Brasília que tomei a primeira cerveja. Ia para todos os lugares de Taguatinga e a bebida tinha entrado na minha vida. De Deus, não tinha nem notícia. Sentia um vazio imenso dentro de mim.

Naquele dia dos Namorados, o centro de Taguatinga estava vazio, praticamente um deserto. Vagava sem rumo, vazio, sem esperança. Uma mão poderosa me moveu até o Santuário Perpétuo Socorro em Taguatinga e ali vi um enorme crucifixo. Disse: “Homem da cruz, se você existe, me ajude”. Senti todo o meu corpo queimar e uma grande alegria e leveza, comecei a chorar e escutei uma voz carinhosa que me disse: “Você é o Meu amado, o Meu querido. Eu venci. Você chegou até aqui”.

Desci ao subsolo do Santuário e vi um grupo de oração com umas senhoras que estavam a rezar o terço. Depois, leram a parábola do Filho Pródigo que havia vivido pelo mundo e gastado tudo o que tinha, restando-lhe somente a vergonha e o pecado. Eu me identifiquei com tudo aquilo que disseram e achei, inclusive, que me conheciam e conheciam a vida que estava vivendo.

Depois disso, não conseguia mais viver a vida de antes, com bebidas, saindo pela cidade. Só conseguia pensar no homem da cruz. Rezando ao Senhor, ouvi Ele me dizer: “Eu te quero padre”. Tinha 22 anos na época e não sabia sequer escrever o meu nome. Conheci um padre franciscano que me iniciou no caminho vocacional. Depois, fiquei sabendo que era preciso ter o segundo grau e eu era analfabeto. Mesmo assim, larguei tudo e fui para o convento na cidade de Anápolis. Lá, em 4 anos, fiz o 2º grau que, normalmente, se faz em 11 anos. Estudava dia e noite.

Certo dia, no seminário, mandaram-me arrumar as malas porque a minha missão ali havia acabado. Disseram-me que não tinha vocação para ser franciscano. Naquele sábado de manhã, voltei para Brasília sem eira nem beira, sem saber o que fazer da vida. Dom Raimundo Damasceno me chamou, então, para ingressar no Seminário Nossa Senhora de Fátima. Ingressei no Seminário, mas depois de um tempo, disseram-me que não tinha vocação para tornar-me padre. Foi outro baque. Porém, em certa ocasião, ao ver o Padre Geovani Carlos (na época diácono) passar com o Santíssimo Sacramento na minha frente, ouvi uma voz me dizer: “Nada temas, estou contigo”. Sob a orientação de Dom Alberto Taveira – hoje Arcebispo de Belém – participei, durante um ano, de um trabalho pastoral na zona rural de Sobradinho.

Foi graças a Dom José Freire Falcão que me tornei padre, o que fará quinze anos este ano. No início da minha missão, fui designado para o Vale do Amanhecer onde não tinha um católico sequer. Ao sair de lá, um ano depois, tinha mais de 1.500 católicos praticantes. O Senhor me deu uma nova esperança, uma nova alegria, o Senhor me deu a vida. Já escrevi 7 livros, vendi mais de 2 milhões de pregações, o Programa Caminhando com Jesus Cristo é transmitido por mais de 500 rádios. Mas o que posso dizer é que Jesus Cristo é meu sumo bem. Tudo por Ele e pela graça d’Ele. Eu vivi e vivo um novo Pentecostes. Posso dizer, para a glória de Deus, que sou um renascido em Pentecostes. Eu prego Jesus Cristo como Senhor, Salvador e Redentor, Caminho, Verdade e Vida. Graças a Deus, posso testemunhar que, mesmo no sofrimento, não me arrependo um minuto sequer de estar seguindo Jesus Cristo.

Ao final, Padre Moacir, o Deputado Distrital Washington Mesquita e o Carlos Jales, coordenador geral da Semana de Pentecostes, agradeceram a todas as autoridades presentes pelo apoio à realização da Semana de Pentecostes: o Administrador Apostólico Valdemar Passini Dalbello; os sacerdotes e diáconos que concelebraram todas as missas; o Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; o Vice Governador Tadeu Fillipelli; o Secretário de Obras, Luiz Pittman; o administrador de Taguatinga, Sr. Sabino, os deputados federais Magella e Izalci Lucas, o senador Gim Argello, Sr. Márcio Machado, líder do PSDB no DF, Polícia Militar e Polícia Civil do DF, Secretaria de Saúde, Secretaria de Segurança Pública, Detran, Corpo de Bombeiros, Agefis, Caesb, Dr. Colchão, Take One, BGR, V12 Motors, ValeShop, brigadistas, seguranças e tantos outros benfeitores, públicos e privados que apoiaram a realização desse evento para a glória de Deus, além de todas as pastorais da Paróquia São Pedro e seus coordenadores que tanto se empenharam para a realização do Evento.

Texto: Beto e Janice
Fotos; Idemar Jose; Guilherme Macedo; Raphael Rodrigues; Marcos Brenner; Adelana Alvez

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