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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Patrologia e Patrística: Âmbito e definições

Ainda que pareça tratar-se, segundo a opinião de alguns, de uma só e mesma área de estudo, a «Patrologia» e a «Teologia Patrística » possuem, no entanto, âmbitos bem determinados.
A «Instrução sobre o Estudo dos Padres da Igreja na Formação Sacerdotal» (IEP), publicada em Roma pela Congregação para a Educação Católica, em 10 de Novembro de 1989, distingue uma e outra, muito embora não deixe de as relacionar intimamente.
Assim, no nº 49, afirma que «a Patrística ocupa-se do pensamento teológico dos Padres» e «a Patrologia tem por objeto a vida e os escritos dos mesmos». Deste modo, enquanto a primeira possui um carácter doutrinal e, portanto, teológico, a segunda move-se mais no contexto da indagação histórica e da informação bibliográfica e literária. Tanto uma como outra distinguem-se, por sua vez, da Literatura Cristã Antiga, que se ocupa apenas dos aspectos estilísticos e filológicos dos escritores cristãos da antiguidade.
O criador do termo «Patrologia» foi o luterano J. Gerhard (+ 1637), na sua obra póstuma «Patrologia sive de primitivae ecclesiae christianae doctorum vita ac lucubrationibus oposculum», datada de 1653. O termo surgiu no contexto apologético da Reforma e com o objetivo de apelar para o testemunho dos Padres da Igreja como forma de justificação das idáias discutidas pelos reformadores e como resposta à «antiguidade» e consequente «autoridade» dos mesmos reformadores.
O termo «Patrologia» passou então a expressar, sobretudo, o estudo histórico e literário (vida e obra) dos escritores cristãos antigos, tratando-se assim de uma disciplina de carácter eminentemente histórico, cujas principais funções são:
a) Dar a conhecer a vida e a formação dos Padres e outros escritores eclesiásticos, tendo em conta o contexto que originou a composição das suas obras;
b) Estabelecer a lista dos seus escritos, distinguindo os verdadeiros dos falsos;
c) Apreciar o carácter e a importância das suas obras;
d) Expor os aspectos doutrinais mais importantes.
Na sua origem, o termo «Patrística» é um adjetivo ligado à Teologia. Surgiu também no século XVII entre teólogos luteranos e católicos para subdividir a Teologia em «bíblica, patrística, escolástica, simbólica e especulativa».
Deste modo, a «Teologia Patrística» tem por finalidade aprofundar, com fidelidade, o pensamento dos Padres da Igreja, para participar da compreensão que eles alcançaram dos mistérios da fé cristã.
Não se trata, portanto, de uma mera sistematização do pensamento patrístico, mas de uma verdadeira teologia, na medida em que procura compreender o mistério revelado e o desígnio de Deus, tendo como fonte e guia os Padres da Igreja [1].
Denomina-se, além disso, de patrística a época dos Padres da Igreja, que culminou no século VI, no Ocidente, com Santo Isidoro de Sevilha (+ 636) [2] e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno (+ 749).
Tratam-se efetivamente de oito séculos muito ricos do ponto de vista da reflexão teológica, constituindo, por isso, a época patrística ou época dos Padres, o «pilar» da construção teológica posterior.
Notas:
[1] Para um maior aprofundamento destas definições, Cf. L. PADOVESE, Op. Cit. 21-25; J. QUASTEN, Patrología I. Hasta el Concilio de Nicea (BAC, Madrid 1984) 1-6; A. di Berardino (dir.), Patrologia-Patristica, in Diccionario Patristico y de la antigüedad cristiana (DPAC) II (Verdad e imagen, Salamanca 1998) 1711-1712.
[2] Ainda que alguns autores queiram determinar o fim da época patrística no Ocidente com S. Beda Venerável (+ 735), não parece ser, pois, uma opinião unânime...
Fonte:
PEREIRA, Teresa. Patrologia e Patrística: Âmbito e definições. Site Ecclesia. Disponível em: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/patrologia_e_patristica_ambito_e_definicoes.html Acesso em: 10 Maio 2011.

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