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sábado, 31 de julho de 2010

BENÇÃOS E MALDIÇÕES

Um percorrer de emissoras de rádio e uma leitura do Deuteronômio, capítulo 28,1-68 nos jogará no obscuro passado e no nebuloso presente da religião. Pelo menos nos de certas religiões, certas igrejas e certos pregadores. Usam da maldição de maneira terrorista e da bênção de maneira pragmática. Criam maldições e bênçãos a seu talante e interpretam como bênção ou maldição o que lhes convém. Amaldiçoam ou declaram malditos com enorme leviandade e criam bênção também com a mesma leviandade.
As coisas não são assim tão simples. Detecção e livramento de maldições é algo bem mais complicado do que parece. Dar a entender que Deus amaldiçoa até a quarta geração, isso depois de Jesus Cristo, ao menos para um cristão não deixa de ser estranho. Ou Paulo errou, ou andam lendo outros autores. Porque o apóstolo disse e as Igrejas cristãs em geral assinam em baixo de seu ensinamento:
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gl 3,13)
Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. (2 Cor 3, 9)
A justificação e o resgate veio com Cristo, depois de quem já não há condenação que não seja perdoada. Se a ofensa do velho Adão trouxe a punição o sacrifício do Novo Adão trouxe a graça para todos os homens.
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. (Rm 5, 18) O sacerdócio de Jesus Cristo e seu martírio nos libertaram de qualquer maldição que pudesse haver em nós. Não precisa fazer isso de novo e de novo. Bastou uma vez para nos merecer a libertação. Não há pois necessidade de insistir na condenação e maldição antiga e sim na benção nova e no novo sacrifício.
Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. (I Cor 15, 22)
Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. (Heb 2, 17)
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Heb 4, 15)Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. (Heb 7, 27)
De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. (Heb 9, 26)
Já fomos resgatados. Agora, já não se paga mais o resgate. Apenas se colhe os frutos dessa bênção. Quando pecamos e nos arrependemos já sabemos que não há mais maldição. Jesus morreu pelos pecados passados e pelos pecados futuros.
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. (At 20, 28)
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos. (Mateus 20 : 28)
Isto posto, valem as admoestações de Tiago e de Paulo que seremos todos salvos e ressuscitados em Cristo. Já fomos lavados no seu sangue. Agora é dever de cada qual lavar-se nele sem medo porque a ameaça de vingança e de retaliação não existe mais.
Depois de Jesus falar em punição vingança, maldição pelos pecados de nossos antepassados e de nossos avós perdeu o sentido. Quebra de maldição lançada contra os antepassados não é mais necessário. Houve pecado, mas não maldição. Nem Jesus amaldiçoa nem nós devemos amaldiçoar. Agora é tempo de bênção e de redenção. Pedir a quem já foi lavado que se lave de novo porque seus pais nãos e lavaram é meio estranho.
Ou cremos no sangue salvador de Cristo e no batismo ou teremos que transformar nossos templos em piscinas nas quais todo o fiel que tiver alguma culpa deve mergulhar todos os dias antes de ir ao trabalho e outra vez se lavar quando voltar para casa. E se, pecar durante a noite deve correr ao templo e ao seu pastor para que o livre da maldição de mais aquele pecado. A conta da água nos templos irá á estratosfera.
Ou cremos no perdão ou viveremos tentando lavar as culpas de nossos pais e as nossas toda vez que errarmos. Ou cremos na misericórdia ou acentuaremos a punição inexorável. Nossa fé acabará medrosa e timorata.
De uma mesma boca procede a bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. (Tg 3,: 10)
Porque o amor de Cristo nos toca para a frente porque, se um morreu por todos, logo todos morreram com ele. (2 Cor 5,14)
É questão de aceitar a expiação de Cristo de uma vez por todas e agora aceitar sua misericórdia de todo dia. O acento deve ser na bênção e não na maldição.
padre zezinho

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