Jornal Folha de São Paulo (03/12/2009) - por Hélio Schwartsman
O primeiro milagre do "heliocentrismo" - Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter deste jornal, decidimos abrir uma igreja. Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo & Gasparian Advogados, foi o que fizemos. (Veja só como foi fácil!)
Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos, e esperar cinco dias úteis. É tudo muito simples. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis. Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio (assim mesmo, terminando em 'lio' e não em 'lho') e do seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores.
Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de todo os bens colocados em nome da "igreja". Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus pastores. Uma vez "ungidos", eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório e até direito a prisão especial. Já "consagrei" meus filhos Ian e David como ministros religiosos!
Veja mais em Folha.Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário