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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Problema do “dom de línguas” PARTE 2

Os pentecostais defendem que o livro de Atos é normativo para a igreja de hoje. Neste caso, todos os eventos registrados no livo podem (e devem) acontecer hoje. Dizem que não é apenas um registro histórico, mas uma declaração do que a igreja pode esperar ainda hoje. Então, se o batismo do Espírito acompanhado do dom de línguas é para hoje, então todas as situações que envolveram esta manifestação em Atos são para hoje também. São essas situações que vamos ver agora.

1) Em cada um dos quatro casos (Pentecoste, Samaria, Cesaréia e Éfeso), o dom especial do Espírito, incluindo o falar em línguas (supondo que houve línguas entre os samaritanos), foram dados a grupos inteiros. Em nenhum caso encontramos alguns recebendo o dom e outros não. Isso acontece nas igrejas pentecostais, onde alguns recebem o dom enquanto outros não. Por quê?

2) Nos últimos três casos, os dons especiais do Espírito foram dados a pessoas que não pediram. Ninguém pode provar que os samaritanos, os da casa de Cornélio e os éfesos pediram para serem batizados com o Espírito Santo. Os pentecostais erram em instruir os crentes a buscarem o dom de línguas, visto que em Atos não se encontra tal busca por parte dos crentes primitivos. Um detalhe a mais que devemos notar: em nenhum caso encontramos os apóstolos “treinando” os crentes para receberem o Espírito. Nada de “glória, glória, glória…”!

3) Ainda sobre os três últimos casos, não encontramos uma passagem sequer que nos diga que em Samaria, Cesaréia e em Éfeso, os crentes estiveram comprometidos com uma espécie de “espera do Espírito Santo”. Ninguém estava esperando a descida do Espírito. Ninguém estava buscando ser batizado com o Espírito. Mesmo que se cite o texto de Lucas 24.49 para apoiar a posição pentecostal, o texto está se referindo ao acontecido em Atos 2 somente. O livro de Atos é claro em afirmar que a promessa de derramamento em Lucas 24.49 se cumpriu em Atos 2 (veja 2.33). Portanto a promessa de Lucas 24.49 não é para a igreja hoje, mas foi uma promessa que se cumpriu no dia de Pentecostes.

4) Nos quatro casos, encontramos a presença de, no mínimo, um apóstolo impondo as mãos para os crentes receberem o batismo do Espírito. Em Pentecoste (At 2), em Samaria (8.15-17), em Cesaréia (10.44) e em Éfeso (19.6). Em todos encontramos a presença de pelo menos um apóstolo. Em dois deles, encontramos a imposição as mãos dos apóstolos. Se Atos é normativo para a igreja de hoje, então a manifestação do dom de línguas também é. Atos nos mostra a presença dos apóstolos e com imposição das mãos dos mesmos. Se Atos é normativo, e se Atos nos mostra a presença dos apóstolos em todas as ocasiões, então devemos concluir que precisamos ainda hoje da presença dos apóstolos para orar e impor as mãos sobre nós para sermos batizados com o Espírito Santo?

Todas essas evidências que acompanham o derramamento do Espírito em Atos nos faz acreditar que o falar em línguas nas igrejas pentecostais de hoje não passa de mero emocionalismo criado pelo homem.

Se Atos é normativo, então não faz sentido que se espere por todos os elementos envolvidos em um batismo do Espírito? Se Atos é normativo, então cada registro em Atos é norma para a igreja. Sendo assim, onde estão os apóstolos para impor as mãos sobre a minha cabeça? Há ainda apóstolos hoje?

Diante do que foi exposto nos artigos sobre o dom de línguas em Atos, a minha conclusão é que não há nada em Atos que nos faça entender que as manifestações extraordinárias do Espírito Santo são para a igreja de hoje. O livro de Atos não fornece nenhuma evidência de que a igreja de hoje deve esperar por algo parecido com os acontecimentos em Atos. Mas, sendo o livro de Atos um livro “normativo”, não seria justo que esperássemos por tais acontecimentos?

Não. O livro de Atos não é normativo. É apenas um registro do Espírito Santo sobre os atos dos apóstolos na igreja primitiva, sem ser tratado como “norma” para a igreja. E nem poderia ser.

FONTE ELETRÔNICA;
 
http://afeexplicada.wordpress.com/2011/12/22/o-problema-do-dom-de-linguas/

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