Mas também a fé neopentecostal se mostra falsa, morta e inoperante na dimensão horizontal do amor, do amor recíproco entre irmãos, e para com o próximo. O conceito neopentecostal de fé tem implicações práticas na vida de seus adeptos. Estar em uma situação de provação significa fraqueza e debilidade de fé. Então, quando uma pessoa nessa condição procura um pastor neopentecostal ou alguém versado na doutrina neopentecostal, ao invés de receber ajuda naquilo que precisa, é instada a se revoltar contra aquela situação, a abandonar a sua incredulidade e à exercitar fé para “vencer” aquela aflição diabólica.
Se a aflição é financeira, por exemplo, como a de uma viúva cheia de dívidas, ao invés de ser ajudada financeiramente será instada a “sacrificar” o pouco que tem, ou que não tem, como demonstração de fé, a fim de que seja honrada por Deus por causa dessa sua fé. Ouvirá que Deus lhe quer livrar daquele estado de humilhação, que o diabo está levando vantagem sobre ela, etc. O que ela não receberá é ajuda financeira, pois a fé neopentecostal não promove o amor, a caridade, a não ser para fins egoísticos, para fins de política eclesiástica, para a promoção das igrejas desse tipo de orientação religosa.
As coisas ocorrem assim porque os neopentecostais estão impregnados com a doutrina da recompensa, pois doam sempre esperando receber algo em troca. Doam o dízimo para serem abençoados financeiramente. Doam ofertas pelo mesmo motivo. O amor não é o fundamento da doação deles, não é a motivação última e mais sublime.
Contudo, Tiago escreveu que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1:27 RA). Por visitar Tiago não tinha em mente, certamente, apenas levar palavras de conforto, e muito menos de repreensão, no sentido de se afirmar que os órfãos e as viúvas estão naquela situação por falta de fé. Ele tinha em mente que a religião verdadeira consiste em ajudar os necessitados da igreja, em suas tribulações, que no caso de órfãos e viúvas, em função do contexto do tempo do escritor bíblico, eram angútias principalmente ligadas ao sustento, ao comer e ao vestir. A religião pura e sem mácula, segundo a Palavra infalível de Deus, consiste na assistência real a esses necessitados.
Isso é absolutamente certo, haja vista que foi o mesmo Tiago quem disse o que acima já transcrevi: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:14-17 ).
Logo, o que a fé neopentecostal promove é a avareza, e não o amor, a caridade. Todo aquele discurso de instar o necessitado à fé, a que se revolte contra a situação difícil em que se encontra sem, contudo, meter a mão no bolso para ajudá-lo não passa de falsa piedade, de religiosidade enganosa e diabólica. É corolário lógico da pregação neopentecostal que ajudar alguém em situação difícil, causada pelo diabo, é a mesma coisa que perpetuar o necessitado no laço diabólico. Destarte, o crente dessa fé jamais será incentivado à caridade sem que isso viole as suas convicções mais íntimas, mais profundas. A doutrina neopentencostal, portanto, é uma mina que explode e destrói a piedade cristã, o amor bíblico e a fé verdadeira. O neopentecostalismo é, assim, uma “religião impura e maculada, para com o nosso Deus e Pai”. Medida pelo padrão da Escritura, é uma falsa religião.
Seus mestres, por serem profetas de uma falsa religião, são falsos profetas, cegos guias de cegos. Contudo, seus seguidores não são menos culpados do que eles, haja vista que se cercaram deles porque lhes dão o que as suas concupiscências desejam. Não ouvem a advertência de Jesus: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis…” (Mateus 7:15-16 ). E Jesus advertiu o povo a se acautelar dos falsos profetas porque o destino deles é o inferno, e, como também falou o Mestre, “… se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15:14 ). Com isso Jesus quis dizer que o destino do discípulo é o mesmo do mestre, o destino do seguidor do falso profeta é o mesmo dele, o lago de fogo e enxofre.
Diante de tudo isso, advirto aos seguidores desses falsos profetas que se arrependam, que abram os seus olhos, e que julguem a sua religiosidade pelo paradigma da Escritura Sagrada. Como disse Jesus, “… arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1:15). E como também disse o Espírito de Cristo, pelo profeta Jeremias, “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua vida do brasume da ira do SENHOR” (Jeremias 51:45).
Que o Senhor Deus conceda o verdadeiro arrependimento e a verdadeira fé a muitos dos que agora estão enganados!
FONTE ELETRÔNICA;
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