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domingo, 15 de janeiro de 2012

A Bíblia condena o uso das imagens? Sou idólatra? – Parte 2

Êxodo 20 proíbe a fabricação de imagens. Então, durante os últimos dois mil anos os católicos estavam errados?

Mas a Bíblia condena o uso das imagens?

Depende do contexto!

Há muitas passagens bíblicas que condenam as imagens: Ex 20,4-5; Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7; 115,8...

Então, durante os últimos dois mil anos os católicos estavam errados? Antes de qualquer coisa vamos esclarecer um ponto: a Igreja Católica é a única que possui ligação direta com os tempos dos apóstolos; foi ela quem ficou responsável pela guarda do depósito da fé, principalmente das Sagradas Escrituras. O livro da Sabedoria – que os protestantes não reconhecem como inspirado, mas só os católicos e ortodoxos – é o livro que condena com maior dureza a idolatria (Sb 13-15). Não seria mais fácil para os católicos não reconhecer tal livro como fazem os protestantes?

A Bíblia deve ser lida dentro do seu contexto e de forma completamente imparcial. Assim vemos que a Bíblia também defende o uso das imagens: Ex 25,17-22; 37,7-9; 40,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7.10-14; 5,8; 1Sm 4,4; 2Sm 6,2; Sb 16,5-8; Ez 41,17-21; Hb 9,5...

Como entender essa aparente contradição? Muito fácil, respeitando o critério de manter as passagens bíblicas dentro do seu contexto e analisando-as de forma completamente imparcial. O texto de Ex 20, 4 diz: “Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra”.

Colocando a passagem em contexto, sabemos que Israel era um povo propenso à idolatria, tendo-se em vista que foram escravos no Egito. Ainda que mantiveram a fé, assimilaram muitos costumes pagãos, como pode ver-se na passagem do bezerro de ouro de Ex 20. Além disso, Israel estava rodeado de nações pagãs, politeístas e idólatras. Celebravam cultos ao sol, aos astros, a diversos animais, etc. Isso justifica a existência de um mandamento contra a idolatria.

Nm 21,4-9 é a passagem em que o próprio Deus ordena a Moisés que fabrique com bronze a imagem de uma serpente. Isso porque o povo reclamou com Moisés dizendo: “Por que nos fizestes subir do Egito para morrermos neste deserto? Pois não há nem pão, nem água; estamos enfastiados deste alimento de penúria”. Como castigo, Deus enviou serpentes e muitos morreram naquele dia. O povo se arrependeu e pediu que Moisés intercedesse por eles. E todos os que fossem picados e olhassem para a serpente de bronze ficariam curados. Nesse caso, a imagem serviu para aproximar o povo a Deus, para demonstrar o poder de Deus, sem por isso esquecer o motivo das picadas: o descontentamento de Deus com a teimosia do seu povo (Ex 21, 5).

Mas nossos irmãos separados poderiam objetar citando a 2Rs 18,4, dizendo que o rei Ezequias destruiu a serpente de bronze feita por Moisés e que este gesto agradou a Deus. E eles têm razão, mas novamente vamos colocar a passagem dentro do seu contexto: “Foi ele [Ezequias] que aboliu os lugares altos, quebrou as estelas, derrubou os postes sagrados, e reduziu a pedaços a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois os filhos de Israel até então ofereciam-lhe incenso; chamavam-na Noestã”. Lendo a passagem e lembrando as características de um ídolo, que comentei no artigo anterior, nos damos conta que a imagem deixou de cumprir com a sua função. Em vez de conduzir ao único e verdadeiro Deus, tomava o seu lugar. A imagem da serpente (símbolo da compaixão de Deus para com seu povo) virou uma deusa, ou seja, um crime contra o Mandamento que condena a idolatria.

O Catecismo da Igreja Católica trata este tema também muito amplamente. Aconselho a leitura dos seguintes números: 476 (Cristo, imagem do Deus vivo), 1159-1162 (imagens de Cristo), 2129-2132 (proibição das Escrituras para a fabricação de imagens), 2691 (buscar um lugar favorável para a oração, com as Escrituras ou uma imagem), 2705 (a imagem pode ajudar na meditação).

Concluindo: o que a Bíblia condena é a idolatria, a substituição de Deus por uma criatura, isto é, o uso negativo da imagem que fazem as pessoas a terem uma ideia errônea sobre Deus. Se o uso for positivo, aproximando as pessoas do verdadeiro Deus, então seu uso é justificado e permitido. A imagem simplesmente ajuda a criar um clima favorável à oração e é um meio eficaz de evangelização principalmente para os pobres e iletrados.

FONTE ELETRÔNICA;
 

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