Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério SacroSancttus (Webmaster Exsurge Domini)
Foi então que o Papa Leão I saiu ao encontro de Átila em 452 e o convenceu a abandonar os desígnios da tomada da cidade, e Átila, o "Flagelo de Deus" como lhe chamavam, desistiu.
Em 434 Átila repartiu o governo dos Hunos com seu irmão Bleda.
Então atravessaram o Danúbio com vontade de atacar, com exigência de pesados impostos, as aterrorizadas povoações Romanas,
Quando seu irmão foi assassinado em 445, Átila ficou sozinho com todo o poder.
Ele foi um hábil adversário e adepto de negociações, que usava o terror para fazer a sua vontade, chegando a matar a sua própria filha por ela lhe não obedecer.
Homem pequeno mas voluntarioso, nunca pretendeu fundar a sua própria capital e tinha o seu quartel general numa povoação dum planalto da Hungria.
Um emissário Romano que o foi visitar trouxe esta informação :
- "Foi-nos servido uma luxuriosa refeição em pratos de prata, mas Átila só comeu um pedaço de carne num prato de madeira. Em tudo o mais ele mostrou que era uma pessoa normal e modesta e muito frugal; o seu copo era de madeira enquanto os nossos eram de oiro e prata. Vestia-se com simplicidade, mas muito limpo. A liberdade de que gozavam os seus cavaleiros e a ausência de qualquer taxa, levava os Romanos a procurarem estabelecer-se em territórios Hunos".
As aspirações de Átila não eram de conquistar Roma mas sim enfraquecer o poder dos Romanos com pagamento de grandes tributos.
No auge do seu poder, este líder huno governava uma vasta área que compreendia a moderna Áustria, Hungria, Roménia e Sul da Rússia.
Por razões em que os historiadores não estão de acordo, Átila finalmente decidiu invadir o Império Ocidental.
Facilmente venceu os Gauleses, mas em 451, segundo a tradição, após a derrota frente ao General Aécio, (que tinha sido enviado por Valentiniano III para pôr termo à invasão Mongólia), e aos seus aliados Visigodos nos Campos Catalaúnicos (ou nos Campos Mauriacus, conforme sugerem alguns autores) resolveu invadir a Itália um ano depois, mas foi impedido pela fome e pelas pragas.
Depois continuou e a sua marcha foi reduzida pela resistência de algumas cidades, mas Milão e Pavia caíram em seu poder.
O Imperador, amedrontado, abandonou Ravena e refugiou-se em Roma.
A Cidade Eterna revia já novo desastre comparável ao saque da urbe por Alarico no início do século V.
Foi então que o Papa Leão I saiu ao encontro de Átila em 452 e o convenceu a abandonar os desígnios da tomada da cidade, e Átila, o "Flagelo de Deus" como lhe chamavam, desistiu.
A historiografia religiosa deu ao acontecimento uma aura de intervenção divina e, o que é importantíssimo, de sujeição do bárbaro à força da Igreja.
Esta última instituição aparecia então aos cidadãos romanos como o único baluarte capaz de resistir aos invasores, substituindo a autoridade desagregada do Império e exercendo uma acção civilizadora em relação aos povos bárbaros.
Hoje pensa-se que a atitude de Átila se deveu, por um lado, a um receio supersticioso de Alarico, morto após o saque de Roma, e, por outro, à considerável soma em dinheiro que recebeu.
Mas o que é certo é que Átila morreu no ano seguinte, em 453, devido a uma artéria que lhe rebentou, no dia do seu casamento com uma jovem bárbara.
Átila não fundou um Estado Mongólio nem destruiu Roma, mas atrasou a queda do Império Romano, obrigando os Romanos e os Godos a uma espécie de tratado de paz.
Com a morte de Átila, os Hunos voltaram para as planícies da Rússia, deixando livre acção às tribos Germânicas.
Esta é mais uma página da História em que a Igreja Católica, na pessoa do seu chefe, o papa, teve uma acção da maior importância para a sua época.
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