Foi triste ouvir da M.F. o relato de seus últimos dois anos com o falecido marido. Ele morreu de HIV. Ela se trata da mesma doença, sempre com sobressaltos. O marido a infectou.
Não foi falta de aviso da mãe, do pai, dos tios e dos amigos. O rapaz mexia com droga da pesada, mas ela o amava. Não quis ouvir. Casou-se com ele que jurou se cuidar e trouxe atestados de que estava totalmente livre da droga e de qualquer enfermidade. Dizia que se curara totalmente numa outra igreja onde, segundo ele, muitos se curam de HIV. Não era verdade. Quando a doença outra vez se manifestou, ela entrou em parafuso. Alguns meses depois ela também apresentou os sintomas. O tratamento deu certo para ela. Não deu para ele que definhou por seis meses.
Nenhum filho. Era o consolo dela. Aos vinte e nove anos, matrimônio de alto risco, voltou a ser católica e o padre não esconde o fato de que não há milagres garantidos, mas há bons tratamentos. Juntou a oração com os cuidados intensos das irmãs do hospital vizinho. Está bem, mas vive com medo. Tem dado algumas palestras a meninas, falando de sua louca teimosia de adolescente que a ninguém ouvia por conta do seu coração apaixonado. As meninas a ouvem, pensativas. No debate confessam que, às vezes, a paixão enlouquece uma garota e ela crê no que quer acreditar e não nos fatos.
Os fatos são estes. De cada 4 meninas com menos de vinte anos, 1 engravida. No Brasil de cada 100 moças que não chegaram aos vinte anos, 25 engravidam e menos de 5 abortam. É o que dizem os jornais. Quantas se contaminam com doenças sexuais transmissíveis? A camisinha nem sempre resolve, ou porque não a usam, ou porque os dois não a usam direito. O fato é que muita informação acaba como propagandas gritadas na televisão ou encavaladas na avenida. Todas são melhores, mais baratas e imperdíveis. Caem todas em descrédito. É mensagem demais a convidar para o sexo e mensagem de menos a sugerir que se cuidem e se contenham.
Foi o que disse M.F. – “Minha cabeça queria “ele” e queria sexo. Eu tinha certeza de que comigo não aconteceria nada. Deus me protegia! Quando ele estava morrendo, descobri que ele não se convertera coisa nenhuma. Falava só para me tranqüilizar. O primo dele me falou que o tempo todo ele tinha uma amante que morreu de gripe. Acho que ele a contaminou, ou ela a ele. Casei-me com um marido transmissor… Ele nunca pensou em mim!”…
Fonte Eletrônica;
http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/matrimonio/marido-transmissor
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