Por Brother Peter Dimond
Protestantes não acreditam que a Eucaristia é o corpo, sangue, alma e divindade reais de Jesus Cristo. Católicos acreditam que depois da consagração na Missa, “o Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está verdadeiramente, realmente, e substancialmente contido” na Eucaristia sob a aparência do pão e vinho (Concílio de Trento, Decreto sobre a Eucaristia). O apoio bíblico para o ensinamento católico sobre a Eucaristia é decisivo e inegável.
Em João, Capítulo 6, Jesus claramente diz que sua carne é comida e seu sangue é bebida, e que se deve comer sua carne e beber seu sangue.
João 6, 51-58: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente.”
Jesus diz repetidas vezes, em termos claros, que Sua carne é comida e Seu sangue é bebida. Ele diz que a não ser que se coma Seu corpo e beba Seu sangue não virá a nele ter a vida eterna.
Não-católicos alegam que as palavras em João 6 não devem ser entendidas literalmente. Eles alegam que Jesus estava falando apenas metaforicamente ou simbolicamente. Tal interpretação não é justificada pelo contexto de João 6. Além disto, é claramente refutada pelo que Jesus disse aos judeus imediatamente após eles expressarem sua descrença na ideia de comer Sua carne.
João 6, 52-53: “A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.”
Os judeus não acreditaram que fosse possível que Ele lhes desse Sua carne para comer. Eles diziam exatamente o que os protestantes estão dizendo hoje. Entretanto, Jesus repete a mesma mensagem, que é necessário realmente comer Sua carne e beber Seu sangue, e até em termos mais incisivos. Ele conta-lhes que se eles não comerem Sua carne e beber Seu sangue, eles não terão vida neles (João 6, 53).
Há mais que isso: em João 6, 54, a Bíblia troca a palavra phago (significando “comer”) para trogo (significando “mastigar” ou “consumir”) para não deixar qualquer dúvida que Jesus realmente queria dizer comer sua carne.
A palavra phago (significando “comer” ou “consumir”) é usada nove vezes no texto original grego de João 6, 23-53. Phago é suficiente para conduzir a ideia de comer a carne de Jesus. Imediatamente após os judeus expressarem sua descrença que Jesus pudesse querer dizer tal coisa, nós lemos (em João 6, 54) que Jesus trocou para uma palavra até mais incisiva e ilustrativa. A palavra por Ele então usada (em João 6, 54 e seguinte) é trogo. Essa palavra literalmente significa “mastigar ou consumir”. Portanto, para erradicar toda dúvida a respeito da necessidade de comer Sua carne, Jesus troca uma palavra que não quer dizer nada mais que literalmente comer (“mastigar, consumir”). A mesma palavra trogo é usada para querer dizer literalmente comer em Mateus 24, 38 e João 13, 18.
E a respeito de João 6, 63?
Diante de devastadora evidência em João 6 que a Eucaristia é o corpo real e sangue de Jesus, certos não-católicos procurarão por alguma coisa para combater. Eles apontarão João 6, 63.
João 6, 63: “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida.”
Eles alegam que isso indica que Jesus não realmente queria dizer que as pessoas comeriam Sua carne. Essa alegação não se sustenta, porém. É refutada pelos pontos seguintes:
Primeiro, sabemos que Jesus não está falando a respeito de Sua carne na parte do versículo onde Ele fala “a carne de nada serve”. Considere essa questão: a carne de Jesus nada serve? E a respeito de Sua Encarnação? Como Ele poderia falar de Sua própria carne como servindo de nada, quando Ele justamente diz repetidamente (João 6, 51 etc.) que Sua carne é a vida do mundo?
Se Jesus estivesse falando de Sua carne quando Ele disse que a carne de nada serve, então Ele estaria se contradizendo. Jesus estaria dizendo que Sua carne é a vida do mundo (João 6, 51 etc.) justamente antes de dizer-lhes que “de nada serve”.
Isso é impossível e ridículo. Jesus não estava falando de Sua carne quando Ele disse “a carne de nada serve”.
Depois de dizer-lhes que eles devem comer Sua carne e beber Seu sangue, muitos de seus discípulos o deixaram; isso prova que era claro a todos os presentes que Jesus disse e queria dizer que as pessoas devem comer Sua carne.
João 6, 60-68: “Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: Isso vos escandaliza? Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?... O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Mas há alguns entre vós que não crêem... Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. Ele prosseguiu: Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.”
Se Jesus não realmente quisesse dizer que as pessoas comessem Sua carne e bebessem Seu sangue, então Ele teria esclarecido Seu significado e interrompido esses discípulos de deixá-Lo por um mal entendido.
Protestantes admitem que o sangue do cordeiro Pascoal mencionado em Êxodo 12, que os hebreus haviam com ele marcado suas portas, significa Jesus como o Cordeiro de Deus sacrificado pelos pecados do mundo; Eles não percebem que Deus também mandou os hebreus comerem o cordeiro Pascoal.
Em Êxodo 12, nós lemos que Deus mandou os judeus marcarem suas portas com o sangue de um cordeiro. O anjo da morte, passando por todo o Egito, ignoraria as portas dos hebreus que foram marcados com o sangue.
Êxodo 12, 13: “O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal (de proteção): vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor, quando eu ferir o Egito.”
Protestantes e católicos reconhecem prontamente que o sangue do cordeiro Pascoal (um evento real) era também uma prefiguração de Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro Pascal. Ele é o verdadeiro Cordeiro que foi sacrificado. Seu sangue foi vertido para salvar o mundo. As pessoas devem receber o mérito de Sua paixão para serem salvas. O Novo Testamento repetidamente declara que Jesus é o “Cordeiro de Deus” que tira os pecados do mundo (João 1, 29; I Pedro 1, 19; Ap. 22, 1; Ap. 15, 3 etc.). São Paulo especificamente descreve Jesus como o Cordeiro Pascoal em I Coríntios 5, 7.
I Coríntios 5, 7: “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.”
João 1, 29: “No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
Não pode haver dúvida que o sangue do Cordeiro Pascoal é uma prefiguração do sangue de Jesus Cristo, e que o Cordeiro Pascoal é uma prefiguração de Jesus Cristo. Eis agora a parte interessante que pertence a esse assunto. Aos hebreus não era apenas mandado marcarem suas portas com o sangue do cordeiro; mas também comer o cordeiro!
Êxodo 12, 7, 8: “Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta das casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.”
Êxodo 12, 11: “Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Comê-lo-eis apressadamente: é a Páscoa do Senhor.”
A necessidade de consumir o cordeiro Pascoal nos mostra a necessidade de comer a carne do Filho do Homem na Eucaristia. Não basta ser marcado com o sangue do Cordeiro; deve-se também consumir o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, para ser salvo. É necessário recebê-Lo na Eucaristia. Ele se torna presente em uma válida Missa Católica. É também interessante que ninguém que não era da família de Deus poderia comer o cordeiro (Êxodo 12, 43-45), assim como ninguém que não é da verdadeira fé pode receber a Eucaristia.
A Eucaristia não pode ser simplesmente pão comum; de outra forma, ela seria inferior a seu tipo do Antigo Testamento, o maná no deserto, que apareceu sobrenaturalmente.
Não pode haver dúvida que o maná no deserto (Êxodo 16) prefigurava a Eucaristia. Jesus faz uma conexão entre os dois no capítulo 6 de João.
João 6, 48-51: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.”
Jesus faz referência ao maná no deserto, e depois diz que Sua carne é o verdadeiro maná do Céu. O maná no deserto era pão, mas pão que apareceu miraculosamente. Caiu todos os dias, exceto sábado, por 40 dias que os hebreus estavam no deserto. Apresentou-se como se tivesse caído do Céu.
Jesus diz: “Esse é o meu Corpo” e “Esse é o meu Sangue”; Ele não diz: isso é apenas um símbolo de meu corpo e sangue.
Mateus 26, 26-28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lhe, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.”
Marcos 14, 22-24: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lhe, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lhe, e todos dele beberam. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos.”
Lucas 22, 19-20: “Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lhe, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós...”
As palavras “fazei isto em memória de mim” (Lucas 22, 19) não sugerem que a Eucaristia é simplesmente um símbolo. A palavra grega para “memória” é anamneses. Tem um significado sacrificial. É uma das oferendas sacrificiais do Antigo Testamento. Significa tornar presente novamente como uma oferenda sacrificial. Jesus está dizendo-lhes para oferecer Seu corpo e sangue reais ao Pai como um sacrifício memorial.
A linguagem de Jesus corresponde àquilo de Moisés em Êxodo 24, no fundamento do Primeiro Pacto, que tinha sangue real.
A instituição da Eucaristia (que nós lemos a respeito de Mateus 26, Marcos 14 e Lucas 22) claramente corresponde à instituição do primeiro pacto em Êxodo 24.
Êxodo 24, 8: “Moisés tomou o sangue para aspergir com ele o povo: ‘Eis, disse ele, o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, conforme tudo o que foi dito.’”
Mateus 26, 26-28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.”
Note a similaridade da linguagem entre as instituições dos dois pactos. Jesus institui o Novo Pacto em Seu sangue sobre o mesmo padrão que Moisés instituiu o primeiro pacto. O Novo Pacto de Jesus toma o lugar do Antigo, e será o Novo e Eterno Pacto. Mas se o sangue referido por Jesus não é o sangue real – mas simplesmente um símbolo, como dizem os protestantes – então o Novo Pacto seria inferior ao Antigo, pois a instituição do Antigo Pacto envolveu sangue real.
A passagem I Coríntios 10 claramente ensina que a Eucaristia é uma participação no Corpo e Sangue reais de Cristo.
I Coríntios 10, 16: “O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?”
São Paulo é claro [ao afirmar] que a Eucaristia é o corpo e sangue reais de Jesus Cristo.
A passagem I Coríntios 11 diz que receber a eucaristia indignamente é pecado contra o corpo e sangue reais do Senhor.
I Coríntios 11, 26-29: “Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.”
De acordo com o claro ensinamento da Bíblia, aquele que recebe a Eucaristia indignamente é culpado do corpo e sangue do Senhor. São Paulo diz que uma pessoa come e bebe a danação por receber a Eucaristia sem as disposições e discernimentos próprios. Se a Eucaristia é simplesmente um pedaço de pão e algum vinho, tomado em memória de Cristo, como poderia alguém que o recebe impropriamente ser encontrado culpado do corpo e sangue do Senhor? Obviamente não seria acreditado culpado do corpo e sangue de Cristo, a menos que a Eucaristia seja realmente o corpo e sangue de Cristo.
Santo Inácio de Antioquia (um dos padres apostólicos geralmente reconhecidos pelos protestantes) disse o seguinte a respeito de um grupo de heréticos que negaram que a Eucaristia fosse a carne de Cristo. Ele estava se referindo ao docetistas, que também negavam a realidade da Encarnação e a Crucifixão.
Santo Inácio de Antioquia, Epístola aos Esmirneanos, Capítulo 7, 110 DC – “Eles abstêm-se da Eucaristia e da oração, porque eles não confessam a Eucaristia ser a carne de Nosso Salvador Jesus Cristo, que sofreu por nossos pecados e a quem o Pai ressuscitou por Sua bondade.”
Fonte: The Bible Proves the Teachings of the Catholic Church, pp. 1- 7
Disponivel no site: Mídia Católica
Fonte Eletrônica;
Nenhum comentário:
Postar um comentário