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domingo, 5 de agosto de 2012

Crítica Literária: Soberania ou Submissão?

NOVA IORQUE, 3 de agosto (C-FAM) O Senado dos EUA poderá votar nesta semana a ratificação do mais recente tratado de direitos humanos da ONU, sobre pessoas com deficiências. Importa realmente se os EUA ratificam tais tratados? Um recente livro publicado por um intelectual de longa data em Washington DC diz que importa muito. John Fonte do Instituto Hudson argumenta que cada tratado drena o sangue vital de nações democráticas ao armar uma legião de ativistas que querem substituir a soberania pelo governo mundial.

Fonte diz que mais de cem países já adotaram cotas sexuais para cargos eletivos depois de ratificar a Convenção sobre a Eliminação de Discriminação contra as Mulheres (conhecida pela sigla em inglês CEDAW). Vinte e duas ações mudaram suas leis sobre assistência à infância. E a Noruega exige que 40% das diretorias de empresas sejam fixadas na base de sexo.

A principal questão do livro é também seu título: Sovereignty or Submission: will Americans Rule Themselves or Be Ruled By Others? (Soberania ou Submissão: os Americanos Governarão a Si Mesmos ou Serão Governados por Outros?) Além das questões sociais incluídas nos tratados da ONU, Fonte demonstra como os tomadores de decisões nos EUA já abdicaram considerável autoridade sobre as leis de guerra, as políticas americanas para com Israel, o Tribunal Criminal Internacional e políticas internas de imigração.

Os tomadores de decisões não conseguem ver a ameaça porque não entendem quanto o contexto legal global mudou do “direito internacional” pós-guerra, cujo objetivo era reduzir a fricção entre as nações, para as forças de hoje de “direito transnacional” que buscam impor normas universais sobre Estados soberanos. Fonte demonstra a transformação em quatro capítulos muito fáceis de ler sobre a história da filosofia política ocidental. Em seu prefácio no livro, John O’Sullivan, ex-editor executivo da Rádio Europa Livre, diz que a atual luta é a terceira tentativa no século passado de “vender governo das elites sob pretextos democráticos”.

A diferença é que os revolucionários de hoje trabalham às escondidas. “O governo mundial é a ideologia que ousa não dizer seu nome”, comenta John O’Sullivan. Organizações não-governamentais, as “tropas de choque” do governo mundial, têm um relacionamento simbiótico com funcionários de organizações internacionais como o Secretariado da ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, diz Fonte.

Os globalistas de hoje raramente expõem seus interesses essenciais ao debate público, mas em vez disso escondem seus objetivos em termos de “direitos humanos universais”. De início esses termos parecem nobres o suficiente, libertando o mundo da escravidão e do genocídio, mas o sistema de governo mundial por sua natureza sempre expande seu alcance. Quarenta por cento da agenda parlamentar da Inglaterra simplesmente aprovam sem questionar as leis que já haviam sido estabelecidas pela União Europeia, um legislador disse para Fonte, e a estatística estava em uns 60-70% na Áustria. A União Europeia é tanto o melhor exemplo do mundo de governo mundial quanto seu promotor mais forte em conferências da ONU.

Se a “legitimidade moral global” é o centro de gravidade do governo mundial, sua principal vulnerabilidade é o “liberalismo e a nação-estado democrática” em que a soberania está alicerçada não no Estado, mas no povo, diz Fonte, que no fim das contas decide o que é moralmente legítimo.

E assim os americanos estão numa bifurcação na estrada. Os senadores dos EUA que estão considerando ratificar o Tratado de Deficiências da ONU nesta semana estão, à luz da análise de Fonte, trancados num “conflito irreconciliável entre soberanistas democráticos e defensores do governo mundial”. Os defensores do governo mundial veem o inevitável declínio americano e buscam estabelecer as leis globais por meio de acordos internacionais, aparentemente esperando que uma China autoritária lhes obedeça quando o poder dos EUA for diminuindo.

No final, Fonte pergunta por que os americanos ou qualquer nação democrática trocariam sua democracia liberal por um governo mundial. Ele coloca o ônus da prova nos transnacionalistas de provar por que a submissão é melhor do que a soberania.

Tradução: Julio Severo

FONTE ELETRÔNICA;


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