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terça-feira, 7 de agosto de 2012

A cegueira na inteligência dos protestantes

Me entristeço cada vez mais quando troco email com irmãos protestantes acerca das coisas da fé. Os argumentos deles continuam baseados em "achismos", teses fantásticas, ginásticas mentais e outros tantos recursos que uma mente obscurecida da razão se utiliza para fundamentar o infundamentável e defender e o indefensável.

Vejamos alguns exemplos desta loucura:

- Embora os cristãos que ouviram a pregação do Evangelho da boca dos próprios Apóstolos, foram seus seguidores e discípulos, tenham deixado para nós o testemunhho da fé da Igreja Primitiva, eles preferem o testemunho dos Reformadores que nasceram 1500 anos depois e que nem conheceram os Apóstolos.

- Embora mostremos através de documentos históricos, escritos antigos, que a Igreja Católica sempre teve autoridade para definir questões de fé e moral para todos os cristãos (um exemplo são as definições dos Concílios Ecumênicos) , eles dizem que somente a Bíblia possui esta autoridade, como podem dizer isto, quando sabem que foi a Igreja Católica que definiu a Bíblia através da autoridade que eles dizem que a Igreja não tem?

- Todos já ouviram falar sobre os Concílios Ecumênicos (eram as reuniões dos Bispos do mundo inteiro para tratar de alguma divergência doutrinária surgida no ceio da Igreja) e sabem que a Igreja Antiga utilizava dos Concílios para resolver questões de fé e moral. No entanto alegam que a Igreja não tem qualquer autoridade para defnir questões de fé e moral, que isto é papel da Bíblia, sabendo que esta foi definida nos Concílios Ecumênicos pela Autoridade que dizem que a Igreja não tem.

- Alegam (de forma totalmente arbitrária) que a Igreja Católica definiu a Bíblia nos Concílios para fazer dela a única Regra de fé e não aceitam 7 livros do AT que constam na Bíblia que a Igreja definiu.

- Para os protestantes históricos, as confissões protestantes históricas possuem autoridade para definir seu corpo doutrinário, mas a Igreja Católica que sempre definiu questões de fé e moral para todos os cristãos, como foi muito bem registrado na história dos Concílios, não tem esta autoridade.

- Consideram a Igreja Católica traídora do Evangelho e quando vivem dentro do Protestantismo uma verdadeira Babel Bíblica.

- Alegam que a Igreja deve ser sempre legitimada pela Bíblia quando sabem que a legitimação da Bíblia dependeu da Igreja.

- Sabem que desde o Concílio Regional de Hipona (393 d.C) e do Concílio Ecumênico de Cartago (431 dC) a Igreja Católica reconhece os livros 7 livros deuterocanônicos do AT como canônicos, mas continuam afirmando que a Igreja incluiu estes livros na Bíblia durante o Concílio de Trento.

- Sabem que os 7 livros deuterocanônicos do AT constam na Bíblia de Guttember (primeiro livro impresso da história. 1460 dC) que é anterior à Reforma, e dizem que estes livros nunca estiveram na Bíblia e que foram incluídos pela Igreja durante o Concílio de Trento.

- Embora alguns tenham a oportunidade de conhecer os escritos dos primeiros cristãos e que 90 % destes escritos dêem testemunho de que a Tradição dos Apóstolos e o Magistério da Igreja sempre foram considerados também como Palavra de Deus, preferem ficar com os 10% que aparentam fundamentar a fé na Sola Scritpura.

- Embora demonstremos que qualquer ponto doutrinário da fé católica apresenta seu paralelo na fé da Igreja Primitiva (mostrando a fé Primitiva através dos escritos dos primeiros Cristãos), preferem ficar com o que entenderam da Bíblia e ainda alegam que este entendimento é a autência fé Primitiva.

Quem lê os itens acima vai pensar que é coisa de doido, mas eu acho isso náo é doidice não... é bem mais grave. Me lembra algo que aconteceu no tempo do Profeta Isaías:

"O boi conhece o seu possuidor, e o asno, o estábulo do seu dono; mas Israel não conhece nada, e meu povo não tem entendimento." (Is 1,3)

Algo fechou o entendimento de nossos irmãos protestantes para a Verdade. Faz-se oportuno aqui transcrever um trecho de uma bela obra:

"A naja é uma serpente terrível. Ela cospe seu veneno a dois metros de distância. Apontando para os olhos da vítima, cega-a, temporária ou definitivamente, e assim essa se torna presa fácil.

Desde as nossas origens, a serpente tem o triste privilégio de representar o demônio, em razão da malícia e da mordida mortal que a caracteriza. Parece no entanto que, passados alguns séculos, a técnica demoníaca evoluiu. Não contente em nos morder o calcanhar, como a víbora, descobriu um veneno que nos cega. A víbora tornou-se naja. Vejamo-lo.

No início do Cristianismo, o demônio atacava a fé suscitando heresias. Mas a Igreja valeu-se dessas negações fazendo delas ocasiões para proclamar seus dogmas, ainda com mais clareza. "Oportet haeresses esse", é preciso [conveniente] que haja heresias (1 Cor. 11, 19). Para fazer surgir almas e uma Igreja negadoras do objeto da fé, seria preciso cegar a inteligência humana, tornar-lhe impossível qualquer contato com o verdadeiro. Assim fazendo, a fé se diluiria no relativismo, as almas se perderiam sem o saber.

Como é fácil de constatar, o atentado obteve êxito.

Quem nunca fez a seguinte experiência: falar durante uma hora com uma pessoa com o propósito de levá-la de volta à Igreja; argumentar com toda a sabedoria; responder claramente a todas as suas objeções; e, no entanto, ouvi-la dizer ao desperdir-se: "Tudo o que você disse é interessante, mas é a sua verdade. O que importa é estar bem onde nos encontramos"? Ou: "Muito bem... tudo isso é verdade... no passado".

Essas reflexões revelam um mal profundo e universal. De fato, dizer que a verdade é subjetiva é atentar contra a nossa própria inteligência, na sua estrutura íntima e nos seu exercício natural. É interditar qualquer conhecimento verdadeiro.

Nesta análise, seguiremos o Papa S. Pio X na sua Encíclica Pascendi (8 de dezembro de 1907). Sua Santidade enxergou numa falsa teoria do conhecimento - o agnosticismo - o ponto de partida do modernismo (§6). E assim resume suas causas: "Trata-se da aliança da falsa filosofia com a fé [cega], as quais, ao se misturarem, formam uma massa [densa, opaca, gigantesca e mostruosa] cheia de erros, danificando o sistema da fé" (§58).

Entre os remédios contra o modernismo, S. Pio X destaca, como "o melhor", "o ensino da filosofia que nos legou o Doutor Angélico" (Santo Tomás). E advertiu os professores "de que desprezar Santo Tomás, sobretudo nas questões metafísicas, traz prejuízos graves" (§63). ".

(A VERDADE , Ir. Jean-Dominique, O.P., Edições Santo Tomás, 2003.)

Aí está, meus irmãos, o drama moderno que nós vivemos. Como falar a alguém que está lesado no seu "DNA da inteligência"?

Mais uma vez, tenho que dar razão ao meu amigo e professor Carlos: "Onde não há virtudes naturais a graça não pode operar".

FONTE ELETRÔNICA;


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