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sexta-feira, 4 de março de 2011

Jesus condenou a Tradição? EB

Revista: "Pergunte e Responderemos"

D. Estevão Bettencourt, osb

Nº 7 - Ano 1958 - p. 280

"Jesus não terá condenado a Tradição em Mt 15, 1-9; Mc 7, 1-13?"

Eis aqui o texto de São Marcos (7, 1-9), que é o mais explícito (tradução de Ferreira de Almeida):

"E ajuntaram-se a Jesus os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. É, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; e, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos e os jarros e os vasos de metal e as camas.

Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: "Porque não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?" E ele, respondendo, disse-lhes: "Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas". E dizia-lhes: "Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição."

Não será preciso refletir muito sobre o texto para se perceber seu significado. A resposta que Jesus dá aos fariseus mostra que o Senhor de modo nenhum intencionou entrar no tema do valor da Tradição como tal, mas voltou sua atenção exclusivamente para a Tradição como era cultivada pelos fariseus. Cristo estava em presença de adversários que, cheios de si, presumindo de sua sabedoria e justiça, não desejavam ser iluminados e instruídos acerca das bases e do espírito da religião dos fariseus, o apego à tradição era reprovável, porque se tornava motivo de derrogar aos preceitos de Deus, servindo de capa à hipocrisia e a vontade própria. Ficou fora de discussão a questão da autoridade da tradição não farisaica.
Ora justamente a Igreja reconhece haver tradições aberrantes, entre as quais as que derrogam à Palavra explícita de Deus ou concorrem para dissimular o pecado e o vício.


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