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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Crença Baha´i - EB Parte 2

2. As apostilas da doutrina Bahá'i dizem que em 1844 os cristãos aguardavam a volta de Jesus à terra, baseando-se, para tanto, numa profecia de Daniel. - Na verdade, não eram todos os cristãos que aguardavam a Segunda vinda de Cristo naquele ano, mas apenas um pequeno grupo, que nos Estados Unidos da América do Norte seguiu o líder Guilherme Miller (+ 1849). Este, depois de passar pela escola do racionalismo, se convertera à denominação protestante dos Batistas. Miller lia em Dn 8,14: "(A abominação durará) até duas mil e trezentas tardes e manhãs; a seguir, o santuário será purificado". Neste texto muito enigmático, tomando as "tardes e manhãs" por anos, julgava que Cristo viria instaurar o milênio no ano de 2300 a partir da data do oráculo, ou seja, a partir de 457 a.C.; o que eqüivalia a dizer que o Senhor voltaria para instaurar justiça e paz no ano de 1843 da nossa era ou, mais precisamente, entre março de 1843 e março de 1844. Quando em 1831 a profecia de Miller começou a ser propalada, suscitou muitos adeptos entusiastas, principalmente entre batistas e metodistas, os quais passaram a ser chamados adventistas (uma chuva de asteróides, em 1833, parecia ser o abalo de estrelas - prenúncio do fim). Todavia o ano de 1843 trouxe a grande decepção aos 50.000 discípulos! Miller continuou a afirmar que o Senhor não tardaria; S. Snow refez os cálculos, anunciando o fim do mundo para 22 de outubro de 1844; em conseqüência, em certas regiões dos EE.UU. da América do Norte, camponeses e operários abandonavam o trabalho, e passavam as noites ao relento, esperando com impaciência febril a vinda de Cristo; a desilusão sofrida ainda foi mais amarga. Os adventistas até hoje conservam a crença no próximo regresso do Senhor; alguns dizem que o prazo previsto por Daniel de fato terminou em 1844, mas que Cristo ainda está a purificar o santuário; virá logo depois de completar esta obra"

De resto, chama a atenção como os textos de difusão da crença Bahá'i no Brasil apresentam a mensagem desta como se fosse realmente a consumação do Cristianismo; o leitor inadvertido é propenso a ver na pregação bahá'i a continuidade da fé cristã - o que é falso.

3. Os discípulos de Bahá'u'llah apelam ... para o texto mesmo do Evangelho de Jesus Cristo, para tentar mostrar que este não constitui senão uma etapa provisória na história das revelações divinas.

Os trechos focalizados são as seguintes palavras de Jesus na última ceia:

Jo 14,25s: "Eu vos disse estas coisas, estando ainda convosco. O Paráclito, porém, o Espírito Santo, que o Pai mandará em meu nome, Ele vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo que eu vos disse".

Jo 16,12s: "Tenho ainda muitas outras coisas a dizer-vos, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos levará à verdade completa. Não falará por si mesmo, mas vos dirá tudo que tiver ouvido e vos dirá tudo que tiver ouvido e vos anunciará o que há de acontecer".

Estes textos não forneceriam base para a concepção bahá'i da Revelação progressiva ?

A fim de se perceber o seu alcance, faz-se mister considerá-los separadamente.

a) Em Jo 14,25s, Jesus dá por encerrada a sua missão doutrinária; está tão próximo da morte que as suas comunicações com os Apóstolos há lhe parecem pertencer ao passado. Não obstante, Ele sabe que seus ouvintes estão longe de haver compreendido tudo. Quem então prosseguirá a missão de Jesus? - Será o Espírito Santo, que o Pai celeste há de enviar em nome de Cristo, ou seja, para substituir Cristo e falar em nome de Cristo (cf. Jo 14,25s). A função do Espírito Santo, diz Jesus, consistirá não apenas em preservar do esquecimento os ensinamentos do Divino Mestre, mas também em ajudar a penetrar o sentido de tais ensinamentos. - Pergunta-se: esta promessa de Jesus visava aos Apóstolos apenas ou também aos seus sucessores no corpo docente da Igreja até o fim dos séculos? Esta última sentença merece franca preferência, pois é claramente sugerida pelo contexto do capítulo 14; este consigna promessas várias referentes aos tempos de ausência do Senhor, extensivas portanto ás gerações que se deviam seguir aos Apóstolos. Note-se, porém: a missão do Espírito Santo é determinada com precisão; limita-se àquilo que Jesus ensinou, não consiste em comunicar verdades novas ou em fazer ulteriores revelações, mas em ilustrar o sentido profundo das proposições ensinadas por Cristo. Justamente baseando-se na assistência do Espírito Santo, a Igreja tem sabido, no decorrer dos séculos, tirar do depósito revelado por Cristo modalidades doutrinárias antigas e novas; Ela está habilitada a dar, em todos os tempos, juventude e vigor à única mensagem do Evangelho, sem ter que aguardar nova revelação divina no curso da história.

b) Passemos agora aos dizeres de Jo 16,12s. Não são propriamente paralelos aos de 14,25s; supõem que os Apóstolos não estejam, no momento, devidamente capacitados para entender tudo que Jesus lhes quer ensinar; em conseqüência, promete o Senhor que, mais tarde, o Espírito Santo completará os ensinamentos de Cristo, não somente ilustrando e aprofundando, mas também estendendo os mesmos, a fim de levar os ouvintes à plenitude da revelação cristã. Neste contexto, o Espírito Santo aparece, sim, como Portador de verdades novas, não comunicadas por Cristo, verdades que os Apóstolos, ainda comparáveis a criancinhas na ordem sobrenatural, não poderiam assimilar diretamente dos lábios de Jesus. Depois de Pentecostes, tal incapacidade já não se verificaria; os Apóstolos então estariam aptos a entender a plenitude da mensagem do Evangelho que o Espírito Santo lhes haveria de comunicar. Quanto aos sucessores dos Apóstolos, já não se ressentiriam da insuficiência momentânea em que se achavam os Apóstolos por ocasião da última ceia, pois começariam a conhecer o Cristo depois de Pentecostes, isto é, depois que o Espírito Santo tivesse derramado a sua presença e os seus dons sobre a Igreja.

Por conseguinte, a comunicação de novas verdades anunciada por Jesus em Jo 16,12s se restringe aos Apóstolos apenas, não se estende aos seus sucessores; com a geração dos Apóstolos encerrou-se a revelação divina proposta por Cristo e pelo Espírito Santo. Não há dúvida, nos decênios que transcorreram entre a Ascensão do Senhor (a. 33?) e o fim da geração dos Apóstolos, o Espírito Santo comunicou a estes verdades que anteriormente não teriam compreendido (daí falar-se, na Igreja, de "tradições divino-apostólicas", válidas como regra de fé ao lado das tradições escritas ou do Evangelho). Jesus, de resto, frisava bem que esse ensinamento do Espírito Santo não seria estranho nem heterogêneo em relação ao de Cristo; antes procederia da mesma fonte suprema, ou seja, do Pai celeste ...: "Não falará por si mesmo, mas vos dirá tudo que tiver ouvido e vos anunciará o que há de acontecer ... Receberá do que é meu, e vo-lo anunciará" (Jo 16,13s).

Os Apóstolos, por sua vez, tinham consciência de que a mensagem do Evangelho é a definitiva comunicação de Deus aos homens na história deste mundo. Era tal consciência que eles exprimiam quando afirmavam que "os últimos tempos ou a última hora haviam chegado" (cf. 1 Jo 2,18; 1 Pdr 4,17). "Último", no caso, não significa posição noa ordem cronológica (não insinua, portanto, proximidade do fim do mundo), mas designa a fase definitiva da história religiosa do gênero humano: após a vinda de Cristo não se espera mais nenhuma revelação oficial de Deus aos homens nem algum novo estatuto de salvação. A história do mundo poderá ainda protrair-se por milênios ...; o Senhor Deus, porém, não mudará essencialmente os meios de salvação outorgados mediante a pregação e a cruz de Cristo.

4. Por fim, ainda uma observação parece oportuna. Pode-se verificar que os movimentos religiosos ou as "religiões novas", em nossos tempos, não raro se apresentam cada qual como "religião de cúpula" ou "consumação dos credos anteriores"; pretendem dar em plenitude aquilo que dizem estar esfacelado de maneira infantil nos demais sistemas religiosos. Para congregar todos os homens sob a sua égide, esses novos credos reduzem ao mínimo as suas proposições doutrinárias e insistem principalmente na ética natural, ou seja, na reta conduta de vida que a consciência por si mesma incute a todo indivíduo. Tal posição parece magnânima e generosa; na verdade, é capciosa; sob o rótulo de plenitude e maturidade religiosas, bajula, de um lado, o orgulho e, de outro lado, a tendência dos homens ao menor esforço. Sim; tais modalidades de religião, em que o subjetivo prepondera sobre o objetivo são relativamente cômodas; na realidade, eqüivalem a apostasia religiosa camuflada; são, por parte do homem, o desvirtuamento ou o abandono do autêntico senso religioso ... Em tais movimentos modernos, a Religião deixa de constituir algo de absoluto; vem a ser considerada como sistema de morigeração e beneficência, que o homem é livre de fundar, fundir, refundir e desfazer, segundo o seu bom senso pessoal. Deus passa a ser praticamente tratado como projeção da mente humana, não como Criador e Absoluto Senhor, do qual o homem tenha que aprender, por meio de sinais objetivos e concretos, a prática da Religião ou o caminho de volta ao seu Autor!

Com estes dizeres damos por caracterizada a posição fundamental da fé Bahá'i. Se tal atitude se manifesta precária, precária ou errônea há de ser a nova fé ou a pretensa "religião de cúpula".





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