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sábado, 8 de setembro de 2012

Cura da “árvore genealógica”: Catolicismo ou Evangelicalismo pseudo-Católico?

A Ortodoxia não deve ser uma prática limitada a uma “elite” católica, favorável por exemplo ao Rito Tridentino, à celebração do Santo Sacrifício da Missa no Latim, etc… Ela é, na verdade, simplesmente a conformidade com as práticas retas da religião. Assim, o católico ortodoxo é aquele que crê e pratica o que é correto no catolicismo segundo o Magistério da Igreja e não segundo a sua própria opinião, ou aquela do seu pároco.

Assim, o post de hoje trata de investigar a “ortodoxia” de uma prática cada vez mais comum na Igreja católica, principalmente nos meios carismáticos: o ministério de “Cura da Árvore Genealógica”. Seria isto algo verdadeiramente católico ou apenas uma influência nascida do Evangelicalismo Protestante?

Uma breve explicação sobre o que é a crença de “cura da árvore genealógica se faz necessária, para que que não haja confusão com os conceitos de contrição e arrependimento do pecado, que por sua vez, geram a “cura” do espírito e restauram ao indivíduo as graças provenientes de Deus e promovem sua reconciliação com altíssimo.

Os adeptos da “cura genealógica” defendem que o indivíduo pode herdar tanto o hábito como a consequência dos pecados cometidos por seus antepassados. Assim, eles creem que uma pessoa e mesmo famílias inteiras, podem sofrer de uma determinada enfermidade ou vício não apenas como conta de suas própria ações, mas das ações pecaminosas dos seus familiares que partiram desta vida. Nesse sentido, eles creem que devem orar a Deus não apenas para a própria cura, mas para a cura dos mortos, para então serem libertos de seu sofrimento presente e futuro.

O que a Igreja ensina sobre a “cura da árvore genealógica”?

Não há nenhum ensinamento do Magistério da Igreja sobre a cura espiritual de gerações passadas. De fato, essa crença contradiz o que a Igreja ensina a respeito dos Sacramentos do Batismo e da Confissão ou Reconciliação.

1213. O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito(«vitae spiritualis ianua – porta da vida espiritual») e a porta que dá acesso aos outros sacramentos. Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na sua missão (4). «Baptismos est sacramentam regeneratiorais per aquam in Verbo – O Baptismo pode definir-se como o sacramento da regeneração pela água e pela Palavra» (5).

1227. Segundo o apóstolo São Paulo, pelo Baptismo o crente comunga na morte de Cristo; é sepultado e ressuscita com Ele:

«Todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo baptismo na morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm6, 3-4) (26).

Os baptizados «revestem-se de Cristo» (27). Pelo Espírito Santo, o Baptismo é um banho que purifica, santifica e justifica (28).

1228. O Baptismo é, pois, um banho de água, no qual «a semente incorruptível» da Palavra de Deus produz o seu efeito vivificador (29). Santo Agostinho dirá do Baptismo: «Accedit verbum ad elementum, et fit sacramentam – Junta-se a palavra ao elemento material e faz-se o sacramento» (30). (Catecismo da Igreja Católica)

A Igreja ensina que o único pecado herdado é o pecado original, que como vimos é lavado pelas águas do batismo. Ela ensina ainda que pela confissão somos perdoados dos pecados cometidos após o batismo e através deste sacramento somos curados por Cristo. A Igreja ensina que se por meio do batismo somos “revestidos” de Cristo e purificados e recebemos a vida nova de Cristo, pelo pecado podemos podemos enfraquecê-la e até perdê-la. Assim a Igreja administra um verdadeiro Sacramento de Cura, o Sacramento do Reconciliação, pela confissão sacramental.

1421. O Senhor Jesus Cristo, médico das nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe restituiu a saúde do corpo (Cf. Mc, 2, 1-12.) quis que a sua Igreja continuasse, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação, mesmo para com os seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramente da Penitência e o da Unção dos enfermos.

Assim, de acordo com os ensinamentos da Igreja, se aceitarmos a chamada “cura genealógica” como uma prática necessária porque espíritos malignos são passados de uma geração para outra, somos também obrigados a rejeitar os Sacramentos do Batismo e da Reconciliação administrados pela Igreja Católica. Estaríamos de certa forma a rejeitar, por exemplo, o poder da prece do exorcismo recitada no ato do batismo, bem como o poder da prece de absolvição recitada no confessionário ao penitente verdadeiramente contrito, pois não é possível acreditar ao mesmo tempo nos Sacramentos do Batismo e Reconciliação e na necessidade da “cura genealógica”.

Entretanto, a “teologia” da cura genealógica, inicialmente nascida do protestantismo e agora difundida entre católicos leigos e sacerdotes, parece buscar suporte em Escrituras como Êxodo 34: 6-7 e 20:5-6 ou ainda Deutoneurônio 5:9-10 para defenderem sua crença. O problema com esse argumento é que nessas passagens Deus dirigi-Se diretamente à Nação judia com relação à sua idolatria, não à indivíduos. Por seu papel especial na história da Salvação, o povo Judeu tinha também uma responsabilidade especial, deveria ser um bom exemplo para outras nações, o luzeiro do mundo. Assim, Deus prometeu castigar os pecados de toda a nação, até mesmo as gerações futuras, até que arrependessem de seu pecado e honrassem a aliança feita com Deus de ser o Seu povo. O povo Judeu deveria cumprir seu papel perante todas a nações e ser um povo santo, assim como Deus é Santo. Um estudo mais aprofundado da Bíblia, como as profecias do livro de Ezequiel 38, por exemplo, mostra que a punição à Israel vem também com a renovação de uma promessa que Deus fizera já no livro do Gênesis, de enviar um Salvador, o Santo de Israel, por meio de quem todos os pecados seriam perdoados, e até os gentios seriam salvos, nosso Senhor Jesus Cristo.

Assim, todo o foco de nossa cura deve estar concentrado na fé e confiança no poder restaurador de Cristo. Se pelo pecado nos afastamos de Deus e com isso sofremos de aflições tanto físicas como espirituais, em Cristo e só nele, encontramos o perdão e a cura das nossas enfermidades.

Não rejeitemos, contudo, o poder da oração, da oferta de Missa e do ato sincero de contrição. Mas, saibamos que somos responsáveis apenas pelos próprios pecados e por causa deles sofremos. Isso não deve nos impedir de oferecer orações e sacrifícios para a conversão daqueles em nossa família que por ventura ainda não reconciliaram com Deus e vivem na escuridão do pecado, pois o pecado grave nos aparta de Deus e causa a morte (espiritual), como vemos em Ezequiel 18:

O pai, que praticou a violência, que roubou e maltratou o seu povo, é que deverá morrer por causa do seu próprio pecado.19.Mas ainda perguntais: “Porque é que o filho não é castigado pelo pecado do pai?” Ora, o filho praticou o direito e a justiça, guardou os meus estatutos e pô-los em prática. Por isso, ele permanecerá vivo.20.O indivíduo que peca, esse é que deve morrer. O filho nunca será responsável pelo pecado do pai, nem o pai será culpado pelo pecado do filho. O justo receberá a justiça que merece e o injusto pagará pela sua injustiça.21.Se o injusto se arrepende de todos os erros que praticou e passa a guardar os meus estatutos e a praticar o direito e a justiça, então permanecerá vivo, não morrerá.22.Todo o mal que ele praticou nunca mais será lembrado, e permanecerá vivo, por causa da justiça que praticou

FONTE ELETRÔNICA;


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