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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Defendendo os Deuterocanônicos PARTE 2

Reescrevendo a história da Igreja
Anos mais tarde eles até iniciaram a propagação do mito de que a Igreja Católica “adicionou” estes sete livros à Bíblia no Concílio de Trento.
Os protestantes também tentaram distorcer as evidências patrísticas em favor do deuterocanônicos. Alguns superficialmente afirmam que os Pais da Igreja não os aceitavam, enquanto outros fazem reivindicações comedidas que certos importantes pais, como Jerônimo, também não os aceitava.
É verdade que Jerônimo, e poucos e isoladas escritores, não aceitavam alguns deuterocanônicos como inspirados. Entretanto, Jerônimo fora persuadido, contra sua convicção original, a incluir os deuterocanônicos em sua edição Vulgata pelo fato de que os livros eram comumente aceitos e era esperado que fossem incluídos em todas as edições da Bíblia.
Além do mais, deve ser documentado que em anos mais tarde Jerônimo de fato aceitou certos deuterocanônicos como inspirados. Em sua resposta a Rufino, ele defendeu bravamente as partes deuterocanônicas de Daniel mesmo que os judeus de seu tempo não o fizessem.
Ele escreveu, “Que pecado eu cometi se segui o julgamento da Igreja? Mas ele que traz acusações contra mim por relatar as objeções a que os judeus estavam acostumados a formar contra a história de Susana… e a história de Bel e o dragão, que não se acham nos volumes hebraicos, provam que ele é apenas um bajulador insensato. Eu não estava relatando minha própria visão, mas antes as questões que eles (os judeus) estavam acostumados a fazer contra nós” (Contra Rufinus 11,33 [402 d.C.]). Desta forma Jerônimo reconheceu o princípio pelo qual o cânon foi fixado – o julgamento da Igreja, não dos judeus.
Outros escritores protestantes citam como objeção aos deuterocanônicos, que Atanásio e Orígenes não os aceitavam. Ora, Atanásio aceitava o livro de Baruc (Festal Letter 39) e Orígenes aceitava todos os deuterocanônicos, mas simplesmente recomendava não os usar nos debates com os judeus.
Contudo, apesar de alguns disparates e hesitações de alguns escritores como Jerônimo, a Igreja permaneceu firme em sua afirmação histórica sobre os deuterocanônicos como inspirados e vindos com os apóstolos. O protestante J.N.D. Kelly afirma isto apesar da dúvida de Jerônimo:
“Pela grande maioria, porém, os escritos deuterocanônicos atingiram o grau de inspirados com o máximo de senso. Agostinho, por exemplo, cuja influência no ocidente foi decisiva, não fazia distinção entre eles e o resto do Antigo Testamento… a mesma atitude com ao apócrifos foi demonstrada nos Sínodos de Hipona e Cartago em 393 e 397, respectivamente, e também na famosa carta do papa Inocêncio I ao bispo de Toulouse Exuperius, em 405” (Doutrina Cristã Antiga, 55-56).
Este é, portanto, um grande mito pelo qual os protestantes acusam os católicos de terem “adicionado” os deuterocanônicos à Bíblia no Concílio de Trento. Estes livros estavam na Bíblia antes de o cânon pretender ser definido, o que ocorreu só em 380 d.C. tudo o que Trento fez foi reafirmar, em face dos ataques protestantes à Bíblia católica, o que tem sido a histórica Bíblia da Igreja – a edição padrão seria a Vulgata de Jerônimo, incluindo os deuterocanônicos!
Os deuterocanônicos do Novo Testamento
É irônico que os protestantes rejeitem a inclusão dos deuterocanônicos pelos Concílios de Hipona e Cartago, porque nestes Concílios da Igreja antiga também foram definidos os livros do Novo Testamento. Principalmente pelo ano 300 havia uma ampla discussão sobre quais livros exatamente deveriam pertencer ao Novo Testamento. Alguns livros, como os Evangelhos, Atos e a maioria das cartas de Paulo foram rapidamente aceitos. Contudo alguns livros, mais notavelmente Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, e Apocalipse permaneceram em ardente disputa até que o cânon foi fixado. São, de fato, “deuterocanônicos do Novo Testamento”.
Enquanto os protestantes aceitam o testemunho dos Concílios de Hipona e Cartago (os Concílios que eles mesmos mais citam) para a canonicidade dos deuterocanônicos do Novo Testamento, não estão dispostos a aceitar o testemunho dos mesmos Concílios para a canonicidade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Realmente irônico!

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