O amor não é mau.
Um Deus amoroso não criaria o mal.
Portanto, Deus não é amoroso (ele é mau).
Isso é bem devastador à cristandade, não é? O argumento é logicamente válido. Se você concorda que as premissas são verdadeiras, então não pode escapar das conclusões.
Tenho ouvido algumas pessoas usarem esse argumento para refutar a existência do Deus amoroso da cristandade. Parece-me que esse argumento é bem sólido. Logicamente, é razoável. Mas, há uma falha, não na lógica, mas na verdade de uma das premissas. O que é realmente elegante sobre argumentos é que se você puder mostrar que uma das premissas seja falsa, todas as conclusões subsequentes (e dependentes delas) vão por água abaixo. Qualquer conclusão precedente (não dependente de premissas abaixo), no entanto, está a salvo.
O importante é que a premissa problemática nesse argumento é a segunda premissa. “O mal é uma coisa.” Então, nós não temos que aceitar nenhuma das conclusões. Se quero afirmar que “o mal é uma coisa” é falso e que o “mal não é uma coisa”, eu preciso apresentar um argumento. Lá vai:
Eu quero começar definindo qual o oposto de “mal”. Bem. O “bem” não é uma coisa também. É a descrição da natureza de Deus. Deus tem uma natureza moral que é boa. Deus não está sujeito ao “bem” (caso contrário “bem” seria maior que Deus, portanto tornando-o Deus) e Deus não determina o “bem” (se O fizesse então o “bem” seria arbitrariamente determinado – Deus poderia ter feito o estupro bom). Entretanto, “bem” é a descrição da natureza de Deus. Deus sabe qual é Sua natureza, então Ele pode nos dizer o que é “bom” e o que é “mau”. Isso é chamado de lei moral.
Baseado nisso, a ausência de “bom” faria algo “mau”. Porém, deixe-me esclarecer. Só porque algo é “não bom” não significa que seja “mau”. Por exemplo, considere as cores preta e branca. Elas são opostas. Se a cor cinza aparece, seria perfeitamente aceitável dizer que ela não é branca, mas não seria aceitável dizer que ela é preta. Muitas coisas são moralmente neutras. Assim como a escolha de um sorvete. Uma escolha ou ação não passa a cair na categoria de “mal” a não ser que esteja “agindo ativamente ou se posicionando contra” a lei moral de Deus ou natureza.
Deus criou os seres humanos “à Sua imagem e semelhança” (imago Dei). Uma das propriedades da imagem de Deus é o reconhecimento do que é “bom” e “mau”. Porém, quando o pecado entrou no mundo, essa habilidade foi obscurecida. Irei abordar mais disso num futuro post sobre a depravação do homem.
Seres humanos podem discernir “bem” e “mal” por si próprios (Romanos 2,14-15). Muitos secularistas podem elaborar um argumento de como (e não por que) eles discriminam o “bem” do “mal” – eles observam o comportamento humano e a natureza. Mas esta observação possui um limite, principalmente porque a cultura humana muda e o que é constatado como “mau” irá, um dia, mudar para “bom”. Algumas áreas que parecem cinza podem, na verdade, serem brancas ou pretas. Levando em conta que nosso discernimento foi obscurecido por nosso pecado, precisamos nos dirigir à revelação de Deus (a Bíblia e a Igreja) para nos ajudar a determinar mais concretamente o que é o “bem” e o que é o “mal”.
Uma vez reconhecido que o padrão Divino de bem não pode ser encontrado; e, não importa o quanto tentemos, nossas boas ações não irão restaurar nossa relação com Ele, reconhecemos a necessidade de um Salvador. Quando reconhecemos nossa necessidade e nos humilhamos ao ponto de entender Jesus como nosso Salvador, então O permitimos revelar a nós muito mais da Sua natureza e sobre o que é “bom”.
Fonte: http://lukenixblog.blogspot.com.br/2009/04/did-god-create-evil.html
Fonte: http://lukenixblog.blogspot.com.br/2009/04/did-god-create-evil.html
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