top

create your own banner at mybannermaker.com!

domingo, 22 de abril de 2012

Promotor apresenta provas sobre suposta extorsão em presídio de MT

Promotor afirma que dízimo era recolhido 4 vezes por semana em presídio. Representante dos agentes prisionais alega que servidores sabiam do caso

O promotor Célio Wilson, que investiga um esquema de extorsão no Centro de Ressocialização de Cuiabá, o presídio Carumbé, apresentou nesta terça-feira (17) algumas provas que podem comprometer integrantes de uma igreja. Na última semana, o Ministério Público de Mato Grosso (MPE) recolheu material para investigar a denúncia de que presos e familiares da ala evangélica do Carumbé são obrigados a pagar dízimo a detentos para não sofrer represálias. Integrantes da Igreja Universal são acusados de receber repasses semanais do dinheiro arrecadado entre 340 detentos. Nesta segunda-feira (16), o pastor Alexandre Muniz, da Igreja Universal, disse que a a igreja não tinha sido notificada oficialmente sobre a investigação do Ministério Público e que não iria se pronunciar sobre o caso.

No material recolhido pelos investigadores estão boletos bancários com o nome da igreja, dinheiro, além de um extrato bancário em nome de um preso e o saldo de pouco mais de R$ 43 mil. “Esse dízimo era destinado à igreja e recolhido quatro vezes por semana pelo pastor. Ou seja, os presos eram obrigados a contribuir diariamente com o dízimo”, explicou o promotor.

Célio Wilson revelou ainda que 40% dos mantimentos levados pelos parentes dos detentos eram repassados para o dirigente da igreja, uma pessoa da confiança do pastor. Mas depois os mantimentos eram vendidos e não doados para os presos. “Lideranças evangélicas faziam comércio de todo tipo de coisa, principalmente gêneros alimentícios e de higiene pessoal que, segundo investigações do Ministério Público, os indícios são da participação de um poder paralelo”, pontuou. Dentre os materiais apreendidos também estão duas barras de madeira e uma de aço que, segundo o promotor, seriam usadas para castigar os detentos que se recusavam a participar do esquema.

Além disso, o representante do Sindicato dos Agentes Prisionais de Mato Grosso, João Batista de Souza, revelou que o esquema de extorsão era tão poderoso que alguns servidores se viram obrigados a não denunciar para não serem punidos. “Na maioria das vezes o servidor acaba tendo que fechar os olhos porque não têm autonomia. O próprio estado não dá condições para ele fazer isso. Uma unidade que sofre superlotação, falta de efetivo e que às vezes o servidor que resolve ir contra acaba sendo até punido e transferido”, relatou João Batista.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos informou que está apurando a situação no Centro de Ressocialização de Cuiabá para então tomar providências. Sobre a afirmação do presidente do Sindicato dos Agentes Prisionais, João Batista de Souza, a secretaria informou que ainda não tem como emitir um posicionamento a respeito.

Busca e apreensão

O promotor responsável pela denúncia no Centro de Ressocialização de Cuiabá, Célio Wilson, informou que o advogado da Igreja Universal teve acesso ao pedido de busca e apreensão antes mesmo de ser cumprido. Segundo ele, por pouco a investigação do Ministério Público não foi prejudicada uma vez que, segundo ele, há indícios de que houve vazamento de informações sobre o pedido de mandado de busca e apreensão. “Com certeza houve um vazamento. Isso é muito grave e merece apuração, não só pelo Ministério Público mas também pelo próprio Judiciário”, enfatizou o promotor.

A representação foi feita de forma sigilosa na 2ª Vara Criminal de Cuiabá na tarde da última quarta-feira (11). Na quinta-feira (12), o processo já estava com o advogado da igreja. Por outro lado, o juiz Roberto Seror, titular da 2ª Vara Criminal, explica que não houve por parte do Ministério Público, pedido de sigilo. Por isso, o advogado teve acesso ao pedido de busca e apreensão.
Fontes:G1







Nenhum comentário:

Postar um comentário