Já não é de hoje que o cristão, mais particularmente o católico, é o alvo preferido de todas as rodas de bate-papo. Dele, do católico, pode-se zombar sem maiores preocupações, ninguém precisa se sentir acanhado disso. Pode-se ofender da sua fé, questionar sem nenhum compromisso e desejo de ouvir qualquer resposta a respeito da tradição e da doutrina bi-milenar da Igreja. Pode-se criticar toda e qualquer conduta desses fiéis (suas regras de piedade, sua liturgia, suas devoções, seus princípios morais) que nunca alguém será taxado de intolerante por isso. Não! Intolerante é o católico, que tem valores morais baseados no evangelho.
Se não fez o teste, pode fazer, ninguém vai discordar e ainda você pode ser aplaudido. De repente a coisa avança, você escreve um livro e já ganha uma bolsa-auxílio do MEC e um convite para dar palestra na PUC.
O católico hoje é como o ator-escada, categoria de ator colocado em filmes com as falas mínimas apenas para permitir ao protagonista se desenvolver sem fazer esforço. É assim que a dita intelectualidade se enxerga diante desse homem, como alguém que tem uma escadinha sempre a seu dispor, escadinha que se ousar sair do roteiro pré-estabelecido de submissão, basta pisar mais forte lembrando que "vivemos num Estado laico".
Por exemplo, se descobrem que o presidente do Conselho da Academia Internacional de Direito e Economia, membro das Academais de Letras Jurídicas Brasileira e Paulista, de Cultura Portuguesa, condecorado autor de mais 40 livros, 150 em co-autoria e 800 estudos traduzidos em mais de 10 línguas - o professor Ives Gandra - vai na missa e comunga, obtém no ato o direito de jogar fora absolutamente todos os argumentos dessa monumental inteligência sem dor na consciência. "É católico, deve ter rabo preso com o papa".
Criou-se um gueto moral, pequeno, apertado e frio aonde todo e qualquer católico precisa ir viver sob pena de não ser tolerado pela sociedade. Não digo a sociedade real, feito de pessoas comuns que trabalham, que são conservadoras em relação ao modo como criam seus filhos e desejam uma vida correta, mas aquela sociedade das máscaras venesianas, das aparências, aonde a maioria não diz o que pensa porque o que importa é a aceitação e a popularidade intelectual, ou para ser mais atual, aonde o que importa é ser moderno na sua "network" e ter dezenas de "likes" no seu mural do Facebook.
Contanto que o católico não reclame de colocarem imagens de santos em situação pornográfica em passeata gay, que fique em silêncio quando o diretor da BBC disser que seu jornal zomba de Jesus mas não de Maomé, que aceite ser humilhado na vida pública por ilustres como o ministro Marco Aurélio Mello, permitindo ser associado a todo o tipo de ignorância e nunca se pronuncie contra a agenda de Antonio Gramsci, (eliminação da religião, incentivo a luta de classes, introdução de políticas contra a família como aborto, eutanásia, esterilização, divórcio, legalização de drogas e aparelhamento e controle do Estado sobre os indivíduos) ele está livre para ir a missa e se confessar.
Sim, o católico hoje é um cidadão de segunda categoria. Mas em partes, por sua própria culpa, por ter passado tempo demais confundindo caridade com passividade, respeito com permissividade, e por ter usado suas credenciais - outrora, motivo de orgulho - para justificar deslizes em questões inegociáveis. Por ter passado tempo demais acomodado a uma religião de aparências, sem esforço para buscar uma formação adequada (como se a primeira catequese fosse formação suficiente para uma vida toda), para dar ao mundo à sua volta as razões da sua fé e ter conteúdo verdadeiro a disposição de quem quer que desejasse entender o complexo e ao mesmo tempo, simples cristianismo. Virou caricatura, símbolo de moleza, e vendeu aos seus inimigos um produto tão inócuo, que atraiu a agressividade.
Não são os negros, os GLBTs, as mulheres ou os pobres os verdadeiros discriminados da sociedade, - se você incomodar esses, tem ONG, tem Ministério pela Igualdade e Minorias, delegacia da mulher e MST para proteger -são os católicos. Esse você pode malhar a vontade e pode acabar fazendo carreira ainda por cima.
FONTE ELETRÔNICA;
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