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domingo, 2 de outubro de 2011

Torre de Babel

No capítulo 11,1 a 9 do livro do Gênesis, encontra-se uma narrativa que nos chama a atenção, pois, enquanto apresenta uma história que nos envolve, também nos adverte sobre seu ensinamento.
É gratificante fazer uma leitura que desperta em nós o interesse pelo seu conteúdo.
Assim é a Bíblia.
Ela abre para nós um horizonte de luz e desperta o apetite do conhecimento das obras de Deus, tornando-se para nós, guia nas estradas da vida.
Refletindo sobre a Torre de Babel.
A palavra Babel quer dizer confusão.
O autor do texto tem a preocupação de contextuar, ligar bem a mensagem que ele quer dar. Mostra que as pessoas daquela época, desejaram construir uma cidade com casas fortes e uma torre bem alta que chegasse até os céus.
Pensavam em tornarem-se famosos, viveriam sempre unidos não sendo necessário dispersarem-se pela superfície da terra.
Nessa época, todos falavam a mesma língua e se entendiam muito bem. A Torre seria sinal dessa unidade. Fabricaram, então, tijolos resistentes e começaram a construção da cidade e da torre. Pretendiam se tornar iguais a Deus.
Vendo, porém, que se tornavam orgulhosos e desejosos de poder, Deus pensou em bloquear a obra iniciada, já bem adiantada.
Fez com que começassem a falar línguas diferentes, provocando entre eles grande confusão. Daí resultou a dispersão das pessoas por toda a terra, pois já não se entendiam mais. A cidade e a torre ficaram inacabadas.
Deu-se-lhes o nome de Babel, porque ali Deus confundiu a língua de todos os habitantes da terra. Há, da parte do autor, a preocupação de explicar o porquê da multiplicidade de línguas diferentes sobre a terra.
Essa história quer nos mostrar também, como a altivez humana é, de fato, uma grande ousadia contra Deus.
O homem é criado à sua imagem e semelhança, portanto, é dotado de grande capacidade para inventar, produzir, reproduzir… e também para amar, procriar, celebrar, louvar…
Desde o início, o ser humano usou de sua capacidade e inteligência para fazer o bem, mas também tropeçou muitas vezes e em muitas coisas e, com isso, ofendeu ao seu criador, merecendo receber dele corretivos.
A Torre de Babel é, por excelência, símbolo da arrogância humana, da cidade deformada pela auto-suficiência que dá origem à estruturas injustas, exploradoras e opressoras, num mundo de ambigüidades.
E o que vemos é uma sociedade competitiva, uma cultura mesclada, um processo histórico inconsistente e produtor de idolatrias.
O projeto da Torre de Babel era um intento humano, ambicioso e tinha como meta atingir a soberania de Deus. O homem, que no início da criação quis ser semelhante a Deus e sofreu as conseqüências do seu pecado, agora repete sua insensatez na tentativa de ocupar a morada de seu criador, com seus próprios recursos.
Mais uma vez, sucumbiu.
A partir do momento em que Deus dispersou o povo, lançando-o aos desafios das línguas desconhecidas, fruto da situação por ele mesmo provocada, começou a procura de novas terras e a formação de novos povos.
Será que Deus se arrependeu de ter criado o mundo com tudo de bom, útil e belo que nele existe e de ter colocado nele o ser humano para que o governasse e dele se servisse para seu bem e sobrevivência?
É impossível, pois Deus, que é a essência do amor, jamais poderia desfazer alguma coisa do que fez, por causa dos erros e inconseqüências do ser humano. Ele usa de sua bondade e amor para corrigir e mostrar o caminho de volta, aos que se desviaram.
A expulsão do paraíso, os desentendimentos entre os primeiros viventes, o dilúvio e a confusão gerada na Torre de Babel nos mostram o retorno do ser humano, ao convívio da paternidade divina.
As gerações primitivas tiveram a proteção de Deus, que os conduziu pelos caminhos do retorno à casa paterna. E, até os nossos dias, o caminho de regresso da humanidade não se modificou.
Podemos tirar daqui uma grande lição.
Somos criaturas de Deus e nunca seremos Deus. Dizer que somos criaturas significa aceitar os nossos limites. Por mais que nos esforcemos por construir os nossos sonhos, e até vamos realizando coisas prodigiosas, superando espaço, limites, com descobertas em todos os campos, não somos onipotentes.
Continuamos morrendo. O ciclo da vida é finito.

FONTE ELETRÔNICA:

http://afeexplicada.wordpress.com/2011/10/01/torre-de-babel/

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