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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

QUESTIONANDO OS EVANGÉLICOS

Esta é uma lista de perguntas que preparei para resumir meus achados após investigar as crenças do Cristianismo histórico.
Após cada pergunta vem outra que pode ser resumida assim: "Agora, o que é que você diz sobre esta verdade?"
1. Qual é a coluna e o fundamento da verdade?
De fato, Paulo escreveu que é a Igreja:
"Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade" (1Tim 3,15).
Os cristãos de nossos dias supõem erroneamente que os primitivos cristãos viviam tempos tranqüilos e liam seu Novo Testamento exatamente como os bons e atuais protestantes fazem. O fato é que os livros do Novo Testamento ainda não tinham sido escritos pelo menos até duas décadas após a formação da Igreja, cerca do ano 30. Os livros finais do Novo Testamento não foram escritos senão perto do fim do século I, de conformidade com muitos estudiosos. Já que os cristãos primitivos não tinham o Novo Testamento, a Igreja primitiva era doutrinada pelos Apóstolos e por aqueles que tinham recebido a autoridade dos Apóstolos.
"Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações" (At 2,42).
Na noite em que foi traído, Jesus prometeu à Igreja e aos apóstolos que os ensinaria toda a verdade:
"Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, ..." (Jo 16,13).
No Protestantismo moderno mais de 20.000 denominações ensinando diferentes "verdades". A natureza contraditória dessas "verdades" nos dirá que nenhuma dessas "verdades" pode ser considerada verdadeira. Ainda mais quando São Paulo nos diz claramente:
"...porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz" (1Cor 14,33).
Desde que Jesus disse que guiaria a Igreja na Verdade, se acreditarmos que Jesus estava falando a verdade, então temos de crer que há no mínimo uma Igreja que se congregou desde Pentecostes e que ensinou a Verdade. Essa Igreja existia, uma vez que Jesus falou:
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mat 16,18).
Nenhuma igreja protestante tem o direito de reclamar que sua existência foi anterior ao século XVI. Os dois únicos grupos da Cristandade que podem traçar uma sucessão apostólica, através dos bispos, dos apóstolos até o presente, são as Igrejas Ortodoxas Orientais e a Igreja Católica Romana. A Igreja de Roma foi fundada pelo apóstolo Paulo e recebeu o apostolado final do Apóstolo Pedro. A Igreja Católica Romana reivindica ser aquela igreja que é "a coluna e fundamento da Verdade". Um investigador da Verdade poderia no mínimo considerar se o ensinamento da Igreja Católica sobre o batismo, a Ceia do Senhor e o arrependimento, se estas simples matérias são bíblicas.
Onde você aprendeu que apenas a Bíblia era a coluna e o fundamento da Verdade? Sua igreja tem apenas 150 anos? Você pode traçar uma linha ligando sua igreja até aos apóstolos?
2. Tem a Bíblia um índice de Livros inspirados? Ou contém a Bíblia uma lista que declara autoritariamente quais livros devem fazer parte dela?
Não, não tem. A lista dos livros que compõem o Cânon do Novo Testamento foi discutida durante os primeiros quatro séculos da história cristã.
O Apocalipse, Hebreus, Tiago, 2Pedro e Judas são alguns dos livros cuja canonicidade foi controvertida. Em adição, alguns cristãos primitivos julgaram que obras como a Didaqué, a Epístola de Barnabé, o Pastor de Hermas e a Epístola de Clemente eram inspiradas. Não foi senão quase no século V (Concílio de Cartago, ano 397) que o Cânon oficial foi definido. Isto quanto ao Novo Testamento, mas quanto ao Antigo Testamento? Foi também tema de discussões definir quais os livros pertenciam ao Cânon do Antigo Testamento. [O próprio Concílio de Cartago tratou do assunto]. Santo Agostinho sustentou que os Apócrifos (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1-2Macabeus e adições gregas a Ester e Daniel) eram canônicos, enquanto que São Jerônimo não os considerava como canônicos. De fato, o nome "Apócrifos" foi dado por São Jerônimo quando se empenhava no trabalho da Vulgata (tradução latina das Escrituras). Na versão hebraica das Escrituras, os Apócrifos eram comumente deixados de lado, enquanto que na versão grega (a Septuaginta) os Apócrifos foram incluídos.
Desde aproximadamente o século V, os Apócrifos foram considerados Escrituras, embora não tivesse havido uma declaração que pusesse um ponto final.
Tudo isso mudou quando os Reformadores determinaram o seu Cânon das Escrituras e rejeitaram os Apócrifos. Como resposta, a Igreja Católica, no Concílio de Trento, declarou a canonicidade dos livros Apócrifos, chamando-os "Deuterocanônicos", ou seja, do Segundo Cânon.
Por fim, sabemos que o eminente teólogo protestante Dr. RC Sproul os denomina "uma coleção falível de livros infalíveis". Atualmente, os Luteranos não têm um Cânon estabelecido das Escrituras. São livres para considerar Hebreus, Tiago, 2 Pedro e São Judas (Epístolas) como não canônicos, e estão, também, livres para aceitar alguns livros Deuterocanônicos do Antigo Testamento como canônicos. Lutero originalmente chamou o livro de Tiago uma "epístola de palha" e não a aceitou como canônica. Quando os Reformadores Presbiterianos surgiram com sua lista canônica, usaram dois critérios: autoria apostólica e testemunho interior do Espírito.
Desde que bons cristãos através dos tempos (Jerônimo e Agostinho, justamente esses dois) discordaram sobre quais livros eram inspirados, "o testemunho interior" de canonicidade não parece ser uma boa medida para determinar a canonicidade. Para a Cristandade histórica, o ensinamento da Igreja, que é "a coluna e o fundamento da Verdade", é considerado como a autoridade para determinar quais dos escritos primitivos fazem parte do Cânon das Escrituras.
A menos que você tenha uma fonte infalível para determinar quais livros compõem a Bíblia, que autoridade ela pode ter?
3. A Bíblia ensina a doutrina da Sola Scriptura dos Cristãos Reformados? Ou seja, seria a Bíblia a única fonte de autoridade para o cristão?
Não. A Bíblia ensina que as Escrituras têm autoridade, mas não é a única autoridade.
Quando Jesus foi tentado por Satanás no deserto, respondeu a Satanás: "Está escrito...", uma citação das Escrituras. Mas, também vemos Jesus participando do Hanukkah (Festa da Dedicação - cf. Jo 10,22) que está registrado em Macabeus, livro ausente do cânon protestante. Também vemos Jesus celebrando a Páscoa com uma taça de vinho (a Última Ceia), que era da tradição judaica e não das Escrituras. Por segurança, São Paulo escreveu a Timóteo:
"Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra" (2Tim 3,16-17).
Mas São Paulo também escreveu:
"Intimamo-vos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido" (2Tess 3,6); e
"O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco" (Fil 4,9).
A doutrina dos Protestantes da Sola Scriptura é-lhes necessária porque rejeitaram a autoridade existente na Igreja histórica, ordenada por Deus. A Igreja histórica sempre reivindicou que sua autoridade veio da sucessão apostólica e a verdadeira autoridade deu Jesus aos apóstolos, e mais especificadamente, a São Pedro:
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).
Já que os Protestantes rejeitam a autoridade da Igreja histórica, apelam para o que consideram que seja a mais alta autoridade: a Palavra de Deus. Isto pede uma pergunta, obviamente: Jesus fundou uma Igreja ou um livro? Jesus mesmo não foi, pessoalmente, autor de nenhum livro da Bíblia. As palavras atribuídas a Jesus foram escritas e testemunhadas pelos Apóstolos. As próprias Escrituras têm sua autoridade fundamentadas na autoridade para ensinar da Igreja. Sem a Igreja, não haveria a coleção de livros chamados Novo Testamento.
Além disso, a doutrina da Sola Scriptura teria sido impossível sem a invenção da imprensa. Até a invenção da imprensa, a Bíblia não estava disponível a todo cristão. Agora, que qualquer um é livre para interpretar as Escrituras para si mesmo, o que acontece? Embora haja dezenas de milhares de denominações, haverá sempre mais e mais interpretações das Escrituras.
O fato verdadeiro é que Jesus fundou uma única Igreja e deu-lhe a autoridade para ensinar e emitir regras. Foi justamente por não atentar à essa verdade que os três principais Reformadores (Lutero, Calvino e Zwínglio) discordavam do sentido e efeito dos Sacramentos, da Ceia do Senhor e do Batismo, cada um ensinando uma doutrina diversa. Isto nos mostra que, em vez da autoridade ser a Sola Scriptura, é "Somente a Interpretação" a real autoridade nas igrejas que proclamam a Bíblia como sua única autoridade.
A menos que você tenha a interpretação correta, de que vale a Bíblia?
4. Jesus bebeu suco de uva na Última Ceia?
Não. Jesus usou vinho... e vinho fermentado!
A maioria dos Evangélicos usa suco de uva porque tem um tabu contra o vinho, por ser bebida alcoólica. O fato é que Jesus certamente bebeu vinho (Luc 7,33-34) e também o bebeu nas Bodas de Caná (Jo 2).
A palavra grega para vinho é "oinos". A palavra grega usada no Novo Testamento para "bêbado" ou "bebedor de vinho" é derivada também de "oinos". Basicamente significa alguém que bebe vinho exageradamente.
No relato evangélico da Ceia do Senhor foi usada uma terminologia que pode ser interpretada por vinho ou suco de uva, assim como "cálice" ou "fruto do vinho". Contudo, São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios censura-os por ficarem bêbados durante a Ceia do Senhor. Seria impossível para os Coríntios ficarem bêbados se usassem somente suco de uva. Paulo também nunca cuidou de corrigi-los, dizendo-os para usarem suco de uva ao invés de vinho. Portanto, a leitura mais exata indica que foi usado vinho na Ceia do Senhor.
Olhando para o contexto histórico, a Igreja sempre usou vinho. O uso do vinho não foi objeto de discussão até o séc. XVI. Durante a refeição da Páscoa, os Judeus, hoje assim como há 2.000 anos, a celebram com vinho (v. Unger's Bible Dictionary, verbete "Lord's Supper"). O tabu contra o uso do vinho é uma restrição recente feita pelos homens, mas não provém de Deus (v. Deuteronômio 14,26, se você ainda acredita que Deus proibiu o uso do álcool).
Por que você usa suco de uva na ceia do Senhor, se Jesus usou vinho? Por que você usa suco de uva se a Igreja histórica sempre usou vinho?
5. A Ceia do Senhor é apenas simbólica?
Em uma palavra: Não.
Se há uma doutrina da Igreja histórica que tem sido firme durante dois milênios, é a da presença real de Cristo na Eucaristia (a Ceia do Senhor). Mas essa posição histórica não é como canibalismo? Se você pensa assim, não está sozinho. De fato, quando Jesus falou:
"Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu der, é a minha carne para a salvação do mundo" (Jo 6,48-51).
muitos dos ouvintes ficaram estarrecidos. Ouviram com seus próprios ouvidos que Jesus disse que eles deveriam comer Sua carne. Depois de escutar isso, e interrogando-se uns aos outros, Jesus acaso disse aos ouvintes: "Desculpa, Eu estava falando simbolicamente..."? Não, ao invés disso, Ele foi ainda mais direto:
"Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida" (Jo 6 55).
Após dizer isto, muitos daqueles que o haviam seguido ficaram desapontados. Se fosse um simples mal entendido, por que Jesus não emendou suas palavras para torná-las claras? A verdade é que Jesus estava sendo claro, cristalinamente claro. O povo entendeu seu significado, mas não o pôde aceitar.
No que acreditou a Igreja Apostólica sobre este assunto? São Paulo escreveu:
"O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?" (1Cor 10,16)
Em lugar de "comunhão" outras traduções usam a palavra "participação". Por que o apóstolo não explicou e disse que isso era meramente simbólico? Mais tarde, ele diz:
"Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação." (1Cor 11,29)
Se é um simples símbolo, por que a linguagem sobre "distinguir o corpo do Senhor"? Finalmente, vejam os seguintes Padres da Igreja: Inácio de Antioquia (ano 110), Justino mártir (ano 151), Ireneu de Lião (ano 189), Ambrósio (ano 390), Agostinho (ano 411); todos eles fazem eco ao que a Igreja Apostólica sempre ensinou: o Corpo de Cristo e seu sangue estão presentes na Eucaristia. Não foi senão na Reforma que este assunto foi posto em discussão, com Lutero acreditando na presença física de Cristo na Eucaristia, Calvino acreditando na presença espiritual de Cristo na Eucaristia, e Zwínglio chamando-a apenas de um "memorial".
O que é mais verdadeiro: o consistente ensinamento da Igreja, durante dois milênios, ou as opiniões conflitantes dos três Reformadores?
A presença real de Cristo na Última Ceia é uma doutrina fundamental cristã que consta nas Escrituras e foi ensinada permanentemente através da história.
Por que você nega a presença real do Corpo e do Sangue de Cristo na Última Ceia, já que foi ensinada pelas Escrituras e foi conhecida e ensinada pelos cristãos desde o primeiro século?
6. O Batismo é apenas um ato simbólico?
A Igreja histórica sempre afirmou que o Batismo é eficaz na regeneração, isto é, "faz nascer de novo". A maioria dos Protestantes sustenta que o Batismo é apenas simbólico, uma ordem a ser seguida por obediência, mas não que tenha uma eficácia na regeneração ou no perdão dos pecados. Quais são os argumentos históricos que fundamentam o efeito e a necessidade do Batismo? Ananias disse a São Paulo:
"E agora, por que tardas? Levanta-te. Recebe o Batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome" (At 22,16).
Ananias associou o Batismo (não a fé) como meio instrumental de limpar os pecados. São Paulo escreveu:
"E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o banho da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo" (Tt 3,5).
Na carta de Paulo a Tito, o "banho" é o Batismo que resulta em renascimento, seguido pela renovação pelo Espírito Santo. São Pedro escreveu:
"...Essa água prefigurava o Batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela qual consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo" (1Pd 3,21).
Seja cuidadoso em interpretar isto. Pedro não disse que o Batismo é simbólico. Disse que a corrente do dia de Noé é símbolo do Batismo. Pedro disse: "o Batismo agora salva vocês também". "Pedir uma consciência boa" é um meio de incluir o arrependimento no Batismo. Por fim, o que diz Jesus?
"E disse-lhes: 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Mc 16,15-16).
Jesus fez do Batismo uma condição de salvação. Mas, imagino ouvir alguém dizer: "E no caso do ladrão na cruz?" Que diz dele? Jesus prometeu ao ladrão arrependido que iria com Ele ao Paraíso. Jesus disse assim e resolve o assunto. Assim, ouço esse mesmo alguém dizendo: "Ele não foi batizado!" Nem o foi Jeremias, Isaías ou Abraão. Deus é capaz de dar a misericórdia a qualquer tempo e de qualquer modo que precise. O salário do pecado é a morte, contudo nem Enoc, nem Elias nunca morreram. Deus fez exceções para aqueles dois santos do Antigo Testamento, de modo que eles não viram a morte. Eu não vejo contradição em Jesus quando faz uma exceção para o ladrão. O Credo de Nicéia decreta: "Cremos num só Batismo para a remissão dos pecados".
Quando a Igreja histórica sustenta firmemente o mesmo ponto de vista, de que o Batismo é eficaz em perdoar os pecados, os Reformadores mais uma vez não concordam. Zwínglio, como de costume, crê simplesmente que o Batismo é uma ordenação, nada realizando. Lutero sustenta o ponto de vista católico da regeneração batismal. Calvino imagina que o Batismo é eficaz, mas somente após a fé. No esquema Calvinista você pode ser batizado, e, então, quando você passa a ter fé, aquele Batismo confere o perdão dos pecados. Este esquema Calvinista é reminiscência dos deslocamentos do tempo da Estrela Guia.
Em quem você vai crer: na Igreja histórica, que possui uma visão firme nestes dois milênios, ou nos reformadores, que chegaram por último e não concordam entre si?
7. O Batismo é apenas para os crentes? Não pode ser ministrado às crianças?
Eis uma resposta complicada. Primeiramente, as Escrituras não endossam nem condenam explicitamente o Batismo das crianças. A Igreja histórica sempre acreditou no Batismo das crianças. Os Reformadores Lutero e Calvino também acreditaram ser apropriado batizar crianças. Os Anabatistas foram alguns dos primeiros após a Reforma a condenarem o Batismo das crianças (embora existissem algumas poucas seitas antes da Reforma que não o praticavam).
Os argumentos contra o Batismo das crianças são que as pessoas mencionadas como tendo sido batizadas por João Batista eram adultos arrependidos. No seu sermão de Pentecostes Pedro disse: "Arrependei-vos e batizai-vos". Quem sustenta que o Batismo é apenas para os crentes, diz que não podendo as crianças se arrependerem, não lhes é apropriado o Batismo.
Aqueles que defendem o Batismo das crianças citam passagens dos Atos dos Apóstolos, onde famílias inteiras, como a de Cornélio e a de Lídia, eram batizadas, o que supostamente inclui as crianças. Um outro argumento a favor do batismo das crianças vem da comparação do Batismo com a circuncisão:
"Nele também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do vosso ser carnal. Sepultados com ele no Batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos" (Col 2,11-12).
Na Antiga Lei, no oitavo dia as crianças do sexo masculino eram recebidas e lhes era dado o sinal da circuncisão da Antiga Lei. Já que o Novo Testamento é uma Lei mais abrangente do que a Antiga, incluindo homens e mulheres, judeus e gentios, o Batismo das crianças é mais apropriado a dar às crianças o Signo da Nova Lei (o Batismo). Com efeito, Jesus disse:
"Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas" (Lc 18,16).
O "se parecem com elas" de que Jesus falou eram criancinhas que o povo trazia para ele abençoá-las. Assim, os Pedobatistas vêem nas palavras de Jesus um argumento a seu favor.
Registros históricos confirmam que a prática do Batismo das crianças era geralmente a norma. No segundo século, Irineu escreveu a primeira declaração sobre a prática na Igreja do Batismo das crianças:
"Ele (Jesus) veio para salvar a todos através dele mesmo, isto é, a todos que através dele são renascidos em Deus: bebês, crianças, jovens e adultos. Portanto, ele passa através de toda idade, torna-se um bebê para um bebê, santificando os bebês; uma criança para as crianças, santificando-as nessa idade...(e assim por diante); ele pode ser o mestre perfeito em todas as coisas, perfeito não somente manifestando a verdade, perfeito também com respeito a cada idade" (Contra Heresias II,22,4 (ano 189)).
Irineu declarou que as crianças cristãs renascem. Como podem renascer se não têm a capacidade (pelo que sabemos) para exercer a fé? Previamente já vimos que isso acontecia pelo Batismo. Irineu mesmo nasceu numa família cristã, por volta do ano 140, em Esmirna, uma das Igrejas mencionadas no Apocalipse (Ap 2,8). Os historiadores pensam que Irineu foi provavelmente batizado por Policarpo, que foi o bispo de Esmirna. Policarpo foi mártir e discípulo pessoal de João, o Apóstolo. Parece-nos improvável que ele tivesse batizado crianças se fosse impróprio e se tivesse ouvido de João instrução diferente. No ano 215, Hipólito escreveu:
"Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas" (Tradição Apostólica 21,16).
Diz-se que Hipólito instruiu às crianças que tivessem capacidade falarem por elas mesmas. Isso parece muito com as crianças levadas a Jesus, em Lucas 16,15. Finalmente, Orígenes fez uma firme declaração com respeito a origem apostólica do batismo das crianças:
"A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito" (Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9 (ano 248)).
Finalmente, eis uma interessante citação do eminente Teólogo Protestante Dr. R.C. Sproul, em "Verdades Essenciais da Fé Cristã", com relação ao batismo das crianças:
"A primeira menção direta ao Batismo das crianças se vê por volta do meio do segundo século. O que é digno de nota sobre esta menção é que concorda que o Batismo das crianças era uma prática universal da Igreja. Se o Batismo das crianças não estivesse em prática no primeiro século da Igreja, como e por que começou como doutrina ortodoxa tão cedo e tão generalizadamente? Não somente foi uma rápida e universal disseminação, mas a literatura sobrevivente daquele tempo não demonstra nenhuma controvérsia a respeito desse costume".
Concordando pelo batismo das crianças, Dr. Sproul usa como argumento final a palavra tradição com "T" maiúsculo. Em seu sumário, nas palavras finais se lê:
"A história da Igreja sustenta o testemunho da prática universal e não controvertida do Batismo das crianças no segundo século".
Por que você negaria as bênçãos do Batismo para as suas crianças quando a Bíblia não o proíbe, e é prática universalmente aceita pela Igreja histórica e até mesmo pelos Reformadores Lutero e Calvino?
8. Quem elegeu Pedro como Pastor da Igreja de Jerusalém?
Pedro não foi eleito. Pedro, bem como os outros Apóstolos, foram indicados para o oficio diretamente por Jesus. Nas Igrejas Evangélicas os pastores são, na maioria dos casos, eleitos pelo voto da congregação. Qual é a evidência bíblica para se eleger pastores? Não há nenhuma. A Igreja de Jerusalém nomeou diáconos, mas não há nenhuma evidência nas Escrituras para eleger pastores. Depois que os diáconos foram nomeados, foram ainda ordenados pelos apóstolos. Os apóstolos ordenaram sete diáconos através de preces e imposição das mãos sobre eles.
Durante suas viagens, Paulo ordenou Tito e Timóteo. Paulo deu a Tito e a Timóteo a autoridade de ordenar anciãos:
"Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei" (Tt 1,5)
"A ninguém imponhas as mãos inconsideradamente, para que não venhas a tornar-te cúmplice dos pecados alheios" (1Tim 5,22).
A ordenação dos anciãos e diáconos está implicitamente indicada.
O Novo Testamento não nos fala em nenhum momento da congregação elegendo seus anciãos/pastores. Em vez disto, os anciãos eram indicados pelos apóstolos ou por aqueles que receberam a autoridade dos apóstolos. Esta forma de governo da Igreja é chamada governo episcopal. Somente após a Reforma houve Igrejas que utilizaram governos presbiterais ou congregacionais.
Por que você obedece a uma igreja que tem governo presbiteral ou congregacional já que a Bíblia ensina a forma de governo episcopal?

9. A doutrina importa?
Sim, a doutrina importa. Alguns têm dito que a doutrina não importa desde que "se peça a Jesus em seu coração". Contudo esta afirmação não concorda com a Bíblia. Em Sua oração no Jardim das Oliveiras (Jo 17), Jesus rezou para que todos fossem um. Isto quer dizer: em proposta, amor e doutrina. Na carta de São Paulo aos Gálatas, ele escreve:
"Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição , discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus" (Gal 5,19-21).
A palavra "partidos" é traduzida aqui e ali como "heresias", que é a transliteração da palavra grega latente. Paulo iguala heresia e dissensão com idolatria e imoralidade. Diz que heréticos não herdarão o Reino de Deus, tanto quanto uma pessoa idólatra ou sexualmente imoral. Paulo usa palavras muito fortes. A Timóteo, Paulo escreveu:
"Quem ensina de outra forma e discorda das salutares palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como da doutrina conforme à piedade, é um obcecado pelo orgulho, um ignorante (e não entende nada"). (1Tim 6,3-4).
Para citar Lutero, "nada é senão algo mesquinho". Paulo fala acerca de não compreender senão algo mesquinho. Paulo diz que eles não entendem "nada" - nada sobre Cristo. Há mais de 20.000 denominações protestantes. Por que o que umas ensinam como verdade, outras ensinam como erro?
Sua igreja vem ensinando a mesma doutrina há 2.000 anos? Ou é uma divisão de uma divisão, de uma divisão "ad nauseam", que ensina sua própria interpretação que não tem fundamento na Cristandade histórica? Como um apêndice: onde a Bíblia diz que nós devemos pedir a Jesus dentro de nosso coração?
10. A Bíblia ensina: "Uma vez salvo, sempre salvo"?
Não. Não ensina. No Antigo Testamento, o profeta Ezequiel escreveu:
"Se, no entanto, o mau renuncia a todos os seus erros para praticar as minhas leis e seguir a justiça e a equidade, então ele viverá decerto, e não há de perecer. Não lhe será tomada em conta qualquer das faltas cometidas; ele há de viver por causa da justiça que praticou. Terei eu prazer com a morte do malvado? - o oráculo do Senhor Javé. Não desejo eu, antes, que ele mude de proceder e viva? E, se um justo abandonar a sua justiça, se praticar o mal e imitar todas as abominações cometidas pelo malvado, viverá ele? Não será tido em conta qualquer dos atos bons que houver praticado. É em razão de sua infidelidade da qual se tornou culpado e dos pecados que tiver cometido que deverá morrer" (Ez 18,21-24).
O ensinamento de Ezequiel é de que o se os maus se arrependem, serão salvos, e se os justos cometem o mal, serão destruídos. João Batista falou:
"Fazei, pois, uma conversão realmente frutuosa e não comeceis a dizer: Temos Abraão por pai. Pois vos digo: Deus tem poder para destas pedras suscitar filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. E toda árvore que não der fruto bom será cortada e lançada ao fogo" (Lc 3,8-9).
A exortação de João é para "produzir frutos conforme o arrependimento". João não disse às pessoas para que viessem ser batizadas por ele e que estariam salvas para sempre. Não, falou-lhes para produzir o fruto das boas obras. Jesus disse:
"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós : não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim" (Jo 15,1-4).
Jesus disse que os ramos que estão "n'Ele" serão cortados se não produzirem frutos. Alguns pensam que esses ramos não estão realmente em Cristo, mas Jesus especificamente disse que eles estão. São Paulo disse coisa similar em sua carta aos Romanos:
"Sem dúvida! É pela incredulidade que foram cortados, ao passo que tu é pela fé que estás firme. Não te ensoberbeças, antes teme. Se Deus não poupou os ramos naturais, bem poderá não poupar a ti" (Rm 11,20-21).
Paulo faz eco às palavras e sentimentos de Jesus. O escritor aos Hebreus diz também:
"Depois de termos recebido e conhecido a verdade, se a abandonarmos voluntariamente, já não haverá sacrifício para expiar este pecado. Só teremos que esperar um juízo tremendo e o fogo ardente que há de devorar os rebeldes. Se alguém transgredir a Lei de Moisés - e isto provado com duas ou três testemunhas, deverá ser morto sem misericórdia. Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça!" (Hb 10,27-29).
São Pedro escreveu:
"Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência, a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade. Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver estas coisas é míope, cego : esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" ( 2Pd 1,5-11).
São João escreveu:
"Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e no Pai. Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna" (1Jo 2,24-25).
Sua igreja ensina que "uma vez salvo, sempre salvo"? Qual é o perigo que você corre se essa afirmação estiver errada?
"A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade" (1 Tim 3,15)
"Todo aquele que divide Jesus é um anti-cristo" (1 João 4,3)

2 comentários:

  1. Saudações.
    Que a paz de Deus Pai e do Senhor Cristo Jesus sejam contigo.

    Agradeço-vos pelo post. Sou Protestante Reformado e grande admirador dos escritos Patrísticos especialmente de São Policarpo. Não concordo com tudo o que foi escrito, porém não gostaria de fazer polêmica - a maioria das suas observações são muito úteis para corrigir problemas de ênfases equivocadas no evangelicalismo popular e, se esta for a vontade de Deus, pressionar os líderes protestantes a conhecerem mais profundamente os escritos de Calvino, Lutero, Zuínglio, Bulliger e dos pré-reformadores, de modo a discernir melhor a história da Igreja. Sinceramente desejo que os Romanistas brasileiros se tornem mais profundamente Cristãos e que os evangélicos brasileiros se tornem verdadeiramente Protestantes e estes confrontos são necessários para tal. Uma grande mostra disto foi a homília que Bento XVI proferiu recentemente, com certo elogio a Lutero e concordando com a posição que defende o aspecto da Justificação pela Fé Somente relacionado a União Mística com Cristo - um dos vários aspectos desta doutrina que era pregada (integralmente) por Santo Anselmo. Creio que isto prova que existem limites para a Tradição Católica (uma vez que Ratzinger, ao pregar esta homília, encontrou um "atalho lógico" para defender a Justificação pela Fé de uma maneira que foi proibida na Igreja de Roma por quase 500 anos e que foi odiada por outros Papas) assim como limites para o Sola Scriptura do "baixo evangelicalismo", que, na verdade é SOLO SCRIPTURA - uma doutrina bem diferente da defendida por Lutero, Calvino e pelos pré-reformadores.

    Que Deus os abençoe e que, acima de qualquer identificação religiosa (Católicos Romanos, Sedevacancionistas, Gregos Ortodoxos, Miofisitas ou Protestantes) todos busquemos zelar pela Verdade e combater a corrupção da doutrina e prática que ameaça a cristandade.

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  2. sempre procurei mas vcs procura ofender os católicos então resolvi fazer este blog não para ofender vcs para para mostra aos meus irmão católicos as mentiras que vcs fazem por aí destoando a palvra de DEUS, sim sou a favor em buscar a paz mas vcs precisam mudar as suas mentalidades.obs porque não poem seu nome e e-mail? vamos dar as caras

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