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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

SANTO AGOSTINHO ERA PROTESTANTE?

Mais uma vez me deparo com um texto sobre os pais da Igreja. Novamente do blog intitulado “Conhecereis a verdade”, vários leitores já nos pediram para responder mais esta matéria, porém a falta de tempo nos impossibilitava fazê-lo. O que notei em alguns artigos deste blog (que são traduções de um médico argentino, do qual já expomos outras matérias aqui), é que não visam informar o leitor sobre algo, e sim somente confundir a cabeça do leitor incauto, pondo em dúvida a doutrina católica e a tradição cristã.

Esta deletéria matéria, que os leitores verão, afirma que Santo Agostinho não cria ou desconhecia certas doutrinas católicas, pelo simples fato de achar que ele nunca as citou ou fez menção em suas obras, o que gera o argumento favorito do protestantismo: O argumento do silêncio. Protestantes em sua mente acham que por que um escritor não citou algo em seus escritos é por que ele rejeitou ou desconhecia, eles não pensam que o autor poderia não ter encontrado uma situação ou justa causa para poder citar determinado assunto, embora acreditasse nele. Para o protestantismo os autores são obrigados a citar tudo que eles acreditam em seus escritos. Porém apesar deste argumento estapafúrdio, não é verdade que Santo Agostinho desconhecia as doutrinas católicas citadas por ele, a seguir vamos mostrar para o autor desta peripécia que tudo o que ele mostrou, era crido e ensinado por Santo Agostinho.
A matéria afirma o seguinte:

Agostinho de Hipona, no seu tempo, desconheceu actuais doutrinas peculiares da Igreja Católica Romana como, por exemplo:

1) A eficácia ex opere operato dos sacramentos,

2) O culto às imagens,

3) A infalibilidade do Papa,

4) A confissão auricular como sacramento

5) A imaculada conceição de Maria,

6) A transubstanciação,

7) A missa como repetição do sacrifício de Cristo,

8) O primado de jurisdição do bispo de Roma sobre a igreja universal.

Para ajudar a acusação do “nosso” amigo, vamos colocar outras questões e pontos da doutrina católica para dificultar nossa resposta. Vamos ter que provar também que Santo Agostinho conhecia:

9. O Cânon das Escrituras (73 livros)

10. Tradição como Autoridade

11. Regeneração Batismal e Graça

12. Necessidade do Batismo para a Salvação
13. Necessidade da Ceia do Senhor para a Salvação

14. Purgatório e Oração pelos Mortos

15. A Comunhão e Intercessão dos Santos

16. Sucessão Apostólica

17. A virgindade perpétua de Maria

Ou seja, teremos que provar que Santo Agostinho aceitava e conhecia 17 pontos da doutrina católica.

Vamos a refutação.

"Agostinho de Hipona, no seu tempo, desconheceu actuais doutrinas peculiares da Igreja Católica Romana como, por exemplo:"

A pergunta a essa afirmação é: Será que o formulador desta frase leu todos os escritos de Santo Agostinho para poder afirmar que ele desconheceu as doutrinas católicas que ele cita? A resposta óbvia a essa questão é: Não! Se ao menos conhecesse os escritos do santo doutor, não se daria o trabalho de escrever uma facécia destas.

1) A EFICÁCIA EX OPERE OPERATO DOS SACRAMENTOS

Esta alegação é a clara prova de que o escritor desta “pérola” Agostiniana, nunca leu nada sobre Santo Agostinho. Qualquer um que já tenha lido as obras de Santo Agostinho sabe que para ele a eficácia de um sacramento independe da condição de santidade do ministro. O doutor em escritos de Santo Agostinho poderia ao menos explicar aos leitores o que é ex opere operato para poderem fazer um juízo melhor da questão, pois é fato que muitos desconhecem o que significa isto. Para mostrarmos que Santo Agostinho pregava o ex opere operato, primeiro é necessário explicar o que é isto. “Ex opere operato” é um termo do Latim que significa "do trabalho feito" ou “pela virtude da ação” referindo-se a eficácia e validade dos Sacramentos decorrentes da ação do Sacramento, em oposição aos méritos ou santidade do sacerdote ou ministro que ministra o sacramento. Esta discussão já vem de muito antes de santo Agostinho, São Cipriano e o Papa Estevão já debatiam teologicamente sobre isto no século III.

Sabendo disto, vamos então mostrar como santo Agostinho acreditava que a eficácia dos sacramentos é independente da condição do ministro, o que é claro em seus livros contra Crescônio o donatista:

“O batismo não consiste no mérito daqueles por quem ele é administrado, nem daqueles para quem é administrado, mas em sua própria santidade e verdade, por conta daquele que o instituiu.” (CONTRA CRESCONIU DONATISTAM, IV)

Somente esta frase besta para derrubar a afirmação e provar que a doutrina católica não é “atual” e sim bem antiga, mais antiga até do que o próprio Santo Agostinho. Ou seja, independentemente de qual é a condição do ministro o que basta é a vontade do receptor do sacramento.
2) O CULTO ÀS IMAGENS

Novamente mais uma bravata, vamos ver então o que Santo Agostinho falava:

“Mas, no entanto, nós não construir templos, e ordenamos sacerdotes, ritos e sacrifícios para estes mesmos mártires, porque não são os nossos deuses, mas o seu Deus é o nosso Deus. Certamente honrarmos seus relicários, como os memoriais dos santos homens de Deus que se esforçaram para a verdade, mesmo até morte de seus corpos, para que a verdadeira religião pudesse ser conhecida, e as religiões falsas e fictícias expostas.” (Cidade de Deus, livro VIII, capítulo 27; NPNF 1, Vol. II)

“Quando o bispo Projectus estava trazendo as relíquias do glorioso mártir Estevão às águas do Tibilis, uma grande multidão de pessoas veio para encontrá-lo no santuário. Há uma mulher cega suplicou que ela fosse levada ao bispo que estava carregando as relíquias. Ele deu a ela as flores que ele estava carregando. Ela levou, aplicou-as a seus olhos, e imediatamente viu.” (Cidade de Deus, Livro XXII)

Com certeza, santo Agostinho desconhecia o culto as imagens, bem como as relíquias dos santos.

3) A INFALIBILIDADE DO PAPA

Para não repetir as citações, deixaremos para o item da autoridade da Igreja de Roma, e aqui exporemos apenas uma parte do livro de um estudioso protestante renomado: J.N.D. Kelly, que é dos maiores estudiosos patrísticos do século XX, e anglicano, ele escreve em seu clássico trabalho “Doutrina Cristã” (Harper, San Francisco, 1978):

“Segundo ele [Santo Agostinho], a Igreja é o reino de Cristo, o Seu corpo místico e sua noiva, a mãe dos cristãos [Ep 34, 3; SERM 22, 09] Não há salvação fora dela; Cismáticos podem ter a fé e os sacramentos... mas não podem ter um uso benéfico, pois o Espírito Santo só é concedido na Igreja [de bapt 4, 24; 7:87; anúncio Serm Caes 6]... Isto vai sem dizer que Agostinho identifica a Igreja com a Igreja Católica universal de seu tempo, com sua hierarquia e os sacramentos, e com seu centro em Roma... Por meio do século V a Igreja Romana tinha estabelecido, de jure, bem como de facto, uma posição de primazia no Ocidente, e as reivindicações papais a supremacia sobre todos os bispos da cristandade havia sido formulada em termos precisos... o estudante traçando a história dos tempos, particularmente dos donatistas, Arianos, pelagianos e as controvérsias cristológicas, não pode deixar de ficar impressionado com a habilidade e persistência com que a Santa Sé [de Roma] ia continuamente avançando e consolidando as suas reivindicações. Desde que seu ocupante foi aceito como o sucessor de São Pedro, e príncipe dos apóstolos, era fácil tirar a conclusão da única autoridade que Roma, de fato tinha, e o que os papas viram concentrados em suas pessoas e seu ofício, não era mais do que o cumprimento do plano divino.” (Kelly, página 412, 413, 417)

De acordo com as declarações de JND Kelly, podemos tirar as seguintes conclusões, sobre o pensamento de Santo Agostinho:

1) O Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, tem a primazia jurisdicional da Igreja;

2) o Papa nesta posição tem a palavra final em questões de doutrina, e foi de fato o árbitro final da verdade e, portanto, infalível;

4) A CONFISSÃO AURICULAR COMO SACRAMENTO

A quarta facécia propagada neste texto infame. A confissão auricular mais conhecida como sacramento da penitência ou reconciliação era amplamente defendida e ensinada por Santo Agostinho, basta apenas ler seus escritos. Se para ele o confissão era uma forma de perdão dos pecados, logicamente, ela era um sacramento, ou seja algo necessário a salvação.

“Não vamos ouvir aqueles que negam que a Igreja de Deus tem o poder de perdoar todos os pecados” (De agon. Cristo., III)

Gostaria de saber como é que a Igreja (isto é os padres) iriam absolver os fiéis dos pecados se eles não os confessassem?

“um abcesso havia se formado em sua consciência; ele o atormentado e não lhe deu nenhum descanso .... confesse, e na confissão deixe o pus sair e escoar” (Comentário sobre Salmo 66, no 6.).

“Quando você for batizado, mantenha uma vida boa nos mandamentos de Deus para que você possa preservar o seu batismo até o fim. Que eu não digo que você vai viver aqui sem pecado, mas eles são pecados veniais que esta vida nunca está sem. O Batismo foi instituído para todos os pecados. Para pecados leves, sem os quais não podemos viver, a oração foi instituída... Mas não cometa esses pecados por conta de que você teria que ser separado do corpo de Cristo. Pereça o pensamento! para aqueles que você vê fazendo penitência cometeram crimes, seja adultério ou algumas outras enormidades. é por isso que eles estão fazendo penitência. Se seus pecados eram leves, a oração diária bastaria para apagá-los... Na Igreja, portanto, existem três maneiras em que os pecados são perdoados: nos batismos, na oração, e na maior humildade de penitência”. (Sermão aos Catecúmenos sobre o Credo 7:15, 8:16 [395 dC]).

“Eu percebo o que a incontinência pode dizer: ... que se um homem, acusando a esposa de adultério, mata-la, este pecado, pois ele está acabado e não perdura nele [isto é, desde que ele não continue a cometê-lo], se ele é cometido por um catecúmeno, é absolvido no batismo, e se for feito por quem é batizado, é curado por penitência e da reconciliação”. (Casamentos adúlteras 02:16:16 [AD 419]).

A Crença de Agostinho em penitência (e da necessidade do batismo e da Eucaristia) coloca uma sentença de morte na opinião de que ele ensinou sola fide.

“No entanto, aqueles que fazem penitência de acordo com o tipo de pecado que eles cometeram, não fiquem desesperados para receberem a misericórdia de Deus na Santa Igreja, para a remissão de seus crimes, porém graves.” (Echiridian 17, 65)

“Iniqüidade, no entanto, por vezes, faz tal progresso nos homens que, mesmo depois de terem feito penitência e após a sua reconciliação com o altar eles cometem os mesmos pecados ou mais graves... e apesar de que o lugar da penitência na Igreja, não lhes é concedido, Deus não vai ser esquecido de sua paciência em relação a eles...” (Cartas 153, 3, 7)

“Há aqueles que diriam que nenhuma penitência está disponível para certos pecados; e eles folam que eles devem ser excluídos da Igreja e feitos hereges. A Santa Madre Igreja não é impotente a qualquer tipo de pecado.” (Sermões 352, 9)

5) A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
Novamente mais uma absurda afirmação, vamos ver o que diz Santo Agostinho:

“Devemos excluir a Santa Virgem Maria, a respeito da qual eu não gostaria de levantar qualquer questão quando o assunto é pecados, em honra ao Senhor, porque Dele sabemos qual abundância de graça para vencer o pecado em cada detalhe foi conferido a ela que teve o mérito de conceber e suportar aquele que, sem dúvida, não tinha pecado.” (Sobre a natureza ea graça, XXXVI)

Fica claro que santo Agostinho reconhecia que Maria não tinha pecados, pois ele mesmo diz não queria quando tema era pecado incluir Maria, pois o Senhor deu abundância de graça a ela para vencer todos os pecados.

O próprio Ambrósio que foi mestre de Santo Agostinho, o qual ele reconhecia como “Bispo segundo a graça”, também escrevia:
“Vem, então, e procure sua ovelha, não através de seus funcionários ou homens contratados, mas faze-o sozinho. Dai-me a vida corpotal e na carne, que está caída em Adão. Levante-me não de Sara, mas de Maria, uma Virgem não só imaculada, mas uma Virgem que a graça fez inviolada, livre de toda mancha de pecado” (Ambrósio, Comentário sobre o Salmo 118)

Do latim :

“ut sit incorrupta virgo, sed virgo por gratiam ab omni integração labe peccati”

“O primeiro impulso para aprender é inspirado pela nobreza do professor. Agora, quem poderia ser mais nobre do que a Mãe de Deus? Quem mais esplêndida do que ela, a quem o esplendor escolheu? Quem mais casta do que ela, que deu à luz um corpo sem contato corporal? O que eu deveria dizer, então, sobre todas as suas outras virtudes? Ela era virgem, não só no corpo, mas na mente dela também, e nunca misturou a sinceridade de suas afeições com duplicidade.” (Ambrósio, De virginibus 2,7; PL 16:220)

Tanto em seus escritos, quando nos escritos de seu mestre, a quem ele seguia fielmente, vemos a clara prova que ele acreditava que Maria era Imaculada.

6) A TRANSUBSTANCIAÇÃO

Santo Agostinho deveria ser a última pessoa usada por hereges como negação à transubstanciação. Vamos ler seus próprios escritos:

“Nós ouvimos o Verdadeiro Mestre, o Divino Redentor, o Salvador da humanidade, glorificando para nós nosso Resgate, Seu Sangue. Ele falou-nos de Seu Corpo e Sangue. Ele chamou a Seu Corpo Comida, e Seu Sangue Bebida. Os fiéis reconhecem nisto o Sacramento da Fé [...]” (Santo Agostinho. Sermão 131)
“[...] Certamente, o Senhor deu um sinal através do olfato pelo perfume do ungüento derramado em seus pés [Jo 12,3.7]. Através do sentido do paladar, também significou sua vontade pelo sacramento de seu corpo e sangue pregustados por ele [Lc 22,19.20]” (A Doutrina Cristã 3,4).

“Pois o mesmo Senhor e os ensinamentos dos apóstolos transmitiram-nos não mais uma multidão de sinais, mas um número bem reduzido. São muito fáceis de serem celebrados, de excepcional sublimidade a serem compreendidos, e a serem realizados com grande simplicidade. Tais são: o sacramento do batismo e a celebração do corpo e sangue do Senhor [...]” (Ibidem 9,13).

“Cristo foi realizado na sua própria mão a seguinte descrição, referindo-se ao seu próprio corpo, ele disse: ‘Este é o meu corpo’ (Mateus. 26, 26). Pois ele carregava aquele corpo em suas mãos.” (explicação dos Salmos 33, I : 10 [AD 405]).

“Eu prometi a vocês, que já foram batizados, um sermão em que eu poderia explicar o sacramento da Ceia do Senhor, que agora vocês olham e do qual vocês foram participantes na última noite. Vocês devem saber que vocês receberam, o que você está indo receber, e que vocês devem receber diariamente. Aquele pão que vedes sobre o altar, sendo santificado pela palavra de Deus, é o corpo de Cristo. Aquele cálice, ou melhor, o que está naquele cálice, sendo santificado pela palavra de Deus, é o Sangue de Cristo” (Sermões 227 [AD 411]).

“O que você vê é o pão e o Cálice; aquilo é o que seus próprios olhos que relatam para você. Mas o que sua fé obriga você aceitar é que o pão é o corpo de Cristo e o cálice é o Sangue de Cristo. Isto tem sido dito muito brevemente, o que talvez possa ser suficiente para a fé, ainda a fé não deseja instrução” (ibidem., 272).

7) A MISSA COMO REPETIÇÃO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO

Está questão já está respondida no item anterior, mas para reforçar vamos colocar aqui mais algumas citações para reforçar a argumentação:
“No sacramento ele é imolado para as pessoas, não só em cada solenidade da Páscoa, mas em todos os dias; e um homem não estaria mentindo se, quando perguntado, ele fosse responder que Cristo está sendo imolado. Pois se sacramentos não tinham uma semelhança. a essas coisas de que são sacramentos, não seriam sacramentos em tudo, e eles geralmente levam os nomes das mesmas coisas por causa desta semelhança.” (cartas 98:9 [AD 412]).

“Pois quando ele diz em outro livro, que é chamado de Eclesiastes, ‘Não há nada melhor para o homem que comer, beber’ (Eclesiastes 2, 24), o que ele pode ser mais credível compreendido ao dizer [profeticamente] do que aquilo que pertence à participação desta mesa que o Mediador do Novo Testamento a si mesmo, o sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, fornece com seu próprio corpo e sangue? Pois aquele sacrifício conseguiu todos os sacrifícios do Antigo Testamento, que foram mortos como uma sombra do que estava por vir... Porque, em vez de todos estes sacrifícios e oblações, seu corpo é oferecido e é servido aos participantes dele.”(Cidade de Deus 17:20 [AD 419]).

8) O PRIMADO DE JURISDIÇÃO DO BISPO DE ROMA SOBRE A IGREJA UNIVERSAL

Assim como J.N.D Kelly afirmou, santo Agostinho afirma que na Igreja de Roma sempre residiu primazia da cátedra apostólica, o que não pode ser mais explícito reconhecimento da sua primazia, e da infalibilidade do Bispo de Roma:

“...cum se videret et Romanae Ecclesiae, in qua semper apostolicae cathedrae viguit principatus..”

"...ele [Ceciliano] viu-se com a Igreja Romana, na qual sempre floresceu a primazia da cátedra apostólica..." (Agostinho, Ep 43,3,7)

“Não se pode crer que você guarda a fé católica, se não ensina que se deve guardar a fé romana” (Sermão 120, 13)
“Independentemente da sincera e verdadeira sabedoria... que em sua opinião não está na Igreja Católica, muitas outras razões me mantém no seu seio: o consentimento das pessoas e dos povos; a autoridade, erigida com milagres, nutrida com a esperança, aumentada com a caridade, confirmada pela antiguidade; a sucessão de bispos da própria Sé do Apóstolo Pedro, a quem o Senhor recomendou, depois da ressurreição, apascentar suas ovelhas, até o Episcopado de hoje;..” (Agostinho de Hipona. C. ep. Man. 4,5)

“Não vamos ouvir aqueles que negam que a Igreja de Deus é capaz de perdoar todos os pecados. Eles estão errados, porque eles não reconhecem em Pedro a Rocha e eles se recusam a acreditar que as chaves do céu, a partir de suas próprias mãos, foram entregues à Igreja.” (Christian Combat, 31:33(A.D. 397), in JUR,3:51)
“Quando assim ele disse aos seus discípulos: “Você também me deixaram”, Pedro, a rocha, respondeu por todos: “Senhor, a quem iremos nós, só tu tens palavras de vida eterna” (Agustín de Hipona, Homilies on John, Tract 11, 5)

“Pedro, que havia confessado a ele como o filho de Deus, e que nessa confissão foi chamado de rocha sobre a qual a igreja devia a ser construída” (Agustín de Hipona, In Psalms, 69:4[PL 36, 869] (A.D. 418 ), in Butler, 251)

... O primeiro e principal, na ordem dos Apóstolos, no qual a Igreja foi representada.”( Agustín de Hipona, Serm 76,3)

“Tal que a Igreja atua em bendita esperança para esta vida conturbada, e esta Igreja... foi personificada no Apóstolo Pedro, que tomou conta da primazia entre os apóstolos” (Agustín de Hipona, On the Gospel of John, Tract 124:5 (A.D. 416), in NPNF1, VII:450)

É difícil levar a sério as argumentações deste tipo de gente, após ler os escritos de Santo Agostinho.

9) O CÂNON DAS ESCRITURAS (73 LIVROS)
Santo Agostinho derruba também qualquer argumentação protestante sobre o Cânon Bíblico:

“Agora, o completo cânon das Escrituras, sob o qual nós proferimos este julgamento que deve ser praticado, é formado pelos seguintes livros: Cinco livros de Moisés, isto é, Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, um livro de Josué, filho de Nun, um dos juízes, um pequeno livro chamado Rute, que parece bastante pertencer ao início dos Reis; depois, quatro livros dos Reis, e dois de Crônicas - estes últimos não seguem um ao outro, mas decorrem em paralelo, por assim dizer, e se passam na mesma terra. Os livros mencionados agora são histórias, que contém uma narrativa conexa dos tempos, e segue a ordem dos eventos. Há outros livros que parecem não seguir nenhuma ordem regular, e não estão ligados nem com a ordem dos livros anteriores, nem um com o outro, como Jó, Tobias, Ester, Judite, os dois livros dos Macabeus, e os dois de Esdras, os quais parecem continuar a história que termina com os livros de Reis e Crônicas. Em seguida, estão os profetas, nos quais há um livro dos Salmos de Davi, e três livros de Salomão, a saber, Provérbios, Cântico dos Cânticos, e Eclesiastes. Para dois livros, um chamado Sabedoria e o outro Eclesiástico, são atribuídos a Salomão a partir de certa semelhança de estilo, mas a opinião mais provável é que eles foram escritos por Jesus, filho de Sirac. São colocados entre os proféticos livros, desde que obtiveram reconhecimento como sendo autoridade. O restante são os livros que são estritamente chamados os Profetas: doze livros separados dos profetas que estão conectados uns com os outros, e nunca tendo sido retirado, são contados como um livro; os nomes desses profetas são os seguintes: Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias e, depois, há os quatro profetas maiores, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel. A autoridade do Antigo Velho está contido dentro dos limites desses quarenta e quatro livros. O do Novo Testamento, mais uma vez, está presente no seguintes: Quatro livros dos Evangelhos, um segundo Mateus, um segundo Marcos, um segundo Lucas, um segundo João, quatorze epístolas do Apóstolo Paulo - um para os romanos , duas aos Coríntios, uma aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, duas aos Tessalonicenses, uma aos Colossenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a Filemon, uma aos Hebreus; duas de Pedro, três de João, um de Judas, e um de Tiago; um livro dos Atos dos Apóstolos, e um do Apocalipse de João.” (Doutrina Cristã 2:8:13 [397d.C]).
“E, de fato a Escritura, que é chamada de Macabeus que os judeus não têm, como eles têm a Lei, os Profetas e os Salmos...”(Contra Gaudêncio 31, 38)

“Sobre este ponto, se eu não encontrar nada na própria literatura deles para refutar essa opinião, eu deveria ser forçado laboriosamente a demonstrar que não é o corpo, mas a corruptibilidade do corpo, que é um fardo para a alma. Daí vem a sentença da Escritura que citamos em um livro anterior, ‘um corpo corruptível pesa sobre a alma e — tenda de argila — oprime a mente pensativa.’ (Sabedoria 9, 15).” (Cidade de Deus 13, 16)

“E, portanto, não devemos desprezar a ciência dos números, que, em muitas passagens da Sagrada Escritura, é encontrada como sendo de serviço eminente para o intérprete cuidadoso. Tão pouco foi sem razão contado entre os louvores de Deus: ‘Mas tudo dispuseste com medida, número e peso.’ (Sabedoria 11, 20)” (Cidade de Deus 11, 30)

“É isso que confirma um outro profeta, quando ele diz, ‘É lá que nasceram os gigantes, famosos desde as origens, descomunais na estatura e adestrados na guerra. 27. Mas não foi a eles que Deus escolheu, nem a eles indicou o caminho da ciência. 28. Por isso pereceram, por não terem a prudência; pereceram por sua irreflexão.’ (Baruc 3, 26-28)”(Cidade de Deus 15, 23)

“Por que lemos nas Escrituras antigas, ‘Humilha-te profundamente, porque a punição do ímpio é o fogo e o verme. ’ (Eclesiástico 7, 19).”(Cidade de Deus 21,9)

“Em resumo, as palavras da Escritura, ‘Uma enorme dificuldade foi criada para todos os homens, um pesado jugo para os filhos de Adão, desde o dia em que saíram do ventre materno, até o dia em que voltarem para a mãe comum.’ (Eclesiástico 40, 1).” (Cidade de Deus 21, 14)

“E quando alguém nasce, é fácil observar o ponto em que esse movimento chegou, pelo uso das regras descobertas e estabelecidas por aqueles que são repreendidos pela Sagrada Escritura nos seguintes termos: ‘pois se foram capazes de conhecer tanto, a ponto de perscrutar o mundo, como não descobriram antes o seu Senhor?’ (Sabedoria 13, 9).”(Em Doutrina Cristã 2, 21).

“É em relação a essa sabedoria, portanto, que é a adoração de Deus, que a Sagrada Escritura diz: ‘A multidão dos sábios é o bem-estar do mundo.’(Sabedoria 6, 26).” (Sobre a Trindade XIV 1, 1).

Há diversas outras passagens confirmando a inspiração daqueles livros que os protestantes retiraram da bíblia ao seu bel prazer, porém não as citaremos para não delongar o texto demasiadamente.

10) AUTORIDADE DA TRADIÇÃO

Sobre a regra de não rebatizar convertidos:

“Mas em relação a essas observâncias que cuidadosamente frequentam e que o mundo todo mantém, e que não derivam da Escritura, mas da Tradição, que é dado a entender que elas são recomendadas e ordenadas para serem seguidas, seja pelos próprios Apóstolos ou por concílios plennários, a autoridade de que é absolutamente vital na Igreja.” (Carta a Januário, I).

“O Costume... pode ter tido sua origem na Tradição Apostólica, assim como há muitas coisas que são observados por toda a Igreja e, portanto, são razoavelmente realizadas por terem sido ordenadas pelos Apóstolos, que ainda não são mencionados em seus escritos” (Sobre o Batismo, contra os donatistas 5:23 [31]).

“Mas a advertência de que ele nos dá, ‘que devemos voltar à fonte, isto é, a Tradição Apostólica, e daí ligar o canal da verdade para os nossos tempos’, é exelentíssima, e deve ser seguido sem hesitação.” (ibid., 5:26 [37]).

A Sola Scriptura recebe um golpe mortal com estas frases de Santo Agostinho.
11) REGENERAÇÃO BATISMAL E GRAÇA

“É este Espírito que torna possível para uma criança ser regenerada... quando esse bebê é levado para o batismo, e é por meio desse Espírito que a criança assim apresentada renasce. Pois não está escrito, ‘A menos que um homem nasça de novo pela vontade de seus pais ou ‘por a fé daqueles apresentando-o ou ministrando a ele’, mas, ‘a menos que um homem nasça de novo da água e do Espírito Santo’. A água, portanto, manifestando-se exteriormente o sacramento da graça, e o Espírito efetuando interiormente o benefício da graça, ambos regenerado em Cristo aquele homem que foi gerado em Adão.” (Cartas 98:2 [AD 412]).

“O Batismo lava todos, absolutamente todos, os nossos pecados, seja de ação, palavra ou pensamento, seja original ou pecados acrescentados, seja consciente ou inconscientemente contraídos.” (Contra duas cartas dos pelagianos 3, 03:05) .

12) NECESSIDADE DO BATISMO PARA A SALVAÇÃO

“Há três maneiras em que os pecados são perdoados: no batismo, na oração, e na maior humildade da penitência, porém, Deus não perdoa pecados, exceto para os batizados”. (Sermões aos Catecúmenos sobre o Credo 7:15 [395 dC ]).

“as Igrejas de Cristo mantém inerentemente que sem o batismo e a participação na mesa do Senhor é impossível para qualquer homem alcançar tanto para o reino de Deus ou a salvação ea vida eterna. Este é o testemunho da Escritura também.” (Sobre o mérito o perdão dos pecados, e o batismo de crianças I , 34 [XXIV]).

13) NECESSIDADE DA CEIA DO SENHOR PARA A SALVAÇÃO.

“[De acordo com] Tradição Apostólica... as Igrejas de Cristo mantém inerentemente que sem o batismo e a participação na mesa do Senhor é impossível para qualquer homem alcançar tanto o reino de Deus quanto a salvação e a vida eterna. Este é o testemunho da Escritura também” (Perdão e Apenas os Desertos do Pecado, e o batismo de crianças 1:24:34 [AD 412]).

14) PURGATÓRIO E A ORAÇÃO PELOS MORTOS
“Deve haver algum fogo mesmo depois desta vida não é incrível, e pode ser examinado e quer ser descoberto ou deixado escondido se algum dos fiéis pode ser salvo, alguns um pouco mais lentamente e outros um pouco mais rapidamente em maior ou menor grau em que amava as coisas boas que perecem, por meio de um certo fogo purgatórial”. (Cidade de Deus XXI)
“Nós lemos nos livros dos Macabeus [II Mac. 12, 43] que o sacrifício foi oferecido pelos mortos. Mas mesmo que não fosse encontrado nada nos escritos do Antigo Testamento, a autoridade da Igreja Católica, que é claro sobre este ponto não tem um peso pequeno, onde nas orações do padre derramou ao Senhor Deus em seu altar o elogio dos mortos tem seu lugar”(O cuidado com os mortos 1, 3 [421 dC]).

15) COMUNHÃO E INTERCESSÃO DOS SANTOS
“Um povo cristão celebra unidos em solenidade religiosa a memória dos mártires, tanto para encorajar que sejam imitados e para que possam repartir seus méritos e serem auxiliados pelas suas orações. Mas é feito de tal forma que nossos altares não são configurado para qualquer um dos mártires - embora em sua memória -, mas ao próprio Deus, o Deus dos mártires.” (Agostinho, Contra Fausto a maniqueísta)
“Na mesa do Senhor não comemoramos os mártires da mesma forma que fazemos aos outros que descançam em paz, de modo a orar por eles, mas sim que eles podem orar por nós para que possamos seguir os seus passos.” (Homilias sobre João 84)

“Pois até mesmo agora os milagres que são realizados em nome de Cristo, seja por seus sacramentos ou pelas orações ou relíquias dos seus santos... O milagre que se operou no Milão quando eu estava lá... [e quando as pessoas] se reuniram para os corpos dos mártires Protásio e Gervásio, que há muito tempo estavam escondidos, mas foram feitos conhecidos ao bispo Ambrósio em um sonho e descobertos por ele”. (Cidade de Deus 22, 8 [AD 419]).

16) SUCESSÃO APÓSTOLICA

“Se a ordem de sucessão episcopal deve ser considerada, quanto mais certa, verdadeira e seguramente nós número eles [os bispos de Roma] do próprio Pedro, a quem, como a um representando toda a Igreja, o Senhor disse ‘Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.’ Pedro foi sucedido por Lino, Lino por Clemente ... Nesta ordem de sucessão bispo donatista não é encontrado.” (Carta 53, 1:2).

“Há muitas outras coisas que mais adequadamente podem manter-me no seio [da Igreja Católica]. A unanimidade dos povos e nações que me mantém aqui. Sua autoridade, inaugurada em milagres, alimentada pela esperança, agravada por amor, e confirmado por sua idade, me mantém aqui. a sucessão de sacerdotes, desde o ver do Apóstolo Pedro, a quem o Senhor, depois de sua ressurreição, deu a carga de alimentar suas ovelhas [João 21:15-17], até o episcopado presente, me mantém aqui. E por último, o próprio nome Católica, que, não sem razão, pertence a esta Igreja sozinha, em face de tantos hereges, tanto assim que, apesar de todos os hereges querem ser chamados de ‘Católicos’, quando um estranho pergunta onde a Igreja Católica se encontra, nenhum dos hereges se atreveria a assinalar a sua própria basílica ou casa.” (Contra a Carta de Mani Chamada 'a Fundação' 4, 5).
17) A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA

“permaneceu virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, virgem ao alimentá-lo em seu peito, sempre virgem.” (Sermão 186)

“Hereges chamado Antidicomarites são aqueles que contradizem a virgindade perpétua de Maria e afirmam que Cristo nasceu depois que ela se juntou a um com o seu marido” (Heresias 56)

CONCLUSÃO
Depois de vermos a argumentação e a exposição das obras e citações de Santo Agostinho nesta matéria, nos vem a mente alguns questionamentos: Qual a intensão destes protestantes ao fazerem estas postagens em seus blogs? Ele visou informar algum leitor que Santo Agostinho era protestante? Ele queria provar que Santo Agostinho não era católicos, e que a Igreja primitiva aceitava as teorias protestantes? Uma resposta óbvia a estas indagações é: Claro que não! Pois, ao propagar estas facécias visa apenas desinformar e causar dúvidas nas mentes dos leitores, simplesmente diz que Santo Agostinho desconhecia as doutrinas católicas e não dá nenhuma prova disto.

Como os leitores puderam ver as diversas citações de Santo Agostinho podemos ver o tipo e nível de apologética que os protestantes se prestam a fazer.

PARA CITAR

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RODRIGUES, Rafael. Apologistas Católicos: Santo Agostinho era protestante? . Disponível em: Desde: 18/02/2013.

FONTE  ELETRÔNICA;


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