Durante
muitos anos, a voz de sotaque inconfundível foi familiar aos crentes
brasileiros: “Que Deus os abençoe rica e abundantamente”, dizia o fundador da
Igreja Pentecostal de Nova Vida pelas ondas da Rádio Relógio Federal. O
missionário canadense Robert McAlister, carinhosamente conhecido no Brasil como
bispo Roberto, teve papel destacado na inserção do Evangelho entre as classes
médias urbanas. A denominação que fundou ajudou a mudar o conceito da sociedade
acerca dos evangélicos – e, passados dezesseis anos de sua morte, seu legado é
incontestável. “Ele deixou um exemplo de seriedade e valorizou a vocação
pastoral”, diz, com orgulho, seu filho e sucessor no ministério, Walter
McAlister Jr.
Mas os tempos e a Igreja Evangélica são outros. E Walter,
mais do que ocupar o púlpito que um dia foi de Roberto, hoje é um analista do
segmento no qual nasceu, cresceu e construiu sua carreira ministerial. Aos 53
anos, o bispo está lançando O fim de uma era (Anno Domini), livro no qual fala
como observador e participante ativo do movimento evangélico nacional, com todas
as suas facetas, crises e paradoxos. Mas a experiência própria não é a única
credencial que ostenta – Walter, nascido nos Estados Unidos e naturalizado
brasileiro, tem uma sólida formação acadêmica e teológica, que inclui os cursos
de graduação e mestrado em disciplinas como psicologia e estudos bíblicos na
América do Norte. Ordenado ministro do Evangelho em 1980, ele hoje é o bispo
primaz e presidente do Colégio dos Bispos da Aliança das Igrejas Cristãs Nova
Vida, entidade que agrega 140 congregações.
O quadro que emerge de seu
livro não é animador. Walter prevê o fim da Igreja – não o corpo místico de
Cristo, que segundo ele “nunca falirá”, mas o atual conceito de igreja no
Brasil. “A Igreja Evangélica hoje não cresce, incha. A diferença é que um corpo,
quando cresce, mostra saúde; já o inchaço é sintoma de alguma doença”, aponta.
Como outros indícios desse mal, o bispo aponta a superficialidade, o mundanismo,
a falta de ética e a corrupção. “Aliás, no que tange à corrupção do mundo
secular, ela em pouco difere da que se alastra nos meios cristãos”, lamenta.
Durante esta conversa com CRISTIANISMO HOJE, Walter McAlister admitiu que lhe
dói o coração ver a situação da Igreja contemporânea: “Queria ser mais gentil.
Mas há momentos em que se faz necessário e urgente dizer a verdade dura, mesmo
que isso nos custe muito.”
CRISTIANISMO HOJE – Em O fim de
uma era, o senhor analisa a Igreja contemporânea, e o quadro que traça não é
nada animador. Trata-se de uma instituição falida?
WALTER MCALISTER –
Não, a Igreja nunca falirá. Ela é o corpo de Cristo e consegue sempre atravessar
os séculos, mesmo que seja por meio de um remanescente fiel. Mas O fim de uma
era trata do conceito atual de igreja no Brasil, e este sim, está prestes a
falir. Ela está à beira de uma série de mudanças que serão percebidas como o
fim, se não da Igreja como um todo, certamente de um “sonho” ou de um ideal que
hoje ocupa o imaginário cristão.
CRISTIANISMO HOJE - No livro, o senhor
chega a falar até mesmo do fim do atual modelo de cristianismo ocidental. Caso
esteja certo em seu prognóstico, o que virá depois dele?
WALTER
MCALISTER - Historicamente, o que geralmente se segue a épocas como a nossa é um
período de perdas, perseguições e desencanto. Os que se preparam para tais
épocas promovem reflexão, semeando para uma nova era de vigor e devoção. Em
primeira instância, haverá muito choro, revolta e medo. Haverá quem vá perguntar
o que deu errado e os que se calarão, pasmos pelas perdas. Muitos fugirão dos
líderes desacreditados. As coisas podem piorar ainda mais. Mas há sempre a
possibilidade de renovação em meio aos escombros. O remanescente fiel se voltará
para Deus em oração. Haverá redutos de oração intercessória, contrição e
comunhão.
CRISTIANISMO HOJE - Alguns demógrafos preveem que os crentes
poderão ser metade da população nacional já por volta da década de 20 deste
século. Poucas nações do mundo experimentaram avanço tão notável de um segmento
religioso na história contemporânea, fato que é muito festejado por líderes
evangélicos – e criticado por outros tantos, que não têm enxergado qualquer
mudança significativa na sociedade a partir dessa maior presença evangélica. É
um paradoxo?
WALTER MCALISTER – A Igreja Evangélica no Brasil hoje não
cresce, incha. A diferença é que um corpo, quando cresce, mostra saúde; já o
inchaço é sintoma de alguma doença. A qualidade da nossa devoção coletiva caiu
muito, embora os nossos números tenham crescido. Os que não veem mudança estão
equivocados. Mudou muita coisa, sim. No livro, mostro que tanto a sociedade
quanto a Igreja Evangélica visível se tornaram mais superficiais, mais
fascinadas pelos meios, mais gananciosas – e ficaram menos éticas e menos
sérias. Aliás, no que tange à corrupção do mundo secular, ela em pouco difere da
corrupção que se alastra nos meios cristãos.
CRISTIANISMO HOJE - Cada
vez mais pessoas famosas, como artistas e celebridades, têm frequentado igrejas,
mas essa alegada conversão parece não interferir em seu comportamento. Qual o
preço disso para a fé evangélica?
WALTER MCALISTER – A fé foi banalizada
e transformada numa filosofia vazia. Em grande parte, a Igreja perdeu a sua
alma. O fato de celebridades afirmarem conversão sem o necessário fruto de
arrependimento é o resultado direto, e mais visível, de uma distorção da
mensagem cristã. Afirmar que uma profissão pública de fé é o suficiente para que
alguém se considere salvo reduz o conceito da salvação a um momento de decisão
apenas. Mas Tiago disse que fé sem obras é morta. Muitos chegarão a Cristo, no
último dia, fazendo uma “profissão” de fé. Mas obterão uma resposta
condenatória, por eles terem praticado o mal. Paulo disse que o justo viverá
pela fé, mas também disse que haverá ira e indignação para os que são egoístas,
que rejeitam a verdade e seguem a injustiça, conforme Romanos 2.7 e 8.
CRISTIANISMO HOJE - O senhor aponta os líderes evangélicos como grandes
responsáveis pela crise da Igreja. Qual a sua avaliação sobre a liderança
evangélica brasileira?
WALTER MCALISTER – A liderança evangélica
brasileira reúne de tudo um pouco. Ocupamos um espectro largo, que vai dos mais
corruptos e hipócritas aos mais piedosos e angustiados com a situação atual. Há
homens muito bons no Brasil que querem servir ao Senhor, mas são pressionados,
qual Arão, a fabricar bezerros de ouro para agradar o povo e garantir, por
exemplo, uma reeleição a seu posto. Mas também há lideres que vendem seus
púlpitos a agendas políticas, ou pior, traem sua vocação sacerdotal se
candidatando pessoalmente a cargos eletivos. Há mercantilistas que usam o
Evangelho como desculpa para vender seus produtos na TV, enriquecer ou obter
benesses de poderosos. Para eles, a Bíblia é um pretexto e não uma autoridade.
São pessoas equivocadas ou corruptas, que criam igrejas vaidosas, vazias e
superficiais. Por outro lado, há homens que se dedicam, de corpo e alma, ao
serviço do povo de Deus. Não são famosos, mas estão dando sua vida em prol do
rebanho do Senhor.
CRISTIANISMO HOJE - Por que a Igreja contemporânea
tem abandonado temas antes considerados inegociáveis, como arrependimento,
justificação pela fé, juízo de Deus, céu e inferno e segunda vinda de
Cristo?
WALTER MCALISTER – Porque essas não são mensagens populares.
Elas incomodam aqueles que procuram na fé apenas um meio de alcançar bem estar.
Somos uma civilização narcisista, uma sociedade que define o mundo a partir da
sua própria vontade. Como já aconteceu inúmeras vezes ao longo da história da
Igreja, a proclamação do Evangelho hoje rende-se muitas vezes às questões do dia
a dia, da moda ou dos anseios da sua geração.
CRISTIANISMO HOJE - E
quanto aos assuntos básicos da fé e da prática evangélica, como batismo,
liturgia e pecado? Na sua opinião, as igrejas têm falhado no
ensino?
WALTER MCALISTER – A Igreja sofre, de modo geral, de um
analfabetismo bíblico e teológico, bem como uma miopia histórica surpreendente.
Pelo nível de ignorância bíblica que percebo na maioria dos cristãos, associado
à ausência de piedade demonstrada pelo povo de Deus, eu diria que alguém está
deixando a dever. Esse problema não acha sua fonte no rebanho, mas nos pastores.
É bom lembrar que foram os líderes das sete igrejas do Apocalipse que foram
cobrados pela condição dos rebanhos.
CRISTIANISMO HOJE - Evangélicos
sempre criticaram católicos por suas concessões à religiosidade popular e às
superstições religiosas. A Igreja Evangélica brasileira pratica hoje uma fé
sincrética?
Sem dúvida! No que diz respeito à religiosidade popular, já
ultrapassamos os católicos. Aliás, de uns tempos para cá, os católicos até estão
copiando as nossas práticas populares.
CRISTIANISMO HOJE - É possível
falar-se em unidade do Corpo de Cristo diante da infinidade de igrejas e
denominações que existem hoje?
WALTER MCALISTER – A unidade do Corpo de
Cristo não é um projeto, é um fato. Ao mesmo tempo, Paulo disse que é necessário
que haja divisões entre nós para que os aprovados sejam conhecidos, conforme I
Coríntios 11. Logisticamente, a união institucional é impossível; sempre foi
assim, desde a Igreja do primeiro século, com todas as suas divergências e
ramificações. Todavia, há uma só Igreja. Quem a vislumbra como um todo vê algo
estranhamente animador: há membros da Igreja invisível atuando em todos os
arraiais. Há pessoas piedosas, devotadas a Cristo, com todos os seus defeitos,
erros de doutrina e diferenças, que estão contribuindo para o crescimento do
Reino de Deus.
CRISTIANISMO HOJE - Por que a evangelização clássica,
aquela da visitação a lares e hospitais, dos cultos ao ar livre e do evangelismo
pessoal, foi abandonada pelas igrejas?
WALTER MCALISTER – Bem, não estou
ciente de tal abandono. Há ainda muitas igrejas que visitam lares e realizam
evangelismo em hospitais ou prisões. Acontece que a comunicação vem sofrendo uma
revolução incrível. Talvez, no caso de cultos ao ar livre, eles tenham sido
substituídos por novas formas de proclamação. Mas concordo que não há o mesmo
zelo por almas perdidas que vi quando jovem. Talvez tenhamos nos tornados frios
e sem compaixão pelos que estão se perdendo. É um fato triste e denuncia o
esfriamento do nosso amor, inclusive pelo Senhor.
CRISTIANISMO HOJE -
Pode-se dizer que o neopentecostalismo é um movimento de fé genuinamente
evangélico?
WALTER MCALISTER – Antes de tudo, é fundamental aqui
definirmos bem os termos evangélico e neopentecostal. Primeiro: o termo
neopentecostalismo não é para mim um conceito cronológico, no sentido de um
movimento que evoluiu com o passar do tempo a partir do pentecostalismo e que,
por isso, configuraria uma nova etapa do pentecostalismo. Nada disso. Quando
falo de neopentecostalismo, refiro-me a algo que evoluiu a partir da invasão de
valores neoliberais e materialistas na periferia do antigo pentecostalismo. O
que resultou dessa mutação é uma espiritualidade formada em função de valores e
anseios seculares, mundanos.
CRISTIANISMO HOJE - O que deu certo e o que
deu errado no neopentecostalismo brasileiro?
WALTER MCALISTER – O que
deu errado é que eles acabaram formando valores anticristãos e levam pessoas a
segui-los. Nesse caso, expandir esse tipo de fé não é nenhum mérito – na
verdade, é um problema. O que deu certo – e eu não diria que “deu certo”, mas
que funcionou – para o neopentecostalismo foi atender certos anseios das massas,
no que se refere aos desejos dessa geração, e oferecer soluções fáceis, como
qualquer profissional de marketing faria. O povo se sente explorado, impotente e
vitimado. Assim, a oferta de uma certa ilusão de poder adquirido é tudo o que o
povo quer. Por isso, os neopentecostais crescem numa velocidade
impressionante.
CRISTIANISMO HOJE - A fé como produto de consumo, onde a
bênção está diretamente ligada à atitude do devoto diante da organização
religiosa, é a ênfase na mídia produzida pelos grupos evangélicos,
particularmente na TV. É uma maneira legítima de divulgar a fé?
WALTER
MCALISTER – De forma alguma; é antibíblica, pois Deus fica em segundo plano,
enquanto o cliente – o necessitado – fica em primeiro. Em vez de pregar
submissão a Deus e confiança na sua vontade, que pode até se manifestar por meio
de cura ou resposta a oração, vemos o benefício proclamado como o bem principal.
Isso é idolatria. Além do que, a televisão em si é um meio comprometido e
incapaz de formar conceitos cristãos. A presença de pastores na televisão é
equívoco. Um equívoco bem-intencionado, mas ainda assim um equívoco.
CRISTIANISMO HOJE - A Igreja Cristã Nova Vida é
neopentecostal?
WALTER MCALISTER – Não a considero neopentecostal, como
muitos a classificam, pois ela nem de longe compactua com esses valores e
anseios. Somos “neo” por termos sido fundados há pouco tempo, em termos
históricos, e somos “pentecostais” por crermos na continuidade dos dons
manifestados no dia de Pentecostes. Mas não somos neopentecostais, pois
rejeitamos essa espiritualidade mundana e todas as suas práticas. Na verdade, as
origens da Igreja Cristã Nova Vida se reportam à Rua Azuza, em Los Angeles, em
1906. Meu tio-bisavô, R.E. McAlister, levou a mensagem pentecostal de lá para o
Canadá, onde ajudou a fundar as Assembleias de Deus canadenses. Seu sobrinho,
Walter – meu avô –, foi superintendente nacional durante os anos 50 e o filho
dele, Robert, foi o nosso fundador. Fomos fundados, então, em cima dos firmes
alicerces de Azuza e não de movimentos análogos posteriores. Assim, meu pai não
“brotou” no Brasil com uma nova teologia inventada; ele deu continuidade à
teologia clássica que vinha se desenvolvendo em seu país desde o avivamento de
Azuza.
CRISTIANISMO HOJE - Seu pai, carinhosamente chamado pelos crentes
brasileiros de bispo Roberto, teve participação direta na explosão do
neopentecostalismo. Diversos líderes dessa corrente – Edir Macedo, fundador da
Igreja Universal; Romildo Soares, que deu origem à Igreja da Graça; e Miguel
Ângelo, da Cristo Vive – são oriundos da Igreja de Nova Vida e foram seguidores
de Roberto. Olhando agora em perspectiva, como o senhor avalia este legado? Acha
que o bispo McAlister cometeu equívocos em sua trajetória
ministerial?
WALTER MCALISTER – Todos cometem equívocos. Mas qualquer
pessoa com um mínimo de informações não estereotipadas e superficiais sobre o
bispo Roberto sabe que não se pode atribuir as práticas neopentecostais
negativas aos equívocos do meu pai. Veja que muitos ex-católicos fundaram
seminários evangélicos conceituados, mas ninguém aponta o papa como pai desses
seminários. Ora, do mesmo modo, é um equívoco apontar meu pai como ligado
diretamente a esses movimentos. O fato de a Nova Vida ter sido o lugar onde
esses líderes começaram sua jornada cristã não faz de meu pai seu mentor. Basta
ler seus livros, como O encontro real, Dinheiro – Um assunto altamente
espiritual e Bem-vindo ao Reino de Deus, entre outros, para perceber que, mais
de trinta anos atrás, ele já denunciava como negativas as práticas que depois se
tornariam tão conhecidas e associadas ao mundo neopentecostal.
CRISTIANISMO HOJE - Por que a Nova Vida dividiu-se em duas
correntes?
WALTER MCALISTER – Porque houve quem não concordasse com a
direção que dei à denominação após a morte de meu pai. Houve ainda quem
vislumbrasse outro para sucedê-lo como primaz. Eles estavam no seu direito de
achar isso.
CRISTIANISMO HOJE - Isso não foi resultado da
descentralização administrativa, já que cada igreja local recebeu
autonomia?
WALTER MCALISTER – Bem, vamos considerar que ajuntamento de
facções não constitui união. Ao darmos independência, cada um pôde escolher
pertencer ou não. A união tornou-se muito mais legítima, uma vez que passou a
ser uma questão do coração e não de um nome em comum apenas. A Igreja Cristã
Nova Vida é uma associação voluntária de igrejas independentes, que afirmam o
bispo primaz como o seu pastor. Mas cada pastor opta livremente por seguir minha
liderança, que é pastoral em palavra e exemplo. Os líderes que não desejam
continuar a andar conosco estão perfeitamente livres para sair, sem perder
pensão ou plano de saúde, nem tampouco a sua igreja. A minha atuação, assim como
a do Colégio de Bispos, funciona como numa igreja local – só que os nossos
membros são ministros ordenados. Nós velamos pelo bem estar de cada pastor, pela
ética, pela harmonia doutrinária e pela transparência e a responsabilidade
fiscal. Os que desejam andar conosco empenham sua palavra de viver dentro desses
parâmetros, afirmados anualmente na assinatura da Aliança das Igrejas Cristãs
Nova Vida.
CRISTIANISMO HOJE - Uma reunificação das diferentes
vertentes hoje faria sentido?
WALTER MCALISTER – Isso não me parece
plausível. Uma reunificação teria de passar pelas mesmas questões que nos
separaram desde o início. Hoje existem muitas “Novas Vidas”, igrejas que saíram
de nós e de algum modo mantêm o, digamos, sobrenome por se reportarem ao bispo
Roberto como fundador. Não há planos para reunificá-las. Acho que seria como
querer transformar o português, o espanhol e o francês novamente em latim. Muito
tempo passou, doutrinas foram reavaliadas, posturas foram firmadas e cada linha
de atuação acabou por se distanciar das outras. Embora tenhamos esse mesmo
sobrenome, somos igrejas realmente diferentes.
CRISTIANISMO HOJE - As
diferenças entre igrejas tradicionais e pentecostais já não têm a mesma
diferença de outros tempos. É como se houvesse uma terceira via teológica,
misturando as características dos dois grupos. O senhor acha isso bom ou
ruim?
WALTER MCALISTER – Para responder, é preciso analisar caso a caso.
Há igrejas tradicionais que realizam cultos nos moldes neopentecostais. Não
creio que isso seja benéfico. Pelo contrario, é um modus operandi
esquizofrênico, pois nos cultos tradicionais essas pessoas abraçam as máximas da
tradição, mas em determinados momentos abandonam essas máximas para desfrutar de
métodos neopentecostais. Por outro lado, há pentecostais que estão se
reavaliando. E, consequentemente, buscando trazer do passado práticas e noções
bíblicas e benéficas que claramente foram perdidas durante a ruptura entre os
tradicionais e os pentecostais, para não falar da ruptura que houve durante a
Reforma Protestante. Concordo que houve uma mistura e creio que cada igreja
seria muito bem servida pelos seus lideres se voltasse a valorizar suas próprias
origens. Afinal, uma tradição não é uma prisão, e sim um
lar.
CRISTIANISMO HOJE - O senhor diz em seu livro que se sente
solitário no ministério. Quais os reflexos dessa solidão na vida de um ministro
do Evangelho?
WALTER MCALISTER – Essa solidão nos remete ao silêncio e a
uma reavaliação constante de motivações. Ou vivemos perante a face de Deus
intencionalmente ou buscamos nos outros a justificação de nosso ministério e
nossa vida. O primeiro é um caminho difícil, mas necessário. O segundo é vaidade
e correr atrás do vento.
| Autor: Carlos Fernandes | Divulgação: estudosgospel.com.br
|
Fonte Eletrônica;
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