O problema das seitas foi exacerbado por outras tendências sócio-religiosas mundiais, como é o caso do movimento da Nova Era, o sincretismo e a indiferença religiosa. Para abordar este perigo são necessárias iniciativas apologéticas concretas em nível diocesano para fortalecer a compreensão que têm os católicos de sua própria doutrina e os perigos inerentes dos falsos ensinamentos. Citarei a Benjamin Franklin: «Uma onça de prevenção vale uma libra de cura». Uma sólida doutrina e uma advertência com prontidão são soluções superlativas para a ameaça das seitas. Esta idéia é fundamentalmente válida para a mesma base das dioceses individuais.
A revitalização da doutrina entre os católicos é essencial. Os bispos diocesanos, como sucessores dos apóstolos, devem guiar o caminho, seguidos de perto pelo clero e os leigos. Felizmente, há uma série de ferramentas úteis à sua disposição. Em nível internacional contam com a assistência da Santa Sé, que publicou um grande número de documentos teológicos e de formação de incalculável valor e no passado recente, e o mais notável é o Catecismo da Igreja Católica. Em nível nacional, contam com o apoio das Conferências Episcopais. As Conferências Episcopais permitem trabalhar para inculcar a fé verdadeira em meios culturais, linguísticos, econômicos e sociais específicos. Por outro lado, os grandiosos avanços das comunicações sociais –utilizadas com freqüência pelos promotores das seitas– estão também à disposição da Igreja, como por exemplo a televisão a cabo e satélite assim como a Internet.
Esta revitalização da doutrina deve incluir uma explicação e uma visão geral não só da fé católica, mas também dos falsos ensinamentos contemporâneos. Isto se aplica perfeitamente à educação religiosa dos jovens. No estado atual das coisas, onde a licença se confunde com a liberdade, onde o valor se tem equivocadamente por uma virtude e onde a novidade se considera o melhor, há uma séria necessidade de expor o bom, o mau e o horroroso. Existe um grande perigo no fato de que os católicos concebam a «Domus Dei» como algo mais em meio de coisas que os requerem (ver I Tim 3, 15). Pelo contrário os católicos hão de ver que a Igreja não foi construída sobre areia de nenhuma maneira, com o estão com freqüência as bases das seitas (ver Mateus 7, 24-28 e Lucas 6, 47-49), mas sobre a realidade da revelação de Jesus Cristo e sua promessa: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela» (Mateus 16,18).
A ameaça das diferentes seitas é real e mundial. Por exemplo, o número de protestantes evangélicos radicais em América Latina se calcula que aumentou de 5.000 em 1900 a 70 milhões na atualidade. Pese a que não esteja ao alcance da Igreja curar cada coração e cada mente das crenças perniciosas, é sem dúvida seu dever tudo o que esteja a seu alcance para impedir que seus filhos e filhas caiam nas falácias errôneas a favor da verdade que nos fará livres (ver João 8, 32).
FONTE ELETRÔNICA;
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