Objeto de controvérsias em outras religiões e mesmo dentro do cristianismo é o papel de Maria na vida de Jesus e de Jesus na vida de sua mãe. Os marianos demais e os marianos de menos facilmente entram em conflito com a Maria pequena dos evangelhos. Ou apequenam-na demais ou a engrandecem mais do que ela própria teria desejado. Não são muitos os textos que a ela se referem. A reflexão dos cristãos sobre Maria nasce de algumas deduções, a partir da cultura e do papel da mulher em Israel e, mais tarde, da cultura e do papel da mulher mãe entre os primeiros cristãos.
Maria influenciou ou não influenciou Jesus: Foi Téo-dokos ou foi Téo-tokos. Foi apenas tutora que o educou (dokein) ou foi a mãe (tokos) que o gerou? Por causa desse d e desse t, que trazia no seu bojo muito mais do que uma distinção sutil, comunidades inteiras se degladiaram. Maria foi mãe de um corpo humano no qual morava Deus ou foi mãe de Deus que entre nós morou? E como pode uma mãe humana ser mãe de Deus? Não é ir longe demais? Cuidou de Jesus que crescia entre nós ou gerou Deus filho aqui encarnado no seu ventre?
O tema nunca será resolvido nem aceito. E não haverá consenso. Ou nasce e se perpetua na fé ou morre já na primeira afirmação. Se é absolutamente impossível Deus entrar num ventre de mulher humana, então não foi possível. Se para Deus tudo é possível, então foi possível. A única coisa que Deus não pode é odiar, deixar de ser Deus e deixar de amar. Se pode amansar o mar, se pode fazer sair água da rocha e transformar água em vinho, se pode devolver a vida, então pode se tornar humano sem deixar de ser divino e pode, sim, entrar num ventre de mulher.
Maria foi a primeira a não entender. Perguntou. Não ficando claro, guiou-se pela fé e guardava aqueles mistérios no seu coração. (Lc 2,19) Não saiu dando testemunho da graça recebida porque não era tola nem fanatizada. Sabia que, a começar de José, ninguém aceitaria tal explicação. Usou da inteligência. Calou-se. Deus quis, Deus daria um jeito de explicar o que não se explica. Previu louvores e dores. Sabia como são as pessoas. Era mais pensadora do que imaginamos que foi!
Viu o filho crescer, agiu como qualquer mãe judia, interferiu quando pode e nunca se afastou do mistério que se aninhou em seu ventre, depois, na sua casa e na sua vida e, finalmente, nas ruas de Israel. Estava lá na assunção, no conceber, no crescer e no morrer. E estava também na ressurreição e na ascensão. Assim cremos.
Por isso, falar de Jesus ignorando e diminuindo sua mãe é erro colossal para qualquer cristão que às vezes quase deifica seus pregadores. Mas falar de Maria, quase que deificando-a e igualando-a ao Filho, também é erro colossal. Ela não foi e nunca será deusa ou semideusa. Foi humana tocada pela graça. Mas não pode tudo. Tem que pedir. Não tem o trono nem o cetro. No reino de Deus ela é rainha-mãe por causa do filho mas o poder é do filho. Ele é que o rei. Ele não é o filho da rainha, mas ela é a mãe do rei. Charles na Inglaterra é o filho da rainha, porque sua mãe tem o poder. Jesus, rei do Reino dos Céus não é o filho da rainha porque ela não governa. Mas ela é mãe do rei... Usemos bem desses simbolismos!
Super-exaltar Maria é errado, diminuí-la também. Não é igual a Jesus, mas depois dele ninguém esteve tão dentro do mistério da presença de Deus neste mundo. Por isso dizemos que o filho tem o poder e ela tem o pedir.
Outras igrejas terão que acertar suas contas com Maria. Também nós, católicos. Achar o lugar de nossa devoção por Maria dentro da catequese católica é urgente e fundamental. Por isso, só por questão de coerência, na próxima vez que você entrar num templo, vá primeiro ao sacrário e depois procure a imagem de Maria. Não fale com a imagem, porque imagens não ouvem. Jesus está no sacrário, mas Maria não está naquela imagem. A imagem é símbolo, a eucaristia é real.
Diante daquela lembrança dela feche os olhos e então, peça ajuda. De Jesus Maria entende. De orar ela entende. Para nós católicos, ela está viva e no céu ao lado do Filho. Se Jesus, que é tão poderoso, ainda não levou sua mãe para o céu, então vai levar quem? Ela sabe orar por nós e conosco. Invoque não sua presença, mas sua prece. Lá onde ela está, certamente intercederá por você. Se nós que somos tão pecadores intercedemos a Jesus uns pelos outros até pelo rádio e pela televisão, por que Maria não conseguiria?
Perto de Maria, perto de Jesus! Perto de Jesus, perto de Maria! Onde ele estiver seus santos estarão. Maria, que foi a primeira cristã, lá estará na linha de frente. É nosso jeito de pensar em Jesus. Depois dele vem Maria e, logo a seguir, os seus santos. Só depois, os candidatos a santo que nos falam do altar, do microfone e diante das câmeras... O poder deles é pequeno e sua prece é bem menor, ainda que andem curando de AIDS ou de câncer com seu toque, ainda que o povo queira até o seu suor, ainda que anunciem ressurreições e falem a milhões de pessoas todos os dias. Maria é mais! Os salvos no céu são mais! Santo por santo, aceite os daqui, mas prefira os do céu. Não é por nada não, mas são muito mais confiáveis. PADRE ZEZINHO
Maria influenciou ou não influenciou Jesus: Foi Téo-dokos ou foi Téo-tokos. Foi apenas tutora que o educou (dokein) ou foi a mãe (tokos) que o gerou? Por causa desse d e desse t, que trazia no seu bojo muito mais do que uma distinção sutil, comunidades inteiras se degladiaram. Maria foi mãe de um corpo humano no qual morava Deus ou foi mãe de Deus que entre nós morou? E como pode uma mãe humana ser mãe de Deus? Não é ir longe demais? Cuidou de Jesus que crescia entre nós ou gerou Deus filho aqui encarnado no seu ventre?
O tema nunca será resolvido nem aceito. E não haverá consenso. Ou nasce e se perpetua na fé ou morre já na primeira afirmação. Se é absolutamente impossível Deus entrar num ventre de mulher humana, então não foi possível. Se para Deus tudo é possível, então foi possível. A única coisa que Deus não pode é odiar, deixar de ser Deus e deixar de amar. Se pode amansar o mar, se pode fazer sair água da rocha e transformar água em vinho, se pode devolver a vida, então pode se tornar humano sem deixar de ser divino e pode, sim, entrar num ventre de mulher.
Maria foi a primeira a não entender. Perguntou. Não ficando claro, guiou-se pela fé e guardava aqueles mistérios no seu coração. (Lc 2,19) Não saiu dando testemunho da graça recebida porque não era tola nem fanatizada. Sabia que, a começar de José, ninguém aceitaria tal explicação. Usou da inteligência. Calou-se. Deus quis, Deus daria um jeito de explicar o que não se explica. Previu louvores e dores. Sabia como são as pessoas. Era mais pensadora do que imaginamos que foi!
Viu o filho crescer, agiu como qualquer mãe judia, interferiu quando pode e nunca se afastou do mistério que se aninhou em seu ventre, depois, na sua casa e na sua vida e, finalmente, nas ruas de Israel. Estava lá na assunção, no conceber, no crescer e no morrer. E estava também na ressurreição e na ascensão. Assim cremos.
Por isso, falar de Jesus ignorando e diminuindo sua mãe é erro colossal para qualquer cristão que às vezes quase deifica seus pregadores. Mas falar de Maria, quase que deificando-a e igualando-a ao Filho, também é erro colossal. Ela não foi e nunca será deusa ou semideusa. Foi humana tocada pela graça. Mas não pode tudo. Tem que pedir. Não tem o trono nem o cetro. No reino de Deus ela é rainha-mãe por causa do filho mas o poder é do filho. Ele é que o rei. Ele não é o filho da rainha, mas ela é a mãe do rei. Charles na Inglaterra é o filho da rainha, porque sua mãe tem o poder. Jesus, rei do Reino dos Céus não é o filho da rainha porque ela não governa. Mas ela é mãe do rei... Usemos bem desses simbolismos!
Super-exaltar Maria é errado, diminuí-la também. Não é igual a Jesus, mas depois dele ninguém esteve tão dentro do mistério da presença de Deus neste mundo. Por isso dizemos que o filho tem o poder e ela tem o pedir.
Outras igrejas terão que acertar suas contas com Maria. Também nós, católicos. Achar o lugar de nossa devoção por Maria dentro da catequese católica é urgente e fundamental. Por isso, só por questão de coerência, na próxima vez que você entrar num templo, vá primeiro ao sacrário e depois procure a imagem de Maria. Não fale com a imagem, porque imagens não ouvem. Jesus está no sacrário, mas Maria não está naquela imagem. A imagem é símbolo, a eucaristia é real.
Diante daquela lembrança dela feche os olhos e então, peça ajuda. De Jesus Maria entende. De orar ela entende. Para nós católicos, ela está viva e no céu ao lado do Filho. Se Jesus, que é tão poderoso, ainda não levou sua mãe para o céu, então vai levar quem? Ela sabe orar por nós e conosco. Invoque não sua presença, mas sua prece. Lá onde ela está, certamente intercederá por você. Se nós que somos tão pecadores intercedemos a Jesus uns pelos outros até pelo rádio e pela televisão, por que Maria não conseguiria?
Perto de Maria, perto de Jesus! Perto de Jesus, perto de Maria! Onde ele estiver seus santos estarão. Maria, que foi a primeira cristã, lá estará na linha de frente. É nosso jeito de pensar em Jesus. Depois dele vem Maria e, logo a seguir, os seus santos. Só depois, os candidatos a santo que nos falam do altar, do microfone e diante das câmeras... O poder deles é pequeno e sua prece é bem menor, ainda que andem curando de AIDS ou de câncer com seu toque, ainda que o povo queira até o seu suor, ainda que anunciem ressurreições e falem a milhões de pessoas todos os dias. Maria é mais! Os salvos no céu são mais! Santo por santo, aceite os daqui, mas prefira os do céu. Não é por nada não, mas são muito mais confiáveis. PADRE ZEZINHO
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