Estudo da doutrina dos Santos Padres da Igreja
O conceito de Patrologia foi utilizado pela primeira vez pelo teólogo protestante João Gerhard (1637) como título de sua obra póstuma publicada com o título Patrologia sive de primitivae Ecclesiae Christianae Doctorum vita ac lucubrationibus (Patrologia ou vida e obras dos Doutores da Igreja cristã primitiva), no sentido de estudos dos Padres do ponto de vista histórico e literário.
Patrologia trata necessariamente de um ramo da teologia, cujo núcleo essencial são dos Padres da Igreja e seus escritos no sentido eclesial, assim é a ciência que trata a literatura cristã antiga em todos os seus aspectos e com todos os métodos apropriados.
Desta forma, esta seção visa promover o estudo da doutrina dos Pais da Igreja ou Santos Padres da Igreja. Não devemos confundir esta seção com a seção Patrística. O termo técnico Patrística aplica-se à era dos Padres da Igreja, sua época e suas obras. Na seção Patrística continuaremos promovendo a publicação das obras dos Santos Padres; em Patrologia estaremos fazendo um estudo destas obras, a fim de identificar e meditar sobre a doutrina pregada e cria na Igreja Primitiva.
O título cristão de "Pai/Padre" aplica-se aos homens que foram considerados Pais espirituais dos Cristãos. Foram homens que ouviram a pregação dos Apóstolos, foram seus discípulos, por eles instituídos Bispos da Igreja e guardavam de cabeça a doutrina apostólica. Após a morte dos Santos Apóstolos, eram considerados a única referência segura quanto à Sã Doutrina, tornando-se os novos Pais espirituais dos cristãos, não só pela pregação mas também porque através do batismo inseriam as pessoas na Igreja.
A Igreja Antiga apartir do séc. IV restringiu o título de "Pai" somente aos Bispos. No séc. V foi estendido também aos presbíteros (ex: São Jerônimo) e aos diáconos (ex: São Efrém, o Sírio). Até hoje em algumas línguas ainda se conserva o título de "pai/padre" para designar o sacerdote.
O Título de "Pai da Igreja" apresenta toda a rica figura paterna: o Bispo como autêntico transmissor da sã doutrina, aquele que vela pela sucessão ininterrupta da fé desde os apóstolos bem como pela continuidade e unidade da fé na comunhão da Santa Igreja. A autoridade do Pai da Igreja não torna individualmente inerrante em todos os pormenores - devendo ser fiel à Sagrada Escritura e à Regra da Fé de toda a Igreja (Sagrada Tradição e Sagrado Magistério) - mas, em sintonia com elas, ele é testemunha autêntica da fé e da doutrina universal da Igreja.
A partir do séc. IV, os Bispos que se destacaram particularmente na transmissão, na exposição e defesa da sã doutrina (ex.: os Padres do Concílio de Nicéia, 325 DC) receberam o título de "Padres da Igreja" ou "Santos Padres". A fé transmitida pelos Santos Padres gozava de imensa credibilidade e foi base para a teologia da Igreja.
Devido à importância que os Santos Padres tinham como testemunhas privilegiadas do Depositum Fidei (Depósito da Fé) da Santa Igreja, esta desenvolveu o conceito da "prova patrística". A prova patrística foi utilizada pela primeira vez por São Basílio Magno, que acrescentou em sua obra "O Espírito Santo" (374/75 DC) uma lista de Padres da Igreja para apoiar sua opinião doutrinária sobre o Espírito Santo. Esta obra de São Basílio serviu de base para o Concílio de Constantinopla declarar o dogma da Divindade do Espírito Santo. Vemos que foi a fé dos Santos Padres que foi usada para o fundamento da fé que hoje temos na Divindade do Espírito Santo, pilar fundamental da doutrina da Santíssima Trindade.
Santo Agostinho, serve-se também da prova patrística a partir de 412, especialmente na controvérsia contra o pelagianismo.
São Cirilo de Alexandria também se utilizou dela durante o Concílio de Éfeso, lendo as obras dos Santos Padres, fazendo com que o Sínodo aceitasse oficialmente o título Theotókos (Mãe de Deus) para Santa Maria.
A uso constante da prova patrística como verificação da autenticidade da fé, fez com que São Vicente de Lérins criasse o clássico conceito de "magistri probabiles" em seu Communitorium (434), desenvolvendo a teoria da prova Patrística.
O estudo da fé dos Santos Padres é de fundamental importância para todo cristão que deseja estar posse de fé comum da Igreja Primitiva. Nosso Senhor Jesus Cristo orou ao Pai pela união dos Cristãos (cf. Jô 17, 6-24 ). Assim, todo cristão tem a obrigação de buscar a unidade da fé; e o primeiro passo para isto é conhecendo a antiga fé dos cristãos, deixada pelos Santos Apóstolos e assegurada pelos Pais da Igreja. Passo seguro para a unidade dos cristãos é estar de posse do que nos era comum, ter conhecimento e professar a fé da Igreja indivisa.
Comete grave erro todo aquele que se nega a professar a antiga fé, depósito precioso deixado pelos Santos Apóstolos e tão bem defendido pelos Santos Padres.
Pretendemos então, que esta seção venha enriquecer ainda mais a nossa fé, e que nos ajude no caminho da unidade tão deseja por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Autor: Alessandro Ricardo Lima
O conceito de Patrologia foi utilizado pela primeira vez pelo teólogo protestante João Gerhard (1637) como título de sua obra póstuma publicada com o título Patrologia sive de primitivae Ecclesiae Christianae Doctorum vita ac lucubrationibus (Patrologia ou vida e obras dos Doutores da Igreja cristã primitiva), no sentido de estudos dos Padres do ponto de vista histórico e literário.
Patrologia trata necessariamente de um ramo da teologia, cujo núcleo essencial são dos Padres da Igreja e seus escritos no sentido eclesial, assim é a ciência que trata a literatura cristã antiga em todos os seus aspectos e com todos os métodos apropriados.
Desta forma, esta seção visa promover o estudo da doutrina dos Pais da Igreja ou Santos Padres da Igreja. Não devemos confundir esta seção com a seção Patrística. O termo técnico Patrística aplica-se à era dos Padres da Igreja, sua época e suas obras. Na seção Patrística continuaremos promovendo a publicação das obras dos Santos Padres; em Patrologia estaremos fazendo um estudo destas obras, a fim de identificar e meditar sobre a doutrina pregada e cria na Igreja Primitiva.
O título cristão de "Pai/Padre" aplica-se aos homens que foram considerados Pais espirituais dos Cristãos. Foram homens que ouviram a pregação dos Apóstolos, foram seus discípulos, por eles instituídos Bispos da Igreja e guardavam de cabeça a doutrina apostólica. Após a morte dos Santos Apóstolos, eram considerados a única referência segura quanto à Sã Doutrina, tornando-se os novos Pais espirituais dos cristãos, não só pela pregação mas também porque através do batismo inseriam as pessoas na Igreja.
A Igreja Antiga apartir do séc. IV restringiu o título de "Pai" somente aos Bispos. No séc. V foi estendido também aos presbíteros (ex: São Jerônimo) e aos diáconos (ex: São Efrém, o Sírio). Até hoje em algumas línguas ainda se conserva o título de "pai/padre" para designar o sacerdote.
O Título de "Pai da Igreja" apresenta toda a rica figura paterna: o Bispo como autêntico transmissor da sã doutrina, aquele que vela pela sucessão ininterrupta da fé desde os apóstolos bem como pela continuidade e unidade da fé na comunhão da Santa Igreja. A autoridade do Pai da Igreja não torna individualmente inerrante em todos os pormenores - devendo ser fiel à Sagrada Escritura e à Regra da Fé de toda a Igreja (Sagrada Tradição e Sagrado Magistério) - mas, em sintonia com elas, ele é testemunha autêntica da fé e da doutrina universal da Igreja.
A partir do séc. IV, os Bispos que se destacaram particularmente na transmissão, na exposição e defesa da sã doutrina (ex.: os Padres do Concílio de Nicéia, 325 DC) receberam o título de "Padres da Igreja" ou "Santos Padres". A fé transmitida pelos Santos Padres gozava de imensa credibilidade e foi base para a teologia da Igreja.
Devido à importância que os Santos Padres tinham como testemunhas privilegiadas do Depositum Fidei (Depósito da Fé) da Santa Igreja, esta desenvolveu o conceito da "prova patrística". A prova patrística foi utilizada pela primeira vez por São Basílio Magno, que acrescentou em sua obra "O Espírito Santo" (374/75 DC) uma lista de Padres da Igreja para apoiar sua opinião doutrinária sobre o Espírito Santo. Esta obra de São Basílio serviu de base para o Concílio de Constantinopla declarar o dogma da Divindade do Espírito Santo. Vemos que foi a fé dos Santos Padres que foi usada para o fundamento da fé que hoje temos na Divindade do Espírito Santo, pilar fundamental da doutrina da Santíssima Trindade.
Santo Agostinho, serve-se também da prova patrística a partir de 412, especialmente na controvérsia contra o pelagianismo.
São Cirilo de Alexandria também se utilizou dela durante o Concílio de Éfeso, lendo as obras dos Santos Padres, fazendo com que o Sínodo aceitasse oficialmente o título Theotókos (Mãe de Deus) para Santa Maria.
A uso constante da prova patrística como verificação da autenticidade da fé, fez com que São Vicente de Lérins criasse o clássico conceito de "magistri probabiles" em seu Communitorium (434), desenvolvendo a teoria da prova Patrística.
O estudo da fé dos Santos Padres é de fundamental importância para todo cristão que deseja estar posse de fé comum da Igreja Primitiva. Nosso Senhor Jesus Cristo orou ao Pai pela união dos Cristãos (cf. Jô 17, 6-24 ). Assim, todo cristão tem a obrigação de buscar a unidade da fé; e o primeiro passo para isto é conhecendo a antiga fé dos cristãos, deixada pelos Santos Apóstolos e assegurada pelos Pais da Igreja. Passo seguro para a unidade dos cristãos é estar de posse do que nos era comum, ter conhecimento e professar a fé da Igreja indivisa.
Comete grave erro todo aquele que se nega a professar a antiga fé, depósito precioso deixado pelos Santos Apóstolos e tão bem defendido pelos Santos Padres.
Pretendemos então, que esta seção venha enriquecer ainda mais a nossa fé, e que nos ajude no caminho da unidade tão deseja por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Autor: Alessandro Ricardo Lima
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