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sábado, 5 de dezembro de 2009

A ONDA RELIGIOSA

Perguntaram-me dois jornalistas de periódico do interior se, como sacerdote católico, não me preocupava o fato de que ultimamente Lula, católico declarado e amicíssimo de Frei Beto, se abriu mais para os evangélicos; de o seu vice ser de um partido majoritariamente evangélico e ainda, se não me preocupava o crescimento deles e o encolhimento da Igreja Católica.
Pedi tempo para não responder em apenas uma sentença. O assunto é fundamental e a resposta não cabe numa frase de efeito. Entre outras coisas eu disse citando Bento XVI que as estatísticas não devem ser a preocupação número um da Igreja e sim o conteúdo da sua mensagem, nem que percamos por algumas décadas ou séculos. Disse-o em oturas palavras a Peter Seewald no livro “ O Sal da Terra”. Também Jesus chamou os seus seguidores de pequeno rebanho. Por um tempo, certos grupos de extração evangélica e pentecostal eram o pequeno rebanho. Ultimamente estão menos pequenos, embora alguns andem maquiando a estatísticas para parecerem maiores do que são. Mas certamente cresceram e, pelo visto, crescerão muito.
É claro que me preocupa, mas inquieto-me bem menos pelo crescimento dos outros do que pela diminuição dos nossos. São irmãos e irmãs que preferem ouvir outros púlpitos, outros pregadores e outras garantias de salvação em Jesus, motivados por outros testemunhos e outras leituras do evangelho. Trocaram o pai pelo pastor. Preferiram outro rebanho. Aceitaram ser apascentadas por reverendos pastores em outros rebanhos porque acreditaram no seu discurso de que têm mais Cristo a oferecer. Talvez tenham. O tempo o dirá. O fato é que hoje acreditam mais nos bispos e pastores do eu- anguélion: (a boa nova) do que nos bispos e padres do cat-holou ( abrangente, para todos). Não querem mais o enorme colo da Igreja Católica e acham-se mais bem cuidados no colo às vezes pequeno de um rebanho pentecostal ou evangélico.
Como a vida e a fé tem vais-e-vens, nós que estamos no mundo há milênios e no Brasil há 500 anos sabemos a força e o poder do novo, contado e mostrado de um novo jeito, e através de poderosos novos veículos. Enfrentamos isso umas duzentas vezes com grupos dissidentes que nasceram entre nós e se tornaram igrejas sem nós ou contra nós.
O marketing religioso feito com grande competência por estes irmãos de outras igrejas certamente tem muito a ver com o seu crescimento. Se bancos, palhas de aço, sabonetes e cremes passam a ter milhões de compradores e artistas milhões de fãs porque apareceram na mídia porque não uma Igreja?
Se é certo ou errado é assunto para outra conversa. Por enquanto registre-se o fato: as igrejas que foram à mídia estão colhendo o resultado. Qual será o resultado do resultado daqui a 50 anos? Quem viver verá! Quanto ao uso pregadores da fé no Congresso e na política, o leitor já está vendo os resultados. Parece que os eleitos com o voto dos seus fiéis não têm se portado de maneira mais ética do que os outros. padre zezinho

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