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sábado, 30 de janeiro de 2010

Frases (evangélicas?) que não agüento mais.

Está matéria que vou postar é de um pastor chamado Ricardo Gondim, um pastor de muita sabedoria a qual eu troco ideías e pensamentos,valendo salientar que meu blog é para os católicos e não visa atacar religião alguma mas também é para refutar heresias de seitas que surgem todos os dias pregando falsas doutrinas,mas acredito que tem igrejas serias preocupadas em levar a palavra de DEUS como a deste pastor,que não aguenta mais tanta besteria de pastores e fiéis alienados.segue abaixo a matéria:
. Amém? Está fraco. AMÉM? Amém ou não amém?2. Quem quer receber uma bênção de Deus hoje, levante a mão.3. Existe a lei da semeadura, e o número da conta é...4. Isso é roubo, meu irmão; você nasceu pra ser cabeça, não cauda! 5. Esse acidente aconteceu porque você deve ter dado brecha.6. O Diabo quer lhe destruir. 7. Estou vendo uma obra de bruxaria em sua vida.8. Vamos quebrar as setas inimigas. 9. Nada vai impedir que você seja um conquistador.10.Não há nada de errado com o dinheiro; o único problema é o amor ao dinheiro.11. Nossa denominação ainda vai conquistar o mundo.12. A partir de hoje São Paulo nunca mais será igual.13. Nós somos um povo que não conhece derrota.14. Venha para Jesus e pare de sofrer.15. Você é filho do Rei e não merece estar nessa situação.16. Temos a visão de conquistar a Europa para Cristo.17. Essa doença não existe, ela é apenas uma ameaça do Diabo.18. Deus está nos dirigindo para abrirmos uma igreja em Boca Raton.19. Vamos amarrar os demônios territoriais que estão sobre o Brasil.20. Todos os que fizerem a campanha das sete semanas alcançarão seus sonhos.21. Compre esta Bíblia fantástica com os comentários de...22. Estamos num mover apostólico e o avivamento brasileiro é semelhante ao do livro de Atos.23. Teremos uma explosão de milagres na maior concentração religiosa da história. 24. Vamos ficar em pé para receber o Grande Homem de Deus, fulano de tal, com uma salva de palmas. 25. Quando vejo essa multidão de quinze mil pessoas, só tenho vontade de dizer que amo cada um de vocês.26. O Reino de Deus precisa de um candidato na Câmara; vamos eleger nosso irmão que vai fazer a diferença.27. Deus abrirá uma porta de emprego para você, meu irmão. 28. Semana que vem teremos mais uma sessão de cura interior.29. Enquanto não pedirmos perdão ao Paraguai pela guerra, nunca seremos uma nação próspera. 30. Os Estados Unidos são uma bênção porque o presidente deles é crente.31. Tudo é miçanga, só Deus é jóia.32. Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono.33. Este carro ficará desgovernado em caso de arrebatamento.34. Crianças, cantemos: “Cuidado olhinho no que vê, cuidado mãozinha no que pega... nosso Pai está olhando pra você”!35. Olhe para o seu irmão do lado e diga: Eu amo você!36. O Espírito Santo está me revelendo que existem ladrões nesta igreja que não entregaram seus dízimos. 37. Ah, seu problema é maldição hereditária. 38. Quando você não entrega o dízimo na casa de Deus, Ele não tem compromisso financeiro com você. 39. Quero que vocês dêem uma oferta especial para manutenção do nosso programa de rádio e TV, pois foi Deus quem mandou pregar na mídia. 40. Ora em línguas aí, irmão. 41. Restitui, eu quero de volta o que é meu. 42. A visão da nossa igreja é evangelizar. Obra social é com o governo. 43. Abram suas Bíblias no livro "X". Quem encontrou diga amém, quem não encontrou diga misericórdia.44. Eu gostaria de cumprimentar a igreja com a paz do Senhor (se gostaria, então cumprimente, ou vai ficar na vontade?). 45. Abra o seu coração (como?). 46. Deus está aqui (que algo mais óbvio que isso). 47 - Deus está curando voê, minha irmã, deste nódulo no seio que você nem sabia que tinha (depois dessa, dizer mais o que). 48. Deus está operando poderosamente (alguém já viu Deus operar "meia-boca"?). 49. Deus vai enxugar suas lágrimas (O que dizer? Como é fácil falar). 50. Tá amarrado! (alguém sabe quanto tempo o Diabo leva para se desamarrar?). 51. Deus vai dar à nossa igreja um programa na Globo (tô com uma pulga atrás da orelha. Acho que esse pastor quer figurar na novela das 8). 52. Irmãos, Deus me deu revelação. Esse será o ano de Elias, de Josué, de Gideão, de João Batista... (Não parece calendário chinês?).53. Abra a boca e profetize; as palavras têm poder. 54. Hoje eu deixo de ser crente se Deus não operar um milagre. (Por favor, deixe mesmo!)55. Meus irmãos, estas igrejas que usam rosas ungidas, sal grosso para descarrego, etc., não são de Deus!....Ao final do culto tragam seus documetos, carteira de trabalho, chave de casa e do carro para ungirmos, pois aqui a coisa é diferente, Deus opera!56. Não diga isso. As palavras têm poder!! 57. Incendeia tua noiva, Senhor.58. Seja um adorador extravagante! 59. Fui chamado para ser um levita na casa do Senhor. Posso cantar na sua igreja e vender meus CDs?60. Não podemos fazer da igreja um clube. 61. Sendo dizimista, você pode colocar Deus contra a parede. 62. Meus irmãos, é hora de mudar o Brasil. 63. Quem tem um caroço em qualquer lugar do corpo, levante a mão que Jesus vai curar agora.64. A Rede Globo conspira contra a igreja.65. Quanto mais glória você manda pra cima, mais glória Deus manda pra baixo. 65. Não dá o dízimo na casa de Deus, mas acaba "dando" na farmácia (Hum, não sei não!) 66. Você que não dá o dízimo não tem moral pra exigir nada de Deus.67. Vamos pisar na cabeça do diabo; o Diabo só conhece o número do meu sapato.68. Quando o crente ora, deve esperar retaliação do Diabo.69. Sabe qual o nosso problema? O mundo está entrando na igreja.70.Eu soube que o Anticristo já nasceu e está se preparando para aparecer.71. Eu soube de um pastor que encontrou uns feiticeiros que estavam jejuando para fazer os pastores caírem.72. O Rei Leão da Disney é gay!73. Minha irmã, você precisa da nossa cobertura! (essa é quase pornográfica).74. Não esqueça de enviar os boletos bancários que eu prometo subir o monte nesta madrugada e interceder por sua vida.75. Não fique triste com a morte do seu filho (ou com seu divórcio, ou com sei lá o que). Tudo tem um propósito e Deus sabe o que faz.76. Irmãos, hoje o Senhor falou comigo pela manhã para trazer esta palavra. 77. Orei e a chuva parou.(então ora e manda chuva pro nordeste, não é?) 78. Estou sentindo uma opressão aqui. 79. Hoje vamos ouvir o testemunho do Irmão que era ex-gay, ex-traficante, ex-drogado, ex-macumbeiro, ex-cafetão, ex-morto, ex-satanista, ex-sei-lá-o-que e que agora é crente!!! 80. Todo inimigo, fora daqui! 81. Posso ouvir 3 aleluias e 8 améns?82. Cuidado para não perder a benção, irmão.83. Não adianta fugir de Deus, Ele vai ter pegar na curva.84. Se não vier pelo amor, vem pela dor.85. Sabe quanto custa uma consulta, uma internação? Dar o dízimo é mais barato.86. Deus me revelou que 50 irmãos vão contribuir com mil reais cada um. Quem é o primeiro? Se não tem ninguém, então devem existir aqui 50 valentes que vão contribuir com quinhentos... Agora chegou a sua vez, meu irmãozinho querido. Todos vocês que sobraram tragam suas ofertas de um real. (Que leilãozinho ordinário, heim?)87. Tomara que ao sair daqui um carro não passe por cima de você; vou orar para que Deus lhe dê mais uma chance. 88. Não troque sua salvação por um copo de cerveja. 89. Nesta noite Deus vai disribuir dar sapatos de fogo (Eu prefiro os de couro!)90. Infelizmente ele preferiu morrer sem salvação do que voltar pra nossa igreja. 91. O diabo tentou impedir que você viesse aqui nesta noite, porque ele sabia que você seria revelado 92. Eu tinha preparado uma mensagem, porém o Espírito Santo quer que eu pregue sobre santidade (...E dê-lhe regrinhas!). 93. Deus confirmou a mensagem desta noite enquanto a irmã cantava aquele hino. 94. Dê o melhor que você tem , Deus não quer troco de ônibus. 95. Tire a melhor nota que você tem e ofereça o melhor sacrificio ao Senhor. 96. Tive uma visão que no estacionamento da igreja só tinha carro zero km.(Acho que ele confundiu a igreja com a concessionaria ao lado).97. Minha teologia é joelho no chão!!!(Essa teologia é no mínimo esquisita).98. Deus conhece a sinceridade do meu coração! Eu preciso da sua ajuda para manter este programa no ar e o número da conta é... (Sim, eu sei que Deus conhece tudo. Eu é que estou com alguma suspeita).99. Se você sair de férias e não deixar o cheque do dízimo vai dar tudo errado na sua viagem. (E agora? Esqueci! Deve ser esse o motivo porque furou o pneu do carro)100. Deus não escolhe os capacitados mas capacita os escolhidos. (Há muitos pastores repetentes nessa escola de capacitação). 101. Não toque contra o ungido do Senhor. (Chavãozinho para proteger os líderes inseguros).102. Não diga a Deus que seu problema é grande; diga ao seu problema que o seu Deus é grande. (Poesia de quinta categoria] 103. Você é a menina dos olhos de Deus [com remela?]104. Aqui é uma igreja diferente (Sério? Então tá].105. Se vocês confiam em nós, pastores, para trazer a palavra de Deus, devem confiar na nossa administração das ofertas. Não precisamos prestar contas a ninguém, só a Deus [Hummm. Acontece que a palavra foi fraquinha). 106. Chega de esperar; hoje o seu milagre vai chegar (Posso reclamar no Procon?).107. Plante sua semente que você vai colher a cento por um (Pequenas igrejas, grandes negócios). 108. Deus sabe de todas as coisas (Que clichê cruel, na hora que não tem respostas para uma questão). 109. "Mateus, Mateus, primeiro os teus" [Não entendi, hã?]110. Comunico o falecimento do irmão Fulano. Infelizmente, perdemos um bom dizimista (A família enlutada agradece pelo gesto de solidariedade...). 111. Depois do culto, compre meus livros e CDs de mensagens. Vão abençoar o ministério infantil que cuido. Tenho quatro filhos (Se a piada é sem graça, imagine a mensagem dos Cds e livros.).112. Olhe para o irmão do lado e diga "você está bonito hoje" (Por que tenho que fazer esse tipo de coisa? Logo eu que sou gaúcho?). 113.Tem gente que lê muito e só cresce em sabedoria humana. O importante é o conhecimento de Deus ["conhessimento" com dois "esses", provavelmente...]Acho que chega, não? A lista do besteirol parece não ter fim.Soli Deo Gloria.

Unção para anunciar

Derramar óleo de oliveira na cabeça de determinadas pessoas escolhidas para missões especiais era costume no meio dos judeus. Jesus lembra as palavras de Isaías, aplicando-as a si: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4, 18-19; Is 61, 1s). Não basta a unção, que é sinal da consagração de Deus. É preciso executar a missão de levar vida e salvação aos outros.
Jesus é chamado Cristo. Quer dizer "ungido". Ele assume a missão, dada pelo Pai, de salvar a humanidade. Ele realiza a libertação no sentido horizontal, mas com o sentido da verticalidade, ou seja, da superação dos males terrenos, mas em vista de se conseguir a felicidade eterna. O Papa Bento XVI nos coloca, na encíclica "Caridade na Verdade", o tema "O Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade". Ele lembra: “Eliminar a fome no mundo tornou-se, na era da globalização, também um objetivo a alcançar para preservar a paz e a subsistência da terra” (nº. 27). Por outro lado, o Pontífice lembra que “sem Deus o homem não sabe para onde ir e não consegue sequer compreender quem seja” (nº. 78).
Em termos de Igreja, precisamos valorizar, sem dúvida, a consagração das pessoas, mas sublinhando sua finalidade: a de dar vida ao mundo com os critérios de Deus. Para isso, a união ou comunhão eclesial é de suma importância para potencializarmos nossos instrumentos de evangelização. Só a sacramentalização não é suficiente. É preciso instruirmos, formarmos e darmos base de evangelização para se compreender e promover a libertação integral das pessoas. É preciso haver a superação de grupos fechados em si mesmos para ganharmos em comunhão e força de evangelização. Todos podem ter reta intenção, mas é preciso usar meios adequados para nos unir em função de transformar a sociedade com os critérios do Reino de Deus. Somos ungidos para evangelizar. Cumprimos essa missão em comunhão e mútua ajuda. Jesus mandou-nos ser luzes, indicando Seu caminho à sociedade. Na união, nossa luz fica forte e capaz de tirar as escuridões da vida das pessoas.
No mundo, cheio de propostas diferenciadas, somos instados a assumir a Boa Nova de Cristo, deixando-a impregnar nosso ser para testemunharmos sua verdade que salva. O ser humano sozinho, apesar de sua inteligência e seu desenvolvimento cultural, não é capaz de realizar um projeto de vida que o satisfaça plenamente. Só Deus preenche o vazio humano com a realidade de Seu amor. Por isso, recebendo a unção do batismo, temos a possibilidade de contribuir com a realização plena do ser humano, com os valores e os dons do Senhor deixados em Sua Igreja, depositária de Suas graças. Não se trata apenas de ritos, mas de realidade com o conteúdo dos dons de Deus, como Sua Palavra e Seus sacramentos.
Dom José Alberto Moura

Patriarca Sérvio propõe "diálogo estreito" com a Igreja Católica

O novo Patriarca da Igreja Ortodoxa sérvia, Sua Beatitude Irinej, propôs um diálogo mais estreito e um renovado caminho ecumênico com a Igreja Católica.Na sua primeira coletiva de imprensa em Belgrado, após a eleição realizada no último dia 22 de janeiro, Irinej anunciou um grande encontro ecumênico para 2013. O evento acontecerá em Nis, no sul da Sérvia, lugar de nascimento do imperador Constantino, o Grande, por ocasião dos 1.700 anos do edito de Milão (313), que estabeleceu a liberdade religiosa no Império Romano e colocou fim às perseguições contra os cristãos. A coletiva foi considerada histórica, já que é a primeira vez que um chefe da Igreja Ortodoxa sérvia usa essa forma de comunicação.O Patriarca Irinej fez votos de que Bento XVI também participe deste grande encontro. A visita do Papa à Sérvia “poderia ser a ocasião para que nossas Igrejas estabeleçam um primeiro contato, para iniciar um novo caminho ecumênico, [...] que deveria ser cristão e sincero, com o desejo de construir uma única Igreja de Cristo”, destacou Irinej.O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em declarações ao jornal de Belgrado "Blic", disse ser muito encorajadora a atitude ecumênica do Patriarca Irinej e assegurou que a Santa Sé acompanha com grande interesse a preparação das celebrações de 2013 em Nis.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Não permita a concretização do pecado

Não podemos ser ingênuos! Existe muita tentação que o demônio nos apresenta, mas a pior delas já existe em nós: a concupiscência. Ela age de duas maneiras: violenta e jeitosa.Com a primeira, ela arrasta, sem medo, a pessoa para o pecado. Com a outra, mais comum - a concupiscência jeitosa -, vai chegando de mansinho, com sedução, “piscando” de lado, dando sorrisinhos... e vai atraindo até você cair. A Palavra de Deus esclarece: não é o maligno, é a própria concupiscência que nos arrasta e seduz. O diabo apenas se utiliza dela para nos derrubar.“Uma vez fecundada, a concupiscência dá à luz o pecado, e o pecado, tendo atingido a maturidade, gera a morte” (Tg 1,15a).Quando o pecado amadurece e cria raízes em nós, fica difícil nos livrar dele. Somente pelo arrependimento e pela confissão Deus arranca o pecado pela raiz, mas mesmo assim temos de ficar atentos porque a concupiscência continua dentro de nós como semente.A concupiscência é “sem vergonha”. Depende de você aceitá-la ou não para o pecado se concretizar.Monsenhor Jonas Abib

ISSO É ARGUMENTO CONTRA A INTERCESSÃO?

Os mortos estão no tempo Chronos. Só Deus trabalha no tempo Kairos. Kairos é o “tempo de Deus”, enquanto o Chronos é o “tempo dos homens”. Só Deus trabalha no Kairos porque só Ele tem o atributo da Onisciência, um atributo que pertence unicamente aquele que não tem início e nem fim, àquele que existe de eternidade em eternidade. Mesmo no Paraíso, os mortos (incluindo os tais “santos”) continuam “presos” no tempo Chronos. Isto significa que eles não têm tempo para ficar rezando por todo mundo que pede a intercessão deles. Não é coincidência que, no Céu, a Bíblia relata apenas dois intercessores nossos (Jesus e o Espírito Santo), e ambos trabalham no tempo Kairos.
Na realidade, essa objeção é uma mera continuação daquela que afirma que os santos não são oniscientes. Como já sabemos, não é a falta de onisciência dos santos que impedirá a intercessão deles. Na história do rico e de Lázaro (Lc 16, 19-31), Cristo nos mostra Abraão e o rico informados sobre os fatos ocorridos na terra; no Apocalipse 6,9-11 São João nos mostra os salvos recebendo informação sobre o que se passa na terra; o próprio Jesus mostra em Lucas 15,10 os anjos conhecendo o que se passa no íntimo das pessoas (mesmo sem serem oniscientes, mas certamente por informação advinda do próprio Deus) e a carta aos hebreus 12,1.2 também registra que somos rodeados por uma nuvem de testemunhas. Segundo o próprio argumento aí acima, os anjos não estão no tempo de Deus, pois no tempo de Deus só Deus está, no entanto, observemos que isso não impede que eles sejam informados do que se passa aqui na terra. Notemos que o arrependimento é um ato do coração, é, pois, um ato individual e íntimo, mas mesmo assim os anjos são informados sobre ele. Apesar de não estarem no tempo de Deus, os anjos intercedem pelos homens, como está claríssimo em Jó 33,23-26 e em Zacarias 1,12.

Cruz VAZIA ou o Cristo Crucificado?

os evangélicos afirmam que a cruz vazia representa a ressurreição de Jesus mas....Por acaso cristo ressucitou na Cruz?na verdade Ele ressucitou no Santo Sepulcroentãoa cruz vazia representam sim o cristo morto q ficou 3 dias no Santo Sepulcro!deveriam venerar o Santo sepulcro vazio aí sim representaria sua ressurreição!!! nós católicos pregramos o Cristo Crucificado!a cruz com o cristo representa o Amor de Deus... A SALVAÇÃO!!!!!A Cruz com Cristo vem mostrar justamente a entrega total de amor por nós, que aos olhos humanos parece humilhante derrota, mas, que é Força e Sabedoria de DeusUns só querem sinais, outros só querem milagres, mas nós falamos de Cristo, e Cristo crucificado. Loucura para alguns, mas, para nós é força e sabedoria de Deus. (1.ª Cor. 1, 22-25).

domingo, 24 de janeiro de 2010

Tem um jeito de rezar melhor?

Sim, diga sempre a verdade! Para rezar melhor e alcançar muitas graças, diga sempre a verdade em suas orações. Lembre-se de que de nada valem palavras bonitas se não revelam o que se passa com a gente. Portanto, quando for rezar, diga a verdade... Vá, devagar e continuamente, revelando o que se passa em seu interior por pior que seja, mesmo que seja feio, mesmo que você não goste, especialmente se são pecados. Não se preocupe! Sente mais o Amor de Deus quem diz a verdade! A mais linda oração do mundo é esta que revela como estamos. Ponto final!
Seu irmão,Ricardo Sá

Uma fé decidida

A fé nos faz enxergar a vida de modo diferente em todos os seus aspectos: na alegria e na tristeza, nas derrotas e nas vitórias, nos encontros e desencontros, na saúde e na doença, nas grandes conquistas e também nas humilhações, e daí nasce a confiança e o bandono na Divina Providência.
“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).
Jesus, renova hoje em nós o dom da fé.
Jesus, eu confio em vós!
FONTE: CANÇÃO NOVA

Ave Maria de um Protestante

Um garotinho protestante de apenas 6 anos sempre ouvia seus amiguinhos católicos rezando a Ave Maria, ele gostou tanto da oração que copiou-a num papel e recitava-a todos os dias. "Olha mamãe que oracao linda", disse o garotinho a sua mãe um dia. "Nunca a repita meu filho!", respondeu a mãe. Esta e' uma oração superticiosa dos católicos, que adoram ídolos e pensam que Maria é uma espécie de Deusa. Quando na verdade ela não passa de uma mulher como outra qualquer. Pegue esta Bíblia e leia, nela encontramos tudo o que devemos e não devemos fazer.Daquele dia em diante o garoto cessou suas Ave Marias diárias, e se dedicou mais a leitura da Biblia. Um dia quando lia Evangelho, o garoto leu a passagem da Anunciacao do Anjo a Nossa Senhora. Cheio de alegria, o garoto correu até sua mãe e disse: Mamãe, eu achei a Ave Maria na Bíblia, aonde diz: 'Ave cheia de graça, o Senhor e' convosco, bendita sois vós entre as mulheres.' Por que a senhora chamou esta oração de superticiosa?Numa outra ocasião ele encontrou a linda saudação de Santa Isabel á Virgem Maria, encontrou também o maravilhoso Cântico MAGNIFICAT, no qual Maria é profetizada: "as geracões a chamarão bem aventurada".O garotinho não mais comentou tais passagens com sua mãe, mas voltou a recitar suas Ave Marias todos os dias, como fazia anteriormente. Ele sentia prazer em recitar aquelas facinantes palavras para a Mãe de Jesus, Nosso Salvador. Aos 14 anos, ele escutou os membros de sua família discutindo entre eles sobre Nossa Senhora. Todos eles diziam que Maria era uma mulher comum como qualquer outra. O garoto, depois de ouvir estas absurdas afirmações, não aguentou mais ouvir tais insultos e com indignação interrompeu-os dizendo: "Maria não é como qualquer filha de Adão, manchada pelo pecado. Nao! O anjo chamou-a de Cheia de Graca e Bendita entre todas as mulheres. Maria é a mãe de Jesus Cristo, e consequentemente mãe de Deus. Não existe dignidade maior para com uma criatura. O Evangelho nos conta que as gerações chamarão-a de abençoada/bem aventurada, e vocês desmerecendo e menosprezando-a? Seus espíritos não são os mesmos do Evangélho ou da Bíblia, que proclamam ser a fundação da Religião Cristã".A fala do garoto deixou uma impressão tão profunda que conseguiu, por várias vezes, fazer sua mãe chorar de dor. "Ah meu Deus! Tenho medo deste meu menino um dia se juntar a religião católica, a religião dos Papas!".E realmente não demorou muito, depois de um sério estudo sobre o Protestantismo e o Catolicismo, o garoto descobriu mais tarde a ÚNICA e VERDADEIRA religião, e abraçou-a, se tornando um de seus mais ardentes apóstolos.Algum tempo após sua conversáo, ele encontrou com sua irmã casada que censurou-o dizendo: Você sabe o quanto eu amo meus filhos. Se algum deles um dia desejar virar católico, eu preferirei perfurar o coração deles com um punhal do que permití-los abraçar a religião dos Papas. fúria dela era tão profunda quanto a de São Paulo antes de sua conversão. De qualquer forma, ela iria mudar esse seu jeito, igual a São Paulo no caminho a Damascus. Ocorreu então que um dos filhos dela ficou perigosamente doente, e os médicos já haviam perdido a esperança de recuperação. Aí o irmão chegou até ela e conversou afetivamente dizendo: Minha querida irmã, naturalmente você deseja que sua criança seja curada. Muito bem então, o que eu lhe pedir, apenas faça! Siga-me, vamos rezar uma Ave Maria e prometer a Deus que, se sua criança recuperar a saúde, você irá estudar seriamente a Doutrina Católica, e você chegará a conclusão de que o catolicismo é a única e verdadeira religião, e não importa quão grande seja este sacrifício, mas você irá abraçar esta fé.Sua irmã estava relutante no começo, mas como ela desejava a recuperação do seu filho, ela aceitou a proposta do irmão e rezou a Ave Maria com ele. No dia seguinte o filho dela estava completamente curado. A mãe cumpriu sua promessa e estudou a Doutrina Católica. E após uma longa preparação, ela recebeu o sacramento do Batismo juntamente com o restante de seus familiares, e agradeceu seu irmão por ter sido um apóstolo para ela.Essa história foi relatada num sermão dado pelo Rev. Fr. Tuckwell (Padre Tuckwell), que continuou o sermão dizendo: "O garoto que virou católico e converteu sua irmã e familiares ao catolicismo, dedicou sua vida inteira ao serviço de Deus." 'Aquele garoto virou padre e está a falar com vocês neste exato momento!' O que sou, devo a Nossa Senhora.Vocês tbm meus caros fiéis, sejam totalmente dedicado á Nossa Senhora, e nunca esqueçam de passar ao menos um dia sem rezar esta linda oração, a Ave Maria e o Terço. Peça á Ela para iluminar as mentes protestantes que estão separadas da Igreja de Cristo, fundada na rocha(Pedro), e da qual as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus XVI, 18

CRER SEM OFENDER

Tenho em mãos um extenso artigo contra minha pessoa, cheio de ataques virulentos ao meu sacerdócio, por conta de minha disposição de ver valores nas outras religiões. Há anos que circula pela Internet. É de um irmão católico, inteligentíssimo e aparentemente muito mais culto do que eu, que sabe onde estão meus eventuais erros ou imprecisões. Ele atira no alvo! Fala para ofender e realmente ofende.
Não deve ter lido e, se leu, não levou a sério o que diz o Documento de Aparecida número 229. Não apenas polemiza: intencionalmente arrasa e desmonta o adversário. Não me demoliu nem desmontou porque há mais de 40 anos ando aparando golpes como estes, mas irmãos menos versados em polêmicas e em apologética balançaram. É que existe uma apologética sadia e autêntica que faz a verdade na caridade (Ef 4,15) e há outra que começa, prossegue e termina golpeando o irmão ou adversário que pensa de outra forma.
***Aquele irmão beligerante conhece a doutrina cristã nos seus mais intrincados detalhes. Rejeita o Vaticano II e os documentos do Celam. Não os considera doutrinários e não aceita sua autoridade. Chama de irenismo a toda e qualquer aproximação que ouse elogiar outras religiões. Numa das passagens virulentas, diz que fiquei famoso cantando musiquinhas ridículas e escrevendo sofismas absurdos, chama à nossa igreja de única esposa de Cristo e ás seitas de concubinas do príncipe deste mundo. Garante que não sei distinguir entre a esposa e as prostitutas. Sustenta que o ecumenismo leva à perdição eterna.
***Outro artigo, também este a circular pela Internet. Diz que nós, católicos é que somos a prostituta e a traidora de Cristo e que a igreja dele é a fiel. O autor também rejeita o ecumenismo como coisa diabólica. Um irmão da mesma igreja, chocado com seu pregador, enviou-me o texto, com um pedido de desculpas pois se sentiu humilhado ao ver tanto ódio jogado na Internet por um irmão que congrega com ele. Aproveitei para pedir desculpas pelo que também alguns católicos às vezes dizem sobre eles. Ele e eu somos cristãos ecumênicos. *** Leio João Paulo II na sua encíclica Ut Unum Sint, número 20
Tudo isso é extremamente importante e de significado fundamental para a atividade ecumênica. Vê-se, de modo inequívoco, que o ecumenismo, o movimento a favor da unidade dos cristãos, não é só uma espécie de “apêndice” que se vem juntar à atividade tradicional da Igreja... Ao contrário, pertence organicamente à sua vida e ação, devendo, por conseguinte, permeá-la no seu todo e ser como que o fruto de uma árvore que cresce sadia e viçosa até alcançar o seu pleno desenvolvimento!
Leio, do Concílio Vaticano II, declaração “Unitatis Redintegratio, 7”.
Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. Os anseios de unidade nascem e amadurecem da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Devemos, por isso, implorar ao Espírito santo a graça de uma sincera abnegação, duma mansidão no servir, e uma atitude de fraterna generosidade para com os outros.
Das culpas, também as contra a unidade, vale o testemunho de São João.”Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo de mentiroso e sua palavra não está em nós.(1 Jo 1,10)” Por isso pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim como também perdoamos aos que nos têm ofendido.
*** O Concílio lembra que não se faz ecumenismo de qualquer jeito. Ninguém deve inventar o próprio ecumenismo. Não é questão de ceder ou exigir que o outro ceda. É questão de dialogar e perdoar, porque pecados, os há em todas as religiões. Digo a mim mesmo que, ou os papas e o Concílio Vaticano II erraram ao afirmar nossa fé, enquanto admitem valores em comum com outras igrejas e religiões, ou estes irmãos beligerantes e belicosos é que estão os certos. Se o enfrentamento e o confronto é o certo então termos que rasgar os evangelhos. Aqueles quatro livros ensinam fraternidade e diálogo.
Leio o número 99g do Documento de Aparecida:
Muitas vezes não é fácil o diálogo ecumênico com grupos cristãos que atacam a Igreja Católica com insistência.
E diz o número 230
Às vezes esquecemos que unidade é, antes de tudo, um dom do Espírito Santo e oramos pouco pro esta intenção.
Leio que devemos e podemos discordar, e que temos o dever de fazê-lo se assim for preciso. Mas leio, também, que se o católico tem o direito de se defender, não tem nunca o direito de ofender a outra igreja. PADRE ZEZINHO

PROFECIA DE BASTIDORES

Diga-se, para começo de conversa, que é muito difícil criar e manter uma editora, uma gráfica, uma emissora de TV ou de rádio. Trata-se de uma forma de profecia: criar veículos e possibilitar a divulgação da profecia dos outros. Quem pensa nos colegas pregadores e catequistas ao criar uma mídia está sendo mais profeta do que aqueles que falam diante de câmeras e microfones, da mesma forma que quem cria um hospital, faz mais do que o médico que vai lá e opera. Se alguém criasse uma mídia pensando em si mesmo, e apenas nos seus colegas de comunidade teria feito escolha errada, porque sectária. Cria-se para toda a Igreja e ensina-se ali o que é doutrina de toda a Igreja, não apenas do grupo que mantém aquela mídia. É por isso que nos intitulamos “católicos”: “para todos”!
É trabalho hercúleo manter uma editora, uma gravadora ou qualquer veículo de comunicação. Merece aplauso, elogio e respeito quem teve ou tem a coragem de assumir tamanho empreendimento que possibilita aos católicos tocar adiante a sua mensagem. É pastoral e profecia de bastidores.
Merecem aplausos e respeito, os grupos católicos que há 40, 60 e 70 anos mantêm algum veículo de comunicação. Posso imaginar o quanto de sacrifício e incompreensão custou e custa aquela obra. Se durou tanto tempo é sinal de que seus mantenedores trabalharam duro e souberam trabalhar.
Por isso mesmo, todo elogio possível deve ser feito e toda critica, se necessária, deve ser respeitosa. No lugar deles, provavelmente faríamos pior. Para quem milita há décadas no campo da comunicação, como é o meu caso, e o de muitos companheiros meus, sacerdotes, religiosas e leigos só nos resta ser gratos a estes profetas. Podemos até discordar neste ou naquele ponto, mas trata-se de um altíssimo grau de espiritualidade. Estes irmãos editores, diretores, criadores de faculdades, de espaço e veículo para a catequese católica sabem onde dói a sua profecia. Na hora de pagar as contas no fim do mês, o escritor ou o pregador que solta o verbo e colhe os aplausos não estava lá! Quem as pagou foi o criador de espaços para a comunicação do verbo!
Por um lado é triste ver como alguns comunicadores despreparados brincam narcisísticamente de fazer mídia. Percebe-se que não se preparam. Vão lá se exibir. Descobriram um brinquedinho agradável. Não estudam. Vão com a cara e a coragem mostrar-se diante das câmeras ou falar ao microfone. Não sobra quase nada do que dizem. Por outro lado, é uma alegria ver um cantor e um pregador preparado que, desde o primeiro minuto de conversa, mostra que pediu luzes para aquele momento. Dele ou dela flui conteúdo e sabedoria. Causa alegria imensa ver e ouvir bons comunicadores no rádio e na televisão. O mérito é deles que estudaram e estudam a fé, mas é também dos veículos de comunicação onde trabalham. São duas profecias, das quais retenho que a maior é a do que abriu espaço para a comunicação do outro. Há uma profecia de bastidores que deveria ser mais valorizada do que é. Reflitamos sobre ela!

IMAGENS NÃO ME CONFUNDEM

Vejo a celeuma que o culto às imagens provoca em algumas igrejas e movimentos. Lembram os quatro meninos que discutiam sobre uma estatueta do superman. Um dizia que aquela imagem era poderosa e fazia coisas incríveis, o outro ria dele dizendo que imagens do superman não voam nem podem nada porque o superman não existe, o outro dizia que o superman existe, mas as imagens deles não eram ele. O quarto deu a sentença final:- É só um boneco de plástico. Se querem brincar brinquem, mas não briguem por causa dele. Meu pai já explicou todos os bonecos e brinquedos que eu tenho e como eu posso usar e imaginar cada um deles. Não são de verdade. De verdade é que quem cuida de nós é Deus, nossos pais e quem ajuda as crianças...
A mãe, que da cozinha ouviu a conversa, contava-me que depois disso ficou fácil ensinar aos dois filhos o que é ter imagens em casa.
Desde pequeno me explicaram que as imagens são imaginação de gesso, barro ou madeira. Elas apenas representam a idéia que temos de Deus, de Maria, dos anjos e dos santos. Se for idéia errada estará lá naquelas imagens. Se for idéia correta também estará lá.
Cabe aos fiéis aceitar a imagens que ajudam e rejeitar ou corrigir as que atrapalham sua fé. Uma imagem de Maria com espada ou um fuzil nas mãos não seria boa. Uma imagem de Maria sendo levada por anjos para o céu, se bem explicada pode ajudar. Não explicada deixará o fiel confuso.
Chamar os fiéis de fuzileiros e bacamarteiros do Cristo, mosqueteiros de Jesus, guerreiros da luz, pilotos da guerra nuclear contra o pecado, ninjas da fé, cruzados da eucaristia pode até ser linguagem diferente, mas terá que se explicado, porque revela perigosos retornos, crassas idiossincrasias e atrasos catequéticos imensos. Linguagens de guerra de ontem ou de hoje nem sempre ajudam.
Imagens do demônio em forma de dragão sendo esmagado pro espadas luminosas tinham sentido na Idade Média. Hoje ninguém mais tem medo de dragões, nem de demônios do ar, da terra, do mar, da unha encravada e da diarréia. Se tem preciso urgentemente de ajuda cultural, mais do que de exorcismo.
Recentemente entrei numa casa que na parede da sala estampava um quadro de Deus Pai velhinho de barbas brancas, do Filho também ele cabeludo e barbudo, uma pomba no seu peito, Maria ao lado.
Fui abençoar a vovó que não passava bem. Enquanto tomava o cafezinho a dona da casa perguntou se eu já tinha um quadro daqueles. Disse-lhe que não. Mas pedi a ela que me explicasse como o entendia. O que era aquele quadro para ela.
Não se fez de rogada. Disse que Deus Pai que era eterno e muito antigo, mandou o Filho dele que era mais novo ao mundo. Jesus trouxe com ele o Espírito Santo que toca no coração das pessoas. Maria, segundo ela fora gerada pelo Espírito Santo e estava ao lado do Filho para nos dar os recados do Pai e nos ajudar a dar o Espírito Santo quando precisamos dele.
Sentei-me na cadeira, pedi um tempo e entre perguntas e respostas levei quase duas horas para desfazer aquela concepção errada de Deus, de Maria e da ação de Deus em nós. A imagem não fora entendida porque nunca ninguém a explicara. Uma dona de barraca a vendeu, ela comprou, ninguém explicou e a catequese cambaleou.
Imagens não devem nos confundir. Foi difícil explicar aquele quadro antropomórfico que fazia do pai um velhinho de oitenta anos, vigoroso e dominador e punha Maria na mesma altura que Jesus com o Espírito Santo em forma de pomba saindo do seu coração. Coisa de pintor que não foi questionado e além de não ser questionado foi divulgado somos e sua pintura fosse uma catequese católica. Ora, a catequese católica é o oposto daquele quadro.
Mas o quadro é vendido, está lá e ninguém o contesta. Não admira que Dona Zefa tenha inventado sua própria doutrina sobre a Trindade. Naquela casa entrara uma imagem sem antes ter entrado um catecismo.
Podemos ter imagens, mas não se Bíblia e sem catecismo, devidamente lidos. Evangélicos aguerridos ignoram as passagens que as permitem, católicos sem leitura nem estudo as usam sem aprender o que significam e para que servem.
Duas leituras erradas de algo que poderia ser bom! A Bíblia as permite e as condena. O cristão deve saber a diferença.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ÁVIDOS POR DINHEIRO

A palavra de Deus é dura para com os que lidam com dinheiro como se ele fosse um deus. O salmo 15 diz que haverá um lugar perto de Deus para quem não empresta seu dinheiro com juros ( Sl 15,5) Em Atos 8,20 Pedro manda às favas o mal intencionado Simão que só pensava em fama e dinheiro: pereçam ambos: ele o seu maldito dinheiro!
Provérbios 17,16 afirma que de nada adianta um insensato ter dinheiro para comprar sabedoria, porque ele nada aprende. A 2 Mac 10,20 fala do gananciosos que fazem qualquer coisa e até se vendem por dinheiro. O Eclesiástico 5,9 garante que quem ama o dinheiro nunca se sacia dele. Jeremias denuncia os sacerdotes apegados a dinheiro,( Jr 5,31). Miquéias 3,11 fala dos profetas que cobram caro para profetizar e, ainda usam a Palavra de Deus, para justificar o que fazem.
Em 1 Tm 6, 2-10 Paulo é severo contra os que misturam piedade com o lucro e lembra que o pior dos males para a fé é o apego ao dinheiro. Muitos se afastaram do reto caminho por causa dele. A 2 Pdr 1,2 fala dos falsos mestres que pelo amor ao dinheiro, procurarão, com palavras enganosas, fazer de vocês objeto de negócios. Mas o julgamento contra eles há muito já começou, e a sua destruição não vai tardar. Êxodo 22,24 proíbe ao crente agir como agiota.
Os religiosos já sabem disso. Se não levam a sério é porque estão contaminados pela febre do outro e do conforto. Se deixarem que o desejo de lucro os conduza pagarão mais caro do que os outros crentes, segundo Jesus diz em Marcos 12,40. Nem queiram imaginar o que lhes está reservado! Arrecadam o que podem agora e de quem podem, mas o seu castigo será catastrófico.
No caso dos banqueiros, que causaram toda esta convulsão de mais de 3 trilhões de dólares, quebradeira que ameaça engolir a economia do planeta, a leis do mundo propõem controle sobre os juros e sobre a aplicação de fundos. Mas, tanto quanto os religiosos que, carcomidos pela fome do luxo, de fama, de poder e de lucro, também ignoram os livros santos, eles que não crêem em Deus ignoram as leis do mundo e especulam, fazendo as mercadorias valerem mais do que valem e dando ao seu dinheiro e às commodities mais peso do que possuem. Inventaram até um mercado futuro para garantir o seu dinheiro de agora. Muito inteligente , mas muito jogatinoso!
A teoria de que os mercados se regulam por si mesmos fez água e não resistiu aos fatos. E não é a primeira vez. O Estado outra vez precisou intervir, mas nem a intervenção de estados poderosos resolveu a histeria coletiva dos que aplicaram errado, apostaram demais nos seus bilhões e confiaram em quem não poderia pagar. Os dois males: emprestar muito dinheiro a quem não tem como devolver e pedir emprestado de quem vai lhe cobrar a alma são loucura. Os loucos por dinheiro primeiro o enfiam no bolso ou no banco e só depois pensam nas conseqüências daquele acúmulo.
O ditado popular é mais do que certo: “O dinheiro é um ótimo emrpegado e um péssimo patrão”. Prov 29,3 afirma que quem freqüenta prostitutas desperdiça seus bens. A agiotagem não deixa de ser um tipo de prostituição. Vendem-se princípios e burla-se qualquer decência para se conseguir aquele dinheiro daquele dia naquela bolsa. Quando os lugares do dinheiro e grandes bancos aderem ao esquema o mundo vê o que vimos nestas ultimas semanas. Foi dinheiro demais para quem não tinha como digeri-lo. A doença é intestina!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ORAÇÃO DE ANTI-DESLUMBRAMENTO

Sei que me ouves, Senhor. Atenderás se quiseres. Mas, como queres o meu bem e eu a tua glória, quero proclamar-te sem cair em deslumbramentos. Não quero esquecer, nem mesmo por um segundo, que não vi, não vejo e não verei tudo a teu respeito. Sei que existes, mas não sei quem és nem como és. És mais do que imagino e mais do que sei ou saberei.
Sou e serei de Ti eterno aprendiz, aluno que pouco sabe. Marcas presença, mas continuas misterioso, indizível, inefável e inenarrável. Há muito mais de Ti do que toda a sabedoria humana poderia apreender. Por mais que eu soubesse, quase nada eu saberia a teu respeito. Eu seria Deus se soubesse como és; eu que mal consigo saber como ages e mim...
Nunca direi, como dizem tantos pregadores, que basta orar com fé que atendes a qualquer prece e a qualquer suplicante, porque és misericordioso. Penso que, exatamente por seres misericordioso, é que não nos darás tudo do jeito que pedimos. Crianças pedem coisas erradas que os pais, por misericórdia, não concedem.
Entendo que poderás nos dar ou darás tudo o que pedirmos, mas não sei quando, nem está dito que é na hora e do jeito que pedirmos... És livre. Não sabes não amar nem odiar, mas atenderás apenas se quiseres. Mesmo atendendo, nem sempre atenderás do nosso jeito. Sabes do que realmente precisamos e nos darás o que nos convém; não o que achamos que nos convém.
Entrego-me ao teu mistério e à tua misericórdia, e peço, isto sim, que me ensines a confiar em Ti, como criança que se joga no colo da mãe, ou como adulto que se percebe profundamente amado.

Viverei de vislumbres. Ver-te, eu sei que não verei com os olhos da carne. Eles terão que morrer para que eu possa ver-te como és. Também não vejo a eletricidade, nem as ondas de rádio e, nem por isso deixo de saber que elas me cercam e até me invadem. Dia após dia, vejo suas conseqüências.

Eu mesmo sou conseqüência tua. Morrerei cercado dos teus sinais, mas ver-te, não verei! Teus sinais me falarão de Ti!...padre zezinho

domingo, 17 de janeiro de 2010

ENSINO BÍBLICO DA FÉ - TEMA: DA FÉ E OBRAS X SÓ FÉ!

A VERDADEIRA FÉ É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃOMARC. XVI, 16: ― “Quem crer e for batizado, será salvo; mas quem não crer será condenado”.JOÃO, II, 18: ― “Quem nele crê não é condenado, mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus”.IDEM XI, 26: ― “Todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.ROM. X, II: ― “Todo o que crê nEle não será confundido”.HEBR, XI, 6-7: ― “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus. Porquanto, é necessário que, quem se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é remunerador dos que o buscam.Pela fé foi que Noé, avisado por Deus, das coisas que ainda não se viam... tornou-se herdeiro da justiça que se obtém pela fé”.A FÉ SEM OBRAS É MORTATIAGO, II, 14-17: ― “Que aproveitará , irmãos meus, se alguém diz que tem fé, e não tem obras ? Porventura poderá salvá-lo tal fé ? Assim também, a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”.IDEM II, 26: ― “Bem como um corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta”.GAL. V, 6: ― “Em Jesus Cristo, nem a circuncisão vale coisa, nem a incircuncisão, mas sim a fé que opera pela caridade”.AS BOAS OBRAS SÃO MERITÓRIASGÊN. IV, 7: ― Porventura, se tu fizeres boas obras, não receberás galardão, e se fizeres obras más, não estará o pecado logo à porta?”IDEM, XXII, 16-17: ― “Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porque fizeste tal coisa, e não poupaste teu filho único por amor de mim, eu te abençoarei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu...”SALMO XVII, 21: ― “E o Senhor retribuirá segunda a sua justiça e me recompensará segundo a pureza (das obras) de minhas mãos”.MAT. V, 11-12: ― “Bem-aventurados sereis, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disseram todo mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.MAT. X, 42: ― “E todo o que der a beber um só copo d´agua a um destes pequeninos, porque meu discípulo, na verdade, vos digo que não perderá a sua recompensa”.MAT. XVI, 27: ― “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus Anjos, e então retribuirá a cada um segundo suas obras”.ROM. II, 6: ― “(Deus) retribuirá a cada um segundo as suas obras”.EFES. VI, 8: ― “Cada um receberá do Senhor a paga do bem que tiver feito, ou seja escravo, ou livre”.IIª TIM, VI, 17-19: ― “Manda aos ricos deste mundo... que façam o bem, que se façam ricos em boas obras... como um fundamento sólido para o futuro, afim de alcançarem a verdadeira vida”.A FÉ NÃO IMPLICA CERTEZA ABSOLUTA DO ESTADO DE GRAÇA, NEM A SALVAÇÃOROM. XI, 22: ― “Considera, pois, a bondade e severidade de Deus: a severidade para com aqueles que ciaram; a bondade de Deus para contigo, se permaneceres no bem. Doutra maneira, Tu também serás cortado.Iª COR, IX, 27: ― “Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão, para não suceder que, depois de haver pregado aos outros, venha eu mesmo a ser condenado”. NOTA: ― Eis aí a condenação da fé fiducial protestante que os leva à temeridade de arvorar-se em salvos, eximindo-se das obras de penitência, contrariamente a todo ensino evangélico.Iª COR. X, 12: ― “Aquele, pois, que crê estar de pé, veja que não caia”.IªIL. 11,12: ― “Portanto, meus caríssimos, trabalhai na salvação com temor e tremor.13 ― porque Deus é quem opera em vos o querer e o executar segundo o seu beneplácito”.APOC. III, 11: ― “Eis que venho brevemente; guardar o (tesouro da fé) que tens, para que ninguém roube a tua coroa”.ROM. II, 13: ― “Diante de Deus não são justificados os que simplesmente ouvem a lei, mas os que a praticam...”NOTA: ― É, pois, demasiada presunção querer o homem apoiar sua salvação numa confiança presunçosa que não é fé, mas abuso da misericórdia divina. O demônio também crê, mas treme”.Os nossos amigos protestantes, dizem-se presunçosamente, SALVOS. Só por isto já negam o valor da penitência e das boas obras, que Jesus tanto louvou e inculcou a seus discípulos. Esta doutrina está, como nenhuma outra, exposta claramente no Evangelho e em todo o Novo TestamentoO JEJUM É RECOMENDADO NA SAGRADA ESCRITURAJOEL, II, 12: ― “Agora, pois, diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o coração com jejuns, com lágrimas e com gemidos”.I ESDRAS, VIII, 23: - “Nós, pois, com este fim jejuamos, fizemos oração ao nosso Deus, e tudo nos sucedeu prosperamente”.II ESDRAS, 1, 4: ― “Quando ouvi estas palavras, sentei-me, e chorei e derramei lágrimas durante muitos dias, e jejuava e orava na presença do Deus do céu”.TOBIAS, XII, 8: ― “É bom a oração acompanhada do jejum, e dar esmola vale mais do que ajuntar tesouros em ouro”.DANIEL, X, 3: ― “Eu, Daniel, não comi pão agradável ao gosto, nem carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com perfume algum, até que se completassem os dias dessas três semanas”.ATOS, X, 4: ― “As tuas orações e as tuas esmolas subiram com um memorial à presença de Deus”.JONAS, III, 5: ― “E os ninivitas creram em Deus e ordenaram um jejum em público, e vestiram-se de saco desde o menor até o maior”JONAS, III, 10: ― “E Deus viu as suas obras (de penitência), e como se converteram do seu mau caminho, e compadeceu-se deles”. (Leia-se todo o cap. III).O JEJUM É EFICAZ CONTRA O DEMÔNIOMARCOS, IX, 28: ― “E Ele lhes disse: Esta casta de demônios não se expele senão mediante oração e jejum”.O JEJUM DEVE SER OBSERVADO POR TODOS OS CRISTÃOSMAT. IX, 15: ― “Mas virão os dias em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. (Vide Marc. II, e Lucas, V, 35).AT. XIII, 2: ― “E quando eles se entregavam ao serviço do Senhor e jejuavam, disse-lhes o Espírito Santo: Separar-me Paulo e Barnabé para a obra a que os destinei”.ATOS, XIII, 3: ― “E então, depois de jejuarem e orarem, impuseram-lhes as mãos e os despediram”.ATOS, XIV, 22: ― “Por fim, tendo ordenado para cada Igreja sacerdotes, depois de terem feito orações e jejuando, encomendaram-nos ao Senhor”.IIª COR VI, 4: ― “Em todas as coisas nos mostramos ministros de Deus, com muita paciência nas tribulações, nas necessidades, nas angústias”.IIª COR. VI, 5: ― “Nos açoites, nos cárceres, nas sedições, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, com castidade, com ciência, com longanimidade”, etc.IIª COR. XI, 27: ― “No trabalho, na fadiga, em muitas vigílias, na fome, na sede, no frio, na nudez...” (Ler todo este capítulo).MAT. IV, 2: ― “E tendo (Jesus) jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome/’.MAT. III, 4: ― “Ora, o mesmo João tinha um vestido de peles de camelo e uma cinta de couro cingindo os rins; e a sua comida eram gafanhotos e mel silvestre”.(Vide Marcos, II, 20).NOTE-SE que Nosso Senhor não tinha absolutamente, necessidade de jejuar, se isto fez, foi para dar-nos o exemplo. São João Batista fez JEJUNS prolongados no fundo do deserto, e “sua comida eram gafanhotos e mel Silvestre”.Por que, pois, os protestantes protestam contra o jejum da Igreja Católica, admitem o mesmo ciclo quaresmal da Igreja Católica, mas não lhe admitem o jejum?Um Abraço em Cristo!

sábado, 16 de janeiro de 2010

FÉ FÁCIL

Crer em Deus custou caro para Moisés, para Jacó, para Jeremias, para Paulo, para Pedro e os demais apóstolos, para Estevão, Agostinho, Gregório Magno, Maomé e para milhares de pregadores da sua existência. Todos eles sofreram profundamente enquanto buscavam um sentido para sua fé me Deus.
É do místico e papa Gregório Magno (540-604) a afirmação de que Deus é uma experiência angustiante e que é difícil alcançá-lo, porque ele permanece oculto numa escuridão impenetrável. Nada sabemos sobre Ele. Procurá-lo com sinceridade dói.
Moisés, Jeremias e Paulo tiveram vislumbres. Milhares morreram por afirmarem sua existência. A leitura da vida dos patriarcas e dos grandes santos e místicos mostra que ninguém chega a Deus sem atravessar a barreira do seu ego e a ciladas dos sentidos. Ambos nos puxam para trás. Libertar-se do egoísmo, do conforto e do orgulho dói. Sai-se esfolado da refrega, descrita simbolicamente na luta hercúlea de toda uma noite que Jacó travou com o anjo do Senhor. (Gn 32,35)
Fé fácil teve Salomão que mentiu para sua mãe e começou por matar seu irmão Adonias para não perder o trono. (1 Rs 2,24-28) Matou também quem servira seu pai. Construiu para Deus um templo majestoso e, logo depois, um ainda maior e mais rico palácio para si mesmo. Disse ter visto Deus duas vezes. Foi riquíssimo e teve tudo o que queria, começando pelas suas 300 mulheres e 700 concubinas que, segundo 1 Rs 11,3 lhe perverteram o coração. O rei que viu Deus duas vezes terminou por adorar Astarote deusa dos sidônios.
Com enorme aparato e com eficiente marketing Salomão se fez passar por vidente, todo poderoso, infalível, sábio e justo. A leitura de sua vida mostra um crente que foi deixando de ser bom. A fama, a riqueza e sua falsa noção de Deus o levaram a uma vida de luxo, de ira, de manipulação da fé e das pessoas ao seu redor. Morreu adorando Quemós, Moloque e outros deuses.
Ao que tudo indica não sofreu pela fé. Mudava de Deus a seu bel prazer. Este, o grande perigo da fé fácil e confortável que traz riquezas, fama e sucesso ao pregador. Ele nunca sabe se terminará seus dias no colo do verdadeiro Deus ou do Deus confortável e recompensador que ele criou.
Em tempos de igrejas de resultado e de pregadores que enriquecem a olhos vistos, convém lembrar homens como Gideão, Salomão, Jeremias, Paulo, e Simão o Mago. São histórias sobre quem serviu à verdade e quem a manipulou por riquezas e poderes.

CRITICA E AUTOCRÍTICA

Um dos empecilhos mais complicados para a espiritualidade de um pregador é a autocrítica. Caiu de moda. São poucos os que a fazem ou que, após uma crítica, amiga ou maldosa, estão dispostas a fazer a autocrítica, isto é, a conversão e o devido exame de consciência. A tendência é ignorar, ficar chateado, justificar, responder com estatísticas e com outros apoios. Voltar atrás, corrigir, admitir que não foi milagre, que a pessoa não foi curada, re-editar, regravar aquela frase infeliz, admitir que, como foi dito não estava claro, é coisa rara. Há sempre um subterfúgio para que tudo fique como está, para não se corrigir, não voltar atrás e não admitir o erro.
Somos todos fortemente tentados a manter o que dissemos, cantamos, escrevemos e profetizamos, mesmo quando é evidente que estávamos errados. Vem de longe a caturrice, a dura cerviz e a teimosia dos profetas e pregadores que aceitam profetizar, mas não aceitam que outros profetizem a respeito deles, aceitam pregar, mas não gostam que alguém lhes pregue.
Alunos que não aceitam a correção dos mestres, professores que ignoram a observação dos colegas, profetas que não admitem que o outro também o seja, especialistas que, de tão especialistas, reagem com ironia quando alguém, não tão especializado, lança-lhe uma pergunta incômoda. Quem não viu e não passou por isso? Se você é um simples licenciado não ouse questionar doutor. Ele sofrerá a tentação de ignorar sua pergunta. Afinal, que tese você defendeu?
Se ele é tido como profeta no seu movimento e no veículo por ele dirigido ou protagonizado seus adeptos e admiradores perguntarão quem é o sujeito que o critica se é menos famoso? E se o for, falarão de inveja!... Tudo isso porque a correção fraterna e a autocrítica caíram de moda. Está em alta a auto-estima, pior do que isso, a alta-estima! Digo o que quero, profetizo como Deus me inspira e não aceito mudar.
Foi o que houve numa gravadora, quando um grupo cheio de alta-estima e convicto de que tinha uma profecia a viver, negou-se a corrigir o texto de uma canção que a diretora, formada em língua portuguesa e teologia pediu que fosse mudado. O texto dava a entender um velado subordinacionismo. Isto é, o autor dizia e o grupo cantava que “Ó filho que vens depois, nos trouxe quem vem depois de Ti”. Descontado o erro de concordância, a intenção era boa. Pretendia dizer que para nós cristãos, o Filho se revelou e a seguir nos revelou o Pai e o Espírito Santo. Mas o texto não dizia isso! O rapaz bateu o pé e disse que o Espírito Santo lhe sugerira aquela frase daquele jeito. À editora não restou senão cancelar a gravação. O grupo não aceitava crítica nem admitiu fazer autocrítica. Erraram gravemente porque a primeira proposta de João Batista e de Jesus, bem como a primeira atitude de quem de fato recebeu o Espírito é a conversão, o desejo de acertar, o diálogo e a capacidade de se corrigir caso tenha cometido algum erro. Está escancarado nos evangelhos. “Convertei-vos”... Quem não aceita que a Igreja ou irmãos que sabem mais, em nome da Igreja os advirtam e corrijam não entendeu o que é ser profeta.
Na mística do pregador, não aceitar correção é o mesmo que teimar em atravessar o sinal vermelho. Um dia, acaba esmagado pelo trem da História. Aquele velho e teimoso astrônomo que não aceitou novos telescópios, nem as novas descobertas da astronomia, nem a opinião de seus colegas mais estudiosos, prosseguiu impávido e desatualizado a anunciar como definitivo o que via na sua luneta de l950. Quando viu as fotos do gigantesco Hubble, primeiro não acreditou, depois chorou de frustração ao ver o quanto se fechara no seu pequeno e ultrapassado observatório. Ao não aceitar ver o universo por outros telescópios pregadores da fé correm o mesmo risco.
Sem autocrítica acabaremos pregando como em l960, e a falar em “plêiade de moços” “mocidade miriádica” e a chamar Maria de “íris fúlgido”, a conclamar os católicos num solene “eia, avante soldados da fé”, e a jurar ante o “altar da pátria e da Igreja triunfante, em busca de um futuro e lustroso refulgir na glória celeste”... É, pois é!

IR OU NÃO PARA O CÉU

Impressiona-me tudo nos evangelhos, mas há três capítulos de João do 13 ao 17 e três passagens de Mateus: 24,24-26, 25,31-46 e 7-15-21 que, para minhas pregações e para minha vida recordo com mais freqüência. João fala das últimas instruções de Jesus aos discípulos, numa ceia de cerca de três horas.
Imagino que, antes de ser preso, torturado e morto, pediu que quando se tornassem o numero um em algum lugar, fossem os que mais servissem; que se mantivessem unidos a Ele e uns aos outros para saberem viver no mundo sem ceder ao mundo.
Propôs que respondessem com amor e não com ódio ao ódio do mundo. Pediu para eles a alegria que Ele, Jesus, sentia... Humildade, unidade na diversidade com os outros pregadores e com o mundo, servir com alegria: eis ai quatro atitudes fundamentais para quem diz que ama a Deus e ao próximo.
Quem consegue isto é santo! Mateus alerta os que se acham santos renovados e santos, que não tenham tanta pressa em se achar candidatos aprovados para o céu. Nos textos acima citados Jesus diz que muitos que se acham candidatos porque pregaram uma religião espetaculosa com milagres, curas, exorcismos a toda a hora e em todo lugar não serão aprovados. E perguntarão por que, se encheram seus templos e lotaram paias e praças de ouvintes, derrubaram demônios e converteram milhões de almas para Ele.
Jesus é claro e convincente ao dizer que outros bem menos religiosos do que eles entrarão no céu; eles não. E Jesus então no capitulo 25,31-48 afirma que falaram bonito nos templos, mas não fizeram bonito!
Hoje ele talvez falasse de templos demais, emissoras demais, prédios maravilhosos, grandes concentrações, cruzadas, milagres e conversões, mas, poucas creches, asilos, hospitais, orfanatos, pouca presença lá onde existe algum rejeitado, pouco dialogo entre si, pouco acolhimento, braços demais na direção do céu e poucos na direção dos desassistidos pelo mundo.
Questionaria os que aplicaram os milhões arrecadados em obras monumentais, mas pouco em obras sociais. Onde coloquei minhas palavras? Onde apliquei o dinheiro que me confiaram? Onde e como semeei a Palavra de Deus? São perguntas que cada qual terá que se fazer responder antes daquele dia do Senhor, justo juiz. Os que acham que já ganharam e os que pensaram não ganharem o céu terão algumas surpresas... Releiamos Mateus 24, 24-26. Que mais ninguém diga que não foi alertado!

ENTRE ÁGABO E SIMÃO

Para quem não se lembra, Ágabo foi um profeta leigo que, por palavras e atos, provou que o Senhor estava nele. Os apóstolos o respeitavam. (At 11,28-30) (At 21,8-13) Naqueles dias também havia virgens profetizas. Mas provaram por atos e atitudes que o Senhor estava nelas. E houve os falsos e estrepitosos, ávidos de publicidade, que faziam apenas golpe de cena. Fingiam ser profetas que não eram. Simão o Mago (At 8,9-24) e os filhos de Ceva são exemplo disso. (At 19,13-17) Já no tempo de Jeremias , 650 anos antes de Cristo havia os sérios e os teatrais e interesseiros a quem convinha posar de profetas. (Jr 14,14)
A televisão, hoje, está pródiga de profetas, alguns como Ágabo e outros como os sete filhos de Ceva; bons e falsos, serenos e espetaculares. Não são poucos os que freqüentam teologia para conseguir diploma e depois agir como se nunca tivessem estudado naquelas faculdades. Elas serviram de trampolim para estes falsos profetas. Precisavam de licença para pregar e não a conseguiriam sem uma faculdade, posto que numa igreja séria, não seriam ordenados nem padres nem pastores. Então foram, ouviram, passaram nos exames, mas não pregam nada daquilo que lhes foi ensinado. Alguns dormiam durante as aulas mais exigentes. É testemunho de seus próprios colegas. Já tinham sua própria doutrina. Só lhes faltava um diploma.
Não foram éticos. Dez anos depois, diante dos exorcismos, profecias, anúncios de anjos e demônios em ação e outras pregações que fogem da doutrina de sua igreja, alguém pergunta onde estudaram e eles dão o endereço da Faculdade de Teologia que lhes deu o título, mas cujo ensinamento eles não praticam. Pega mal para aquela instituição que certamente não ensinou o que eles pregam.
Recentemente deparei-me com um pregador que fazia sessões de quebra de maldição, libertação da antiga culpa dos antepassados e purificação da árvore genealógica, coisa que no seu curso de Teologia foi vivamente criticado como gesto não cristão, posto que o Cristo já as quebrou e Paulo o atesta em mais de cinco passagens de seus escritos. Os estudos bíblicos daquela faculdade de nada valeram. Já tinham a intenção de seguir outro pregador, mas este não podia lhes dar o título. Foram lá enganar a faculdade. Simão o Mago quis fazer o mesmo, mas os apóstolos reagiram. Nem todas as igrejas e escolas fazem o que os apóstolos fizeram. Não aceitaram ser usados por profetas com doutrinas estranhas à sua escola de fé.
Pseudo-Ágabos com freqüência profetizam, a cada fim de ano. Lembram os videntes de fim de ano. Fazem parte do mesmo fenômeno. Garantem, na televisão, debaixo de intensos holofotes, com rostos de santos iluminados, que o tempo da dor e do sofrimento acabou. Proclamam com voz solene, um tempo de vitória para o seu povo. Humildemente pedem mais contribuição para que a vitória seja completa e garantem que, no ano seguinte, seus ouvintes só colherão graças e vitórias.
Não há profecia nisso! Todo mundo sabe que no espaço de 365 dias colhem-se graças e vitórias. Por conta do novo Ágabo fica a promessa de que “só” colherão isso. Se acontecer uma perda, um acidente, o desemprego ou alguma eventual derrota, o novo profeta espalhafatoso, iluminado pelos holofotes da televisão, dirá que foi vontade do céu, e não tocará no fato de que no dia 25 de novembro ele predissera o fim dos sofrimentos. É o velho truque do marketing que prediz graças e milagres em nome do céu, com a possibilidade de sempre explicar por que não aconteceu do jeito que foi predito.
Entre Ágabo e Simão, os fiéis de todas as igrejas são convidados e discernir quem de fato é profeta sincero e quem faz papel de profeta que não é. O tempo, mais breve do que eles esperam, mostra quem disse a verdade e quem se enganou ou mentiu para ganhar audiência e adeptos. É um problema que todas as igrejas precisam resolver. O quanto antes! Se não reagirem, eles continuarão predizendo um futuro brilhante sem dor alguma, como os profetas que Jeremias enfrentou (Jr 14, 10-15).

NÃO ME DEIXES BRINCAR DE PROFETA

Não permitas que eu brinque de ser teu porta-voz. Não me deixes brincar de profeta. Todo pregador, a seu modo é um profeta, mas nem todos são tão profetas quanto pensam ser. Muitos extrapolam das suas funções. Às vezes dizem que disseste o que nunca lhes foi dito. (Jr 14,14) Sonham e acham que o sonho deles é o teu. (Jr, 23,25-26)
Inventam uma obra e gritam de cima dos telhados que tu a queres, quando são eles que a querem.

Não quero gritar ousadamente atrás de um microfone ou diante de uma câmera, que disseste o que não disseste, ou que pediste o que não pediste. Não usarei teu santo nome em vão. Quem fez isso acabou em crise. É terrível brincar de ser teu porta-voz quando não se é, ou inventar recados que certamente não lhe deste.

Quanto aos profetas que dizem falar em teu nome, espero que estejam dizendo a verdade. Deve ser terrível um impotente posar de porta-voz do Onipotente e, ainda por cima, garantir que não está mentindo. É melhor que não esteja!


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

RESPOSTA CATÓLICA INQUISIÇÃO PROTESTANTE

Apologética>Maria Santíssima

Por --
Fonte: Revista "Spiritus Domini", número 5
Um grupo de teólogos luteranos (protestantes) da Alemanha Oriental publicou um texto denominado "Manifesto de Dresden", na revista "Spiritus Domini", número 5, em maio de 1982. Eis alguns trechos:
"Em Lourdes, em Fátima e em outros santuários marianos, a crítica imparcial se encontra diante de fatos sobrenaturais, que tem relação direta com a Virgem Maria, seja mediante as aparições, seja por causa das graças milagrosas solicitadas pela sua intercessão. Estes fatos são tais que desafiam toda a explicação natural. Sabemos ou deveríamos saber que as curas de Lourdes e Fátima são examinadas com elevado rigor científico por médicos católicos e não-católicos. Conhecemos a praxe da Igreja Católica, que deixa transcorrer vários anos antes de declarar alguma cura milagrosa. Até hoje, 1200 curas ocorridas em Lourdes foram pelos médicos consideradas cientificamente inexplicáveis. Todavia a Igreja Católica só declarou milagrosas 44 delas. Nos últimos 30 anos, 11000 médicos passaram por Lourdes. Todos os médicos, qualquer que seja a sua religião ou posição científica, tem livre acesso ao "Bureau des Constatations Medicales". Por conseguinte, uma cura milagrosa é cercada das maiores garantias possíveis. Qual é, pois, o sentido profundo destes milagres no plano de Deus? Bem parece que Deus quer dar uma resposta irrefutável à incredulidade dos nossos dias. Como poderá um incrédulo continuar a viver de boa fé na sua incredulidade diante de tais fatos? E também nós, cristãos-evangélicos, podemos ainda, em virtude de preconceitos, passar ao lado destes fatos sem nos aplicarmos a um atento exame? Uma tal atitude não implicaria grave responsabilidade para nós? Por que um cristão evangélico pode ter o direito de ignorar tais realidades pelo fato de se apresentarem na Igreja Católica e não na sua comunidade religiosa? Tais fatos não deveriam, ao contrário, levar-nos a restaurar a figura da MÃE de DEUS na Igreja Evangélica?
Somente Deus pode permitir que Maria se dirija ao mundo, através de aparições.
Não nos arriscamos talvez a cometer um erro fatal, fechando os olhos diante de tais realidades e não lhes dando atenção alguma? Cristãos Evangélicos da Alemanha, deveremos talvez continuar a opor-lhes recusa e indiferença? Continuaremos a nos comportar de modo que o inimigo de Deus nos mantenha em atitude de intencional cegueira?
Não deveremos talvez abrir o nosso coração a esta luz que Deus faz brilhar para a nossa salvação? Tal problema evidentemente merece exame,: não deve ser afastado de antemão, por preconceito, pelo único motivo de que tais curas são apresentadas pela Igreja Católica. Uma tal atitude acarretaria grave dano para nós mesmos e para o mundo inteiro. Grande responsabilidade nos toca. Temos o direito de examinar tias fatos. Não nos é possível passar ao largo e encampar tudo no silêncio. Hoje, em alguns países, está em causa a existência mesmo do Cristianismo. Seria o cúmulo da tolice ignorarmos a voz de Deus que fala ao mundo, pela mediação de Maria, e dar-lhe as costas, unicamente, porque Ele faz ouvir sua voz através da Igreja Católica. Como quer que seja, não podemos calar por muito tempo sobre tais realidades. Temos que examiná-las, sem preconceito, pois é iminente uma catástrofe. Poderia acontecer que, rejeitando ou ignorando a mensagem que Deus nos faz chegar através de Maria, estejamos recusando a última graça que ele nos oferece para a nossa salvação. É, por isso, um dever muito grave para todos os chefes da Igreja luterana e para outras comunidades cristãs examinar tais fatos e tomar uma posição objetiva. Este dever impõe-se também pelo fato de que a Mãe de Deus não foi esquecida somente depois da Guerra dos 30 anos e na época dos livres pensadores da metade do século XVIII.
SUFOCANDO NO CORAÇÃO DOS EVANGÉLICOS O CULTO DA VIRGEM, DESTRUÍRAM OS SENTIMENTOS MAIS DELICADOS DA PIEDADE CRISTÃ.
No seu Magnificat, Maria declara que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada até o fim dos tempos. Todos nós verificamos que esta profecia se cumpre na Igreja Católica e, nestes tempos dolorosos, com intensidade sem precedentes. Na Igreja Evangélica, tal profecia caiu em tão grande esquecimento que dificilmente se encontra algum vestígio da mesma. Ainda uma vez estas reflexões nos impõe o dever de examinar os fatos acima citados e de tirar dos mesmos todas as conclusões pertinentes."
"Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade" ? Martinho Lutero no comentário do Magnificat (cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista "Jesus vive e é o Senhor").
"Lutero honrou Maria até o fim de sua vida, santificava suas festas e cantava diariamente o Magnificat (?) perdeu-se na igreja evangélica, em tempos posteriores à Reforma, todas as festas a Maria e tudo o que nos trazia sua lembrança (?) estamos padecendo as conseqüências dessa herança de receio e temor. Entretanto Lutero nos diz naquela citada frase que *nunca poderemos exaltar suficientemente a mulher que constitui o maior tesouro da cristandade depois de Cristo.*
Eu própria me devo contar entre as pessoas que não fizeram durante os longos anos de sua vida e, por conseguinte, não seguiram as escrituras segundo a qual "desde agora chamar-me-ão bem-aventurada todas as gerações da Terra" (Lc 1, 48). Eu não me havia incluído entre estas gerações. É verdade que havia lido na Sagrada Escritura que Isabel havia falado, inspirada pelo Espírito Santo, reconhecendo Maria como a Mãe do meu Senhor. Sua velha prima tributou-lhe o maior louvor dizendo: "como mereço que a Mãe do meu Senhor venha visitar-me?". Certamente que eu poderia aprender muito antes a honrar Maria, mas nunca o fiz pelo espaço de muitos anos, não abrigando nenhum pensamento de afeto especial para com ela em meu coração, nem fazendo algum cântico em sua memória, a despeito de Lutero ter escrito que não se pode exaltá-la bastante (o suficiente).
O Senhor concede-me a graça, nos últimos decênios, de amar e venerar Maria, tanto mais quanto mais profundamente tentava imitar sua conduta submergindo-me na consideração daqueles duros caminhos pelos quais foi conduzida por especial providência divina, segundo nos revela a Sagrada Escritura.
É, portanto, um profundo desejo de meu coração poder ajudar agora a que, da nossa parte, cristãos evangélicos, Maria seja novamente amada e venerada como a Mãe do Nosso Senhor. E isso corresponde ao testemunho da Sagrada Escritura e também ao que o nosso reformador Lutero indicou. O temor de diminuir a glória de Jesus foi a causa de que, em nossas igrejas evangélicas, se negasse a Maria a veneração e os louvores devidos. E, entretanto, temos que afirmar que através da justa veneração que aos apóstolos e a ela corresponde, multiplica-se a glória e o louvor ao Senhor, porque foi Ele que a elegeu (e a fez) pela Sua Graça um instrumento seu. Jesus espera que veneremos Maria e a amemos. Assim nos diz a Palavra de Deus e esta é, portanto, a Sua Vontade. E só aqueles que guardam a Sua Palavra são os que amam verdadeiramente a Jesus (Jo 14, 23)" ? M. Basilea Schlink, evangélica e fundadora da comunidade evangélica em Darmstadt, na Alemanha (revista "Jesus vive e é o Senhor", no. 8).
"Maria é digna de suprema honra na maior medida" ? art. IX da Apologia da Confissão de fé de Augsburg (documento-texto muito importante do Luteranismo).
"Minha sincera opinião, ao escrever este livro, é fazer o que posso a fim de que a Mãe de Nosso Senhor seja novamente amada e honrada como lhe compete, segundo as palavras da Sagrada Escritura e conforme nos recomendou nosso reformador, Martinho Lutero" ? M. Basilea Schlink, escritora protestante que escreveu o livro "Maria, o caminho da Mãe do Senhor" em 1960 na Alemanha e fundadora da Irmandade Evangélica de Maria.
"Não há honra, nem beatitude, que se aproxime sequer, por sua elevação, da incomparável prerrogativa, superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um Filho em comum com o Pai Celeste" ? Martinho Lutero, "Deutsche Schriften, 14, 250".
"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus." ? Calvino, "Comm. Sur l'Harm. Evang., 20".
"Ser Mãe de Deus é uma prerrogativa tão alta, coisa tão imensa, que supera todo e qualquer intelecto. Daí lhe advém toda a honra e a alegria e isso faz com que ela seja uma única pessoa em todo o mundo, superior a quantas existiam e que não tem igual na excelência de ter com o Pai Celeste um filhinho comum. Nestas palavras, portanto, está contida toda a honra de Maria. Ninguém poderia pregar em seu louvor coisas mais magníficas, mesmo que possuísse tantas línguas quantas são na terra as flores e folhas nos campos, nos céus as estrelas e no mar os grãos de areia." ? Martinho Lutero.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ESTUDO BÍBLICO - DA CONFISSÃO NA BÍBLIA!

ABSOLVIÇÃO


1 ― JESUS PROMETEU CONFERIR O PODER DE PERDOAR PECADOS


MAT. XVI, 19 ― “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: e tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado também nos céus”.

Aqui vemos o poder de perdoar, conferido primeiramente ao chefe dos Apóstolos, no singular; depois, Jesus conferirá o mesmo poder a todo o Colégio Apostólico, no plural. Leia-se o texto seguinte:

MAT. XVIII, 18 ― “Em verdade, vos digo: tudo que ligares sobre a terra, será ligado também no céu: e tudo o que desligardes sobre a terra será desligado também no céu”.

2. JESUS CONFERIU ESTE PODER, APÓS A RESSURREIÇÃO

JOÃO, XX, 22-23: ― “Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem vós perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

NOTA-SE que, no texto último, Jesus faz questão de, antes de conferir aos Apóstolos o poder de perdoar pecados, soprar sobre eles, conferindo-lhes o Espírito Santo. Logo, o poder de perdoar não convém, de maneira nenhuma, a todo e qualquer indivíduo, como o entendem os protestantes, mas é um poder sacramental, conferido mediante a colocação do Espírito Santo.

NA TRANSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO PARA O N.T., JOÃO BATISTA EXIGIA A CONFISSÃO DOS PECADOS

MAT. III, 6: ― “Então vinham a ele a circunvizinhança do Jardão, e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados”.

NOTE-SE que estes textos não falam ainda da confissão sacramental, que foi instituída por Cristo para sua Igreja. Falam da confissão penitencial, que não era sacramental, mas fazia as vezes de sacramento.

NA PRIMITIVA IGREJA, USAVA-SE A CONFISSÃO

ATOS, XIX, 18: ― “E muitos dos que tinham crido iam confessar e manifestar suas obras”.

S. TIAGO, V, 16: ― “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes salvos; porque a oração fervorosa do justo pode muito”.

Iª S. JOÃO, I, 9: - “Se nós confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar estes nossos pecados e para nos purificar de toda iniqüidade”.

Estes textos falam da verdadeira confissão sacramental instituída por Cristo, conforme a melhor interpretação. (1) Pouco importa que não falem de confissão auricular feita só ao padre. Nos começos do cristianismo usava-se a confissão pública

4. ― A CONFISSÃO DEFLUI DO PODER DE PERDOAR PECADOS QUE CRISTO CONFERIU A SUA IGREJA

MAT. XVIII, 18: ― “Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu; e tudo o que desligardes sobre a terra será desligado no céu”.

Para um juiz dar uma sentença ligando ou desligando alguém relativamente a uma pena ― é óbvio que lhe deve ser declarada a culpa do réu. É esta a razão porque o penitente tem necessidade de declarar seu pecado ao confessor, afim de este perdoar ou não, perdoar ou reter.

JOÃO, XX, 22-23: - “Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles (os Apóstolos) e disse: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

domingo, 10 de janeiro de 2010

SOBRE A BÍBLIA

Bento XVI: Cristãos devem viver como Filhos de Deus e como irmãos

O Papa Bento XVI presidiu a oração mariana do Angelus deste domingo, 10, na Praça São Pedro, onde o aguardavam vários fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.Na mensagem que precedeu a oração, o Papa disse aos fiéis que tinha batizado algumas crianças, na Capela Sistina, tradição ligada à Festa do Batismo do Senhor que conclui o tempo litúrgico do Natal."Com o Sacramento do Batismo a pessoa humana se torna filha de Deus, graças à vinda de Jesus Cristo ao mundo", disse o Pontífice."Ele se fez homem para que possamos nos tornar filhos de Deus. Deus nasceu para que nós possamos renascer. Estes conceitos retornam continuamente nos textos litúrgicos natalinos e são importantes motivos de reflexão e esperança", frisou o Papa.O Santo Padre disse ainda que "gerado pelo Batismo a uma vida nova o cristão inicia seu caminho de crescimento na fé que o levará a invocar com convicção Deus como 'Abba, Pai', a se dirigir a Ele com gratidão e viver a alegria de ser seu filho"."Do Batismo provém também um modelo de sociedade: a de irmãos. Reconhecemo-nos irmãos a partir da humilde, mas profunda consciência de ser filho do único Pai Celeste. Como cristãos, graças ao Espírito Santo recebido no Batismo, temos o dom e o compromisso de viver como filhos de Deus e como irmãos, para ser como fermento de uma humanidade nova, solidária e rica de paz e de esperança. Nisto nos ajuda a consciência de ter, além de um Pai nos céus, também uma mãe, a Igreja, cuja Virgem Maria é o modelo perene", ressaltou o Pontífice.O Papa confiou à materna proteção da Virgem Maria as crianças neobatizados e suas famílias e concedeu a todos a sua bênção apostólica.Após a oração mariana, o Papa recordou a condição dos migrantes que procuram uma vida melhor em outros países e os cristãos que estão em situações de conflito e expostos a ataques, mesmo violentos. De acordo com o Papa, "a violência nunca deve ser para ninguém a maneira de resolver as dificuldades. O problema é essencialmente humano! O convite a olhar para o rosto do outro e descobrir que ele tem uma alma, uma história e uma vida. É uma pessoa e Deus o ama como ele me ama". Em seguida, o Santo Padre saudou os peregrinos em vários idiomas e os convidou a renovar com alegria e convicção as promessas realizadas no Batismo e serem no mundo discípulos e missionários de Cristo, levando a luz do Evangelho a todos os âmbitos da sociedade, através da palavra e do exemplo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CRUZ E EUCARISTIA - AMOR AO EXTREMO

A criação é obra do amor. Certamente, antes da Encarnação do Verbo, o homem podia duvidar que Deus o amava com ternura; porque, a rigor, a verdade desse fato, surpreendente e incrível, não era coisa que podíamos compreender na ordem natural. Mas depois que Ele nos revelou o seu segredo numa epifania de sangue, depois da morte de Jesus Cristo, quem poderia duvidar disso? Agora que a luz iluminou o nosso caminho compreendemos que, em todas as partes, Ele nos envolve com Seu amor irresistível. (Santo Afonso de Ligório - A prática do amor a Jesus Cristo - Editora Santuário - Ano 2002)

Quanto mais estudamos a doutrina de Cristo e as palavras dos santos que morreram por amor a Ele, mais entendemos que nossa santidade, aliás, toda nossa santidade e perfeição, consiste em amar nosso redentor e salvador, Jesus Cristo. O amor a Deus consiste na caridade que é o vínculo da perfeição e esta conserva todas as virtudes que fazem um homem perfeito.
Santo Agostinho já dizia:"Ama e faz o que queres" Se amamos a Deus, evitamos tudo que lhe desagrada e buscamos solidamente todo bem que é fazer de fato, tudo que lhe agrada. A história mostra, assim como toda criação e sobretudo cada um de nós, que Deus nos amou primeiro e tudo fez para demonstrar este amor eterno. Mas Ele num designo de pura bondade, não se contentando com tudo isso, deu-nos, para cativar nosso amor e compreendermos o Seu amor, Seu filho único e amado. Afinal, Deus que criou tudo do nada, e nos deu tantos dons, ao ver-nos mortos sem sua graça santíssima, levado por um amor excessivo, enviou este Filho para morrer por nós. "Mas Deus que é rico em misericórdia, pelo excessivo amor com que nos amou, quando ainda estávamos mortos por nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo” (Ef 2,4-5) Se Deus não poupou Seu próprio Filho, como não nos dará com Ele todas as coisas? (Rm 8,32). O Filho, por amor, deu-se a nós por inteiro, e para tanto se revestiu de carne – O Verbo de Deus se fez carne – para nos remir da morte eterna, recuperar a graça divina, o paraíso perdido. Eis aqui um Deus aniquilado! "Esvaziou-se a Si mesmo e assumiu a condição de servo tomando a semelhança humana”(Fl 2,7)

Jesus foi servo na dor, porque sem morrer nem sofrer, podia muito bem nos salvar. Mas não! Escolheu uma vida de aflições e desprezos e uma morte cruel e vergonhosa. Morreu numa Cruz, destinada aos criminosos: "Humilhou-se ainda mais e foi obediente até a morte e morte de Cruz”(Fl 2,8). Jesus escolheu morrer e sofrer simplesmente para mostrar o Seu infinito amor pelos pecadores e o desejou ardentemente, quando assim se expressava: “Devo receber o batismo, e quanto o desejo até que ele se realize” (Lc 12,50).Por isso a caridade de Cristo deve nos constranger e deve nos obrigar mesmo ama-lo. Como nos diz São Francisco de Sales: “Este sofrimento e morte de Cristo não é como que ter nosso coração debaixo de uma prensa?”(Tratado do amor de Deus) O que nos leva a compreender que devemos morrer para qualquer outro amor para viver no amor de Cristo.

Que loucura fez Deus diante da humanidade para se expor e morrer assim? Que vergonha para Sua grandeza. Quem fez isso? Pergunta São Bernardo. E responde: Foi o amor, que esqueceu sua dignidade. (Tractatus de caritate). É que o amor quando quer se fazer conhecido, não leva em conta aquilo que mais convém à dignidade da pessoa que ama, mas o que mais condiz manifestar-se à pessoa amada.

Se a fé não nos garantisse, quem poderia crer que Deus onipotente, Senhor de tudo, quis amar tanto os homens, parecendo até ficar fora de Si, por amor de nós? São Lourenço Justiniano dizia: “Vimos a própria sabedoria, o Verbo Encarnado enlouquecido por excessivo amor pelos homens”( Sermo im Nativ. Domini n. 4). Devemos compreender que a origem do amor de Jesus Cristo para com os homens é sua caridade para com Deus. Ele mesmo disse aos Seus discípulos na Quinta feira Santa: "Para que o mundo saiba que amo o Pai ”levanta-vos e vamos”. Aqui também está a fonte de nosso amor, amar a tudo e a todos, mesmo nas dificuldades, por amor à Deus, que merece ser amado por tudo que nos fez. Todos sofrimentos que Cristo se impôs para nos mostrar Seu amor, é muito menor que Seu amor distribuído, pois Ele amou muito mais do que sofreu. Somente por amor, Ele sofreu daquela maneira, e este amor, superou todo o sofrimento, o que nos leva a meditar na grandeza d” Aquele que amou até o fim.
O maior sinal de amor é dar a vida pelos amigos e Jesus o fez, e este amor, quando se dá a conhecer, faz as pessoas saírem de si e ficarem estarrecidas e por isso muitas daquelas que compreendem este amor, sentem-se afervorar-se o coração, desejam o martírio, alegram-se nos sofrimentos, tem alívio nas dores. Passeiam nas brasas como se fossem rosas, desejam os tormentos, regozija-se com o que o mundo teme, abraçam o que o mundo detesta. Como nos diz Santo Ambrósio: "Para a pessoa unida à Cruz de Cristo, nenhuma coisa é mais consoladora e gloriosa do que trazer consigo os sinais de Jesus Crucificado.”

Como pagar a Cristo este amor? São João de Ávila nos ajuda : "Ó grande amor, o que fizestes? Viestes para curar e me feristes? Viestes para me ensinar a viver e me tornastes semelhente a um louco? Ó sábia loucura, não viva mais eu sem vós! Senhor, quando vos vejo na Cruz, tudo me convida a amar: o madeiro, a vossa pessoa, as feridas de vosso corpo e principalmente o vosso amor. Tudo me convida a Vos amar e a não me esquecer mais de Vós”(Trattati del SS. Sacramento dell’Eucaristia), Diante de tudo isso, devemos buscar meditar Sua paixão, pois é um poderoso meio de obter o perfeito amor a Jesus Cristo. Esta devoção nos consola, nos anima e nos enche de esperança e forças de lutar. Santo Agostinho nos diz: "Vale mais uma lágrima derramada ao lembrar da paixão, do que o jejum e água em cada semana”

São Tomás de Aquino, mestre da Igreja, auxilia quem deseja chegar ao perfeito amor de Cristo e para isso nos mostra os meios adequados: Recordar continuamente dos benefícios divinos, gerais e particulares. Considerar a infinita bondade de Deus que está sempre nos fazendo o bem. Sempre nos ama e procura ser amado por nós.. Evitar com cuidado tudo que O desagrada, por mínimo que seja. E por fim, renunciar a todos os bens sensíveis deste mundo: riquezas, honras e prazeres dos sentidos.

Um dia aconselharam a São Francisco de Assis, já doente, a ler um livro piedoso. Ele respondeu: “Meu livro é Jesus Crucificado” e disse: “ Quem não se enamora de Deus, vendo Cristo morto na Cruz, não se abrasará jamais”.

Como não se bastasse ter se tornado homem como nós e ter morrido na Cruz, Nosso Senhor, antes de deixar este mundo, quis deixar-nos a maior prova possível de Sua entrega. Ele nos deixou em memória de Seu amor nada mais nada menos que o Seu corpo, o Seu sangue, a Sua alma, a Sua divindade, Ele mesmo, todo, sem reservas. Neste dom da Eucaristia – diz o Concilio de Trento – Cristo quis derramar todas as riquezas do amor que reservava para os homens. (Sess.XIII,c,2). Ele quis dar esse presente aos homens precisamente na noite em que eles lhe preparavam a morte. Esta é a maravilhosa prova de amor de Nosso Senhor a nós pecadores, e se algum dia duvidarmos dela, tenhamos neste sacramento esta prova. Com tal garantia nas mãos, não podemos ter dúvidas de que Ele nos ama e muito!
São Bernardo chama este sacramento: “Amor dos amores”. É que este dom compreende todos os outros que o Senhor nos fez: A criação, a redenção, o destino ao Céu. Quando Jesus revelou a seus discípulos esse sacramento que nos queria deixar, eles não puderam acreditar:“Como pode Ele nos dar a comer sua carne ?” Mas Jesus disse a eles: “Tomai e comei” – disse aos discípulos e por eles a todos nós, antes de morrer! Depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o Meu corpo que é dado por vós” Este alimento não é terreno, mas veio do céu para dar vida ao mundo. E para que todos pudessem recebe-lo, quis ficar sob as aparencias de pão, este a quem todos tem acesso. As palavras de Cristo nos chama a ama-lo e a deseja-lo, e elas nos leva a desejar o paraíso quando O ouvimos dizer "Quem come a Minha carne viverá eternamente”. Também nos leva a rejeitar o mal quando nos diz: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós”.

Santo Tomás nos ajuda a compreender o porque deste desejo divino de se estar conosco, é que os amigos, que se amam de coração, querem estar unidos de tal modo que formem uma só pessoa. Deus não só se dá a eles no reino eterno, mas já neste mundo se deixa possuir pelos homens na união mais íntima possível. Ali, - como nos diz Santo Afonso de Ligório, ele está como atrás de um muro nos olhando e nos ajudando, até que chegue o dia, no paraíso, em que O veremos face a face. Devemos, portanto, estar certos de que uma pessoa não pode fazer nem pensar fazer coisa mais agradável a Jesus Cristo, de que comungar com as disposições convenientes a tão grande hóspede. Assim se une a Cristo, pois esta é a intenção do Senhor. Fiquemos atentos a isto: disposições convenientes e não dignas, porque se estas fossem exigidas, quem poderia comungar? Só um outro Deus seria digno de receber um Deus. Basta que ordinariamente falando, devemos comungar em estado de graça e com vivo desejo de crescer no amor a Jesus Cristo. O Pai tudo colocou nas mãos do Filho e este quando vem até nós traz consigo imensos tesouros de graças.

O Concílio de Trento nos ensina que a comunhão é o remédio que nos livra dos pecados veniais, das nossas faltas cotidianas e nos preserva dos mortais. (Sess.XIII,c.2). Diz-nos que somos livres das falhas cotidianas porque, segundo Santo Tomás, por meio deste sacramento, o homem é estimulado a fazer atos de amor e por eles se apagam os pecados veniais. Somos preservados dos pecados mortais, porque a comunhão nos confere o aumento da graça que nos preserva das faltas graves. (Summa Theol. 3p,q.79,a.4) Sobre isso escreveu Inocêncio III: "Jesus Cristo com Sua Paixão nos livrou do poder do pecado, mas com a Eucaristia nos livra do poder de pecar. Além disso, este sacramento inflama de modo especial as pessoas no amor de Deus".

Por fim, somos de fato felizes pelo Senhor não nos ter deixado na ignorância, o que nos impele a ama-lo sempre , tendo confianca de que Ele colabora conosco , podendo nós dizer a ele: "Em vossas mãos entrego meu espírito, Salva-me Senhor, Deus da verdade." Esta verdade que nos auxilia a recuperar a esperança do perdão e da salvação eterna. Que mistérios de esperança são para nós a Paixão de Cristo e o Sacramento da Eucaristia! São Paulo nos exorta: "Aproximemo-nos com confiança do trono da graça a fim de conseguir misericórdia e alcançar a graça de de uma ajuda oportuna” . Este trono é a Cruz de Cristo e a fonta que jorra abundantemente é a Eucaristia. Puro dom de Deus!


Minhas Meditações dos Escritos de Santo Afonso de Ligório – Fonte: A prática do amor a Jesus Cristo – Editora santuário – Tradução Pe. Gervásio Fabri – Ano – 2002.

A MANSIDÃO PARA COM O PRÓXIMO

"Trabalhai por adquirir a Suavidade de Coração para com o Próximo". 1. A flor da Caridade. 1. Na sua "Introdução à Vida Devota" trata São Francisco de Sales "da doçura para com o próximo", que ele denomina "a flor da caridade". Com efeito, "aquele que é afável e brando, escreve ele em uma de suas cartas, não ofende a ninguém, suporta e atura de boa vontade os que o maltratam, enfim sofre pacientemente as pancadas e não retribui o mal com o mal. O manso nunca se aItera, mas embebe todas as suas palavras na humildade, vencendo o mal com o bem". Não nos cansemos de contemplar e escutar aquele que, de todos os santos, se aplicou melhor a reproduzir a mansidão e a benignidade de Cristo. Seu exemplo, como os seus ensinamentos, serão para nós uma luz benfazeja. Testemunhas da acolhida de São Francisco de Sales em seu bispado ou folheando a sua correspondência, admirar-lhe-emos a doçura amável e paciente, sempre igual, para com todos. Adquirida a poder de um longo esforço e cuidadosamente cultivada como uma virtude de eleição, alimenta-se ela na caridade do bispo de coração largo e magnânimo. Delicada e bem-humorada, indulgente e compassiva, ela nunca abdica da sua firmeza. Se nos entregarmos ao seu fascínio, ela nos conduzirá, pela renúncia oculta sob o véu do sorriso, bem longe, no caminho da santidade. 2. No bispado de Annecy. Abeiremo-nos do Bispo de Genebra. A porta está sempre aberta, e para todos os que aí vêm bater. Os criados receberam ordem "de não mandar embora ninguém que lhe quisesse falar; e se, à conta de alguma imperiosa necessidade, fosse preciso despedi-los, exigia que fosse com tanta afabilidade que os visitantes não perdessem a confiança de voltar. Veja essas pessoas de qualidade, com que distinção as recebe. "Como não há ninguém que se preocupe menos das honras do que eu, dizia ele, não há ninguém disposto a dar mais honra aos outros do que eu". Sucedeu-lhe até, certa vez, tratar muito obsequiosamente o criado de um gentil homem; e como lhe chamassem a atenção: "Não sei distinguir muito as pessoas, explicou; só considero uma coisa: que todos trazem o caráter de cristão". De fato, não eram só as pessoas de qualidade que ele acolhia assim, mas todos os que dele se aproximavam; e eram numerosos, às voltas com alguma tribulação, os que acorriam a ele, porque se sabia que todo aquele que se dirigia a ele voltava consolado. Os de casa o punham de sobreaviso contra as rusticidades e sensaborias desses humildes visitantes. "E nós, que somos?" respondia ele. Mas, diziam-lhe, fazeis mal de sofrer essas incomodidades. E ele: "Que quereis que eu faça? É preciso dar consolação aos que a vêm procurar". Pedia desculpas a uma nobre dama de a ter feito esperar ouvindo ‘todo o tempo que ela quis’, uma pobre mulher que acabava de perder os seus filhos e que desafogava com ele a sua amargura. "Gosto muito dessas pobres aldeãs, confessava ele, são almas tão boas, tão simples, tão cheias do temor de Deus!". Com que doçura abria os braços aos pecadores, aos maiores pecadores! Seus amigos se escandalizavam. "Com toda a certeza, disse-lhe um dia um deles, Francisco de Sales irá para o paraíso; mas quanto ao Bispo de Genebra, não sei; receio muito que sua mansidão lhe pregue alguma peça". – "Ah! respondeu ele, mais vale ter que dar contas de uma doçura demasiada que de uma severidade excessiva. Deus não é todo amor? Deus Pai é o Pai das misericórdias, Deus Filho se denomina um cordeiro, Deus Espírito Santo se mostra sob a forma de uma pomba, que é a mesma doçura. Se melhor coisa houvesse que a benignidade, Jesus no-lo teria dito, e no entanto Ele só nos dá duas lições que aprendemos dele: a mansitude e a humildade de coração. Quereis, então, impedir-me de aprender a lição que Deus me deu, e sois acaso mais sábio que Deus?".Mas, objetavam-lhe, são apóstatas, homens perdidos, indignos de vossas carícias". – "Que pena! respondia ele, então só existimos Deus e eu para amarmos esses pobres pecadores! Querem que eu me esqueça de que são minhas ovelhas, que eu recuse minhas lágrimas àqueles aos quais Jesus Cristo deu todo o Seu sangue; e a quem farei misericórdia, senão aos pecadores? .. Que aquele que gosta do rigor se afaste de mim, porque disso não quero eu ter". Dessa admirável mansidão São Francisco de Sales nunca se apartava, mesmo quando se lhe apresentavam pessoas arrebatadas pela cólera. Como aquele homem que, considerando-se lesado pelo Bispo, levou cães uivantes é "fez soar a trompa de caça por desprezo e derisão" no pátio do Bispo, depois, subindo até a residência do Monsenhor, injuriou-o e chegou a levar a mão à guarda da espada. Ou ainda esse comendador de Malta que, vexado com o fracasso de um candidato que patrocinava, entrou em casa do Bispo de chapéu na cabeça, lançou-lhe em rosto as mais grosseiras injúrias, depois saiu precipitadamente. Às testemunhas indignadas da cena, o santo se contentou com dizer: "Devo ser-lhe grato por me ter dispensado do trabalho de opor minhas razões aos seus arrebatamentos". Se analisarmos a mansidão de São Francisco de Sales, distinguiremos nela um maravilhoso conjunto dessas pequenas virtudes, modestas e escondidas, que crescem ao pé da cruz, como ele próprio dizia, e que ele estimava tanto: a humildade, a paciência, a cortesia respeitosa e a sincera estima dos outros, todas ligadas entre si pelo sobrenatural amor das almas que o mantinha constantemente, numa perfeita abnegação, ao serviço dos outros. Ao serviço dos seus próprios criados ... "Meu amigo, quando entrei, escrevíeis, disse ele certo dia a um dos seus empregados que, surpreendido com a che¬gada do seu amo, empurrara para longe de si a caneta, o tinteiro e o papel. Que escrevíeis, pois? Não serei bastante de vossos amigos para que me façais essa confiança? O pobre rapaz, todo confuso, apresentou o papel ao bispo, que leu e concluiu: "Não entendeis nada disso". Em seguida, sentou-se e escreveu. "Aqui está, disse ele, copiai isso. Ponde-lhe o vosso nome e enviai-o e vereis que tudo irá bem". Alguns dias mais tarde uma jovem viúva, lisonjeada com a delicadeza com que o empregado lhe pedia a mão, vinha consultar o Bispo que a encorajou ao casamento". E há coisa ainda melhor. Tinha Monsenhor um criado de quarto que não gostava de se deitar tarde. Mas não gostava tampouco de se deitar cedo, se o seu patrão, para dar conta da sua tarefa, fosse obrigado a prolongar a vigília. Francisco de Sales instava com ele para que fosse descansar, para não se aborrecer com a espera. "Tomais-me, então, por um dormido ou preguiçoso?" resmungava, mal-humorado, o criado. E o Bispo apressava então o seu trabalho, para poupar o seu empregado. Ao levantar, mesma perplexidade. Se o chamava, tinha o aspecto de se queixar de não haver dormido bastante. Se não chamava... "Quem vos vestiu?" pergunta o empregado, que irrompe subitamente no escritório do Bispo, absorvido no seu trabalho, com a impetuosidade de um homem que dormiu até mais não poder, e cujos olhos, empapuçados de sono, suportam mal a viva claridade do dia. – "Fui eu mesmo, responde o Bispo; acaso não sou bastante grande e forte para isso?" - "Será que vos custava tanto me chamar?" ralha o criado. – "Asseguro-vos que vos chamei diversas vezes; cheguei a ir ao vosso leito, e vos encontrei dormindo tão profundamente e com tanta vontade que não vos quis acordar". – "É isso, caçoai de mim!" – "Oh! meu amigo, não o disse por zombaria, mas por pura recreação. Ficai tranqüilo de futuro; prometo-vos que de outra vez, já que o quereis, não me vestirei mais sem vós. Despertar-vos-ei e vos farei levantar". Ora, quer tenha São Francisco de Sales que se haver com os seus criados, quer receba vísitantes descorteses, quer acolha pobres pecadores, quer console os atribulados, quer converse com pessoas de qualidade ou humildes aldeãs, notou o leitor o tom, a doçura de sua voz? Admirava-se alguém da moderação com que repreendera a um jovem pelo seu mau procedimento. "Eu temia derramar em um quarto de hora, confessou ele, esse pouco de licor de mansuetude que procuro recolher há vinte e dois anos, como um orvalho, no vaso de meu coração". Deliciosa imagem, admirável, ao mesmo tempo, de delicadeza e verdade! Pessoas há que só sabem pronunciar palavras ásperas; é que têm no coração um licor amargo e corrosivo, que envenena todo o seu falar. Nos lábios do Bispo de Genebra, tudo é doçura e suavidade, porque, antes de sair de sua boca, as suas palavras passaram por essa toalha de mansuetude, com a qual se esforçou por encher, como com um orvalho refrigerante, o vaso de seu coração. E nós, a quem acontece acolhermos de maus modos, sermos duros para com os que nos vêm procurar, termos réplicas secas, reflexões descorteses, peçamos a São Francisco de Sales que nos ensine a mansidão . 3 - A doçura de Coração para com qualquer pessoa em particular. "Não percais nenhuma ocasião, por pequena que seja, diz-nos ele, de exercitar a doçura de coração para com qualquer um". Retenhamos o conselho. E para procurarmos segui-lo com mais fidelidade, tratemos de descobrir porque faltamos à brandura e delicadeza em nosso trato com os outros. Por quê? É que estamos descontentes, - descontentes de nós mesmos e descontentes dos outros, que nos são antipáticos ou importunos. Descontentes conosco mesmos! Bem sabe ele que, com efeito, temos motivo de estar, não raro, descontentes conosco e que isso nos dispõe desfavoravelmente em relação ao próximo. Recomenda-nos, por conseguinte, que nos encha-mos de amor de Deus e, que sejam quais forem as nossas trapalhadas, fiquemos sempre sossegados e tratemos os outros com doçura. "Que vos posso dizer, minha querida filha, senão o que tão amiúde vos tenho dito, que vades sempre seguindo o vosso curso ordinário, o mais que puderdes, por amor de Deus, fazendo mais atos interiores desse amor e ainda exteriores, e sobretudo submetendo quanto puderdes o vosso coração à santa mansidão e tranquilidade convosco mesma, ainda que tentada ou aflita, ainda que miserável". Essa tranquilidade para conosco mesmos nos ajudará a suportar sossegadamente o próximo. Porque o próximo nos é por vezes antipático. Com muita frequência, aliás, não saberíamos dizer porque. Sua fisionomia, sua atitude, o tom de sua voz não nos agradam. Outras vezes, temos bastante razão para achá-lo desagradável: suas manias nos enervam, e nos sentimos ofendidos com as suas esquisitices de caráter, seus desmandos de linguagem, seus modos de agir. São Francisco de Sales apela para o nosso espírito de fé. “Força nos é considerarmos o próximo em Deus; ... após ter pedido o amor de Deus, é sempre necessário pedir o dos próximos, e particularmente daqueles para os quais a nossa vontade não tem nenhuma inclinação". "Quando será que seremos inteiramente embebidos em doçura e suavidade para com o próximo? Quando veremos as almas de nossos próximos no peito sagrado do Salvador? Ai de nós! Quem olha o próximo fora disso, expõe-se ao risco de não o amar, nem puramente, nem constantemente, nem igualmente; mas lá, nesse lugar, quem o não amaria? Quem o não suportaria? Quem não lhe sofreria as imperfeições? Quem o acharia antipático? Quem o consideraria enfadonho?" "Sobretudo, insiste ele, é indispensável que tenhamos um coração bom, brando e afetuoso para com o próximo, e particularmente quando ele nos molesta e entedia; porque então não temos nada nele para o amar, exceto o respeito do Salvador, o que torna o amor, sem dúvida, mais excelente e digno, na proporção em que é mais puro e isento das condições caducas".Essas vistas sobrenaturais São Francisco de Sales as relembra sempre que nos exorta à mansidão e tolerância fraternas."Trabalhai por adquirir a suavidade de coração para com o próximo, considerando-o como obra de Deus, e que enfim gozará, se assim aprouver à bondade celeste, do paraíso que nos está preparado. E os que Nosso Senhor suporta, nós devemos suportar com ternura, com grande compaixão pelas suas enfermidades espirituais". Impelidos por esses motivos de fé, combateremos fielmente as nossas impaciências, reprimiremos nossos assomos de cólera, triunfaremos das aversões e repugnâncias pelo exercício da mansidão. "Combatei fielmente vossas impaciências não somente a todo propósito mas ainda fora de propósito, a santa bonhomia e mansidão em relação àqueles que vos são mais enfadonhos, e Deus abençoará o vosso desígnio". "Tratai com extrema doçura e caridade com o próximo e as Irmãs, sobretudo com aquelas que, devido à imperfeição de seu espírito, falta de graças naturais ou maus ofícios, vos ocasionarem alguma aversão e aborrecimento". "Sede boa para com o próximo, e não obstante as revoltas e assomos da cólera, pronunciai em freqüentes ocasiões estas divinas palavras do Salvador: "Eu os amo, Senhor, Pai eterno, a esses próximos, porque vós os amais e mos destes por irmãos e irmãs, e quereis que, como vós os amais, eu os ame também! Amai, sobretudo, essas caras irmãs com as quais a própria mão da Providência divina vos associou e ligou com um vínculo celeste; suportai-as, acariciai-as e ponde-as dentro de vosso próprio coração". "Não duvido que se declarem aversões e repugnâncias em vosso espírito; mas, minha muito querida filha, são ou¬tras tantas ocasiões de exercitar a verdadeira virtude da mansidão; porque é mister fazer bem e santamente, e afetuosamente o que a cada um devemos, embora com repugnância e sem prazer". Nunca aceitaremos em nosso coração sentimentos de ódio, e seremos bastante senhores de nós mesmos para refrearmos a nossa língua e nos proibirmos queixas e lamúrias sem fim por conta dos que nos teriam censurado. “É preciso, sobretudo, combater o ódio e os descontentamentos para com o próximo, e abster-se de uma imperfeição insensível, mas grandemente nociva, da qual poucos se abstêm; que é que, se nos acontece censurarmos o próximo ou nos queixarmos dele (o que raramente devia acontecer), não acabamos mais, mas recomeçamos sempre e repetimos nossas queixas e lamúrias sem fim: o que é sinal de um coração picado e que ainda não tem saúde verdadeira. Não se lamentam os corações fortes e enérgicos a não ser por grandes razões, e ainda assim, quanto a essas grandes razões, não conservam eles muito ressentimento, ao menos com perturbação e ansiedade". Esse conselho de São Francisco de Sales, empenhar-nos-emos nós em segui-lo, ainda que a nossa caridade não seja retribuída, porque é no Coração de Cristo que se aviva nos nossos a chama do puro e desinteressado amor ao próximo. "O grande bem, a nossa felicidade na perfeição, seria não termos nenhum desejo de sermos amados pelas criaturas. Que vos há de importar que vos amem ou não? E se encontrais ocasiões que vos fazem parecer que não gostam de vós, é necessário que prossigais em vosso caminho, sem vos entreterdes a considerá-las. Devemos amar ao próximo e ter-lhe afeição, a cada um na sua categoria, conforme o desejo de Nosso Senhor, tudo fazendo que esteja ao nosso alcance para contentá-lo e ser-lhe proveitosos, porque esse é o desejo de Deus. E se aprouver a Deus que tenhamos amor de seus corações, é uma grande consolação e bênção de Deus: e se isso não aprouver à sua bondade, deve contentar-nos com o amor do Coração de Nosso Senhor, que é mais do que suficiente". Mesmo simpático, pode o próximo irritar-nos com as suas importunações, suas opiniões diferentes das nossas e, sobretudo se é de nossa família ou pessoa chegada a nós com as suas omissões e até com os seus testemunhos de afeição. Suas importunações. Não esconde o bispo que "as incursões que os amigos fazem em nossa liberdade, são mavilhosamente molestas; mas, afinal, escreve ele, cumpre suportá-las, depois carregá-las e finalmente amá-las como amadas. contradições". Estamos mergulhados em um trabalho que nos absorve toda a atenção, e vêm distrair-nos com bagatelas; rebaixam a gravidade de nosso espírito a futilidades, retêm-nos sobre questões ociosas."Amai a santa virtude de suportar os outros e a da santa flexibilidade", escrevia São Francisco de Sales; e, com a costumada condescendência, ei-Io que se adapta a todos os estados de alma e se esforça por responder a todas as perguntas. Uma religiosa da abadia de Santa Catarina tem algum escrúpulo de recitar um Pai Nosso para dissipar dores de cabeça: "O Pai Nosso que dizeis para a dor de cabeça não é proibido; mas, meu Deus, minha filha, não, eu não teria coragem de pedir a Nosso Senhor, pela dor que sentiu na cabeça, não ter dores nenhuma na minha. Acaso Ele suportou para que nós não suportássemos?Santa Catarina de Sena, vendo que seu Salvador lhe apresentava duas coroas, uma de ouro, outra de espinhos: "ó, eu quero a dor, diz ela, para este mundo: a outra será para o céu". Quisera empregar a coroação de Nosso Senhor para obter uma coroa de paciência à volta de minha dor de cabeça. .. Vivei toda entre os espinhos da coroa do Salvador e, como um rouxinol, no seu arbusto, cantai, filha minha: 'Viva Jesus’ Uma de suas filhas da Visitação se entristece e se inquieta por não conseguir chorar de devoção."Não vos digo nada, minha boa filha, de vosso coração quanto a não terdes lágrimas. Não, minha filha, porque o pobre coração não é responsável disso, visto como isso não acontece por falta de resoluções e vivos afetos de amar a Deus, e sim por falta de paixão sensível, que não depende em nada de nosso coração, mas, de outra espécie de disposições que não podemos conseguir; porquanto da mesma forma, minha querida filha, que neste mundo não é possível que possamos fazer chover quando queremos, nem impedir que chova quando não queremos que chova, também não está em nosso poder chorar quando queremos, por devoção, nem deixar de chorar também, quando a veemência dos afetos nos empolga. Isso não vêm de nossa falta, o mais das vezes, mas da providência de Deus, que nos quer fazer seguir o nosso caminho por terra e pelo deserto, e não pelas águas, e quer que nos acostumemos ao trabalho e à dureza". Pode o próximo parecer-nos importuno quando não se compagina com as nossas idéias. Nesse caso, na discussão, os esquentamos e defendemos o nosso parecer com um vigor obstinado. São Francisco de Sales não se obstinava. Tinha por regra "nunca contradizer ninguém, a não ser que houvesse pecado ou dano notável em deixar de fazê-lo". E dizia: "Quando é preciso contradizer alguém e opor a própria opinião à de outrem, é necessário usar de grande brandura e destreza, sem querer violentar o espírito de ninguém, porque não se ganha nada agindo com aspereza. .. O espírito humano pode ser persuadido, não constrangido. Constrangê-lo é revoltá-lo". Na discussão com os protestantes, logo apaixonada, preferia ele, por isso, a exposição simples da doutrina cristã. Verdade é que infundia nela uma flama tal, um tal acento de amor, que comovia os corações e desse modo inclinava os espíritos a aceitar a verdade. Escrevia a madame de Chantal: "Estando em Paris e pregando na capela da Rainha sobre o dia do juízo (não é um sermão de controvérsia), encontrava-se aí uma senhorita, chamada mademoiselle Perdreauville, que viera por curiosidade; ela ficou nas redes, e com esse sermão fez o propósito de se instruir, e três semanas depois trouxe toda a família para se confessar comigo e fui padrinho de todos eles na confirmação. Vede, no entanto, que esse sermão que não foi feito contra a heresia, respirava, ainda assim, contra a heresia, porque Deus me deu nessa ocasião esse espírito em favor daquelas almas. Desde então tenho dito sempre que quem prega com amor prega bastante contra os herejes, embora não diga uma só palavra de disputa contra eles". "Deveríeis todas as manhãs, antes de qualquer coisa, pedir a Deus que vos desse a verdadeira doçura de espírito que ele exige das almas que o servem, e tomar a resolução de vos exercitar bem nessa virtude, sobretudo para com as duas pessoas para com quem tendes o maior dever. Deveis fazer essa empresa de bem vos governardes nisso, e de vos lembrardes dela cem vezes ao dia, recomendando a Deus esse bom desígnio; porquanto não vejo que tenhais muito que fazer para bem sujeitar a vossa alma à vontade de Deus, a não ser abrandá-la dia a dia, pondo a vossa confiança em sua bondade. Feliz sereis, filha mui querida, se assim fizerdes, porque Deus habitará no centro de vosso coração e aí reinará em plena tranqüilidade. Mas se por acaso cometerdes alguma falta, não percais a coragem; tornai a vós sem detença, exatamente como se não tivésseis caído. Curta é esta vida, e não nos é dada senão para ganharmos a outra; e bem a empregareis se fordes doce e tratável para com essas duas pessoas com as quais Deus vos colocou". Essa “doçura incomparável com a qual, sem violência alguma, submetia tudo à sua vontade”, causava admiração ao seu amigo, o bispo de Belley. A respeito do bispo de Genebra dizia ele certa vez a um grande e santo prelado: “Ele faz o que quer, e de maneira tão suave e apesar disso tão forte, que nada lhe pode resistir. Caem mil à sua esquerda e dez mil à sua direita. Tudo cede às suas persuasões; atingindo o objetivo ao qual visa e fortemente, não diríeis que ele o atingisse e que está feito”. Responde-lhe outro: “É a mesma doçura que o torna tão poderoso”. Como efetivamente, resistir ao encanto sedutor de tão amável virtude? São Francisco de Sales bem o sabia. Costumava dizer ”que se atraem mais moscas com um colherada de mel que com cem barris de vinagre”, e que se “O espírito humano se engrila contra o rigor, pela suavidade torna-se submisso a tudo”. Assim resumia sua experiências: ”Bem-aventurados os que são doces: possuirão a terra, ou seja, serão os donos dos corações e todas as vontades estarão nas suas mãos, sobretudo a vontade de Deus”. São Francisco de Sales: rogai por nós!