top

create your own banner at mybannermaker.com!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Sola Scriptura: uma doutrina insustentável em si mesma


Por: Eduardo Moreira.


Uma das doutrinas que é de aceitação unânime no meio protestante é a Sola Scriptura. Essa doutrina diz que a Bíblia é a única fonte infalível de doutrina e cada um deve ser inspirado pelo Espírito Santo para lê-la. É sobre essa doutrina e seus equívocos que faremos uma breve exposição nos parágrafos abaixo.

Em primeiro lugar devemos dizer que é importante reconhecer o grande amor às Sagradas Escrituras que nossos irmãos protestantes têm. De fato, se pretendemos vencer o protestantismo devemos reconhecer suas virtudes e essa é uma delas. Entretanto, isso não nos isenta da obrigação de corrigir os equívocos e exageros originados nessa doutrina a fim de mostrar aos nossos irmãos separados o caminho reto que leva a Deus, isto é, a Santa Igreja Católica, o Corpo Místico de Cristo.

            A doutrina protestante se baseia em interpretações distorcidas de vários versículos da Bíblia que, de fato, é um livro inspirado. Para uma refutação mais detalhada que a exposta nesse artigo, recomendamos ao leitor que leia o livro “Somente a Bíblia? 21 razões para rejeitar a Sola Scriptura” que pode ser encontrado nesse link.

Deus nos deixou Sua palavra para nos instruir e essa palavra é, em parte, a Bíblia. Entretanto, por mais sagrada que seja, a Bíblia é um texto e sendo um texto Ela possui interpretações. Os protestantes alegam que o Espírito Santo é quem deve guiar o leitor para uma correta interpretação da Bíblia. No entanto, dizer isso é, na prática, o mesmo que dar a quem a lê o direito à Livre Interpretação, doutrina abertamente condenada por São Pedro em II Pd I, 20. O resultado dessa livre interpretação protestante é uma divisão cada vez maior no seio do protestantismo com os mais variados tipos de doutrina. De fato, as doutrinas protestantes vão desde a negação da divindade de Cristo a aceitação do casamento homossexual.

            Não obstante aos efeitos catastróficos da livre interpretação, é importante notar também que a doutrina da Sola Scriptura é pautada em um absurdo chamado “raciocínio circular”. O raciocínio circular coloca uma causa como efeito num momento e em outro coloca o efeito como causa de forma e não dar uma resposta lógica. Dessa forma, os protestantes afirmam que creem na Bíblia porque ela é inspirada. Quando se pergunta a eles o porquê da inspiração, eles dizem que a própria Bíblia diz isso. Se perguntarmos novamente por que creem no que está escrito nela, respondem que é porque ela é inspirada. Assim sendo, o raciocínio fica andando em círculos.

            Além disso, se o simples fato de “estar escrito” torna um texto inspirado, qualquer um pode escrever qualquer coisa e no fim da coisa escrita dizer que a mesma é inspirada. Entretanto, mesmo os protestantes admitirão, sem problemas, que isso é um absurdo. Além do problema da inspiração, não há na Bíblia um cânon definido de livros citado em nenhum lugar, portanto, nem mesmo a Bíblia define o que é Bíblia.

            Houve, pois, alguém que definiu quais livros compõem a Bíblia e que disse que ela é inspirada. Esse “alguém” é a Igreja Católica que, guiada infalivelmente pelo Espírito Santo, definiu a lista dos Livros Sagrados ao longo dos séculos. Ora, essa mesma Igreja que escreveu e selecionou os livros da Bíblia deixou-nos também uma riquíssima Tradição, tão sagrada quanto a Bíblia e com documentos de mesma autoria daqueles que escreveram as Sagradas Escrituras. Se os autores sagrados deixaram ensinamentos fora da Bíblia e pediram para que os seguíssemos como seguimos as Sagradas Escrituras, por que então os protestantes seguem uma parte e rejeitam outra? Se os mesmos autores, os mesmos bispos disseram sob a mesma inspiração que ambas as coisas são sagradas, por que então aceitar apenas uma parte do que eles disseram?

            A verdade é que existe aqui uma clara negação às origens do cristianismo por parte dos protestantes. Os autores sagrados sob ação do Espírito Santo deixaram não apenas o Livro Sagrado, mas também uma rica Tradição igualmente inspirada. Basta vermos que antes do Novo Testamento ser escrito ele foi anunciado por vários anos na forma de Tradição até passar a forma escrita e só depois de tudo isso passar a fazer parte das Sagradas Escrituras, antes compostas apenas pelos livros do Antigo Testamento.

            Alguns podem objetar: Se Deus queria mesmo que a Tradição fosse considerada Sagrada, por que ela não está na Bíblia? A resposta para essa pergunta está em Mt. XVI, 18: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja. Ora, Jesus fundou uma Igreja para transmitir a fé aos fiéis, não uma biblioteca. Fazemos, pois, parte de uma Igreja que é um Corpo Místico, não de uma Biblioteca que é um Corpo Místico. Essa Igreja, fundada por Cristo em São Pedro, é a Igreja Católica, a coluna e sustentáculo da verdade (I Tm III, 15).

            Os protestantes tentam negar a fundação da Igreja em São Pedro dizendo que a pedra à qual Cristo se refere é Ele mesmo e não São Pedro. Para isso usam algumas interpretações errôneas do idioma grego, interpretações essas refutadas aqui, em um artigo de Alessandro Ricardo Lima. Entretanto, mesmo sem explicações teológicas profundas conseguimos ver que, se a pedra é Jesus e não Pedro, a sentença de Mt. XVI, 18, perde completamente seu sentido.

            Deus nos deixou, portanto, uma Bíblia que atesta os primeiros anos do Cristianismo, as primeiras definições e certamente uma fonte riquíssima de verdades sobre Jesus Cristo que não deve ser desprezada. Entretanto, a Igreja vive e no decorrer da história e vivência da Igreja foi estruturada a Tradição em plena concordância com o Evangelho. Ademais, a própria Bíblia é parte dessa Tradição, mas em forma escrita. Por fim, todo esse tesouro não só é guardado como também é ensinado pela Igreja de forma infalível através do Espírito Santo. Também a essa Igreja, formada por homens santos e pecadores, foi incumbida a missão de interpretar todo o tesouro da fé, dando ao mesmo seu real significado. Apoiada nesses três pilares: a Bíblia, a Tradição e o Magistério, está sustentada toda fé da Santa Igreja, a única instituída por Cristo para a Salvação dos homens.
 
Fonte Eletrônica;

O uso do incenso na Igreja Católica



RECEBEMOS DA LEITORA Raíssa de Alcântara a seguinte mensagem:
(...)Estou noiva de uma pessoa que cresceu em meio as tradições evangélicas e tem sido difícil fazê-lo entender as tradições católicas. Apesar de sempre irmos à missa e participarmos de grupos na igreja, ainda assim ele se encontra com muitas dúvidas. E pelo blog consigo mostrá-lo, com base na Bíblia que é o que mais pesa pra ele, e tenho conseguido fazer com que ele entenda muitas coisas. E graças a Deus já consegui até que ele se interessasse em fazer catequese para entender melhor e posteriormente receber os sacramentos. (...) Minha dúvida é com relação a Santa Missa. Qual é o significado do incenso na celebração? Aqui na minha paróquia eles utilizam, mas ainda não sei o porque e o que representa. Desde já agradeço muito por tudo. E peço a Deus que continue iluminando seus dons e que muitos possam partilhar desse conhecimento e despertar o discernimento."
Caríssima Raíssa, como você bem sabe, esta é uma questão entre muitas outras semelhantes. Os líderes das novas e novíssimas seitas neopentecostais, ditas "evangélicas", são pródigos em elaborar todo tipo de barreira contra a primeira e única Igreja instituída diretamente por Nosso Senhor Jesus Cristo. Qualquer detalhe é pretexto para caluniar os católicos, e nada escapa às suas construções caluniosas.
Além das famigeradas questões das imagens, do culto aos santos e uma série de outras que já esclarecemos por aqui (veja nesta lista as repostas para estas e outras acusações protestantes/'evangélicas'), novos questionamentos não param de surgir a todo instante. Um destes está relacionado ao uso do incenso, que na boca de alguns teria algo a ver com "paganismo", "idolatria" ou coisa que o valha. Deixando de lado as malucas teorias da conspiração, ou, ainda melhor, lançando-as no lixo, que é o seu devido lugar, procuraremos esclarecer o verdadeiro significado do incenso na liturgia católica, sua origem e finalidades.
A maioria de nós deve saber que o incenso é composto de grãos de cor amarelo-acastanhada, e que é feito de resinas aromáticas. Nem todos saberão que, normalmente, esta resina provém de árvores da família das bosuélias (boswellias), originárias do Oriente.

Nas celebrações em que se usa o incenso, o celebrante coloca-se em pé, dois coroinhas ou acólitos se aproximam; um traz o turíbulo, onde estão as brasas e o outro traz a naveta, onde está o incenso. Normalmente, o celebrante deposita três colherinhas de incenso sobre as brasas. Em seguida, toma o turíbulo com a mão esquerda e com a mão direita faz o movimento de incensação. Qual é o simbolismo do incenso?

A incensação, desde a mais longínqua antiguidade, exprime reverência e oblação, adoração e honra, como ficou registrado nas Sagradas Escrituras:
Suba minha prece como incenso em vossa Presença, minhas mãos erguidas como oferta vespertina."
(Sl 140,2)
Outro anjo veio postar-se junto ao Altar, com um turíbulo de ouro. Deram-lhe uma grande quantidade de incenso para que o oferecesse com as orações de todos os Santos, sobre o Altar de ouro que está diante do Trono."
(Ap 8,3)
Escolhi-os entre todas as tribos de Israel para serem meus sacerdotes, subirem ao meu Altar, queimarem o incenso e se vestirem diante de Mim."
(lSm 2,28)

Para quem aceitou e assumiu como princípio a ideia equivocada de que o cristão só pode aceitar aquilo que esteja escrito literalmente na sagrada Bíblia, aí acima está a tão solicitada "prova bíblica" de que o incenso sempre foi usado no culto a Deus. Mas há ainda muito mais. O Livro do Êxodo descreve o uso do Incenso no Antigo Testamento e como entrava na composição dos perfumes usados no culto, segundo a orientação divina:
O SENHOR disse a Moisés. 'Escolhe ingredientes, bálsamo, unha aromática, gálbano, diversos ingredientes e incenso puro em partes iguais. Farás com esta mistura um perfume composto segundo a arte de perfumista; misturado, será coisa pura e santa. Reduzi-lo-ás a um pó fino e colocá-lo-ás diante do testemunho na tenda da reunião, onde Me encontrarei contigo. Este perfume será para vós uma coisa santíssima. Não fareis para vosso uso outro perfume com a mesma composição. Considerá-lo-ás coisa sagrada, reservada ao SENHOR. Quem dela fizer uma imitação para aspirar o aroma, será excluído do seu povo."
(Ex 3,34-38)
Nas descrições bíblicas, vemos como desde sempre a Liturgia sagrada
fez uso do incenso: nesta ilustração do 'Santo dos santos', vemos o
candelabro de ouro, a altar com pães e o incenso, – elementos
ainda hoje presentes na liturgia católica

O uso do incenso é apresentado também nos Livros dos Provérbios e do Cântico dos Cânticos:
O perfume e o incenso alegram o coração."
(Pr 27,9)
Que é isto que sobe do deserto como uma coluna de fumo, como aroma de mirra e de incenso?"
(Ct3,6)
Antes que refresque o dia e desapareçam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso."
(Ct 4,6)
É necessário lembrar e deixar claro que o uso do incenso na liturgia da Igreja Católica nada tem a ver com os "defumadores" usados nos cultos ditos "afrobrasileiros", e nem com as varetas usadas nas religiões asiáticas e orientais no geral. Para nós, católicos, o uso do incenso é o mesmíssimo que os antigos sacerdotes em Jerusalém faziam diante da tenda da antiga Aliança, no lugar chamado Santo dos santos, onde se encontrava o altar do incenso. Também a primeira página da história da Nova Aliança foi escrita enquanto Zacarias, – pai de São João Batista, – oferece sacrifício de incenso no Santuário do Templo (Lc 1,9).
Interessa notar que o uso litúrgico do incenso é compartilhado com as igrejas ortodoxas e também com algumas comunidades protestantes históricas. É uma riqueza litúrgica, no início das Missas solenes, quando se rodeia o Altar onde se oferecerá o Sacrifício incruento, – renovação do Sacrifício no Calvário, do Corpo e Sangue do Cordeiro de Deus, – incensando-o. É glorificação e honra ao Rei e Senhor, pois o Altar da igreja representa Cristo.

Já no Ato Penitencial o incenso se destina a purificar, limpar, expiar os pecados.
No Evangelho que vai ser lido o incenso é respeito e veneração ao Livro Sagrado, outra homenagem ao Cristo que nos fala.

Note-sem que a incensação, em nossas celebrações, é feita também aos ministros e à assembleia, como um gesto de reverência, porque formam um só Corpo com Cristo. 
Quando se incensa as oferendas do pão e do vinho, o Altar, o celebrante e outros sacerdotes presentes e/ou o povo de Deus, meditamos dentro de nós: "Eleve-se Senhor, minha oração como este incenso à vossa presença,e desça sobre nós a Vossa Misericórdia".
Quando no momento da consagração se incensa o Corpo e Sangue do Senhor, elevados para adoração dos fiéis, recordamos a Epifania:
Ao entrar na casa viram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o homenagearam. em seguida, abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra."(Mt 2,11)
Vemos no Evangelho como esse material, que segundo alguns "pastores" seria "símbolo de paganismo" foi o primeiro presente entregue a Nosso Senhor, – e exatamente aquele pelo qual a Sagrada Escritura identifica aquele Menino, – Jesus, – como Deus.
____
Fonte:
• Cap. 'Incensação' do Secretariado Nacional de Liturgia, disp. em:
http://www.liturgia.pt/documentos/incenso.php
Acesso 10/9/015
• ALDAZÁBAL, Jose. Gestos e símbolos, vol. I, São Paulo: Loyola, 2005, pp. 77-84

Se a Igreja é Católica, pode ser também Romana?

A Celebração solene da Santa Missa na Santa Igreja Católica
A Celebração solene da Santa Missa na Santa Igreja Católica
O Credo que recitamos aos domingos e dias santos fala de uma una, santa, católica e apostólica Igreja. Como todos sabem, no entanto, a Igreja à qual se refere o presente credo é mais comumente chamada apenas de a Igreja Católica.
O termo Católica Romana não é utilizado pela própria Igreja; é um termo relativamente moderno, e que além disso, se limita em grande parte à alguns idiomas, como o Português. Por exemplo, os bispos de língua Inglesa no Concílio Vaticano I, em 1870, de fato, conduziram uma campanha vigorosa e bem-sucedida para garantir que o termo Católica Romana não fosse incluído em nenhum dos documentos oficiais do Concílio sobre a própria Igreja, e o termo de fato, não foi incluído .
Da mesma forma, em nenhum lugar nos 16 documentos do Concílio Vaticano II, se encontrará o termo Católica Romana. O Papa Paulo VI assinou todos os documentos do Concílio Vaticano II como “Eu, Paulo, Bispo da Igreja Católica.” Bastando-se  – Igreja Católica. Há referências à Cúria Romana, ao Missal Romano, o Rito Romano, etc., mas quando o adjetivo Romano é aplicado à própria Igreja, refere-se à Diocese de Roma!
Os Cardeais, por exemplo, são chamados de Cardeais da Santa Igreja Romana, mas essa designação significa que quando eles são convocados a serem cardeais, eles assim tornam-se clero honorários da diocese casa do Santo Padre, a Diocese de Roma. Cada cardeal recebe uma igreja titular em Roma, e quando participam da eleição de um novo papa, eles estão participando de um processo que nos tempos antigos foi realizado pelo clero da Diocese de Roma.
Embora a Diocese de Roma seja central para a Igreja Católica, isto não significa que o Rito Romano, ou, como às vezes se diz, o rito latino, seja co-terminal com a Igreja como um todo; isso significaria negligenciar os Bizantinos, Caldeus, Maronitas ou outros ritos Orientais, que são todos uma parte muito importante da Igreja Católica tanto hoje, como no passado.
Em nossos dias, muito maior ênfase tem sido dada a estes ritos “não-romanos” da Igreja Católica. O Concílio Vaticano II dedicou um documento especial, Orientalium Ecclesiarum (Decreto sobre Igrejas Católicas Orientais), com os ritos orientais que pertencem à Igreja Católica, e o novo Catecismo da Igreja Católica dá de forma semelhante considerável atenção às tradições distintas e espiritualidade destes ritos orientais.
Assim o nome apropriado para a Igreja universal não é a Igreja Católica Romana. Longe disso. Esse termo pegou principalmente em países de língua Inglesa; ele foi promovido principalmente pelos anglicanos, os defensores da “teoria da sucursal” da Igreja, ou seja, que o una, santa, católica e apostólica do credo deveria consistir em três grandes ramos, a Anglicana, Ortodoxa e assim – a chamada Católica Romana. Foi para evitar esse tipo de interpretação que os bispos de língua Inglesa no Concílio Vaticano I seguiram alertando a Igreja a nunca usar o termo oficialmente sobre si mesma: pois muito facilmente poderia ser mal interpretada.
Hoje, em uma era de dissidência generalizada na Igreja, e de confusão igualmente generalizada a respeito do que a identidade católica autêntica deve consistir em, muitos católicos fiéis têm recentemente pasado a usar o termo Católica Romana para afirmar seu entendimento de que a Igreja Católica do credo do domingo é a mesma Igreja que está unida ao Vigário de Cristo em Roma, o Papa. Esse entendimento deles é correto, mas tais católicos devem, no entanto, ter cuidado com o uso do termo, não apenas por causa de suas origens duvidosas em círculos anglicanos que pretendem sugerir que não só poderia haver alguma outra Igreja Católica em algum lugar além daquele de Roma, mas também porque que muitas vezes é usado ainda hoje para sugerir que a Igreja Católica Romana seja algo diferente e menor do que a Igreja Católica do credo. É comumente utilizado por alguns teólogos dissidentes, por exemplo, que parecem estar tentando classificar a Igreja Católica Romana como apenas mais uma “denominação cristã” contemporânea – não o corpo que é idêntico à una, santa, católica e apostólica Igreja de o credo.
O bom nome da Igreja, então, é a Igreja Católica. Não seja tampouco jamais chamada de “a Igreja Cristã”. Embora a prestigiosa Oxford University Press tenha publicado atualmente um livro de referência bastante útil chamado de “O livro de Oxford da Igreja Cristã,” o fato é que nunca houve uma entidade importante na história chamada por esse nome; o Oxford University Press adotou um equívoco, pois a Igreja de Cristo nunca foi chamada de a Igreja Cristã.
Há, naturalmente, uma denominação protestante nos Estados Unidos que se faz chamar a si mesma por esse nome, mas essa denominação  em particular não é nem de longe o que a Oxford University Press tinha em mente ao atribuir ao seu livro de referência do título que ela fez. A atribuição do título em questão parece ter sido mais um método, como  tantos ao longo da história, de se recusar a admitir que há, de fato, uma – e apenas uma – entidade existente no mundo hoje à qual a designação “a Igreja Católica” no Credo, eventualmente, se aplica.
A entidade em questão, é claro, é apenas isso: a muito visível, e de nível mundial Igreja Católica, na qual o sucessor 263 do apóstolo Pedro, o Papa Franciso, ensina, governa e santifica, juntamente com cerca de 3.000 outros bispos ao redor do mundo, que são sucessores dos apóstolos de Jesus Cristo.
Como mencionado nos Atos dos Apóstolos, é verdade que os seguidores de Cristo logo se tornaram conhecidos como “cristãos” (At 11,26). O nome “cristãos”, no entanto, nunca foi comumente aplicado à própria Igreja. No próprio Novo Testamento, a Igreja é chamada simplesmente de “Igreja”. Havia apenas uma. Naquele tempo ainda não havia quaisquer organismos separatistas substanciais o suficiente para serem pretendentes rivais do nome, e dos quais a Igreja necessitasse distinguir-se a si mesma.
Muito cedo no tempos pós-apostólicos, no entanto, a Igreja fez adquirir um nome próprio – e precisamente para distinguir-se dos corpos rivais que até então já estavam começando a se formar. O nome que a Igreja adquiriu, quando se tornou necessário que tivesse um nome próprio, foi o nome pelo qual ela tem sido conhecida desde então, a Igreja Católica.
O nome aparece na literatura cristã, pela primeira vez por volta do final do primeiro século. No momento em que foi escrito pela primeira vez,  certamente já estava em uso, pois as indicações são de que todos entenderam exatamente o que significava o nome quando foi escrito.
Por volta do ano 107 dC, um bispo, Santo Inácio de Antioquia no Oriente Médio, foi preso, levado à Roma por guardas armados e eventualmente lá martirizado em uma arena. Em uma carta de despedida que este bispo primitivo e mártir escreveu para seus companheiros cristãos em Esmirna (Izmir hoje na Turquia moderna), ele fez a primeira menção escrita na história da “Igreja Católica”. Ele escreveu: “Onde o bispo está presente, aí está a Igreja Católica” (Para as Smyrnaeans 8: 2). Assim, o segundo século do cristianismo mal começara quando o nome da Igreja Católica já estava em uso.
Depois disso, menções do nome tornaram-se mais e mais freqüentes no registro escrito. Ele aparece no registro escrito mais antigo que possuímos fora do Novo Testamento no martírio de um cristão por sua fé, o “Martírio de São Policarpo,” bispo da mesma Igreja de Esmirna à qual Santo Inácio de Antioquia havia escrito. São Policarpo foi martirizado em torno de 155, e o relato dos seus sofrimentos remonta a esse tempo. O narrador nos informa que em suas orações finais, antes de dar a sua vida por Cristo, St. Polycarpio “se lembrou de todos que haviam se encontrado com ele a qualquer momento, pequenos e grandes, tanto aqueles com e sem renome, e toda a Igreja Católica em todo o mundo”
Sabemos que São Policarpo, no momento da sua morte, em 155, tinha sido cristão por 86 anos. Ele não poderia, portanto, ter nascido muito mais tarde do que aon de  69 ou 70. No entanto, parece ter sido uma parte normal do vocabulário de um homem desta era, ao ponto de ser capaz de falar de “toda a Igreja Católica em todo o mundo.”

O nome pegou, e, sem dúvida, por boas razões.

O termo “católico” simplesmente significa “universal”, e ao empregá-lo nos tempo primitivos, Santo Inácio de Antioquia e São Policarpo de Esmirna estavam se referindo à Igreja que já estava “em todos os lugares”, como a distinguir-se de quaisquer as seitas, cismas ou grupos dissidentes, que pudessem ter crescido aqui e ali, em oposição à Igreja Católica.
O termo já era entendido até mesmo no princípio, como um nome apropriado especialmente porque a Igreja Católica era para todos, não apenas para os entusiastas adeptos, ou aqueles especialmente iniciados que pudussem ter sido atraídos por ela.
Mais uma vez, já foi entendido que a Igreja era “católica”, porque – para adotar uma expressão moderna –  possuía a plenitude dos meios de salvação. Ela também estava destinada a ser “universal” no tempo, bem como no espaço, e foi-lhe aplicada a promessa de Cristo a Pedro e aos outros apóstolos que “as portas do inferno não prevalecerão” contra ela (Mt 16: 18).
O Catecismo da Igreja Católica em nossos dias tem concisamente resumido todas as razões porque o nome da Igreja de Cristo tem sido a Igreja Católica: “A Igreja é católica”, o Catecismo ensina “, [porque] ela proclama a plenitude da fé. Ela carrega em si mesma e administra a totalidade dos meios de salvação. Ela é enviada para todos os povos. Ela fala a todos os homens. Ela abrange todos os momentos. Ela é “missionária de sua própria natureza ‘” (n. 868).
Assim, o nome ficou ligado à ela para sempre. Até o momento do primeiro concílio ecumênico da Igreja, realizado em Nicéia, na Ásia Menor, no ano 325 dC, os bispos do concílio que estavam legislando muito naturalmente em nome do corpo universal que chamaram nos documentos oficiais do Concílio de Nicéia “a Igreja Católica”. Como a maioria das pessoas sabe, foi esse mesmo concilio foi quem formulou o credo básico em que o termo “católico” foi retido como uma das quatro marcas da verdadeira Igreja de Cristo. E é o mesmo nome, que pode ser encontrado em todos os 16 documentos do XXI Concílio Ecuménico da Igreja, o Concílio Vaticano II.
O termo voltou no quarto século quando São Cirilo de Jerusalém escreveu apropriadamente, advertindo ao viajante que ao chegar à um lugar novo “Indague não simplesmente onde é a casa do Senhor, pois as seitas dos profanos também fazem uma tentativa de chamar suas próprias tocas as casas do Senhor, nem indague apenas onde a igreja está, mas  onde está a Igreja Católica. Pois este é o nome peculiar deste Corpo Santo, a Mãe de todos, que é a Esposa de Nosso Senhor Jesus Cristo “(Catequeses, xviii, 26).
A mesma pergunta precisa ser feita exatamente da mesma maneira hoje, pois o nome da verdadeira Igreja de Cristo em nada foi alterado. Era inevitável que o Catecismo da Igreja Católica adotasse o mesmo nome, hoje, que a Igreja teve em toda a sua longa história.
 
Fhttps://igrejamilitante.wordpress.com/2015/09/06/se-a-igreja-e-catolica-pode-ser-tambem-romana/onte Eletrônica;