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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Virgem Maria na Bíblia – Novo e Velho Testamentos

Um texto muito bom sobre a Santíssima Virgem Maria nas Escrituras. Enviado para o Blog pelo leitor Edmilson.
MARIA NA BÍBLIA
Por vezes, pensa-se que a Virgem não é muito evocada na Bíblia…
Mostraremos que as citações diretas, no Novo Testamento, são muito mais numerosas do que pensamos e que têm um significado muito peculiar, em momentos cruciais da vida de Cristo. Por outro lado, as alusões indiretas à Maria são numerosas e muito importantes: descobrimos, por exemplo, que Maria é a única no mundo que passa mais de trinta anos ao lado de Cristo durante a sua vida terrena; que ela é Aquela à quem o Apocalipse chama a “Arca da verdadeira Aliança”; Aquela à quem, sobretudo, o anjo da Anunciação saudou como a “cheia de graça” e que pode anunciar à toda a Criação: “de agora em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações”…
O Antigo Testamento está, também ele, repleto de figuras, imagens e profecias nas quais tanto o Magistério como os Padres da Igreja, os seus Doutores e Santos reconheceram o anúncio daquela que deu ao mundo o Messias esperado. Do “Gênesis” ao Livro do Profeta Isaías, e até aos últimos profetas da Primeira Aliança… prefigurações e outros anúncios, respeitantes à Virgem Mãe do Salvador, atravessam todo o Antigo Testamento, do Pentateuco aos Profetas, passando pelos Livros Históricos e Sapienciais!
Maria pertence ao Novo Testamento. Ela nasceu no tempo do Novo Testamento. Todos os relatos específicos e diretos que falam dela, estão no Novo Testamento. Porém, podemos formular-nos uma pergunta: O Antigo Testamento referiu-se alguma vez a Mãe do Messias esperado? Existem textos bíblicos que, mesmo em sentido figurado, mencionam algo sobre a Mãe do Filho de Deus? Podemos associar alguns textos do Antigo Testamento e aplicarmos a Maria?
ANÚNCIOS DE MARIA NO ANTIGO TESTAMENTO
Segundo a visão cristã, Eva, a primeira mulher, cedo se tornou aquela que, com Adão, arrastou toda a humanidade no naufrágio do pecado original. Deus prometeu um Salvador, e a mãe do Redentor foi anunciada naquele mesmo momento, no texto do Gênesis já citado: “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher” (Gn.3,15)
A mais autêntica das filhas de Abraão
Abraão, nosso “pai na fé”, obedeceu de maneira total e incondicional aos desígnios de Deus, mesmo quando, exteriormente, lhe era difícil compreender como se cumpririam tais promessas. O Papa João Paulo II, na sua homilia em Nazaré, a 25 de Março de 2000, chamou à Virgem Maria a “mais autêntica das filhas de Abraão” já que, pela sua fé, se tornou a Mãe do Messias e a Mãe de todos os crentes (cf. Homilia publicada no Obsservatore Romano, edição semanal em língua portuguesa).
Eis os símbolos da Virgem Maria que podemos encontrar na Bíblia hebraica, o Antigo Testamento para os cristãos:
Imagens e figuras de Maria no Antigo Testamento:
Podemos encontrar imagens da Virgem Mãe no Gênesis e em Isaías, a Filha de Sião, o Jardim do Éden, a Amada do Cântico dos Cânticos e a Arca da Aliança. Rute pode ser um símbolo de Maria e da Igreja, porque aparece providencialmente colocada na árvore genealógica de Cristo. Também em Ester e Judite podemos ver um símbolo de Maria, já que são associadas ao Salvador no desenrolar do plano divino da Salvação. Podemos agrupar estes diversos anúncios de Maria no Antigo Testamento em 3 “categorias”:
– imagens: Estrela da Manhã; Torre de David, Trono da Sabedoria, etc…;
– figuras: Sara, Raquel, Débora, Judite, Ester e tantas outras…;
– profecias: Gn.3,15; Is.7,11; etc…
Ao lado de Cristo, Maria é a maior glória do povo judeu
A Virgem Maria pode ser vista, a par de Cristo, como a maior glória do povo judeu. Foi do seio deste povo da Aliança que Deus escolheu esta excepcional figura que viria a dar à luz o Salvador da Humanidade. Por isso, ninguém melhor do que a Santa Virgem para interceder, junto de Deus, pela contínua promoção das relações judeu-cristãs.
Muitos estudiosos afirmam que o tema mariano está “escondido” sob três modos no Antigo Testamento: preparação moral, preparação tipológica e preparação profética.
1) Preparação moral: como a humanidade estava corrompida pelo pecado, Deus escolhe uma linhagem de fé e santidade para que o seu filho possa nascer da raça humana.
2) Preparação tipológica (linguagem simbólica): constatamos que no Antigo Testamento, muitas mulheres foram favorecidas com nascimentos milagrosos (Sara, Judite…). Todas estas mulheres fazem parte dos ancestrais do Messias esperado. Maria aparece como símbolo da “Filha de Sião” (Sof 3, 14-17), o lugar da residência de Javé. Maria também é simbolizada com a nova Arca da Aliança (dentro da Arca era depositada a LEI), que vai trazer dentro de si a Lei definitiva (revelação) de Deus, seu próprio Filho, Jesus.
”Rejubila-te, filha de Sião,solta gritos de alegria, Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém! 15O Senhor revogou tua sentença, eliminou teu inimigo. O Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti, não verás mais a desgraça. 16Naquele dia, será dito a Jerusalém: Não temas, Sião! Não desfaleçam as tuas mãos! 17O Senhor teu Deus está no meio de ti, como um herói que salva! Ele exulta de alegria por tua causa, ele te renova por seu amor, ele se regozija por causa de ti com gritos de alegria, 18como nos dias de festa.” (Sof 3, 14-18)
3) Preparação profética: Além do texto acima, temos mais alguns que podem ser aplicados a Maria:
a)Ct 4,7: Tu és toda formosa, amada minha, e em ti não há mancha. O texto pode fazer alusão à concepção imaculada de Maria;
b)Jer 31,22: Até quando andarás errante, ó filha rebelde? pois o senhor criou uma coisa nova na terra: uma mulher protege a um varão.
c) Gn 3,15: Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Uma consideração sobre este texto..
O texto é muito significativo e apresenta, numa primeira leitura, a luta até o fim dos tempos entre a humanidade e o demônio. O termo “Ela te ferirá a cabeça” pode aludir tanto a Maria, a nova Eva, como a Igreja.
d) Is 7,14: Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.
Considerando o texto…
Embora o texto faz referência ao nascimento de um herdeiro na linhagem de Davi, pode ser muito bem ser aproveitado como uma profecia Mariana.
e) Miq 5, 1-4: Agora, ajunta-te em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel.
2 Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
3 Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.
4 E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será grande até os fins da terra.
Sobre o texto…
Mesmo não apontando diretamente uma referência mariana, o texto fala diretamente de um rei-pastor, saído da tribo de Davi. Seu nascimento se projeta para o futuro (os verbos estão no futuro).
MARIA NO EVANGELHO DE JOÃO
João escreveu o seu evangelho por volta do ano 90-100 d.C. É também autor do livro do Apocalipse. Tanto o quarto evangelho com o livro do Apocalipse apresentam, por serem os escritos mais tardios, uma reflexão bem mais madura sobre Jesus.
O Evangelho de João está dividido em três partes:
a) Prólogo (Jo 1, 1-18)
b) Livro dos Sinais (Jo 1,19 – 12,50)
c) Livro da Exaltação (Jo 13-20)
Menciona a Mãe de Jesus em três ocasiões: uma indiretamente, na encarnação do Filho de Deus (Jo 1, 14), e as duas de uma maneira bem explicita: as Bodas de Caná (Jo 2, 1-12) e na Morte de Jesus (Jo 19, 25-27).
1) Jo 1,14: (PROLOGO)
E o Verbo divino se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.
Embora o texto não mencione Maria, porque a intenção do autor é mostrar a origem divina de Jesus (Verbo de Deus), dá-se a entender que Ela está implícita no processo da encarnação de Jesus (“e habitou entre nós”). Não podemos, em hipótese alguma, afirmar que este é um texto mariano, mas quando se fala em “encarnação” do Verbo Divino, Maria é lembrada.
2) Jo 2, 1-12 (AS BODAS DE CANÁ)
1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe de Jesus;
2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.
3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas.
7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram- nas até em cima.
8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.
9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo
10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Este relato encontra-se inserido no chamado “bloco dos sinais”. É cheio de uma simbologia muito grande. Os sinais apresentam um sentido de revelação da pessoa de Jesus e têm uma intima relação com a fé. Quando Jesus realiza um milagre, este serve de sinal para que as pessoas vendo possam acreditar em Jesus. Em Mateus, Marcos e Lucas, os milagres que Jesus realiza indicam o poder de Deus sobre as forças do mal.
Os sinais que o quarto evangelho mencionam também expressam a Glória de Deus, que com Jesus, aos poucos vai se manifestando ao mundo.
Analisando o texto…
Um primeiro dado interessante que se percebe à primeira vista é que João não menciona o nome “Maria”. Ele refere-se a Maria chamando-a de “Mulher” ou “Mãe de Jesus” (seis vezes). A explicação é simples: João gosta de apresentar certas pessoas como modelos de seguidores do projeto de Jesus. Maria, portanto, é um modelo, uma figura símbolo que aceitou a mensagem de Jesus.
Apesar de ser uma festa de casamento, os personagens principais não são os noivos e sim Jesus e Maria. Apesar de usar uma linguagem de um casamento, João quer mostrar, com este relato, que o pacto (casamento) entre o povo da Antiga Aliança (Israel) e Deus estava desgastado, sem vida, vazio, devido o abismo do pecado
,br> O relato data muito a seqüência dos dias, com destaque especial “ao terceiro dia” , alusão simbólica à Aliança no Monte Sinai (Ex 19, 11.9) e principalmente à Ressurreição de Jesus.
Ao fazer chegar até Jesus a problemática da falta de vinho, Maria se apresenta como aquela que, conhecendo as necessidades da humanidade, pede ajuda para Jesus. Aqui está simbolizado o papel de intercessora atribuído a Maria.
A primeira reação de Jesus ao afirmar “Mulher, que tenho eu contigo” (ou, que importa a mim e a ti), parece ser um tanto ríspida com relação a Maria, mas serve para ilustrar o deslocamento de perspectiva: que Jesus chama os seus interlocutores (na pessoa de Maria) para perceber um outro nível de sua presença.
A palavra “mulher” pode representar três idéias:
pode lembrar Gn 3, referindo a Eva-Mulher que trouxe o pecado ao mundo. Assim Maria, a nova Mulher trouxe a salvação, Jesus;
Maria, Mulher, pode representar todo o povo de Israel (Filha de Sião);
Pode traduzir todo o reconhecimento da figura feminina na comunidade de João pelo papel evangelizador que as mulheres desempenhavam no testemunho do Evangelho.
Depois de realizar o milagre da transformação da água em vinho, o relato tem um desfecho muito significativo. E é para lá que apontava João: Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.( v11). Com isso, o autor acentua a centralidade do relato: mostrar quem é Jesus (aquele que traz o vinho novo, a Nova Aliança, o Novo Pacto, a alegria, a plenitude, a graça, a salvação) e a fé dos discípulos que aderem ao projeto do Filho de Deus. E todo o projeto do Reino de Deus é simbolizado através da figura das Bodas, o grande Banquete, as Núpcias do Cordeiro, a grande Festa da plena e definitiva alegria. Jesus é o novo NOIVO.
Maria-mulher é aquela que leva os discípulos a crerem em Jesus. Incentiva os filhos a fazerem a vontade do seu Filho.
3) Jo 19, 25-27 (MARIA JUNTO À CRUZ)
25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.
26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
O texto mostra que estavam presentes junto à cruz de Jesus quatro mulheres: a mãe de Jesus, uma irmã de Maria, Maria esposa de Cléofas e Maria Madalena e também o discípulo amado.
As mulheres, como já vimos, representam o serviço generoso e destacado que elas exerciam na comunidade; o “discípulo amado” representa o modelo ideal de todo cristão que apesar das contrariedades e cruzes da vida, permanece fiel a Cristo.
Ao colocar Maria junto à cruz de Jesus, o autor do livro, quer:
simbolizar a presença da mãe sofredora que sempre esteve ao lado de Jesus e de todo aquele que sofre;
fazer uma relação entre as Bodas de Cana onde Maria esteve presente no inicio das atividades do seu Filho, como no pleno cumprimento de sua missão, através da morte da Cruz.
Tanto o discípulo amado com Maria, são representações da Igreja:
Maria como geradora de novos filhos (mulher, membro constitutivo da Igreja e mãe da comunidade);
O Discípulo amado como representante de todos os fiéis que seguem Jesus custe o que custar.
Resumindo, podemos sintetizar a figura de Maria no quarto evangelho como:
– discípula fiel
– pessoa de fé
– mãe da comunidade
– mulher solidária
MARIA NO EVANGELHO DE LUCAS e ATOS DOS APÓSTOLOS
SINOPSE
O livro de Lucas foi escrito por volta dos anos 79-80 d. C. Teve como destinatário primeiro um certo “Teófilo” (Lc 1,1 e At 1,1-2), cuja identidade é desconhecida. A evidência mostra que o livro foi escrito especialmente para os gentios. Lucas se esforça para mostrar os costumes judaicos e, algumas vezes substitui nomes gregos por hebraicos.
Como bom médico que foi, Lucas retrata a figura de Cristo mostrando todo o seu lado humano e misericordioso que socorre, cura, liberta e salva a todos sem distinção.
Como também é autor do livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas compreende a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO em três tempos ou etapas e organiza toda a sua obra a partir desta perspectiva:
1ª etapa: período preparatório à vinda de Jesus Salvador ( O antigo Israel espera com alegria a manifestação do Messias e prepara a sua vinda)
2ª etapa: A vida de Jesus: sua encarnação, sua presença, sua manifestação, paixão, morte, ressurreição e glorificação.
3ª etapa: tempo da Igreja que se faz por obra do Espírito Santo. A Igreja é a grande portadora da salvação a todos os povos.
Estes três períodos ou etapas se articulam a partir de Jerusalém.
Segundo os estudiosos do tema, Lucas é o evangelista que mais fala de Maria. Num total de 152 versículos do NT sobre Maria, 90 são de Lucas (1 versículo aparece no livro dos Atos e 89 no terceiro evangelho).
Lucas nos apresenta muitas qualidades de Maria. Ela é o exemplo vivo do discípulo e seguidor de Jesus, que acolhe a Palavra de Deus com fé, guarda e medita em seu coração e põe em prática, produzindo muitos e bons frutos.
Maria é apresentada como a grande peregrina na fé. O “SIM” dado a Deus na sua juventude é renovado constantemente no decorrer de toda a sua vida.
Maria não nasce como uma santa pronta e acabada. Ela passa por crises e situações difíceis e desafiadoras contribuindo para o seu crescimento na fé.
Por outro lado, Maria nos lembra que Deus escolhe preferencialmente os pobres e os pequenos para iniciar seu Reino. Maria é uma pessoa de coração pobre todo aberto para Deus; tem um coração solidário e serviçal sempre disponível a ajudar os mais necessitados.
MARIA NO EVANGELHO DE MARCOS
SINOPSE:
Marcos escreve o seu evangelho por volta do ano 60 d.C. Acredita-se que o escritor, ao preparar o seu livro, teve em mente os cristãos gentios. O evangelista tem com preocupação primeira mostrar que Jesus é o Filho de Deus. Esse é a sua grande tese verificada a partir do primeiro versículo:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” . Um Filho de Deus que é confirmado pelos discípulos, através da pessoa de Pedro (Mc 8,29) e testemunhado pelo centurião na morte de Jesus (Mc 15,39); um Filho de Deus que se deixa reconhecer na medida que se caminha ao seu lado assumindo o seu projeto de vida.
O Evangelho de Marcos está tecido em duas grandes partes:
– Primeira parte: (Mc 1,1 – 8,26). Neste primeiro bloco Jesus aparece na Galiléia inaugurando o Reino de Deus que vem com toda força. A prática de Jesus é contestada pelos escribas e fariseus. Diante da sua proposta vão se formando dois grupos: os que seguem Jesus (discípulos e multidão) e os que não aceitam a proposta de Jesus.
– A segunda parte (restante do evangelho) apresenta as condições e os elementos necessários para seguir Jesus. Seguimento que não significa “ir atrás” mas entrar no caminho de sua vida, identificar-se com ele, deixar tocar pela sua pessoa, fazer parte de sua missão de inaugurar o Reino e vencer as forças do anti-reino.
Maria aparece duas vezes durante todo o seu relato. As citações são poucas, mas muito significativas onde ela é apresentada como a discípula fiel que faz parte essencial da família de Jesus porque cumpre a vontade do Pai e a mulher que acolhe a todos como filhos e irmãos de Jesus.
I – Textos marianos:
1)) Mc 3, 20-21. 31-35: A FAMÍLIA DE JESUS.
20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer
21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si.
31 Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo.
32 E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram.
33 Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos!
34 E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos!
35 Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Contexto: No tempo de Jesus, a estrutura familiar exercia importante influência na definição dos papéis e no lugar social ocupado pelo individuo. No judaísmo, as famílias eram classificadas conforme seu grau de pureza de origem, ou seja, se eram imaculadas cruzamento com sangues de estrangeiros ou atingidas por mancha de mistura étnica.
A cena bíblica é a seguinte: Jesus e os Doze, recém eleitos, vão a uma casa em Cafarnaum. Havia uma multidão acirrada, a tal ponto que eles nem podiam e não tinham tempo nem para alimentar-se. E quando os “seus” ficaram sabendo disso, saíram para proteger Jesus, porque diziam que Ele tinha “perdido o juízo” . E neste grupo que vai até Jesus, está a figura de Maria, sua mãe.
Os parentes de Jesus consideram que Ele estava exagerando no modo como se dedicava à sua missão, porque Jesus desleixa até as suas necessidades mais elementares, como a de comer (v.20)
Marcos mostra aqui o caminho progressivo de Maria na fé. O evangelista revela o traço tão humano de Maria de Nazaré que se preocupa pelo Filho, o que denota uma preocupação normal.
Num olhar mais profundo, Marcos quer mostrar que o seguimento de Jesus (para fazer parte de sua família) ultrapassa os laços de parentesco.
Jesus inaugura uma NOVA FAMÍLIA constituída não mais do sangue e dos laços de parentesco (valor absoluto nas sociedades antigas) e sim daqueles que se juntam ao redor de Jesus para fazer a vontade do Pai.
Marcos ensina que até Maria, a criatura mais estreitamente ligada a Jesus pelos laços de sangue (maternidade) teve que elevar a ordem mais alta dos seus valores.
Depois de ter levado Jesus no seu ventre, era preciso que Ela o gerasse no coração, cumprindo a vontade de Deus. Uma vontade que se torna manifesta naquilo que Jesus dizia e realizava.
Assim, a figura de Maria “mãe” se harmoniza e se completa com a figura de “discípula” e “primeira cristã”.
2)Mc 6, 1-6: JESUS DE NAZARÉ ( O SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRES)
1 Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam.
2 Ora, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouví-lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos?
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
4 Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.
5 E não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
6 E admirou-se da incredulidade deles. Em seguida percorria as aldeias circunvizinhas, ensinando.
Contexto: O texto de Marcos refere-se a um acontecimento concreto: a rejeição dos Moradores de Nazaré ao anúncio de Jesus e à sua pessoa. Eles não se colocam como inimigos de Jesus, mas se escandalizam dele por sua incredulidade. A fé é um grande requisito para o seguimento de Jesus.
a)Mc 6, 3: O “Filho de Maria”
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
4 Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.
No costume judeu, o nome da pessoa era conferido ou vinha relacionado por referência ao Pai. Temos alguns exemplos:
– Simão, filho de Jonas (Mt 16,13)
– Tiago, filho de Zebedeu (Mt 4,21)
– Levi, filho de Alfeu (Mc 2,13)
Sendo assim, surge a grande pergunta: por que Jesus não é chamado “filho de José”?. Para esta pergunta há quatro tipos de respostas:
– Marcos queria enfatizar os traços humanos de Jesus;
– É uma referência à concepção virginal de Jesus (obra do Espírito Santo);
– Foi um intento de difamação contra Jesus (desvalorizar a sua pessoa pela profissão humilde de José);
– José não é citado porque já havia morrido.
b) “Os irmãos e as irmãs de Jesus” (v3):
Versículo de caráter polêmico principalmente entre os “evangélicos” onde se afirma a existência de outros filhos de Maria.
A verdade é que para os conceitos orientais tradicionais, não se define a família como pequeno núcleo “pai-mãe-filhos”, como conhecemos hoje, mas num amplo leque no qual se incluem tanto os parentes próximos como os distantes.
No aramaico falado, usado por Jesus e seu povo, não havia uma diferenciação nos conceitos de parentesco (primo, tio, tia, irmão, sobrinho, etc…). A palavra que exprimia e englobava todo este parentesco era “irmãos”, que os gregos traduziram por “adelfos”. Assim, quando ouvimos falar que “tua mãe e teus irmãos estão lá fora…” significa que Maria e os parentes de Jesus queriam protegê-lo um pouco da multidão.
Não podemos confundir: “irmãos” de Jesus significa “parentes próximos” dele. Tiago e Joset, chamados de “irmãos de Jesus” são considerandos, dentro desta lógica explicativa, de “parentes próximos” de Jesus e não “irmãos carnais” dele.
Se assim não fosse, qual seria a necessidade de Jesus, no alto da cruz, entregar a João, o discípulo a quem amava, os cuidados de Maria quando disse: ” Filho, eis aí a tua mãe” (Jo 19,27)? Não seria mais comum, Tiago e José, se fossem realmente filhos carnais de Maria, tomar conta de sua “mãe” após a morte do “irmão” Jesus?
Quando estudarmos o dogma da Virgindade de Maria entenderemos mais esta questão.
Com isso, o evangelista quer mostrar a necessidade da fé no ato do seguimento de Jesus. Condição indispensável para reconhecer a sua presença e caminhar com Ele.
MARIA NO EVANGELHO DE MATEUS
SINOPSE:
Mateus (também chamado de Levi), um dos Doze apóstolos, foi sem dúvida um judeu que também era publicano romano.
Mateus escreveu o seu evangelho por volta do ano 70 d.C. Tinha como destinatários principalmente os judeus. Este ponto de vista está confirmado pelas referencias às profecias hebraicas, cerca de sessenta, e pelas aproximadamente quarenta citações do Antigo Testamento.
Ressalta especialmente a missão de Cristo aos judeus.
A intenção de Mateus é a de mostrar que Jesus foi o Messias prometido no Antigo Testamento através do cumprimento das promessas feitas a Abraão e a Davi, passando por todos os profetas.
Maria é apresentada como a mãe virginal de Jesus que o concebe pela ação do Espírito Santo sem intervenção humana, mostrando a gratuidade da iniciativa divina.
O Evangelho de Mateus amplia bastante a imagem de Maria.
Ela aparece na narrativa da origem e da infância de Jesus (Mt 1-2) e em alguns textos referentes à vida pública de Jesus (Mt 12, 46-50 e Mt 13, 53-58).
I – GENEALOGIA DE JESUS (Mt 1, 1-25)
1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
2 A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos;
3 a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão;
4 a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom;
5 a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé;
6 e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias;
7 a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe;
8 a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias;
9 a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias;
10 a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias;
11 a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia.
12 Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel;
13 a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor;
14 a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde;
15 a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó;
16 e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.
19 E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
20 E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;
21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.
24 E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher;
25 e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.
Primeiramente o objetivo desta genealogia é o de mostrar que Jesus descende de Abraão e Davi e que, portanto, Ele herda as promessas feitas a esses dois patriarcas de Israel. De Abraão, a promessa da numerosa descendência (Gn12); de Davi, a promessa da eterna realeza (2Sam7).
A genealogia de uma pessoa e de uma família tinha enorme importância jurídica e trazia conseqüências para a vida social e religiosa. A pureza de uma linha genealógica dava participação ao descendente nos méritos de seus antepassados.
Mateus remonta a origem de Cristo a partir de Abraão passando por todas as gerações até chegar a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus. Esse elenco de nomes que vai de Abraão a Cristo é subdividido em três grupos e cada grupo abrange 14 gerações:
1o grupo: de Abraão a Davi
2o grupo: de Davi a Jeconias ( exílio na Babilônia)
3o grupo: de Jeconias a Cristo
A grande novidade nesta descrição genealógica que passou de geração em geração foi a intervenção da Providencia Divina através do Espírito Santo na geração de Jesus por Maria.
Se antes o encadeamento paterno era o elemento fundante na genealogia, aqui nós temos agora uma ruptura visível e explicita: apesar de pertencer a descendência de Abraão e sucessão, José não é o pai biológico de Jesus. Assim, a mensagem do relato resume-se em: o nascimento de Jesus se deve à ação do Espírito Santo em Maria. Mostra que Jesus, o Messias esperado, é fruto da intervenção divina que gratuitamente irrompe a história da humanidade e oferece o seu filho para a salvação do seu povo.
José ao receber Maria em sua casa e assumir Jesus dando-lhe o nome (de Jesus), sela definitivamente o vínculo histórico da descendência messiânica. Por outro lado revela a concepção virginal de Jesus.
Mt 2, 10-23: ADORAÇÃO DOS MAGOS E FUGA PARA O EGITO
10 Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria.
11 E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.
12 Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
13 E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
14 Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito.
15 e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
16 Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.
17 Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias:
18 Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem.
19 Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito,
20 dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino.
21 Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.
22 Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia,
23 e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno.
Nas cenas (adoração dos Magos e Fuga para o Egito) se repete várias vezes “o menino e sua mãe” (v.13, v.14, v.20) . Isso reforça a real maternidade de Maria não aludindo à “paternidade real” de José.
II – MARIA NA VIDA PÚBLICA DE JESUS.
Apesar de usar a mesma fonte de Marcos quando fala de Maria e dos “irmãos de Jesus” e a cena da casa e da rejeição em Nazaré, Mateus interpreta num outro sentido.
1) Mt 12, 46-50: a família de Jesus e os seguidores
46 Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe.
47 Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.
48 Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos?
49 E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Aqui aparece claro a idéia e a importância de seguir a Jesus e fazer a sua vontade. Não há, portanto, referencia negativa à família biológica de Jesus.
2) Mt 13, 53-58: O profeta rejeitado em sua pátria
53 E Jesus, tendo concluido estas parábolas, se retirou dali.
54 E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?
55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?
56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?
57 E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.
58 E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.
Mateus substitui aqui o “filho de Maria” que aparece em Marcos por “filho do carpinteiro” e suprime a palavra “parentes”.
Há dois motivos fundamentais nestas mudanças operadas por Mateus:
a)Tiago, que aparece como sendo “o irmão do Senhor” que na verdade é primo de Jesus, é um membro ativo na comunidade atual onde Mateus vive (composta de natureza judeu-cristã)
b)Mateus parece ter uma idéia bem clara sobre a concepção virginal de Maria
Com isso tudo, fica claro que Maria é vista como mãe virginal do Messias, por ação do Espírito Santo.
MARIA NO LIVRO DO APOCALIPSE 12
Todo o livro do Apocalipse é repleto de uma linguagem de muitas imagens e números. Numa primeira vista, parece que o livro é enigmático, assustador e cheio de mistérios. Mas, apesar de usar uma linguagem “não muito clara”, o autor quer reforçar a fé e a esperança dos cristãos frente às perseguições de dificuldades que na qual se encontrava a Igreja primitiva.
O uso deste tipo de linguagem (Gênero literário) é bem simples de se explicar: João está preso. Ele manda cartas para os cristãos. Usa linguagem simbólica que só os cristãos entendiam. Caso contrário, as correspondências não chegariam ao seu destino. Portanto, cada imagem, cada número, cada ação…tem o seu significado. Mas nós vamos nos ater somente naquelas passagens que podem fazer referência à pessoa de Maria. Neste caso, o capítulo 12, principalmente porque tem algumas referências sobre uma “mulher vestida de sol”.
O Capítulo pode muito bem ser dividido em três partes que apresentam três cenas com os seguintes personagens:
1)1ª cena (Ap 12, 1-6): a mulher, o dragão e a criança.
2)2ª cena (Ap 12, 7-12): a guerra entre as forças de Deus (Miguel) e do mal (Satanás)
3)3ª cena: (Ap 12, 13-17): a mulher perseguida pelo dragão que é vencido.
Vamos analisar estas três cenas…
1ª Cena : Ap 12, 1-6
1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
2 E estando grávida, gritava com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
3 Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas;
4 a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
5 E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
Este “grande sinal” significa a importância do acontecimento;
” Céu”, mais que morada de Deus, simboliza o lugar onde estão as forças transcendentais que interferem na história humana;
“Mulher vestida de sol” numa primeira leitura não se refere a Maria (Maria não apareceu no céu, não deu à luz no céu e muito menos o menino foi levado para junto de Deus. Foi exatamente o contrário…Ele veio de Junto de Deus, no mistério da encarnação) faz alusão à glória de Deus que reveste o seu povo. O sol que ilumina;
“Tem a lua debaixo de seus pés” significa o domínio sobre as coisas temporais;
“Coroa de doze estrelas” lembra as doze tribos de Israel, bem como os doze Apóstolos recompensados no final dos tempos;
“Dores de parto” recorda todo o sofrimento vivido pelo povo do Antigo Testamento, bem como as perseguições da comunidade do Novo Testamento que quer continuar gerando Jesus para a humanidade através do seu testemunho;
“Dragão de sete cabeças e dez chifres” representa o poder político e dominador da época. As “sete cabeças” simboliza a plenitude (o número sete significa a plenitude, a totalidade) de poder. Os “dez chifres” representam os dez governadores senatorias do Império Romano; O “diadema” sobre cada uma das cabeças, referem-se à linhagem nobre de cada um dos governadores.
Tanto a Mulher como o Dragão são colocados juntos e em contraposição, simbolizando que as forças do bem e do mal travam um conflito constante na história;
A Mulher “deu à luz a um filho, um varão que irá reger todas as nações com um cetro de ferro”. Este versículo lembra o Salmo 2, 7b-9 (Tu és meu Filho, hoje te gerei.8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão. 9 Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. ). Não se refere ao nascimento de Jesus em Belém, mas sim na Paixão, quando então sairá vitorioso pela Ressurreição;
O “deserto” tanto significa o lugar da tentação (Jesus foi tentado no deserto durante 40 dias e 40 noites) com também o lugar da proteção de Deus;
2ª Cena: Ap 12, 7-12
7 Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam,
8 mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu.
9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.
10 Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite.
11 E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte.
12 Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.
Entram em cena novos personagens: Miguel e seus anjos. A luta que começa no céu desce à terra. Nesta cena não aparece mais a figura da “mulher” e sim “Miguel e o Dragão”. O Dragão é descrito como a “antiga serpente”. Faz lembrar Gn 3,15 ( Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar) que já foi vencida. Conforme o texto, esta vitória sobre a serpente se deu “pelo sangue do cordeiro” (sacrifício deJesus).
3ª Cena: Ap 12, 13-17:
13 Quando o dragão se viu precipitado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.
14 E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
15 E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente.
16 A terra, porém acudiu à mulher; e a terra abriu a boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus.
18 E o dragão parou sobre a areia do mar.
Esta cena tem como cenário, a terra. Os personagens são: o dragão e a mulher e sua descendência. Já que o dragão perdeu a batalha para Miguel e seus anjos, ele volta-se contra a mulher, que, por sua vez, consegue escapar pela proteção de Deus.
Assim, a descendência da mulher (A Igreja), “os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus”, são continuamente ameaçados pelas forças do mal (serpente). Mas Deus aparece sempre com sua força protetora encorajando os filhos para a vitória final.
Conclusão: O Capítulo 12 do Apocalipse é um texto que deve ser interpretado, primeiramente como sendo eclesiológico (A Igreja peregrina que sofre, é perseguida, mas que tem a força de Jesus e do Espírito Santo de Deus para vencer as armadilhas do mal), depois mariológico (Maria, mãe da Igreja que caminha).
MARIA NO NOVO TESTAMENTO- SEGUNDO GÁLATAS
Faremos um estudo mais detalhado, em ordem cronológica, dos livros bíblicos do Novo Testamento que falam explicitamente de Maria. São eles:
– Gálatas (as informações mais antigas sobre Maria)
– Livro escrito por volta do ano 50 d.C.
– Marcos (escrito por volta do ano 60 d.C)
Mateus (escrito por volta do ano 70 d.C)
Lucas (escrito por volta do ano 70 d.C.)
Atos (também escrito por volta do ano 70 d.C)
João (escrito por volta dos anos 90-100 d.C)
Apocalipse (também escrito por volta dos anos 90-100 d.C)
I – GÁLATAS.
Por conter a informação mais antiga sobre Maria, analisaremos um único versículo referente ao estudo mariano. Gal 4, 4. Eis o texto: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.”
CONTEXTO:
O tema central deste versículo é sobre a ENCARNAÇÃO do FILHO DE DEUS, ou seja, o modo através do qual Deus quis vir ao encontro do homem. E isso se deu na “plenitude dos tempos”, isto é, quando o Pai envia o seu Filho ao mundo os tempos do desígnio divino atingem a sua “plenitude”. A encarnação de Cristo é o ponto culminante desta etapa.
E Maria é colocada exatamente nesse vértice do plano redentor. Através do seu ministério materno, o Filho do Pai, preexistente ao mundo, se radica na cepa da humanidade.
Ela é a MULHER que o reveste com a nossa carne e o nosso sangue. São Paulo quer mostrar com isso a condição real e humana de Jesus. O apóstolo declara que a pessoa de Maria está vitalmente vinculada ao projeto salvífico de Deus.
MARIA NOS OUTROS ESCRITOS DA IGREJA
Se, no Novo Testamento, encontramos poucas alusões à Virgem Maria, são muitos os outros escritos, pertencentes ao tesouro da Igreja, que evocam a Mãe de Jesus.
Primeiramente, temos os escritos da Tradição: dogmas e ensinamentos do Magistério da Igreja (pontifical, conciliar, apostólico), textos e homilias dos Padres da Igreja, textos da liturgia, tratados dos Doutores da Igreja;
Há, também, escritos e comentários exegéticos dos teólogos;e ainda, os numerosos testemunhos dos grandes místicos reconhecidos e canonizados;
há, enfim, os inumeráveis “Evangelhos Apócrifos” (1): estes escritos constituem mesmo a maior fonte de informação sobre a vida da Mãe do Cristo, porque foram redigidos na época e por pessoas diretamente relacionadas com a vida da Santa Família.
Ainda que esses escritos não sejam canônicos(2), muitos deles são considerados escritos fidedignos e são citados, algumas vezes, pela própria Hierarquia da Igreja e seu Magistério.
(1) O termo « apócrifo » (do grego apockryphos = escondido) designa um texto geralmente atribuído a um escritor próximo do meio ou da época do Cristo, mas que não foi incluído no cânone das Escrituras bíblicas cristãs.
(2) O Cânone (do grego kânon = regra) é a lista das Escrituras cristãs reconhecidas como inspiradas. Um livro é “canônico” quando faz parte da Bíblia, e nisto difere do livro “apócrifo”.
 
Fonte Eletrônica;
 

Ex-evangélico explica porque retornou ao Catolicismo

Testemunho de A. Silva Originalmente publicado por Voz da Igreja
Eu, que por muitos anos frequentei igrejas evangélicas de diversas denominações, e por muito tempo fui enganado e explorado pelos seus pastores, dedico este testemunho a todos aqueles que se declaram “ex-católicos”, sem nunca terem sido católicos de fato, mas sobem aos púlpitos protestantes “evangélicos”, que eles, por pura ignorância, chamam de “altar” – se não há sacrifício não é e nem pode ser altar: só existe Altar na Igreja Católica –  para induzirem ao erro seus irmãos mais ingênuos.
 
Não creio que um dia tenham sido católicos os que depõem seus falsos testemunhos dizendo que encontraram a salvação em alguma “igreja evangélica”, porque os verdadeiros católicos já encontraram Jesus e a Salvação na Igreja que Ele mesmo nos deu, e não podem abandonar a Comunhão com Deus, seu Criador e Salvador, a não ser que nunca tenham comungado, de fato, com o Senhor Jesus Cristo.
 
 
Enumero abaixo algumas das razões porque deixei o protestantismo e retornei à primeira e única Igreja de Jesus Cristo.
 
1) O princípio “só a Bíblia” (Sola Scriptura)
 
 
Nada mais falso do que esse princípio. Os cristãos do primeiro século não dispunham de Bíblia. E nem os cristãos dos séculos seguintes. Na verdade, os cristãos só puderam contar com a Bíblia para consulta, como hoje, muitos anos depois da invenção da imprensa, que só aconteceu no ano de 1455. Então, será que o Senhor Jesus esperaria quase um milênio e meio para revelar sua verdadeira doutrina para o mundo? Se assim fosse, Ele teria mentido, pois disse antes de partir para o martírio que estaria com a sua Igreja até o fim do mundo (conf. Mateus 28, 19-20).
 
Além disso, para que a Bíblia fosse a única fonte de revelação, seria no mínimo necessário que ela mesmo se proclamasse assim; e não é o caso, pelo contrário. A Bíblia diz que a Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade (1 Tim 3, 15), e não as Escrituras. Nela, Jesus Cristo diz ainda: “Vocês examinam as Escrituras, buscando nelas a vida eterna. Pois elas testemunham de Mim, e vocês não querem vir a Mim, para que tenham a Vida!”(João 5, 39-40).
 
Sim, a Bíblia diz que as Escrituras são ÚTEIS para instruir, mas nunca diz, em versículo algum, que somenteas Escrituras instruem, ou que só o que as Escrituras dizem é que vale como base para a fé. Isso é uma invenção humana sem nenhum fundamento. E a Bíblia também diz que devemos guardar a Tradição (conf. 2 Tessalonicenses 2, 15 e 2 Tessalonicenses 3, 6, entre outros).
 
 
Contrariando a Bíblia, os “evangélicos” rejeitam a Tradição
 
 
2) O princípio “Só a fé salva”
 
 
A mesma Bíblia ensina que a fé sem obras é morta, na Epístola de Tiago (2, 14-26). A mesma Bíblia ensina que o cristão deve perseverar até o fim para ser salvo (Mt 24, 13). E ainda acrescenta que seremos julgados,todos, por nossas ações boas ou más. Existem várias passagens que dão conta de um julgamento futuro e, sendo assim, é falso que alguém aqui na terra já esteja salvo só porque “aceitou Jesus”. Não basta ir à frente de uma assembleia e dizer “Aceito Jesus como meu Senhor e Salvador” para ganhar o Céu. Não, não. É preciso muito mais do que isso. Conversão não é da boca para fora: é preciso que cada um tome a sua cruz e siga o Senhor, que, aliás, nunca prometeu prosperidade para quem o seguisse.
 
Portanto, é totalmente mentirosa a afirmação de que basta ter fé para ser salvo. Ora, os demônios também creem (Tiago 2, 19)…
 
 
3) Lutero
 
 
Foi Martinho Lutero quem começou com as “igrejas” protestantes, que deram origem às “igrejas evangélicas” de hoje. Mas o que ele pensava é seguido apenas em parte pelos “evangélicos” de hoje. Eles seguem somente os princípios “Só a Bíblia” e “Só a Fé”. Embora Lutero seja o fundador de todas as igrejas evangélicas que existem hoje, por que não são todos luteranos? Na verdade, isso seria bem menos pior…
 
Por outro lado, se reconhecem que Lutero é um homem falível, como é possível a um “evangélico” ter tanta certeza de que os princípios que ele inventou sejam dignos de confiança absoluta? Mais do que o que ensina a única Igreja que tem 2.000 anos e foi instituída diretamente por Jesus Cristo?
 
Mais: o próprio Lutero contestou o Papa e decretou que não se deve confiar num sacerdote. Mas ele mesmo era um ex-sacerdote católico. Então, se ele mesmo se descarta como pessoa confiável, quem é tolo o suficiente para dar crédito ao que ele disse ou escreveu?
 
 
4) Subjetivismo religioso I
 
 
Uma denominação evangélica não é igual a outra em matéria de fé. Isso é fato pois:
Umas batizam crianças, outras não;
Umas admitem o divórcio, outras o repudiam;
Umas aceitam mulheres como “pastoras”, outras não;
Umas praticam a “santa ceia”, outras não;
Umas ensinam que devemos guardar o sábado, outras não;
Algumas ensinam a teologia da prosperidade, outras a repudiam;
 
Por aí vai… Tem “bispo evangélico” por aí defendendo até o aborto, só porque a Igreja Católica é (claro) contra! É comum ouvirmos frases como estas: “Nesta ‘igreja’ está o verdadeiro caminho”, ou “Deus levantou este ministério” ou ainda “a tua vitória está aqui”. Mais comum ainda é os “pastores” dizerem que as igrejas deles são “ungidas”… Ora, se todas essas igrejas ditas “evangélicas” são tão diferentes entre si, e a Verdade é uma só, como é possível um “evangélico” ter certeza que está na caminho certo, ou que o seu “pastor” está pregando a “Verdade”, se existem tantos outros “pastores” (que também dizem seguir a Bíblia e afirmam que são “ungidos”) que discordam dele?
 
 
5) Subjetivismo religioso II
 
 
Cada “crente” pode interpretar a Bíblia do jeito que quiser, segundo a tese protestante de Lutero. Mas todos nós sabemos que um “crente” não concorda com outro em todas as coisas. Muitas vezes divergem entre si mais do que convergem. Se cada qual interpreta a Bíblia do seu jeito, e nem poderia ser diferente, então, como é possível um “evangélico” ter a certeza de que está certo na sua interpretação? E por quê, meu Deus, por quê apenas a interpretação da Igreja Católica é que está totalmente errada, em tudo? Essa é a mais cruel de todas as incoerências das “igrejas” ditas “evangélicas”: praticamente todas elas se reservam o direito de criticar umas às outras, mas todas são unânimes em criticar a Igreja Católica! O mais incrível é não percebem que, agindo assim, estão cumprindo as profecias bíblicas do próprio Senhor Jesus Cristo: “Sereis odiados de todos por causa do meu Nome” (Lucas 21, 17); “Bem aventurados sereis quando, mentindo, disserem toda espécie de mal contra vós, por amor ao meu Nome” (Mateus 5, 11-12)…
 
Os pastores se ajoelham e se prostram diante de réplicas da Arca da Antiga Aliança, mas eles não chamam esses pastores de “idólatras”. Só os católicos são chamados assim. Eles idolatram até lencinhos embebidos no suor de alguns pastores mas não acham que isso é idolatria… Em algumas denominações, acontece a distribuição de lembrancinhas, sabonetinhos para espantar “olho gordo”, vidrinhos de óleo “ungido”, “rosas consagradas”, etc, etc… Mas nada disso, para eles, é idolatria. Somente os católicos é que são idólatras. Todos pensam assim, porque todos sofreram a mesma lavagem cerebral, que é muito difícil de reverter.
 
 
6) Subjetivismo religioso III
 
 
A interpretação pessoal da Bíblia por cada “crente” e “pastor” afronta claramente a Bíblia. De acordo com a santa Palavra de Deus, interpretação alguma é de caráter individual. Examinar a Bíblia não é o mesmo queinterpretá-la. Posso examinar uma pessoa e lhe informar que encontrei uma mancha na sua pele. Mas o diagnóstico deve ser feito pelo médico, e não por mim, que sou leigo.
 
 
7) “Igreja não importa” e “igreja não salva”…
 
 
Todo “crente” diz em alto e bom som: “Igreja não salva ninguém”.Ora, se igreja não salva ninguém e cada um pode interpretar a Bíblia pessoalmente, para quê frequentar alguma denominação? Quando ocorre algum escândalo envolvendo algum “pastor”, o crente também diz: “Olha para Jesus e não para o pregador”. Mas se o pregador ensina tolices e princípios contrários ao verdadeiro cristianismo, por que eu deveria ouvir o que ele diz? Não é possível “olhar para Jesus” assim. Pelo contrário, isso só vai colocar em risco a minha alma! Se cada crente pode interpretar pessoalmente a Bíblia, se “igreja” não salva ninguém e o pastor não é confiável (ele é só um homem falível), então por que os “evangélicos” continuam dando tanto crédito aos pregadores?
 
 
8- Evangelização ou PROSELITISMO ?
 
 
E se cada um de fato pode interpretar a Bíblia a partir da sua leitura pessoal, que conta com a assistência do Espírito Santo, por que ao invés de pregar não se imprimem Bíblias e se distribui à população? Ora, se basta ter fé para ser salvo e se cada um pode ser o próprio intérprete da Bíblia, para que servem as denominações, os cultos, os “pastores”, as pregações, livros, CDs e DVDs? Ao invés dos milhões em dízimos e ofertas, que sustentam toda uma estrutura que é desnecessária (afinal todos os que crerem já estão salvos…), por que não reunir esses recursos e construir gráficas e mais gráficas para a impressão de Bíblias e distribuí-las para todos aqueles que não conhecem Jesus?
 
Eu digo porquê: porque os “pastores” se encarregam de passar a sua interpretação pessoal da Bíblia aos ingênuos que os seguem. E essa interpretação é deturpada e não tem nada a ver com a Mensagem original nos Evangelhos. Os “evangélicos” pensam que entendem a Bíblia, mas na verdade tudo o que eles conhecem é a interpretação pessoal deste ou daquele “pastor”.
 
Se nem o pregador é digno de confiança, razão pela qual o crente deve confrontar o seu entendimento pessoal da Palavra com a pregação do palestrante, por que razão alguém deveria dar crédito a um desconhecido que lhe vem falar como porta-voz de Jesus?
 
 
9) Interpretação bíblica
 
 
Agora, se cada um pode interpretar a Bíblia e se todas as interpretações estão corretas, mesmo que sejam todas diferentes entre si, por quê só a interpretação católica está errada? A Bíblia só pode ser interpretada se a pessoa está sob o rótulo de “evangélico”? Nesse caso, o que salva não é a fé, é o rótulo. E se for assim, ao contrário do que eles afirmam, a placa da igreja ou o rótulo de “evangélico” é que salva.
 
Pela visão protestante, milhares e milhares de denominações estão corretas nas suas interpretações bíblicas, mesmo que sejam diferentes entre si. Todas elas estão certas e apenas uma está errada, que seria a Igreja Católica. Justamente a primeira igreja que existiu é que não conta com a assistência do Espírito Santo. Nesse caso, Jesus mentiu quando disse que os portais do inferno não prevaleceriam contra a Igreja (Mat 16, 18) pois o inferno teria triunfado contra a Igreja Católica, e também quando disse que estaria com a sua Igreja até o fim do mundo: ele só se faz presente para quem carrega o rótulo de “evangélico”…
 
 
10) O Pai Nosso
 
 
A oração é bíblica. Foi ensinada pelo Senhor Jesus. O “evangélico” a repudia. Por quê? Para não parecer católico!
O “crente” jura defender a Bíblia, mas é o primeiro a não obedecê-la…
Ele decidiu que não irá recitar o Pai Nosso e fim de papo. E pior. Quem o faz está errado, ainda que esteja obedecendo à Bíblia. O crente se acha melhor do que Jesus. Jesus fez a oração do Pai Nosso, mas o “evangélico” não tem que fazê-la…
 
 
11) Maria
 
 
Isabel, que ficou cheia do Espírito Santo com a visita de Maria, chamou-a de “mãe do meu Senhor”. O crente a chama de “mulher como outra qualquer”…
Isabel, recebeu o Espírito Santo com a chegada de Maria, grávida de Jesus Cristo, Deus Todo-Poderoso. O “evangélico” fica cheio de ira quando se menciona o nome de Maria…
João Batista estremece no ventre de Isabel ao ouvir a voz de Maria. O crente se enfurece quando ouve o nome Maria…
A Bíblia diz que Maria será chamada de bem aventurada por toda as gerações. O crente a chama de mulher pecadora como qualquer outra.
 
O protestante rasga os Textos Sagrados. E jura defender a Bíblia. Seguem o que querem e desprezam o que não lhes interessa!
 
 
12) Confissão
 
A Bíblia é clara: aos Apóstolos foi dado o poder de reter e perdoar pecados (Lucas 20, 21-23). Como é possível reter ou perdoar se alguém não lhes confessa? Desnecessário falar mais a respeito.
 
 
13) Fundação de “igrejas”
 
A Bíblia não faz qualquer referência à milhares de “igrejas” diferentes e separadas, mundo afora. Mas para fundarem suas denominações, os “evangélicos” não fazem questão da tal da base bíblica de que tanto falam. A Bíblia diz que devemos ser um só corpo. Eles fazem o contrário. Dividem-se, subdividem-se, de novo e de novo. Se uma igreja não está agradando, procuram outra mais ao seu gosto, e os mais espertos fundam as suas próprias igrejas, do jeito que acham mais certo (ou do jeito que dá mais lucro, em muitos casos), segundo sua própria interpretação da Bíblia. E todos dizem que estão sendo guiados por Deus. Existe um Deus ou muitos deuses? Se é um só Deus, como tantas igrejas podem ensinar coisas diferentes, e todas estão certas, menos a católica?
 
Eles fragmentam o Corpo e pulverizam a mensagem do Evangelho.
 
Fazem o contrário do que o Senhor ordenou! Basta um crente discordar do outro, – e isso é a coisa mais fácil de acontecer, – que já surge uma nova denominação. Seus líderes podem ter “visões” para fundarem novas denominações. Mas somente as revelações católicas aprovadas pela Santa Igreja é que são refutadas…
 
 
O crente acredita no que deseja. E rejeita tudo que é católico. Sempre dois pesos e duas medidas.
O pastor falou que teve uma visão e todo mundo engole. Nessa hora o “biblicamente” ou “a Palavra de Deus” não tem qualquer importância.
 
Fonte Eletrônica;
 

Fora da Igreja não há salvação – Entenda essa importante doutrina Católica

Igreja, Arca da Salvação
Igreja, Arca da Salvação
Há poucas doutrinas católicas mais controversas e mal-entendidas que a doutrina Extra ecclesiam nulla salus, ou seja, Fora de Igreja não há salvação, uma expressão que vem dos escritos de São Cipriano de Cartago, um bispo do século III em sua carta LXXII, Ad Jubajanum de haereticis baptizandis. O axioma é muitas vezes usado como abreviação para a doutrina que a Igreja é necessária para a salvação. É um dogma da Igreja Católica e das Igrejas Ortodoxas Orientais (e algumas denominações protestantes) em referência a suas próprias comunhões, embora a definição do que constitui a Igreja seja diferente no entendimento católico.
A cerca desta doutrina, citando o Santo católico Agostinho, o Bispo da Igreja Ortodoxa Grega, Kallistos Ware, escreveu:
Salus extra Ecclesiam nulla. Toda a força categórica e ponto deste aforismo está em sua tautologia. Fora da Igreja não há salvação, porque a salvação é a Igreja.” (G. Florovsky, “Sobornost: a catolicidade da Igreja”, na Igreja de Deus, p. 53). Será que, portanto, significa que qualquer pessoa que não esteja visivelmente dentro da Igreja está necessariamente condenada? Claro que não; menos ainda segue-se que todo o que está visivelmente dentro da Igreja está necessariamente salvo. Como Agostinho sabiamente comentou: “Quantas ovelhas há fora, quantos lobos há dentro!” (Homilias sobre João, 45, 12). Enquanto não há uma divisão entre uma “Igreja visível” e uma “Igreja invisível”, ainda pode haver membros da Igreja que não são visivelmente tal, mas cuja associação é conhecida só a Deus. Se alguém é salvo, ele deve, em algum sentido ser um membro da Igreja; em que sentido, não podemos dizer sempre.
As declarações católicas desse ensinamento foram repetidas por inúmeros santos e Padres da igreja através dos séculos desde S. Irineu (morto em 202 dC), S. Origines (morto em 254 dC) e S. Cipriano (morto em 258) à S. Tomas de Aquino (morto em 1254) e o Papa Bonifácio VIII em 1302.
Contudo, antes de propor uma exposição da doutrina, sugiro uma reflexão aos leitores católicos que eventualmente não tenham dado-se conta da importância deste ensinamento. Com o aumento das diversas denominações evangélicas no Brasil, somos mais constantemente assediados pelas inquisitivos membros das igrejas evangélicas à despeito de fé católica. Alguns, por vezes, parecem exigir explicações como se tivéssemos um dever inerente de lhes justificar as doutrinas da fé. Apesar disso, devido às inúmeras distorções, formulam conclusões imprecisas seja porque (i) não conhecem a totalidade dos textos católicos e-ou (ii)  porque descontextualizam seus conteúdos.
A Salvação provém de Jesus, o Caminho
Todos os grupos cristãos aceitam que «toda salvação provém de Cristo (Cf João 14,6). Entretanto, diferentemente do protestantismo, a Igreja Católica historicamente sempre viu a necessidade de explicar os meios pelos quais a salvação é oferecida por Cristo.  Contudo, seria correto afirmar que a fé somente nos basta para a salvação? A própria bíblia nos oferece algumas pistas:
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. (Marcos 16,16)
Não, digo-vos, antes, se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. (Lucas 13,3)
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6,54)
Nas passagens acima, Jesus indica alguns elementos adicionais igualmente importantes à fé, como também necessários para a salvação; a saber, o batismo, a confissão, a Eucaristia, todos eles administrados ao crente através do Corpo de Cristo, a Igreja. Porém, dois dentre os três sacramentos acima citados, pressupõe necessariamente a participação de um ministro validamente ordenado. O que poderia levar-nos a concluir que o sacramento da ordenação – marca característica da Igreja desde os seus primórdios – também se faça um importante instrumento para a salvação.
A Igreja:
Sacramento Universal da Salvação
O catecismo da Igreja Católica  (774 CIC) afirma a Igreja como “Sacramento Universal da Salvação” e nos explica que “A Igreja é, neste mundo,  o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e dos homens.” (780 CIC). Como deve entender-se esta afirmação, tantas vezes repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo” (CIC 846). Percebe-se que há dois elementos importantes na explicação da Igreja: Cristo Salvador e a Igreja pela qual a salvação é dada. A lógica desta doutrina está calcada em verdades bíblicas e tem sido repedidas pelos Padres da Igreja através dos séculos.
O Povo de Deus, A Esposa de Cristo e Templo do Espirito Santo
«Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O teme e pratica a justiça. No entanto, aprouve a Deus salvar e santificar os homens não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse na santidade. Foi por isso que escolheu Israel para ser o seu povo, estabeleceu com ele uma aliança e instruiu-o progressivamente manifestando-se a Si mesmo e os desígnios da Sua vontade na história desse povo, e santificando-o para Si. Mas tudo isso aconteceu como preparação da Aliança nova e perfeita, que seria concluída em Cristo […]. Esta nova Aliança instituiu-a Cristo no seu Sangue, chamando um povo, proveniente de judeus e pagãos, a juntar-se na unidade, não segundo a carne, mas no Espírito» (II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 9)
Deste modo, a Igreja é o povo de Deus, ao qual foi conferido um sacerdócio real, da qual se fez uma “nação santa” (1 Pe 2, 9); e vem-se a ser membro deste povo, não pelo nascimento físico, mas pelo «nascimento do Alto», «da água e do Espírito» (Jo 3, 3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo. Contudo, este povo tem por Cabeça Jesus Cristo (o Ungido, o Messias): porque a mesma unção, o Espírito Santo, flui da Cabeça por todo o Corpo, este é o «povo messiânico».
A missão da Igreja, enquanto povo de Deus, é ser o sal da terra e a luz do mundo. «Constitui para todo o gênero humano o mais forte gérmen de unidade, esperança e salvação e seu destino, finalmente, é «o Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo próprio Deus, se deve dilatar cada vez mais, até ser também por Ele consumado no fim dos séculos. Assim, vemos que a própria bíblia associa a Igreja, o povo de Deus, ao Redentor de forma Intima e inseparável, pois a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e Comunhão com Jesus.
Uma vez que o Espírito Santo é a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do corpo, quem O derrama nos seus membros para os alimentar, os curar, os organizar nas suas mútuas funções, os vivificar, os enviar a dar testemunho, os associar à sua oferta ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro. É pelos sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito Santo e santificador
Christus Totus «A CABEÇA DESTE CORPO É CRISTO» (Cl 1, 18)
Ele é o Princípio da criação e da Redenção. Elevado à glória do Pai, «tem em tudo a primazia» (Cl 1, 18), principalmente sobre a Igreja, por meio da qual estende o seu reinado sobre tudo quanto existe. Cristo e a Igreja são, pois, o «Cristo total» (Christus totus). A Igreja é una com Cristo. Os santos têm desta unidade uma consciência muito viva:
Uma palavra de Santa Joana d’Arc aos seus juízes resume a fé dos santos Doutores e exprime o bom-senso do crente: «De Jesus Cristo e da Igreja eu penso que são um só, e não há que levantar dificuldades a esse respeito»
Na verdade, Santa Joana d’Arc apenas ecoava as palavras Jesus que, ao indagar São Paulo, então Saulo, associa Sua Pessoa à própria Igreja à qual Paulo perseguia; Saulo, Saulo, por que me persegues? (Atos 9:4, ênfase do Blog). Ao invés de, “por que persegues ao meu povo ou àqueles que creem em mim?
O próprio Senhor Se designou como «o Esposo» (Mc 2, 19) (243). E o Apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa «desposada» com Cristo Senhor, para formar com Ele um só Espírito. Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado (245) que Cristo amou, pela qual Se entregou «para a santificar» (Ef 5, 26)
Visto, assim, a unidade da Igreja com Cristo, podemos refletir sobre a segunda parte da afirmação da Igreja: Salvação POR MEIO da Igreja. Como abordado acima, os sacramentos são os meios ordinários através dos quais Cristo oferece a graça necessária para a salvação, e a Igreja católica que Cristo estabeleceu é o ministro ordinário dos sacramentos, por esse motivo é adequado afirmar que a salvação vem por meio da Igreja.
Isto não é diferente da situação que existia antes do estabelecimento do cristianismo e da Igreja Católica. Mesmo antes de ter sido totalmente revelado que ele era o Messias, o próprio Jesus ensinou que “a salvação vem dos judeus” (Jo 04:22). Ele apontou á mulher de Samaria o corpo de crentes existentes na época, através do qual a salvação seria oferecida à toda a humanidade: os judeus.
Em reconhecimento desta realidade a Igreja, especialmente em tempos de grande conturbações e heresias, foi enfática na maneira pela qual ensinou esta doutrina. Em vez de simplesmente indicar como Deus oferece salvação de Cristo, através da Igreja, ela tem advertido que não há salvação á parte de Cristo, fora de sua Igreja.
A Salvação dos não católicos: Ignorância Invencível
A Igreja reconhece que Deus não condena aqueles que são inocentemente ignorantes da verdade sobre sua oferta de salvação. Em relação à doutrina em questão, o Catecismo da Igreja Católica (citando documento do Vaticano II Lumen gentium, 16) afirma:
«Com efeito, também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a sua vontade conhecida através do que a consciência lhes dita».
Este ensinamento é consistente com o próprio ensinamento de Jesus sobre aqueles que inocentemente o rejeitam: “Se eu não tivesse vindo e falado a eles, eles não teriam pecado” (Jo 15:22). Assim, a Igreja reconhece que, embora ela seja o sacramento da salvação, aqueles não visívelmente unidos è ela, podem salvar-se. Ela declara também que “ela está unida em muitos aspectos com os baptizados, honrados pelo nome de cristãos, mas que não professam a fé católica em sua totalidade ou não conservam a unidade da comunhão sob o sucessor de Pedro”, e ainda que “aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão relacionados com o Povo de Deus de várias maneiras.” [CIC 838-839].
Conclusão
A base para o ensinamento da Igreja é que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida; e que ninguém vem ao Pai senão por Ele (Jo 14: 6). Em outras palavras, o fundamento da doutrina da Igreja é que fora de Cristo não há salvação. Mas a Igreja não pára por aí, porque Cristo não parou por aí.
Jesus ensinou enfaticamente que Ele iria estabelecer e construir a Sua Igreja – e não apenas por conveniência, mas também por uma questão de que Seu Corpo iria continuar seu trabalho de salvação do mundo depois de sua ascensão ao céu. São Paulo explica esta doutrina ao proclamar que a Igreja é nada menos que o Corpo de Cristo, e Jesus Cristo é a Cabeça. Desta forma, São Paulo recorda-nos que Cristo e Sua Igreja estão inseparavelmente UNOS. Não se pode estar em Cristo se não se está em seu corpo, a Igreja.
E esta é uma razão pela qual o Novo Testamento constantemente nos lembra que o batismo é necessário para a salvação – porque o batismo é a “porta” através da qual entramos na Igreja – é através do batismo que nascemos de novo na família de Deus (que é outra imagem que São Paulo usa para a Igreja em 1 Tm 3:15). Assim, a razão pela qual a Igreja ensina “extra Ecclesiam nulla salus” é porque ela é inseparavelmente una a Cristo, e fora de Cristo não há salvação, exceto é claro, quando se há ignorância invencível.
Source: Catecismo da Igreja Católica. Publicado por Blog Ecclesia Militans