Tenho em mãos um extenso artigo contra minha pessoa, cheio de ataques virulentos ao meu sacerdócio, por conta de minha disposição de ver valores nas outras religiões. Há anos que circula pela Internet. É de um irmão católico, inteligentíssimo e aparentemente muito mais culto do que eu, que sabe onde estão meus eventuais erros ou imprecisões. Ele atira no alvo! Fala para ofender e realmente ofende.
Não deve ter lido e, se leu, não levou a sério o que diz o Documento de Aparecida número 229. Não apenas polemiza: intencionalmente arrasa e desmonta o adversário. Não me demoliu nem desmontou porque há mais de 40 anos ando aparando golpes como estes, mas irmãos menos versados em polêmicas e em apologética balançaram. É que existe uma apologética sadia e autêntica que faz a verdade na caridade (Ef 4,15) e há outra que começa, prossegue e termina golpeando o irmão ou adversário que pensa de outra forma.
***Aquele irmão beligerante conhece a doutrina cristã nos seus mais intrincados detalhes. Rejeita o Vaticano II e os documentos do Celam. Não os considera doutrinários e não aceita sua autoridade. Chama de irenismo a toda e qualquer aproximação que ouse elogiar outras religiões. Numa das passagens virulentas, diz que fiquei famoso cantando musiquinhas ridículas e escrevendo sofismas absurdos, chama à nossa igreja de única esposa de Cristo e ás seitas de concubinas do príncipe deste mundo. Garante que não sei distinguir entre a esposa e as prostitutas. Sustenta que o ecumenismo leva à perdição eterna.
***Outro artigo, também este a circular pela Internet. Diz que nós, católicos é que somos a prostituta e a traidora de Cristo e que a igreja dele é a fiel. O autor também rejeita o ecumenismo como coisa diabólica. Um irmão da mesma igreja, chocado com seu pregador, enviou-me o texto, com um pedido de desculpas pois se sentiu humilhado ao ver tanto ódio jogado na Internet por um irmão que congrega com ele. Aproveitei para pedir desculpas pelo que também alguns católicos às vezes dizem sobre eles. Ele e eu somos cristãos ecumênicos. *** Leio João Paulo II na sua encíclica Ut Unum Sint, número 20
Tudo isso é extremamente importante e de significado fundamental para a atividade ecumênica. Vê-se, de modo inequívoco, que o ecumenismo, o movimento a favor da unidade dos cristãos, não é só uma espécie de “apêndice” que se vem juntar à atividade tradicional da Igreja... Ao contrário, pertence organicamente à sua vida e ação, devendo, por conseguinte, permeá-la no seu todo e ser como que o fruto de uma árvore que cresce sadia e viçosa até alcançar o seu pleno desenvolvimento!
Leio, do Concílio Vaticano II, declaração “Unitatis Redintegratio, 7”.
Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. Os anseios de unidade nascem e amadurecem da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Devemos, por isso, implorar ao Espírito santo a graça de uma sincera abnegação, duma mansidão no servir, e uma atitude de fraterna generosidade para com os outros.
Das culpas, também as contra a unidade, vale o testemunho de São João.”Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo de mentiroso e sua palavra não está em nós.(1 Jo 1,10)” Por isso pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim como também perdoamos aos que nos têm ofendido.
*** O Concílio lembra que não se faz ecumenismo de qualquer jeito. Ninguém deve inventar o próprio ecumenismo. Não é questão de ceder ou exigir que o outro ceda. É questão de dialogar e perdoar, porque pecados, os há em todas as religiões. Digo a mim mesmo que, ou os papas e o Concílio Vaticano II erraram ao afirmar nossa fé, enquanto admitem valores em comum com outras igrejas e religiões, ou estes irmãos beligerantes e belicosos é que estão os certos. Se o enfrentamento e o confronto é o certo então termos que rasgar os evangelhos. Aqueles quatro livros ensinam fraternidade e diálogo.
Leio o número 99g do Documento de Aparecida:
Muitas vezes não é fácil o diálogo ecumênico com grupos cristãos que atacam a Igreja Católica com insistência.
E diz o número 230
Às vezes esquecemos que unidade é, antes de tudo, um dom do Espírito Santo e oramos pouco pro esta intenção.
Leio que devemos e podemos discordar, e que temos o dever de fazê-lo se assim for preciso. Mas leio, também, que se o católico tem o direito de se defender, não tem nunca o direito de ofender a outra igreja. PADRE ZEZINHO
Não deve ter lido e, se leu, não levou a sério o que diz o Documento de Aparecida número 229. Não apenas polemiza: intencionalmente arrasa e desmonta o adversário. Não me demoliu nem desmontou porque há mais de 40 anos ando aparando golpes como estes, mas irmãos menos versados em polêmicas e em apologética balançaram. É que existe uma apologética sadia e autêntica que faz a verdade na caridade (Ef 4,15) e há outra que começa, prossegue e termina golpeando o irmão ou adversário que pensa de outra forma.
***Aquele irmão beligerante conhece a doutrina cristã nos seus mais intrincados detalhes. Rejeita o Vaticano II e os documentos do Celam. Não os considera doutrinários e não aceita sua autoridade. Chama de irenismo a toda e qualquer aproximação que ouse elogiar outras religiões. Numa das passagens virulentas, diz que fiquei famoso cantando musiquinhas ridículas e escrevendo sofismas absurdos, chama à nossa igreja de única esposa de Cristo e ás seitas de concubinas do príncipe deste mundo. Garante que não sei distinguir entre a esposa e as prostitutas. Sustenta que o ecumenismo leva à perdição eterna.
***Outro artigo, também este a circular pela Internet. Diz que nós, católicos é que somos a prostituta e a traidora de Cristo e que a igreja dele é a fiel. O autor também rejeita o ecumenismo como coisa diabólica. Um irmão da mesma igreja, chocado com seu pregador, enviou-me o texto, com um pedido de desculpas pois se sentiu humilhado ao ver tanto ódio jogado na Internet por um irmão que congrega com ele. Aproveitei para pedir desculpas pelo que também alguns católicos às vezes dizem sobre eles. Ele e eu somos cristãos ecumênicos. *** Leio João Paulo II na sua encíclica Ut Unum Sint, número 20
Tudo isso é extremamente importante e de significado fundamental para a atividade ecumênica. Vê-se, de modo inequívoco, que o ecumenismo, o movimento a favor da unidade dos cristãos, não é só uma espécie de “apêndice” que se vem juntar à atividade tradicional da Igreja... Ao contrário, pertence organicamente à sua vida e ação, devendo, por conseguinte, permeá-la no seu todo e ser como que o fruto de uma árvore que cresce sadia e viçosa até alcançar o seu pleno desenvolvimento!
Leio, do Concílio Vaticano II, declaração “Unitatis Redintegratio, 7”.
Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. Os anseios de unidade nascem e amadurecem da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Devemos, por isso, implorar ao Espírito santo a graça de uma sincera abnegação, duma mansidão no servir, e uma atitude de fraterna generosidade para com os outros.
Das culpas, também as contra a unidade, vale o testemunho de São João.”Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo de mentiroso e sua palavra não está em nós.(1 Jo 1,10)” Por isso pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim como também perdoamos aos que nos têm ofendido.
*** O Concílio lembra que não se faz ecumenismo de qualquer jeito. Ninguém deve inventar o próprio ecumenismo. Não é questão de ceder ou exigir que o outro ceda. É questão de dialogar e perdoar, porque pecados, os há em todas as religiões. Digo a mim mesmo que, ou os papas e o Concílio Vaticano II erraram ao afirmar nossa fé, enquanto admitem valores em comum com outras igrejas e religiões, ou estes irmãos beligerantes e belicosos é que estão os certos. Se o enfrentamento e o confronto é o certo então termos que rasgar os evangelhos. Aqueles quatro livros ensinam fraternidade e diálogo.
Leio o número 99g do Documento de Aparecida:
Muitas vezes não é fácil o diálogo ecumênico com grupos cristãos que atacam a Igreja Católica com insistência.
E diz o número 230
Às vezes esquecemos que unidade é, antes de tudo, um dom do Espírito Santo e oramos pouco pro esta intenção.
Leio que devemos e podemos discordar, e que temos o dever de fazê-lo se assim for preciso. Mas leio, também, que se o católico tem o direito de se defender, não tem nunca o direito de ofender a outra igreja. PADRE ZEZINHO
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