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segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Verdadeira finalidade da Teologia da Libertação (Parte 2)

Algumas ressalvas

Foi inevitável falar um pouco de política, sociologia e filosofia para tentar expor os equívocos do socialismo-comunismo, tão propagado, às vezes de maneira disfarçada, pela Teologia da Libertação. Muitas pessoas que se sentem ligadas de alguma forma à espiritualidade de Teologia da Libertação desconhecem a base marxista que está por trás de tudo. Não se trata aqui de dizer que todas as pessoas ligadas, de uma forma ou de outra, a este tipo de vivência na fé seja necessariamente mal-intencionado, ou ainda um simples militante marxista "infiltrado". É claro também que não se pretende condenar as inúmeras obras caritativas levadas a cabo pelos adeptos da Teologia da Libertação. Muito menos se pretende negar a imensa desigualdade social na América Latina, nem se quer dar a entender que não se devem denunciar as injustiças e os desmandos que prejudicam a condição social de nosso povo. O que acontece, infelizmente, é que muitas pessoas, mesmo inconscientemente, ao passo que realizam coisas muito boas (que devem ser continuadas), servem também como "massa de manobra" nas mãos de quem sabe como e porque se utilizar deste tipo de Teologia para conseguir suas finalidades políticas. De fato nem todos sabem o que jaz por trás da aparência realmente bela da "Libertação" e da "opção preferencial pelos pobres". É preciso levar em consideração o fim último da construção de um tipo de sociedade anticristã, como foi falado pelos documentos da Igreja mostrados acima. O que se sabe, porém, é que há quem entenda toda a opção política que jaz subliminarmente no caso, e quem se utilize disso. Mormente deve-se destacar que os primeiros divulgadores desta Teologia da Libertação deveriam saber muito bem o que estavam fazendo, e muitos grandes "nomes" desta linha hoje sabem muito bem, sim, o que estão fazendo. É disto que trata este artigo, não de condenar a priori a todas as pessoas, instituições e atividades envolvidas.

Muitos podem se perguntar porque pessoas aparentemente tão boas deveriam ser cruelmente taxadas de hereges só porque têm simpatia pela Teologia da Libertação. Existe uma diferença entre quem sabe dos verdadeiros propósitos da "Libertação" e quem não sabe. Quem não sabe não pode ser culpado nem taxado de nada; tem que ser alertado. Alguém pode ser uma pessoa muito boa, muito amável, muito caridosa, mas infelizmente estar enganado quanto aos seus propósitos. Mesmo quem está ligado à Teologia da Libertação por fins maléficos, pode ser uma pessoa boa no convívio particular. Uma coisa é a maneira da pessoa ser (nos contatos mais próximos da vida privada), que pode ser mesmo muito meritória. Outra coisa é a ideologia ou compromisso que assume em sua prática cotidiana e social (para usar um termo marxista: a "práxis"), e que contraria a Doutrina Social da Igreja, portanto indo de encontro ao bem comum. Será que não poderíamos todos aprender bastante com a leitura do Compêndio de Doutrina Social da Igreja (17)?

Teologia da Libertação e Igreja

Dito isto, voltemos agora nosso olhar para a relação entre a Teologia da Libertação e a Igreja Católica.

Algumas pessoas dizem que a Teologia da Libertação é a única coisa que faz sentido na Igreja atual. Quem pensa assim, ou não sabe o que é realmente a Teologia da Libertação, ou não conhece o que é a Igreja do qual faz parte. Se soubesse da verdadeira finalidade da Teologia da Libertação, que é a infiltração marxista na religião, e se soubesse os malefícios que o marxismo trouxe à humanidade, certamente não apoiaria esta Teologia, nem diria que ela é a única coisa que faz sentido na Igreja. E também, se conhecesse o que é a Igreja: Corpo Místico de Cristo, Esposa de Cristo, por Ele instituída para a salvação de toda humanidade e para reunir todos quantos acolhem seu chamado; se prestasse atenção em tudo que a Igreja, por meio de seus membros, já fez e continua fazendo pelos pobres, necessitados, enfermos; se constatasse a multiplicidade de carismas, de missões, dons e apostolados com que o Espírito Santo cumulou a Igreja nestes dois mil anos de evangelização e missão, jamais faria tal afirmação.

Comungar é tornar-se um perigo

O trecho da música colocado no início deste artigo, como já foi falado, resume a visão marxista e da Teologia da Libertação sobre o que seja a participação na Eucaristia: uma antecipação e prefiguração da utópica sociedade marxista, em que "tudo é de todos"; bem como a expressão da luta de classes, na qual a classe oprimida, no caso o "povo que quer ter voz, ter vez, lugar" se revolta e busca sobrepujar a dita "opressão" das "classes dominantes". Por isso comungar, para a Teologia da Libertação, é reunir a classe oprimida e fazer a revolução, a luta de classes. É "tornar-se um perigo" para as "classes dominantes", de tal modo que possam dizer: "viemos pra incomodar" estas classes. Isto representa um reducionismo e uma deturpação típicos do movimento revolucionário.

Reducionismo porque reduz todos os aspectos da Eucaristia a apenas um, a expressão da "partilha do pão", que prefigura a partilha dos bens. Deixa em segundo plano (senão totalmente esquecidos) aspectos mais importantes: a União com Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica - CIC - §790, 1003, 1391); a união dos que crêem (§805, 1396, 1398, 2637); o aumento da graça e crescimento da vida cristã (§1392, 1397, 1644); a fonte de conversão e afastamento dos pecados (§1393-95, 1436, 1846); a participação no sacrifício de Cristo e a união com a liturgia celeste (§1322, 1370).

Deturpação porque até mesmo este único efeito da Eucaristia que realça (a prefiguração da partilha dos bens e o compromisso com os pobres) é utilizada não por causa de seus princípios evangélicos, mas apenas para dar suporte e divulgação à ideologia marxista.

A Teologia da Libertação mais ativa do que nunca

A utilização em larga escala de músicas parecidas com esta, com a mesma temática, mostra como a Teologia da Libertação está longe de estar "morta" ou de fazer parte do passado. Ela não está em declínio após um apogeu nas décadas de 70 e 80 do século passado. Sua influência ainda paira fortemente sobre as músicas, as vestes litúrgicas, os folhetos de subsídio litúrgico, as notas de rodapé da Bíblia (vide a Edição Pastoral da Editora Paulus, em que cada nota de rodapé ao longo de toda a Bíblia leva somente a reflexões marxistas de opressor-oprimido; até mesmo quando Jesus chama para perto de si as crianças, o subtítulo que se dá a este trecho é "Jesus escolhe os pobres"); os sermões e o senso comum, a representação social do que é ser Católico.

Esta influência é tão abrangente, que uma prova da magnitude desta mesma influência é justamente a crença ou a idéia de que ela está "morta". Seguindo os conselhos de Gramsci, o reducionismo e a deturpação que a Teologia da Libertação faz com as verdades da Igreja tornam-se tão comuns e entrelaçadas com o cotidiano que viram uma espécie de imperativo, ou de inexorável vontade de Deus.

Considerações finais

Comungar não é tornar-se um perigo. É fato que faz parte dos preceitos cristãos, do múnus profético, denunciar as injustiças sociais, mas não no sentido da apologia da luta de classes. Inclusive esta mesma luta de classes, no atual cenário marxista, expandiu-se, e engloba não mais somente a dicotomia "rico versus pobre", mas também várias outras, como: "mulheres versus homens" (feminismo); "homossexuais versus heterossexuais" (gayzismo); "filhos versus pais" (conflitos de gerações); "negros versus brancos" (racismo), "sem terra versus latifundiários", e por aí vai. Mas a diminuição das injustiças sociais, que existem de fato, e a denúncia ds injustiças pode passar por outros meios muito mais condizentes com o espírito real do Evangelho do que a luta de classes.Comungar não é tornar-se um perigo. Tomemos cuidado com algumas mensagens "ocultas" presentes em certas músicas, em algumas "orações da assembléia", em homilias etc. Comungar é tornar-se um outro Cristo, é fazer Cristo viver em si (cf. Gal 2,20), o mesmo Cristo que falou: "Meu Reino não é deste mundo" (Jo 18, 36).

"O cristão não pode ser, de forma alguma, insensível à miséria dos povos do Terceiro Mundo. Todavia, para acudir cristãmente a tal situação, não lhe é necessário adotar um sistema de pensamento que é anticristão como a Teologia da Libertação; existe a doutrina social da Igreja, desenvolvida pelos Papas desde Leão XIII até João Paulo II de maneira cada vez mais incisiva e penetrante. Se fosse posta em prática, eliminaria graves males de que sofrem os homens, sem disseminar o ódio e a luta de classes".

(Card. Ratzinger - Eu vos explico a Teologia da Libertação) (18)

Por Daniel Pinheiro



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