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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

São Tomás de Aquino, a Imaculada Conceição e a celeuma protestante

É normal e todos sabem, que um protestante ao ver um escrito de algum católico proeminente e/ou de grande importância para Igreja Católica, falar algo que supostamente vai contra uma doutrina católica, começa a fazer a maior algazarra em cima desta tal negação, para dizer que tal doutrina era desconhecida até então. Isso já está aos montes exposto aqui neste site.
Não é diferente no caso de São Tomás, ao encontrarem uma citação de São Tomás pondo em dúvida a Imaculada conceição de Maria, começam a fazer juízos e o mais jocoso é que utilizam-se desta mesma citação para dizer que a Imaculada conceição nunca foi crida até a idade média. Baseado nisto, analisaremos como uma única citação de São Tomás de Aquino não é o suficiente, nem é prova para dizer que ele negou a Imaculada conceição de Maria.

O Pensamento de São Tomás se divide em 3 estágios:
  1. Fase inicial (antes de 1254 - Comentário sobre Sentenças): São Tomás afirmou a Imaculada Conceição de Maria
  1. Fase intermediária (1254-1272 - Summa Theologiae): São Tomás negou a Imaculada Conceição de Maria
  1. Fase final (após 1272): São Tomás voltou para a sua fé na Imaculada Conceição de Maria
Vamos então analisar os escritos dele:
Na fase inicial 1253-1254, o início de sua carreira teológica: Ele apóia o privilégio, provavelmente por causa da tradição litúrgica que favoreceu isto, assim como por causa de sua admiração piedosa a perfeita santidade da Mãe de Deus. É neste período que ele escreveu:
Ao terceiro, respondo dizendo que se consegue a pureza pelo afastamento do contrário: por isso, pode haver alguma criatura que, entre as realidades criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver nela nenhum contágio do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi imune do pecado original e do atual.” (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3)
Este texto afirma, portanto, que Maria era tanto pura quanto a estava isenta de todo o pecado original e atual.
Na fase intermediária de sua vida, nega a imaculada conceição:
Como se verificou anteriormente, a Beata Virgem Maria tornou-se Mãe de Deus concebendo do Espírito Santo. Para corresponder à dignidade de um Filho tão excelso, convinha que ela também fosse purificada de modo extremo. Por isso, deve-se crer que ela foi imune de toda nódoa de pecado atual, não somente de pecado mortal, bem como de venial, graça jamais concedida a nenhum outro santo abaixo de Cristo... Ela não foi imune apenas de pecado atual, como também, por privilégio especial, foi purificada do pecado original. Convinha, contudo relembrar que o op é pandula, ser ela concebida com pecado original, porque foi concebida de união de dois sexos." (CTh. c. 224)
Contudo na Fase final de sua vida e escritos por volta de 1273 reafirma a sua crença na imaculada conceição de Maria, no texto Expositio super Salutatione angelicae, quando já tinha mais ou menos 48 anos de idade:
“Ipsa enim purissima fuit et quantum ad culpam, quia ipsa virgo nec originale, nec mortale nec veniale peccatum incurrit”.
“Ela é, pois, puríssima também quanto à culpa, pois nunca incorreu em nenhum pecado, nem original, nem mortal ou venial”
Fica claro que a negação no meio de sua vida da Imaculada conceição de Maria veio por certos motivos teológicos, que podem ser explicados a medida que formos lendo a Suma teológica. Porém é certo que ele morreu crendo na Imaculada conceição da virgem Maria, o que é atestado em seus escritos mais tardios, o que derruba toda a teoria protestante de que um doutor católico tenha negado um dogma católico.

PARA CITAR

RODRIGUES, Rafael; Apologistas Católicos:São Tomás de Aquino, a Imaculada Conceição e a celeuma protestante. Disponível em: <> Desde 24/02/2013.

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