Tem que
lavar a boca antes de falar do Papa
Na visita
que o papa Francisco fez ao Brasil, em momento algum teceu qualquer tipo de
crítica a qualquer segmento religioso. Muito pelo contrário. Pregou a liberdade
de cada um seguir a doutrina que melhor lhe convier, desde que não se desvie dos
desígnios de Deus.
Por isso,
ver o pastor pentecostal Silas Malafaia, por quem eu tinha um respeito muito
grande, acusar o Papa Francisco de falso por falar de pobreza e que o Vaticano é
a maior reserva de ouro do mundo é, no mínimo, uma imbecilidade. Com
inteligência que tem Malafaia deveria saber que o Vaticano é um patrimônio da
humanidade. Ninguém pode vender nada do Vaticano. Os bens desta “reserva de
ouro” nenhum bispo ou cardeal pode dispor.
Mas, pior
mesmo foi ver o bilionário pecuarista e semi-analfabeto “apóstolo” Valdemiro
Santiago (aquele mesmo!) subestimando a autoridade e a liderança do papa. Chegou
ao cúmulo de declarar que enquanto o papa esteve no Brasil, nenhum milagre foi
mostrado, ao passo que na igreja que administra dezenas de milagres acontecem
todos os dias e que o papa pratica a idolatria.
Já estou com
o saco cheio de ouvir que o católico é adepto a idolatria. De verdade! Como se
fosse crime uma pessoa ter em sua casa ou no seu escritório a imagem de um santo
ou um crucifixo. Isso não significa adorar a imagem. E mesmo que isso fosse
verdade, ninguém tem nada a ver com isso, cada qual deve olhar para seu próprio
umbigo. Livre arbítrio!
Errado é
vender toalhinhas milagrosas; é contratar “artistas” para encenar milagres e
enganar incautos; é fazer carnê para pagamento mensal de diferentes valores; é
criar o trízimo; é vender, indiscriminadamente, perfume (ungüento), vaso,
martelinho, arruda, chave, óleo santo, tijolinho, ampulheta, coluna, como se
fossem objetos “poderosos e milagreiros”. Isso sem falar, do uso do horário
nobre de televisão, pago com o dinheiro do dízimo para se auto-promoverem com
vendas de livros, DVDs, CDs, bíblias e viagens.
Por isso,
tem “santo” por aí que deve lavar a boca antes de falar do papa. Não é preciso
gostar ou acreditar, mas tem que respeitar. Para ser papa, Francisco foi
seminarista, padre, cônego, bispo e cardeal. Anos e anos de estudos. E eu,
pessoalmente, não conheço nenhum padre, bispo ou cardeal bilionário, comprando
gigantescas fazendas e imóveis em áreas nobres das grandes capitais, morando em
suntuosas mansões e apartamentos com carros importados na garagem ou viajando em
helicópteros e aviões particulares.
Não são
todos, evidentemente, mas alguns líderes fizeram de igrejas negócios altamente
lucrativos, chamados de “indústria da fé”, que os transformam em bilionários,
praticando a doutrina da “teologia da prosperidade”. Mas isso é problema de quem
acredita e investe neles, na esperança da mudança de vida. Livre arbítrio, como
eu já disse. Cada um tem o direito de acreditar no que considera melhor para
si.
O que não é
correto é ter que aturar os malafaias e os santiagos da vida, carunchos do mesmo
milho, criticar ou menosprezar a liderança do papa. Isso é falta de respeito! É
inaceitável! O engraçado é que esses “milagreiros”, que se gabam de curar desde
unha encravada até câncer ou aids, têm que ir ao médico para fazer uma simples
cirurgia no joelho. Me erra!
Fonte Eletrônica;
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