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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PAPADO - Resposta a um protestante

1. Esta pedra em Mt 16 não é Pedro.O original grego do nome Pedro é Petrus, que significa “pedrinha, pedregulho”.
O grego tem estrutura de linguagem totalmente diferente do português.

O português possui dois gêneros (masculino e feminino); o grego possui quatro gêneros (masculino, feminino, neutro e dual).

O português não possui declinações, o grego possui declinações e casos, denominados: nominativo, genitivo, dativo... - (Vou explicar, para que você entenda: Os casos são as várias formas que a palavra assume, de acordo com sua função sintática na frase, isto é, sujeito, objeto direto, indireto... ).

Assim temos várias formas da mesma palavra Jesus: ιησους - ιησουν - ιησου (Iessous - Iessoun - Iesson )... ; análogas ao latim: Iesu - Iesus - Iesum). Ficou claro?

- Vamos agora ao famigerado argumento acima, já tantas vezes debelado, e vocês ainda continuam repetindo-o:

Conforme exposto acima, de acordo com o 'caso', pedra em grego assume várias formas: πετρος(petros), πετρα(petra). Estas variações registradas em Mt 16,18, derivam, pois, de sua função sintática: Petros é do caso 'nominativo'; e petra é do 'dativo'. Mas a mesma palavra: pedra.

Mas a falsidade deste argumento pode ser demonstrada, de maneira mais fácil e irrefutável, comparando com outros textos, veja:

- A língua falada por Jesus não era o grego, e sim aramaico. Percorrendo o Novo Testamento, você encontrará diversas passagens, chamando Pedro de Cefas. E Cefas (ou Kefas) não é grego, mas aramaico. Sabemos que o Evangelho, segundo São Mateus, foi escrito em aramaico, só depois traduzido para o grego.

Mas Pedro é chamado de CEFAS, em muitas outras passagens: Jo 1,42; 1Cor 1,12; 3,22; 9,5; 15,5; Gl 1,18; 2,9; 2,11; 2,14. o que não deixa dúvida de que Pedro é Cefas (Cefas = pedra, no aramaico).

- Agora não precisa dizer mais nada: Cefas ou Kefas é pedra, quer queiram, quer não.

Mas ainda tem mais:

Veja algumas interpretações dos cristãos dos primeiros séculos da Igreja, e depois responda, se todos estavam errados e só Lutero 'o iluminado' "re-inventou a roda":

«Tatiano, o Sírio: "Simão Cephas respondeu e disse, 'tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo. Jesus respondeu dizendo-lhe: 'Bendito és, Simão, filho de Jonas: não foram a carne nem o sangue quem te revelaram, mas o meu Pai que está no céu, E eu também te digo que és Cephas, e sobre esta rocha eu construirei a Minha Igreja; e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela". (Diatsseron 23, 170 d. C)»;

« Vejamos, agora, um trecho de Tertuliano: "Teria algo sido retido ao conhecimento de Pedro, a quem se chamou 'a rocha sobre a qual a Igreja seria construída', com o poder de 'desligar e ligar no céu e na terra'?" (Demurrer Against the Heretics 22, 200 d. C).»(Idem);

São Cipriano Bispo de Cartago: (Mártir em +258) diz: "Cristo edifica a Igreja sobre Pedro. Encarrega-o de apascentar-lhe as ovelhas. A Pedro é entregue o primado para que seja uma Igreja e uma cátedra de Cristo. Quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual foi fundada a Igreja, não pode pensar em pertencer à Igreja de Cristo" (De un. Eccl. cap. IV).

2. Jesus, a pedra: Mt 21:42-44; At 4:11...

- Jesus é a Pedra Fundamental, todos nós estamos de acordo. O que não impede que Ele coloque Pedro como fundamento de SUA IGREJA. Negar o que está tão claro na Palavra de Deus(Jo 1,42; 1Cor 1,12; 3,22; 9,5; 15,5; Gl 1,18; 2,9; 2,11; 2,14), é não ser cristão.

Em 1Cor 1,12, por exemplo, Paulo cita distintamente Cefas e Cristo, o que impede que sejam a mesma pessoa. Só cego não enxerga.

3. Até o séc V não havia papado

– No Evangelho, Pedro aparece como aquele a quem Jesus confia as chaves do reino dos céus (cf. Mt 16,17-19) e entrega o pastoreio das suas ovelhas (cf. Lc 22,31 s; Jo 21,15-17).

O próprio Pedro declara o seu primado: “Pedro levantou-se e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós...”(At 15,7).

O título de papa é dado ao Bispo de Roma já por Tertuliano (+220 aprox.) no seu livro De pudicitia XIII 7, onde se lê: "Benedictus papa".

S. Irineu de Lião (+202) dá a lista dos primeiros papas: "Depois de ter assim fundado e edificado a Igreja, os bem-aventurados Apóstolos transmitiram a Lino o cargo do episcopado... Anacleto lhe sucede. Depois, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, é a Clemente que cabe o episcopado... A Clemente sucedem Evaristo, Alexandre; em seguida, em sexto lugar a partir dos Apóstolos, é instituído Sixto, depois Telésforo, também glorioso por seu martírio; depois Higino, Pio, Aniceto, Sotero, sucessor de Aniceto; e, agora, Eleutério detém o episcopado em décimo segundo lugar a partir dos Apóstolos" (Contra as Heresias III,2,1s).
"No décimo ano do império de Cômodo, Vítor sucedeu a Eleutério, que havia exercido o episcopado durante treze anos.(...)" (Euzébio de Cesaréia, séc. IV, História Eclesiástica 5,22).

"Se a sucessão dos bispos for levada em conta, quanto mais certa e benéfica a Igreja que nós reconhecemos chegar até o próprio Pedro, aquele que portou a figura da Igreja inteira, a quem o Senhor disse: 'Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela'. O sucessor de Pedro foi Lino, e seus sucessores em ordem de sucessão ininterrupta foram estes: Clemente, Anacleto, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Aniceto, Pio, Sótero, Eleutério, Victor, Zeferino, Calisto, Urbano, Ponciano, Antero, Fabiano, Cornélio, Lúcio, Estêvão, Sisto, Dionísio, Félix, Eutiquiano, Caio, Marcelino, Marcelo, Eusébio, Miltíades, Silvestre, Marcos, Júlio, Libério, Dâmaso e Sirício, cujo sucessor é o presente bispo Anastácio. Nesta ordem de sucessão, nenhum bispo donatista é encontrado" (Santo Agostinho, Ep. 53,2).
Infalibilidade
4. Todos os homens são pecadores (Rm 2.10.23). Logo o papa também.

- Confunde infalibilidade com impecabilidade. Pedro pecou gravemente traindo Jesus. Contudo a autoridade que Jesus lhe dera em Mt 16,17-19 foi confirmada por Jesus após sua ressurreição em Jo 21,15-17.

Em Lc 22,32 - Jesus manda Pedro "confirmar" seu irmãos.

Jesus começa interpelando a Pedro solenemente e individualmente "Simão, Simão" (vers 31) e acrescenta "eu orei por ti" (vers. 32). Jesus nunca orou individualmente por nenhum outro discípulo, daí o destaque a Pedro. Claro que a missão de apascentar dada a Pedro em primeiro lugar é também em jurisdição menor aos demais bispos e aos sacerdotes, que são representantes autorizados (ordenados) pelo Bispo.

Assim Pedro confirmava a 'todas' as igrejas, enquanto Paulo, somente àquelas fundadas por ele (na Ásia Menor), como também João confirmava aquelas que estavam sob sua jurisdição (veja as sete igrejas do Apocalipse). Assim fazem os Bispos hoje, cada um na sua jurisdição (diocese), mas estão sujeitos à orientação do Papa, o Bispo de Roma.

Quando Paulo teve dificuldade doutrinária, recorreu aos apóstolos (At 15 - o primeiro Concílio da Igreja - Igreja visível e hierárquica, pois a igreja invisível dos protestantes não pode se reunir para resolver nada!)

Pedro assume a autoridade que Jesus lhe conferiu diante de todos: "Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós..." (At 15, 7).

Aí está mais uma prova, entre muitas, que Pedro foi escolhido por Deus, dentre os apóstolos. Lá estavam os "os apóstolos e os anciãos", (versículo 6, imediatamente anterior).
Em Jo 21, 15-17, Jesus confirma a Pedro sua missão de apascentar o rebanho.

Este texto é de máxima importância devido à ênfase que Jesus lhe dá:

Jesus pergunta a Pedro três vezes e por três vezes confirma sua autoridade sobre o rebanho. É preciso muita má fé, para negar três vezes a palavra do Senhor Jesus... Mais 50 provas do Primado de Pedro: 
5. Não há nenhum relato bíblico ou histórico mencionando que Pedro tenha sequer conhecido Roma"

- A Bíblia não foi escrita para contar a história de Pedro. Aliás não contou nem mesmo tudo que Jesus fez e ensinou, como nos atesta o Apóstolo João. Leia Jo 21,25.

Mas as provas de Pedro em Roma são abundantes:
- No século II Santo Irineu de Lyon(130-202 aprox.) escreve na sua grande obra: Contra as heresias: "Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e fundavam a Igreja" (L.3, C.1, n.1, v.4)

a) S. Jerônimo ainda diz: "Simão Pedro foi a Roma e aí ocupou a cátedra sacerdotal durante 25 anos" (De Viris III. 1,1)

b) Sulpício Severo(363-420), falando do tempo de Nero, diz: "Neste tempo, Pedro exercia em Roma a função de Bispo" (His. Sacr, n. 28)

c) "Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente" (Dionísio de Corinto, ano 170, extrato de uma de suas cartas aos Romanos conforme fragmento conservado na "História Eclesiástica" de Eusébio, II,25,8).

d) "Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de São Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à via Óstia e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro" (Gaio, ano 199)

e) "Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo" (Orígenes, +253, conforme fragmento conservado na "História Eclesiástica" de Eusébio, III,1).

f) E as escavações dos anos 50/60 do séc. XX, encontraram o túmulo de Pedro sob a Basílica do Vaticano. Lá estava a inscrição: "Petrus Eni" (Pedro está aqui). Aprofundar (http://www.petruseni.com.br/historia.php )

6. "Para Pedro ser papa, ele não poderia ser casado": Mateus 8,14.

- O celibato sacerdotal nunca foi dogma da Igreja. É uma exigência pastoral, em vista da praticidade e em vista da palavra de Jesus "há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus"(Mt 19,12).

Além disso, a afirmação de que Pedro era casado, baseando-se na Bíblia, é totalmente sem fundamento, pois em nenhum lugar aparece a 'mulher de Pedro'. Pedro provavelmente era viúvo e também hoje a Igreja ordena sacerdotes, os homens que ficaram viúvos. Embora a Igreja possa dispensar o celibato, se assim o desejar, pois não é exigência evangélica.
 
FONTE:

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