O Protestante acredita estar em solo firme, pois diz que acredita e aceita a Bíblia e somente a Bíblia, como única regra da Fé.
Esta é a doutrina central Protestante da Sola Scriptura – a Bíblia sozinha é a única regra de Fé. É a Bíblia e somente a Bíblia que é o Pilar e Suporte da verdade.
Portanto a primeira pergunta a fazer é: quão estável é este suporte Protestante? O Protestante está realmente em terra firme quando diz que a Bíblia sozinha é a única regra de Fé?
Há um conhecido convertido ao Catolicismo nos Estados Unidos chamado Scott Hahn – um ministro Protestante que tornou-se Católico. Parte de sua história de conversão nos dá boas respostas a esta questão (Eu pessoalmente gostaria que o Dr.Hahn tivesse se tornado um pouco mais tradicional após sua conversão, mas isso não diminui a força da história)
Dr. Hahn foi ministro Presbiteriano, que, em seus dias de seminarista, era veementemente anti-Católico. Subsequentemente, como ministro, fez um tremendo estudo das Escrituras, pois queria que seus sermões fossem impregnados das Escrituras.
Mas, quanto mais ele estudava as Escrituras, mais ele percebia que as verdades nas quais os Católicos acreditavam, particularmente manifestadas nos ensinamentos dos antigos Pais da Igreja – São Jerônimo, São Basílio, Santo Agostinho - eram firmemente enraizadas nas Sagradas Escrituras. Esses Pais da Igreja eram Católicos. Cada um deles celebrava o Santo Sacrifício da Missa!
Não vou contar toda sua história, mas quero ressaltar um evento crucial que foi decisivo para sua conversão. Foi algo que ocorreu enquanto ele lecionava.
Lá estava ele, um Ministro Presbiteriano – um Professor Presbiteriano – ensinando a jovens adultos.
E um dos mais inteligentes alunos da classe perguntou, “Dr. Hahn, o senhor sabe a maneira como nós Presbiterianos acreditamos que somente a Bíblia é a única regra da fé Cristã, e nós seguimos a Bíblia e somente a Bíblia – e não a Bíblia e a Tradição?”
Hahn disse “sim”
O aluno disse, “Bem, e em que lugar da Bíblia isso é dito?”
Hahn respondeu, “Que pergunta mais estúpida!”
Assim que falou isso Hahn disse a si mesmo, “Você nunca falou assim com um aluno antes. Você nunca respondeu a um aluno insultando-o.”
Mas a razão pela qual Hahn respondeu daquela maneira foi porque ele sabia que não tinha uma resposta.
Hahn disse, “Bem, em Timóteo 2o., 3:16″
Mas o estudante retrucou, “Não, Timóteo 2º., 3:16 diz ‘Toda Escritura, inspirada por Deus, deve ser aproveitada para ensinar, para reprovar, para corrigir, em instrução, em justiça’. Diz que as Escrituras são úteis! Não diz que só devamos acreditar na Bíblia!”
Então Hahn disse, “Bem, veja o que Nosso Senhor diz sobre a Tradição em Mateus 15″.
Mais uma vez o aluno respondeu, “Bem, nada! Nosso Senhor não estava condenando toda Tradição, mas Ele estava condenando a tradição corrupta dos Fariseus”.
Então, após mais algumas tentativas frustradas de citar as Escrituras, Hahn anunciou que a aula chegara ao final e que poderiam continuar na próxima semana.
Agora, Dr. Hahn percebeu que não havia respondido à pergunta do aluno. E o aluno sabia que sua pergunta não tinha sido respondida.
Hahn foi para casa suando frio aquela noite e pensava, “Qual é a resposta para aquela pergunta?”
Ao chegar em casa telefonou para aqueles que considerava serem os maiores estudiosos Protestantes das escrituras nos Estados Unidos. E perguntou-lhes: “Pode ser que eu tenha dormido durante esta parte do meu treinamento no seminário, mas: vocês sabem a maneira como nós Protestantes acreditamos somente na Bíblia, e não nas Escrituras e Tradições – Onde na Bíblia isso é citado?”
E cada um desses estudiosos Protestantes disse: “Que pergunta mais estúpida!”
Então cada um desses professores invocou os mesmos versículos que Hahn tinha invocado: “Bem, há Timóteo 2º., 3:16″ Ao que Hahn respondia como seu aluno, “Não esse versículo só diz que as Escrituras são úteis, e não que sejam a única regra de Fé”.
Cada um dos professores também disse, “Ora, existem as palavras de Nosso Senhor em Mateus 15″.
E Hahn retorquiu, “Não, Nosso Senhor não estava condenando toda a tradição, mas somente a tradição corrupta dos Fariseus.” E disse mais, “São Paulo nos instruiu em Tessalonicences 2º., 2:14 para resistirmos e “mantermos as tradições que aprendemos, seja por palavras, ou por nossas epístolas” (Thes. 2, 2:14).
E esses grandes sábios, esses mais eminentes teólogos Protestantes ficaram sem resposta.
Foi aí que Scott Hahn percebeu que o princípio central, fundamental do Protestantismo – somente a Bíblia – não é Bíblico!
Esta é uma tremenda contradição, e uma das razões pelas quais nunca poderia ser um Protestante. O Protestantismo alega que a base de seu sistema de crença é somente a Bíblia, mas o princípio de “Somente a Bíblia” é um princípio não bíblico; é um princípio que não é encontrado em nenhum lugar da Bíblia.
SEM BASE NA HISTÓRIA
Em segundo lugar, o princípio de que “somente a Bíblia como única regra de Fé”, não pode ser um verdadeiro princípio do Cristianismo pois não tem base na história do Cristianismo. Como os primeiros cristãos aprenderam sua Fé?
Como a Fé era comunicada a eles?
Como foi que Nosso Senhor pediu aos Apóstolos para comunicarem a Fé, as verdades que devem ser acreditadas para a salvação?
Ele ordenou: “vão em frente e ensinem todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Ele disse a Pedro, “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mat. 16:18). E São Paulo ensinou claramente que é a Igreja que é o pilar e o mastro principal da verdade (Tim. 1, 3:16).
Nosso Senhor deu a Pedro a autoridade, e incumbiu os Apóstolos a pregar em Seu nome. “Como meu Pai me enviou eu também vos envio”. (João 20:21).
Nosso Senhor não escreveu livros. Tampouco disse aos seus Apóstolos: “Sentem-se e escrevam Bíblias e as espalhem sobre a terra, e que cada homem leia sua bíblia e julgue por si mesmo”, o que é a essência do Protestantismo – cada indivíduo lê a Bíblia e decide para si quais são as verdades do Cristianismo. Não! Como disse, Nosso Senhor fundou uma Igreja para pregar em Seu Nome: “Aquele que os escutam, é a Mim que está escutando, aquele que os rejeitam é a Mim que rejeitam” (Lucas 10:16). “E aquele que não ouvir a Igreja, seja considerado pagão e pecador público”. (Mat: 18:17)
A Igreja e a Fé existiam antes do Novo Testamento. Somente cinco dos doze Apóstolos escreveu algo! A Igreja estava ensinando, administrando sacramentos, os Apóstolos estavam perdoando pecados, a Igreja fazia mártires de sete a dez anos antes que uma só letra fosse escrita num pergaminho.
A Igreja estava espalhada por todo o Império Romano antes que uma só palavra do Novo Testamento fosse escrita. Tínhamos santos e mártires Católicos antes de termos Evangelhos e Epístolas.
O primeiro Evangelho foi escrito por São Mateus, cerca de sete anos após Nosso Senhor ter deixado este mundo. O próximo foi o Evangelho de Marcos, escrito 10 anos após Cristo ter subido aos céus. O Evangelho de São Lucas foi escrito 25 anos após a Ascenção de Nosso Senhor, e o Evangelho de João foi escrito 63 anos após Nosso Senhor ter deixado esta terra. O Apocalipse foi escrito 65 anos após a Ascenção de Nosso Senhor. E tudo isso foi escrito, como reitera o Papa Leão XIII, sob a Divina Inspiração.
Sendo assim, como é que os primeiros Cristãos se tornaram Cristãos e salvaram suas almas? Lendo a Bíblia? Não, pois não havia o Novo Testamento.
Vimos que o Novo Testamento nem havia sido terminado 65 anos após Nosso Senhor Ascender ao Céu.
Mas isto não é tudo.
Por mais de trezentos anos, a Igreja não tinha todos os livros da Bíblia compilados em um só livro.
E isto nos leva diretamente à questão da Autoridade.
Pois se você me der um livro – chamado A Bíblia. E você me disser que tudo naquele livro é a infalível palavra de Deus, a primeira coisa que vou perguntar é, “Quem disse isso?”
“Quem disse isso?”
Os livros não se escrevem sozinhos. Livros de múltiplos autores não se compilam sozinhos em um grande livro, e depois se auto-proclamam terem sido escritos pela palavra de Deus.
Não! Alguém, ou algum núcleo social, a quem Deus outorgou a autoridade de ensinar; de ensinar em Seu Nome; de ensinar infalivelmente, que pode me dizer isso. Somente uma autoridade como essa pode me dizer que esse livro é a palavra infalível de Deus.
E foi a Igreja Católica, no Concílio de Cartago em 397 DC, através da orientação do Espírito Santo, que determinou de uma vez por todas, qual era o Cânone do Novo Testamento; que decidiu que livros foram divinamente inspirados e quais não foram.
Vocês se lembram que existiam vários outros “Evangelhos” e “Epístolas” em circulação; alguns escritos por homens bons e santos, mas que não foram palavras inspiradas por Deus (por exemplo, as Epístolas de São Clemente). Outros foram simples fabricações; como os chamados Evangelho de Pilatos ou o Evangelho de Nicodemos.
E foi a Igreja Católica que decidiu quais livros foram inspirados divinamente e quais não foram. Foi a Igreja Católica que juntou o Novo Testamento, agregou-o ao Velho Testamento, e entregou a Bíblia ao mundo. Foi a Igreja Católica que produziu a Bíblia, não foi a Bíblia que produziu a Igreja.
Portanto, como disse, o princípio Protestante de “Somente a Bíblia” não tem base na história. A religião Católica é a única religião que pode responder à pergunta “Quem disse isso?” – ou seja “quem disse que a Bíblia é a palavra escrita de Deus?”
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