Os estudos mais exigentes sobre o Santo Sudário de Turim não têm respiro. Técnicas das mais avançadas aplicam-se continuadamente sobre ele ou sobre suas amostras
E quanto mais sofisticadas, tanto mais surpreendentes são os resultados.
É o caso dos estudos concluídos pelo ENEA italiano, Agência Nacional para as Novas Tecnologias, a Energia e o Desenvolvimento Econômico sustentável, noticiados pelo blog “The Vatican Insider” do jornal “La Stampa” de Turim
O ENEA publicou um relatório com os resultados de cinco anos de experimentos. Estes aconteceram no centro do instituto em Frascati.
O objetivo foi analisar os “tingimentos semelhantes aos do Sudário em tecidos de linho por meio de radiação no extremo ultrarroxo”.
Em termos mais simples, procurou-se entender como é que ficou impressa a imagem de Cristo no pano de linho do Sudário de Turim.
Quer dizer, “identificar os processos físicos e químicos que podem gerar uma coloração semelhante à da imagem do Sudário”.
Os responsáveis do trabalho foram os cientistas Paolo Di Lazzaro, Daniele Murra, Antonino Santoni, Enrico Nichelatti e Giuseppe Baldacchini. Eles tomaram como ponto de partida o único exame interdisciplinar completo realizado pela equipe de 31 cientistas americanos do STURP (Shroud of Turin Reasearch Project) em 1978, um dos mais importantes e respeitados jamais feitos.
O relatório do ENEA desmente com muita superioridade e clareza a hipótese desprestigiada de que o Sudário seja produto de um falsário medieval.
E chega a taxativa conclusão: “A dupla imagem (frontal e dorsal) de um homem flagelado e crucificado, visível com dificuldade no lençol de linho do Sudário, apresenta numerosas caraterísticas físicas e químicas de tal maneira peculiares que tornam impossível no dia de hoje obter em laboratório uma coloração idêntica em todos os seus matizes, como foi mostrado em numerosos artigos citados na bibliografia. Esta incapacidade de reproduzir (e portanto de falsificar) a imagem do Sudário impede formular uma hipótese digna de crédito a respeito do mecanismo de formação da imagem”.
Resumindo com nossas palavras:
1) É impossível, mesmo em laboratório, produzir uma imagem como a do Santo Sudário.
2) Não somente é impossível copiá-lo, mas não dá para saber como é que foi feito.
Os 31 cientistas do STURP não tinham achado em 1978 quantidades significativas de pigmentos (corantes, tintas), e nem mesmo marcas de algum desenho.
Por isso concluíram que não foi pintada, nem impressa, nem obtida por aquecimento. Além do mais, a coloração da parte mais externa e superficial das fibras que constituem os fios do tecido é irreproduzível.
As medidas mais recentes apontam que a parte colorida mede um quinto de milésimo de milímetro.
O STURP também verificou que o sangue é humano, mas que debaixo das marcas de sangue não há imagem;
– que a difusão da cor contém informações tridimensionais do corpo;
– que as fibras coloridas são mais frágeis que aquelas não coloridas;
– que o tingimento superficial das fibras da imagem deriva de um processo desconhecido que provocou a oxidação, desidratação e conjugação da estrutura da celulose do linho.
Ninguém jamais conseguiu reproduzir simultaneamente todas as características microscópicas e macroscópicas da relíquia.
“Neste sentido, diz o relatório do ENEA, a origem da imagem ainda é desconhecida. A ‘pregunta das perguntas’ continua de pé: como é que foi gerada a imagem corpórea do Sudário?”.
Um dos aspectos que intrigou os cientistas italianos é que há “uma relação exata entre a difusão dos matizes da imagem e a distância que vai do corpo ao pano”.
Acresce que a imagem foi gerada até em partes em que o corpo não esteve em contato com o pano. Por exemplo, na parte de cima e de baixo das mãos ou em volta da ponta do nariz.
“Em consequência, podemos deduzir que a imagem não se formou pelo contato do linho com o corpo”.
Outra consequência dessas sábias minucias é que as manchas de sangue passaram ao pano antes mesmo que se formasse a imagem.
Portanto, a imagem se formou em algum momento posterior à deposição do cadáver no túmulo.
Mais ainda, todas as manchas de sangue têm contornos bem definidos, pelo que se pode supor que o cadáver não foi carregado com o lençol.
“Faltam sinais de putrefação que correspondam aos orifícios das feridas, sinais esses que se manifestam por volta de 40 horas após a morte. Por conseguinte, a imagem não depende dos gases da putrefação e o cadáver não ficou dentro do Sudário durante mais de dois dias”.
Uma das hipóteses mais aceitas para tentar explicar a imagem era a de uma forma de energia eletromagnética que pudesse produzir as características do Sudário: a superficialidade da coloração, a difusão das cores, a imagem das partes do corpo que não estiveram em contato com o pano e a ausência de pigmentos.
Por isso, foram feitos testes que tentaram reproduzir o rosto do Homem do Sudário por meio de radiação. Utilizaram um laser CO2 e obtiveram uma imagem num tecido de linho passável em nível macroscópico.
Porém, o teste fracassou quando analisado no microscópio.
A coloração era profunda demais e muitos fios estavam carbonizados. Todas essas características são incompatíveis com a imagem de Turim.
Os cientistas do ENEA aplicaram ainda uma radiação brevíssima e intensa de VUV direcional e puderam reproduzir muitas das características do Sudário.
Porém eles constataram que “a potencia total da radiação VUV requerida para corar instantaneamente a superfície de um lençol de linho correspondente a um corpo humano de estatura média [deveria ser] de 34 bilhões de Watt, fato que torna até hoje impraticável a reprodução de toda imagem do Sudário”, uma vez que até agora não foi construído um equipamento de tal maneira potente.
E concluem: “Estamos compondo as peças de um puzzle científico fascinante e complexo”.
O enigma da origem do Santo Sudário continua ainda para a ciência como “uma provocação à inteligência”.
E, para as almas de Fé, um poderoso estímulo à adoração entusiasmada e racional, bem como uma confiança sem limites em Deus Nosso Senhor.
Fonte:Ciência confirma a Igreja
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