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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O PAPEL DA IGREJA NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL – Parte III

ARQUITETURAPaul Johnson (2003), historiador da arte: “As catedrais medievais da Europa são as obras de arte mais talentosas da humanidade em todo o teatro das artes”. (“A New History”, NY: Harper Collins, 2003, p. 153).Foi a estrutura mental dos escolásticos, como S. Tomás de Aquino, que fez surgir a catedral gótica. A beleza, harmonia e majestade desta obra espelhavam o pensamento escolástico da época onde cada questão fazia parte de um edifício do pensamento.Grandes Catedrais: Reims, Bolonha, Córdoba, Florença, Gênova, Milão, Paris, Monreale, Nápoles, Roma, Sevilha, Amiens, Beauvais, Chartres, Notre Dame, Rouen, Veneza, Viena, Verona, S.Paulo, etc.Raul Glaber, monge cronista do ano mil disse que “o branco manto das igrejas” cobria o mundo.As abóbadas atingem alturas cada vez maiores: 32 metros em Paris, 37 em Chartres , 42 em Amiens, 48 em Beauvais! A abóbada melhorava a acústica das catedrais. No período que vai de 1170 a 1270 construíram-se na França mais de 500 grandes igrejas góticas. (Fremantle, 1970, pg. 127; Duby, 1979, pgs 121, 281; Perroy, 1957, 166-167) .Os campanários góticos, atingiam alturas incríveis: 82 m em Reims, 123 em Chartres, 142 em Estrasburgo e 160m em Ulm.Mais do que a catedral românica, a gótica é mais humana em suas portas, galerias, balaustradas, degraus, etc.As mais importantes são a de Niyon (1151-1220), Lion (1160-1207), Notre Dame de Paris (1163-1260), Chartres (1194-1260), Reims (1214-1300), Amiens (1120-1270) que atinge o ponto mais alto; a abóbada está a 42 m do chão. A luz entra jorrando.ESCULTURAA escultura gótica é a única na Europa que pode competir com a grega da grande época; e “nunca mais voltará a este nível. A Cristandade do século XIII deu ao Ocidente inúmeros Fídias”, disse Daniel Rops (v. III, pág. 418).Sínodo em Arras (1025) aconselha que nas paredes dos santuários se representassem cenas e ensinamentos da Bíblia, porque “isso permitirá aos iletrados conhecerem aquilo que os livros não podem lhes ensinar”. S. Gregório VI, no séc. VI, já havia dito a mesma coisa. Victor Hugo comparou a catedral a “um grande livro de pedra”.Apreciando um pôr-do-sol através dos vitrais da catedral de Chartres podemos notar como a técnica estava a serviço da fé.Um vitral não é uma pintura sobre o vidro, mas uma pintura feita com vidros; um conjunto de peças de vidro colorido na massa e fixado por uma rede de chumbo.Era uma tarefa difícil fundir o vidro, tingi-lo, estendê-lo, cortá-lo em seguida a ferro quente (não se conhecia ainda o diamante), depois montá-lo. Tinham os seus métodos, tradições e segredos desconhecidos até hoje.MÚSICAA música completava o belo quadro de beleza e harmonia da catedral; especialmente o “canto gregoriano”, estabelecido no séc. VII por S. Gregório Magno.Mozart disse: “daria toda a minha obra para ter escrito o “Prefácio” da missa gregoriana”. Foi a maior homenagem que o canto gregoriano, o “cantochão”, recebeu. (DR., vol III, pág. 429)PINTURAGrandes artistas - Giotto (1266-1337). Este gênio da pintura ligou a alma de S. Francisco de Assis com a técnica romano-bizantina.Algumas de suas obras: o Crucifixo de Pádua e de Santa Maria em Florença, a Madona dos Ofícios, a Virgem de Berlim, a vida de Cristo e da Virgem Maria da capela de Arena em Pádua. Em Assis, o “Milagre da fonte e a Presença dos Pássaros”, “Ressurreição de Lázaro”, “Beijo de Judas”.Foram seus filhos distantes: o Fra Angélico, os Signorelli, Michel Ângelo e muitos outros.A MORALO padrão moral do ocidente foi moldado pela Igreja, baseado na sacralidade e na dignidade da vida humana, “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1, 26).A Igreja sempre insistiu no valor único e irrepetível de cada pessoa. O pobre, o fraco ou doente eram tratados com desprezo pelos não cristãos e muitas vezes abandonados. Isto é que fez a caridade católica tão importante e algo novo no mundo.A Igreja Católica aboliu a prática do infanticídio que era moralmente aceita pelos antigos gregos e romanos.Platão disse, por exemplo, que um velho pobre e doente que não pudesse trabalhar, poderia ser abandonado a morrer. Le Goff afirma que Sêneca escreveu: “Nós afogamos as crianças que nascem doentes e anormais”.A Igreja aboliu as lutas dos gladiadores até a morte, como entretenimento das pessoas.Jerome Carcopio, em sua obra disse que: “os açougueiros da arena foram parados ao comando dos imperadores cristãos”. (“Daily Life in Ancient Rome” - A Vida Diária na Roma Antiga),)Os historiadores consideram que esta grande reforma na moral da humanidade, foi devido exclusivamente à Igreja Católica. A Igreja lutou contra a prática do duelo. O Concílio de Trento (1545-1563) expulsava-os da Igreja, proibindo-lhes receber os sacramentos e ter um funeral cristão.O Papa Bento XIV (1730-1740) ratificou essas penas no século XVIII e o Papa Pio IX (1846-1878) estendeu essas penas até às testemunhas dos duelos.Leão XIII (1878-1903) na “Pastoralis Officii”, de 1891, reafirmou a oposição da Igreja aos duelos no tempo em que as leis seculares ainda não os proibiam (2,4).A MULHERA moral sexual tinha se degradado no tempo dos romanos. Ovídio relata que as práticas sexuais tinham se tornado perversas e sadistas. O mesmo disse Suetônio. César Augusto tentou barrar, por lei, este tipo de imoralidade, mas Tacitus mostra que nada adiantou.A Igreja sempre ensinou que a vida sexual só deve acontecer entre marido e esposa. A dignidade do casamento foi restaurado pelos cristãos.O filósofo Robert Phillips, mostra que só pelo catolicismo foi possível existir as comunidades religiosas de mulheres que se auto-governavam, algo que jamais houve no mundo antigo. É por isso que houve muitas santas. Pergunta Phillips: “Onde no mundo as mulheres eram capazes de manter suas próprias escolas: conventos, colégios, hospitais, e orfanatos fora da Igreja?” (“Last Things First”, Fort Collins, Colo.: Roman Catholic Books, 2004; 104.)Nesta época os pais escolhiam com quem a filha deveria se casar, mas isto valia também para os rapazes; não era uma discriminação contra a mulher; e a Igreja lutou contra essa imposição de casamentos.Na Idade Média católica a rainha era coroada como o rei, geralmente na Catedral de Rheims, na França, ou em outras catedrais. E a sua coroação era tão prestigiada quanto a do Rei. A última rainha a ser coroada foi Maria de Medicis em 1610, na cidade de Paris.Rodney Stark, professor de sociologia e religião comparada da Universidade de Washington, sustenta que uma das raízes da expansão cristã é a caridade e a outra são as mulheres. Infanticídio de crianças com deficiências, era "praticado em todas as classes". (Stark, Rodney, “For The Glory of God”; Princeton, Princeton University Press, 2003, p. 125)Segundo Vicent Currol, meninos deformados, e mesmo meninas saudáveis, nas sociedades patriarcais, eram abandonados; a população masculina ultrapassava em até 30% a população feminina no mundo romano. (Currol, Vicent and David Shiflert, David, “Christianity on Trial”, San Francisco, Encorenter, 2002; pg.7)Santo Agostinho, na “Cidade de Deus”, repudiou a mentalidade pagã que fazia do suicídio algo nobre.• O Papa Bento XVI :“[...] no mundo ocidental de hoje vivemos uma nova onda de iluminismo drástico, ou laicismo, como se queira chamá-lo. Tornou-se mais difícil ter fé, pois o mundo no qual estamos é completamente feito por nós mesmos, e nele Deus, por assim dizer, já não comparece diretamente. Não se bebe mais diretamente da fonte, mas sim do recipiente em que a água nos é oferecida. Os homens reconstruíram o mundo por si mesmos, e tornou-se mais difícil encontrar Deus neste mundo” (Entrevista em Castel Gandolfo, 5 de agosto de 2006 ).Data Publicação: 15/10/2009

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