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domingo, 16 de junho de 2013

Livro de Jó

Padre Elílio de Faria Matos Júnior
Você sabe por que foi escrito o livro de Jó? Trata-se de um livro escrito entre o século V e III a.C. por um autor judeu que queria questionar a teologia da sua época, segundo a qual o sofrimento é consequência direta do pecado pessoal de quem sofre. Em geral pensava-se que a fidelidade a Deus era recompensada nesta vida com bens materiais e familiares, com a boa saúde e a vida longa, e, ao contrário, a infidelidade, punida com o insucesso e as diversas desgraças da vida. Não se tinha ainda a fé na vida para além da morte.

O livro apresenta Jó, um homem verdadeiramente fiel a Deus, indicado até mesmo como modelo para os anjos, que, no entanto, misteriosamente, é duramente provado pela perda de seus bens, de seus filhos, de sua saúde e de sua dignidade. Como entender uma coisa dessas? O livro relaciona o sofrimento do justo Jó a um mistério sobrenatural (Satanás - que ainda não é o Satanás do inferno como o conhecemos, mas uma espécie de inspetor celeste que tem como ofício observar o comportamento dos homens e acusá-los diante de Deus - pede permissão a Deus para o provar).

O Jó paciente dos dois primeiros capítulos logo se transforma no Jó rebelde a partir do terceiro capítulo, e chega a amaldiçoar a dia de seu nascimento. O autor não tem medo de mostrar que Jó era humano, demasiado humano, e não um herói que suporta tudo impassível, sem angustiar-se. O seu sofrimento o leva, não a ficar calado, mas a confrontar-se duramente com o sentido da própria existência e com o próprio Deus. Jó chamou Deus em causa. Embora mostrasse toda a sua angústia e o seu quase desespero, conservou, no fundo a fé. Queria falar com Deus. Queria ouvir a Deus.

Os amigos tentavam convencê-lo de havia uma relação entre os seus sofrimentos e os seu pecados. Chegavam a recomendar a Jó que se arrependesse e pedisse perdão, para que Deus lhe restituísse a felicidade. Mas Jó tinha consciência de que não havia pecado para merecer tudo aquilo. A teologia dos amigos estava errada: disso Jó tinha certeza. Jó sofria, mas o seu sofrimento não tinha nada a ver com seus pecados.

Só no final Deus fala, mostrando a Jó a grandeza da criação e o seu profundo mistério. Jó, maravilhado com a sabedoria do criador expressa nas suas obras, encontra paz para o seu coração, entregando-se confiantemente nas mãos de Deus: "Agora te conheci". A aparição de Deus não lhe tirou o sofrimento, mas o preencheu da sua presença, e isso bastou para trazer paz ao coração de Jó. 

No final, Deus restitui a Jó o que ele havia perdido e muito mais.
 
Fonte Eletrônica;
 

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